RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Embora seja um problema de saúde pública, a prevalência de dor crônica, especialmente em trabalhadores, é subestimada. O presente estudo teve o objetivo de estimar a prevalência de dor crônica e de dor neuropática crônica em trabalhadores de uma instituição pública federal e identificar os fatores associados.
MÉTODOS:
Estudo de corte transversal conduzido em amostra aleatória estratificada de servidores de uma instituição de ensino superior federal, entre outubro de 2017 e março de 2018. Foram aplicados questionários padronizados envolvendo características sociodemográficas e hábitos de vida. Para os que tinham dor crônica (duração igual ou maior que três meses), foram também aplicados um questionário de características dolorosas, envolvendo um mapa corporal, a escala visual analógica e o questionário de dor neuropática Doleur Neuropathic 4. A prevalência de dor crônica foi estimada e o modelo de Poisson utilizado para testar as associações entre as variáveis (alfa de 5%).
RESULTADOS:
Em uma amostra de 108 servidores ativos, a dor crônica foi encontrada em 50% da amostra (IC95%=40,6-59,4), sendo 12% (IC95%=6,9-19,2) com características neuropáticas. Não foram encontradas associações entre dor crônica e características sociodemográficas ou hábitos de vida. Foi confirmada a associação independente entre a frequência de dor e dor neuropática, onde a dor contínua em relação à ocasional apresentou razão de prevalência de 5,17 (IC95%=1,69-15,79; p=0,004).
CONCLUSÃO:
A dor crônica apresentou elevada prevalência na instituição, sendo contínua em trabalhadores com dor neuropática. A gravidade desse tipo de dor exige ações urgentes para seu controle.
Descritores:
Dor crônica; Fatores de risco; Mensuração da dor