Acessibilidade / Reportar erro

Perfusão miocárdica por ressonância magnética através da primeira passagem de contraste paramagnético em pacientes com suspeita clínica de insuficiência coronariana

Resumo de Tese

Perfusão miocárdica por ressonância magnética através da primeira passagem de contraste paramagnético em pacientes com suspeita clínica de insuficiência coronariana.

Autor: Luiz Francisco Rodrigues de Avila.

Orientador: Giovanni Guido Cerri.

Tese de Doutorado. FMUSP, 2001.

A doença arterial coronariana (DAC) é considerada, nos países industrializados, inclusive no Brasil, a principal causa de morbidade e mortalidade.

As duas últimas décadas foram marcadas pelo avanço tecnológico e pela mudança do comportamento da curva de mortalidade. Apesar do maior conhecimento da fisiopatologia da DAC, o campo de pesquisa ainda se apresenta vasto com os novos recursos diagnósticos que se propõem ao estudo dessa doença. A repercussão hemodinâmica da obstrução coronária é de fundamental importância, sendo ponto decisivo na estratificação de risco, escolha do tratamento e evolução prognóstica.

Nosso objetivo foi estudar a perfusão miocárdica em pacientes em investigação de DAC, com indicação clínica de cineangiocoronariografia (CAT). O intervalo de realização entre a CAT e a ressonância magnética (RM) foi no máximo de dez dias. Entre julho de 1999 e dezembro de 2000, estudamos 37 pacientes (homens = 29) com idade média de 57,21 ± 10,5 anos, através da técnica de primeira passagem do contraste paramagnético (Gd-DTPA), em condições de repouso e sob ação farmacológica de dipiridamol (0,56 mg/kg). As variáveis analisadas neste estudo foram: máxima inclinação da curva ascendente (MICA), pico de intensidade de sinal (PIS) e tempo de pico de sinal (TP). O ventrículo esquerdo foi dividido em seis cortes e cada corte em oito segmentos, os quais foram associados com as correspondentes topografias coronárias. Os segmentos foram classificados conforme o padrão cineangiográfico em: segmentos miocárdicos de indivíduos normais (A), segmentos normais de pacientes coronariopatas (B), segmentos com lesão coronária £ 40% (C), segmentos com lesão entre 41% e 70% (D) e segmentos com lesão > 70% (E).

Os resultados mostraram que a redução porcentual dos valores da MICA obtidos nos segmentos B, C, D e E, quando comparada ao segmento A, em condições de repouso, sofreu variação significante (p < 0,001). Comportamento idêntico ocorreu na fase de hiperemia induzida (p < 0,001). Analisando as diferenças da MICA nos segmentos entre si, obtivemos aumentos em relação ao repouso de 54,89% (18,91 vs. 29,29), 38,18% (15,66 vs. 21,64), 27,70% (14,98 vs. 19,13), 29,27% (14,28 vs. 18,46) e 33,30% (11,89 vs. 15,85) (p < 0,001) nos segmentos A, B, C, D e E, respectivamente. Quanto ao PIS, a avaliação de cada segmento em repouso e hiperemia revelou incrementos de 40,64% (1,87 vs. 2,63) nos segmentos miocárdicos de indivíduos normais (A), 42,13% (1,78 vs. 2,53), 39,45% (1,85 vs. 2,58), 46,19% (1,71 vs. 2,50) e 24,55% (1,67 vs. 2,08) (p < 0,001) nos segmentos B, C, D e E, respectivamente. O TP variou entre os segmentos em repouso de maneira significante (p < 0,001), permitindo diferenciação com os indivíduos normais e os diversos segmentos com lesão coronária. A mesma observação foi feita em hiperemia com TP para o grupo A (896 ms) e os demais grupos. O retardo foi de 12,5% (p = ns) para o grupo B, 0% (p = ns) para os segmentos C e D, e 25,0% (p = 0,03) para segmentos do grupo E. O TP entre repouso e hiperemia no mesmo segmento variou de maneira significante nos segmentos do grupo A (14,28%), não variou nos grupos B e E e aumentou significantemente em 12,5% e 25% nos grupos C e D, respectivamente. A perfusão de primeira passagem é capaz de diagnosticar e estratificar a doença isquêmica miocárdica.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Out 2002
  • Data do Fascículo
    Out 2001
Publicação do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Av. Paulista, 37 - 7º andar - conjunto 71, 01311-902 - São Paulo - SP, Tel.: +55 11 3372-4541, Fax: 3285-1690, Fax: +55 11 3285-1690 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: radiologiabrasileira@cbr.org.br