Acessibilidade / Reportar erro

"Leitoras": gênero, raça, imagem e discurso em O Menelik (São Paulo, 1915-1916)

Resumos

Parte da história social do pós-emancipação no Brasil, este artigo analisa as imagens femininas produzidas por jornalistas negros na cidade de São Paulo no começo do século XX. Se pesquisas anteriores apontam para a ausência de mulheres na chamada imprensa negra paulistana, um estudo detalhado de duas edições do jornal O Menelik (1915-1916) evidencia que tal presença é subestimada pela historiografia. É bem verdade que foram raras as ocasiões em que as mulheres apareceram como escritoras. Mas, por outro lado, estas personagens foram retratadas de diferentes maneiras (poesias, contos, críticas comportamentais e concursos de beleza) nas páginas desse e de outros periódicos negros da época. Assim, considerando uma reciprocidade entre público leitor e imagens veiculadas, as menções recorrentes às mulheres de cor são aqui interpretadas como forte indício da sua presença na comunidade do periódico. Ao ter em mente a importância de análises que articulem gênero, raça e imagem no pós-emancipação, a existência de tais representações abrem instigantes caminhos para problematizar a aparente ausência feminina na imprensa negra.

mulheres negras; beleza; raça; imprensa negra; pós-emancipação


This study examines an aspect of Brazilian social history during the period after Abolition: women's participation in the black press in early twentieth century São Paulo and the contradictions that it suggests. While earlier studies have claimed that women did not play a role in these publications, a detailed study of Menelik, a leading black newspaper from 1915-16, shows that women were extremely involved and that their presence has been underestimated by historians. Although few actually signed their names to articles, women participated in various important ways - contributing poetry, short stories, criticism and beauty contests - to Menelik and other black newspapers of the time. This article thus probes the absence of gender as an analytical tool in post-Abolition historiography, offering suggestions for incorporating perspectives on gender into scholarly work on the black journalism.

black women; beauty; race; black press; post-Abolition


  • 2 Ao comentar sobre os diferentes títulos da imprensa negra, José Correia Leite é categórico ao elencar O Menelik na lista dos periódicos que circularam por mais tempo em São Paulo: "houve jornais que não duraram mais que 2 ou 3 números. Outros tinham vida longa, como por exemplo O Kosmos, O Menelick, O Alfinete". Este relato de um contemporâneo sobre periódicos com "vida longa" somado à inexistência de outras edições nos acervos pesquisados leva a crer que diversos números do jornal "dedicado aos homens de cor" foram extraviados. José Correia Leite e Cuti, ... E disse o velho militante José Correia Leite São Paulo: Noovha América, 2007, p. 47.
  • 4 Trabalho que considera a trajetória das mulheres negras no pós-emancipação está em: Silvana Santiago, Tal Conceição, Conceição de Tal. Classe, gênero e raça no cotidiano de mulheres pobres no Rio de Janeiro nas primeiras décadas republicanas (Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2006).
  • Embora não focalizem as análises nas mulheres negras, apontamentos a respeito da articulação entre gênero e raça no mundo livre podem ser vistos em: Rachel Soihet, Condição feminina e formas de violência: mulheres pobres e ordem urbana, 1890-1920, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1985;
  • Martha Abreu, Meninas perdidas: os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989;
  • Joana Maria Pedro, Mulheres honestas, mulheres faladas: uma questão de classe, Florianópolis: Editora da UFSC, 1994;
  • Sueann Caulfield, Em defesa da honra: moralidade, modernidade e nação no Rio de Janeiro (1918-1940), Campinas: Edunicamp, 2000.
  • 5 FBN-Cátalogo de Periódicos Digitalizados (doravante CPD), 1897-1900.
  • 6 Ver, dentre outros: Anna Luiza Martins, "A produção de uma nova mulher: revistas femininas", in Anna Martins, Revista em revista: imagens e práticas culturais em tempos da república, São Paulo, 1890-1922, São Paulo: Edusp / Fapesp, 2001, pp. 371-86.
  • 7 O conceito de "meio negro" aparece nos depoimentos de José Correia Leite em diversas ocasiões em que o militante se refere aos participantes da imprensa negra assim como aos frequentadores e membros de clubes, grêmios e demais associações de cor da cidade de São Paulo na Primeira República. Ao rememorar sua entrada no "meio negro" como frequentador dos bailes promovidos pelo "Elite Flor da Liberdade", Correia Leite deixou registrado: "estou perdendo tempo com esses italianos. Eu tenho uma sociedade que é minha, meu povo, minha gente. Fui procurar e encontrei gente conhecida. Justamente um que foi uma espécie de irmão de criação para mim. Ele se chamava Manoelzinho e foi quem me apresentou outras pessoas. Assim, comecei a participar do meio negro que até então eu não conhecia". Tudo indica que a recorrência da categoria "meio negro" nos estudos de Florestan Fernandes e Roger Bastide deve-se à importância dos depoimentos de Correia Leite nas suas pesquisas. O trabalho pioneiro – "Movimentos Sociais no Meio Negro" – assinado por Renato Jardim Moreira com a "colaboração" de Correia Leite também indica que a autoria do conceito é tributária das interpretações de Leite sobre essa parcela da população de cor paulistana. A respeito do "meio negro" e da trajetória de José Correia Leite ver: José Correia Leite e Cuti, ... E disse o velho militante José Correia Leite: depoimentos e artigos, São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1992, p. 27.
  • 8 Sobre história transnacional, diáspora e intelectuais negros ver: Brent Hayes Edwards, The Practice of Diaspora: Literature, Translation, and the Rise of Black Nationalism, Cambridge: Harvard University Press, 2003;
  • Zita Nunes, Cannibal Democracy: Race and Representation in the Literature of the Americas, Minneapolis / Londres: University of Minnesota Press, 2008.
  • 9 Robin Kelley, "Nap Time: Historicizing the Afro", Fashion Theory: The Journal of Dress, Body & Culture, v.1, n. 4 (1997), pp. 339-51.
  • 10 Kelley, "Nap Time, pp. 339-51.
  • 11 A respeito das articulações entre gênero, raça e cosmética na imprensa negra pós-emancipação nos EUA ver: Giovana Xavier, Brancas de almas negras? Beleza, racialização e cosmética na imprensa negra pós-emancipação (EUA, 1890-1930) (Tese de Doutorado, Unicamp, 2012).
  • 12 Thomas C. Holt, The Problem of Freedom: Race, Labor, and Politics in Jamaica and Britain, 1832-1938, Baltimore / Londres, The Johns Hopkins University Press, 1992.
  • 13 A respeito das relações entre gênero, feminino e relações de poder ver: Joann Scott. "Gênero: uma categoria útil de análise", Educação e Realidade: Gênero e Educação, v.15, n.2 (1990), pp. 71-99.
  • Uma importante discussão sobre saberes masculinos e representações femininas está em: Rachel Soihet, "Violência simbólica: saberes masculinos e representações femininas", Revista de Estudos Feministas, v. 1, n. 5 (1997). Disponível em: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12558/11703 Acesso: 11/07/2011.
  • 14 FBN-CPM, "O Menelik", O Menelik, São Paulo, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 15 FBN-CPM, "O Menelik", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 16 No número de estreia do jornal a grafia do título é Menelik Na edição de janeiro de 1916, passa para Menelick Neste artigo, ao mencionar o jornal optei pela grafia da primeira edição, inclusive por considerar que a forma de escrita Menelik relaciona-se com possíveis influências de intelectuais afro-americanos. Discussões sobre as conexões entre jornalistas negros brasileiros e norte-americanos encontram-se em: Amilcar Araújo Pereira,"O Mundo Negro": a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970-2001) (Tese de Doutorado, Universidade Federal Fluminense, 2010);
  • Micol Seigel, "The Point of Comparison: Transnational Racial Construction, Brazil and the United States, 1918-1933" (Tese de Doutorado, New York University, 2001);
  • Paulina Alberto, Terms of Inclusion: Black Intellectuals and the Politics of Belonging in Twentieth-Century Brazil, Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2011.
  • 17 FBN-CPM, "Propriedade", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 18 FBN-CPM, "Avisos Importantes", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 19 FBN-CPM, "O Menelik", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 20 FBN-CPM, O Clarim da Alvorada, São Paulo, 27 de setembro de 1925, ano II, n. 15, p. 2.
  • 21 "(...) como resa o cabeçalho deste jornalsinho (...)". FBN-CPM, "Destino", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 22 FBN-CPM, "Notas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 23 FBN-CPM, "Idéias Parafuzadas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 24 FBN-CPM, "Pelos Salões", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 25 FBN-CPM, "Vida Social/Necrologia", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 3.
  • 26 FBN-CPM, B. Pereira, "Na Berlinda", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 3.
  • 27 FBN-CPM, Geraldino Souza, "No meio de muitas...", O Menelik, 15 de outubro de 1916, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 28 FBN-CPM, D'eocle. "Caixa-Balaio", O Menelik, 15 de outubro de 1916, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 29 FBN-CPM, "Vida Social", O Menelik, 15 de outubro de 1916, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 30 Para entender melhor os sentidos de classe nos escritos da imprensa negra, ver, por exemplo: S. O. "O Baluarte". FBN-CPM, O Baluarte: orgam official do "Centro Litterario dos Homens de Cor – DEDICADO A DEFEZA DA CLASSE" Campinas, 15 de janeiro de 1904, anno 1, n. 3, p. 1 e FBN-
  • CPM, "Cinco Anos de Clarinadas", Clarim d'Alvorada: legítimo orgão da mocidade negra, São Paulo, 6 de janeiro de 1929, p. 1.
  • 31 Sobre as formas de associativismo na Primeira República ver, dentre outros: Claudio H. M. Batalha, "Cultura associativa no Rio de Janeiro da Primeira República", in Claudio Batalha; Fernando Teixeira da Silva; Alexandre Fortes (orgs.), Culturas de Classe (Campinas, Edunicamp, 2004), pp. 95-119.
  • 32 FBN-CPM, "Pelos salões", O Menelik, 15 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 33 FBN-CPM, "Notas", O Menelik, 15 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 34 FBN-CPM, "Pelos salões", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 35 FBN-CPM, "Notas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 36 FBN-CPM, "Notas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 2.
  • 37 Discussões essenciais sobre as relações entre classe e história estão em Edward P. Thompson, A formação da classe operária inglesa. A árvore da liberdade, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987, v. I, p. 10.
  • 38 FBN-CPM, "Concurso de Belleza", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 4.
  • 39 Importantes discussões que relacionam à desarticulação da escravidão a um crescente processo de racialização encontram-se em Wlamyra R. Albuquerque, O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil, São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
  • 40 FBN-CPM, O Bandeirante, São Paulo, de 1918, anno 1, n.3, p. 1.
  • 41 FBN-CPM, "Questionário", Getulino, 13 de outubro de 1923, anno 1, n. 12, pp. 1-2, p. 1.
  • 42 FBN-CPD, Presciliana Duarte de Almeida, "Duas Palavras", A Mensageira: Frevista Literaria Dedicada À Mulher Brazileira, São Paulo, 15 de outubro de 1897, anno 1, n. 1, pp. 1-2, p. 1.
  • 44 Entre os anos 1890 e 1930, diferentes grupos dedicaram-se a pensar novas representações para as mulheres, representações estas condizentes com a modernidade e cosmopolitanismo. Para o Brasil, ver, dentre outros: Maria Martha de Luna Freire, Mulheres, mães e médicos: discurso maternalista no Brasil, Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009 e Sueann Caulfield,
  • Em defesa da honra. Para os EUA, ver, por exemplo, o livro de Martha H. Patterson, The American New Women Revisited: A Reader, 1894-1930, Rutgers: The State University, 2008 e as seguintes discussõ
  • es da imprensa negra e judáica da época: John Adams Jr., "Rough Sketches: A Study of the Features of the New Negro Women", The Voice of the Negro, v. 1, n. 8 (1904), pp. 323-26 e Rev.
  • Ella E. Bartlet, "The New Woman", American Jewess: A Monthly Magazine of Social, Literary and Religious Subjects (1895), pp. 169-71.
  • Debates similares na sociedade japonesa do período entreguerras são apresentados por: Barbara Sato, The New Japanese Woman: Modernity, Media and Women in Interwar Japan (Asia-Pacific: Culture, Politics and Society, Durham: Duke University Press, 2003.
  • 45 Uma reconstituição histórica das articulações entre gênero, corpo e raça na produção de "imagens controladas" para as mulheres negras encontra-se em: Patricia Hill Collins, The Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment, Nova York e Londres: Routledge, 2009. [1ª ed. 2000]
  • 46 FBN-CPD, Presciliana Duarte de Almeida, "Duas Palavras", A mensageira, p. 1.
  • 47 FBN-CPD, Presciliana Duarte de Almeida, "Duas Palavras", A mensageira, p. 1.
  • 48 Júlia Lopes de Almeida, Jornadas do meu pai, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1920, p. 215.
  • 49 A respeito das escritoras da imprensa feminina no começo do século XX, ver Maria de Lourdes Eleutério, Mulheres escritoras (Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 1985);
  • Dulcília Buitoni, Mulheres de papel. Representação de mulheres pela imprensa feminina brasileira, São Paulo: Loyola, 1981.
  • 50O Ramilhete: órgão dedicado ao belo sexo. Este periódico foi fundado em 1901 na cidade de São Paulo e pertencia a Alfredo Durval e Silva e Antônio Correa. Cf. Ana Martins, "Nova mulher", p. 376.
  • 51 FBN-Obras Raras (doravante OR), "Como se faz uma revista. A propósito do aniversário de Vida Doméstica", Vida Doméstica, Rio de Janeiro, mar. 1932, s/p.
  • 52 FBN-OR, "A Sucursal de Vida Doméstica em São Paulo festejou o 33º aniversário desta revista", Vida Doméstica, abr. 1953, p. 30.
  • 53 FBN-CPM, "Será possível", coluna "Críticas", A Liberdade, São Paulo, 29/12/1919, n. 10, p. 5.
  • 54 FBN-CPM, Moysés Cintra, "As lavadeiras", O Clarim d'Alvorada, 27 de dezembro de 1925, anno II, n. 17, p. 3.
  • 55 Todos os jornais negros ressaltavam o trabalho como algo digno e indispensável para o levantamento da raça negra, conforme explicitado por esta citação: "trabalho é honra para nós todos e [para] quem saiba viver honradamente". FBN-CPM, "Furto", A liberdade, São Paulo, 29 de dezembro de 1919, n. 10, p. 3.
  • 56 Manoel de Oliveira Marcondes, "Sapato-Tenis", FBN-CPM, "Furto", A liberdade, São Paulo, 29 de dezembro de 1919, n. 10, p. 2.
  • 57 A respeito dos estereótipos destinados às mulheres negras ver: K. Sue Jewell, From Mammy to Miss America and Beyond: Cultural Images and the Shaping of US Social Policy, Londres / Nova York: Routledge, 1993.
  • 59 FBN-CPM, "Leitoras", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 61 FBN-CPM, "Salve! Salve! Salve 1916!", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 1.
  • 62 Thales de Azevedo, As elites de cor numa cidade brasileira: um estudo sobre a ascensão social e classes socais e grupo de prestígio, Salvador: EDUFBA, 1996.
  • 63 Sobre "construções de domesticidade", gênero, raça e trabalho doméstico no pós-emancipação no Brasil ver: Olívia Maria Gomes da Cunha, "Criadas para servir: domesticidade, intimidade e retribuição", in Olívia Maria Gomes da Cunha e Flávio dos Santos Gomes (orgs.), Quase-cidadão: histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil (Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2007), pp. 377-417.
  • 64 FBN-CPM, Deocleciano Nascimento, Regosijo, O Menelick, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 65 Miriam Nicolau Ferrara, A imprensa negra paulista 1915-1963 (Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 1981);
  • Elisa Larkin Nascimento, O sortilégio da cor: identidade, raça e gênero no Brasil, São Paulo: Sammus, 2003;
  • José Geraldo Marques, "Imprensa e resistência negra: o projeto integracionista em discursos do Getulino" (Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, 2008), http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000439486, acessado em: 06/11/2009.
  • 66 Trabalhos que apresentam direções distintas de tal crítica encontram-se em: Flávio dos Santos Gomes, Negros e política (1888-1937), Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005;
  • Ana Maria Fagundes e Flávio dos Santos Gomes, "Por uma "anthologia dos negros modernos": notas sobre cultura política e memória nas primeiras décadas republicanas", Revista Universidade Rural: Série Ciências Humanas, v. 29, n. 2 (2007), pp. 72-88;
  • Paulina Alberto, Terms of Inclusion; Petrônio José Domingues, A nova abolição, São Paulo: Selo Negro, 2008;
  • Rodrigo Miranda, Um caminho de suor e letras: a militância negra em Campinas e a construção de uma comunidade imaginada nas páginas do Getulino (Campinas, 1923-1926) (Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2005);
  • Micol Seigel, The point of comparison: Transnational Racial Construction, Brazil and the United States, 1918-1933 (Tese de Doutorado, New York University, 2001).
  • 67 FBN-CPM, Deocleciano Nascimento, Regosijo, O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 1.
  • 68 Quanto ao papel dos oradores nos movimentos negros da época ver o depoimento de Raul Joviano do Amaral, ex-tesoureiro da Frente Negra Brasileira. Miriam Ferrara, A imprensa negra paulista 1915-1963 (Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 1981), p. 84.
  • 69 Para um texto de época a respeito da trajetória de Vicente Ferreira no meio negro, ver, dentre outros: Gervásio de Moraes, "Um idolo que fala", O Clarim d'Alvorada, 4 de março de 1928, anno I, n. 2, p. 1.
  • 70 FBN-CPM, A Voz da Raça, 20 de maio de 1933, anno 1, n. 3, p. 2.
  • 71 Uma contribuição que faz exceção a esta regra está em Petrônio Domingues, "Frentenegrinas: notas de um capítulo da participação feminina na história da luta anti-racista no Brasil", Cadernos Pagu, v. 1, n. 28 (2007), pp. 345-74.
  • 72 Ver dentre outras: Adriana Dantas Reis, Cora: lições de comportamento feminino na Bahia do século XIX, Salvador: Centro de Estudos Baianos da UFBA, 2000.
  • 73 Júlia Lopes de Almeida, Livros das donas e donzellas, Rio de Janeiro: Francisco Alves e Cia, 1906, p. 1.
  • 74 Rachel Soihet, "Comparando escritos: Júlia Lopes de Almeida e Carmem Dolores", Caderno Espaço Feminino, Revista do Núcleo de Estudos de Gênero e Pesquisa sobre a Mulher, v. 9, n. 10-1 (2001-2002), pp. 85-107.
  • 75 Constância Lima Duarte, "O cânone literário e a autoria feminina", in Neuma Aguiar (org.), Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres, Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, pp. 85-94, p. 88.
  • 76 FBN-CPM, D'eoclé, "Caixa-Balaio", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 77 FBN-CPM, O Menelik, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 3.
  • 78 Os recenseamentos de 1910 e 1930 não apresentaram dados sobre alfabetização. Considerando uma população nacional de 41.236.000 habitantes (brancos – 63,5%; pardos – 21,2%; pretos – 14,6%; outros – 0,7%), o Censo de 1940 indicou para os brasileiros com idade superior a dez anos os seguintes índices de alfabetizados: brancos - 52,8%; pardos - 29,3%; pretos - 20,9%, in George Reid Andrews, "Racial Inequality in Brazil and the United States: A Statical Comparison", Journal of Social History, v. 26, n. 2 (1992), pp. 229-63, p. 244.
  • 79 FBN-CPM, Duque, "Idéias Parafuzadas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 80 Duque, "Idéias Parafuzadas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 81 Duque, "Idéias Parafuzadas", O Menelik, 17 de outubro de 1915, anno 1, n. 1, p. 3.
  • 82 A expressão "mocidade negra" aparece, dentre outras, em: FBN-CPM, Leite, "Devemos fazer a nossa Sociedade Cooperadora para o Levantamento da Raça", O Clarim d'Alvorada, 26 de julho de 1931, ano 8, n. 34, p. 1.
  • 83 FBN-CPM, "Concurso de Belleza", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 4.
  • 84 FBN-CPM, "Concurso de Belleza", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 4.
  • 85 Francisco Júlio de Caldas Aulete, "moça", Caldas Aulete Digital - Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, Lexikon, Editora Digital, 2007[1ª ed. 1881]
  • 87 FBN-CPM, "Concurso de Belleza", O Menelick, 1 de janeiro de 1916 , anno 1, n. 3, p. 4.
  • 89 BN-CPM, Roque Cardoso Rosa, "Mãe", O Menelick, 1 de janeiro de 1916, anno 1, n. 3, p. 2.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    2012

Histórico

  • Recebido
    21 Jun 2010
  • Aceito
    14 Fev 2012
Universidade Federal da Bahia Praça Inocêncio Galvão, 42 Largo 2 de Julho, Centro, 40060-055 - Salvador - BA, Tel: 5571 3283-5501 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: ceao@ufba.br