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A revista Radiologia Brasileira: novas possibilidades de crescimento frente às modificações dos critérios da Capes

EDITORIAL

A revista Radiologia Brasileira. Novas possibilidades de crescimento frente às modificações dos critérios da Capes

The journal Radiologia Brasileira. New possibilities of development in face of changes in Capes criteria

Antonio Carlos Pires Carvalho

Professor Associado do Departamento de Radiologia, Coordenador Adjunto do Programa de Pós-graduação em Medicina (Radiologia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: acpcrj@hucff.ufrj.br

Há alguns anos enviei um texto de opinião à revista Radiologia Brasileira (RB), no qual comentava a importância da revista e das citações de seus artigos(1). Comentei a inclusão da revista na SciELO, fruto de anos de trabalho e de muita dedicação dos editores. Falei sobre a importância de transformarmos a revista numa das mais citadas da SciELO, ganhando peso e impacto nacional elevados. Outros editoriais têm sido escritos, comentando a importância e as dificuldades da indexação internacional(2) e da pesquisa no Brasil. Por mais ênfase que seja dada em editoriais às pesquisas multi-institucionais(3) e às atividades de pesquisa entre os médicos residentes(4), que poderiam gerar potenciais trabalhos para o desenvolvimento de mestrados e doutorados, poucos médicos se dedicam a publicar seus artigos e sua experiência.

Naquele texto comentei a intenção de indexação na revista nos bancos internacionais PubMed e JCR-ISI, que seriam grandes favorecedores do crescimento dos três programas nacionais de pós-graduação que temos na área da Radiologia. Naquele ano eram apenas 21 revistas brasileiras no JCR; hoje já são 89 e outras estão sendo indexadas, pois já podem ser consultadas no Web of Science, "irmão" que gera os dados para o fator de impacto do JCR. Como comparação, os EUA têm 2.724 periódicos nele indexados.

Porém, reparei que pouca coisa mudou nos anos que passaram. Poucos artigos são enviados e poucas referências nossas são citadas, mesmo havendo a facilidade da SciELO da pesquisa online para encontrar artigos relativos ao tema.

Mais recentemente, a RB foi inserida no Scopus, base de indexação da Elsevier, com mais de 18.000 periódicos indexados e que tem na sua estrutura o Scimago, gerador de índices de influência das revistas nele indexadas. Em especial o cites per doc, que agora em 2012 passa a ser considerado pela Capes com peso de fator de impacto.

Com a mudança deste ano, a Capes investiu em mudanças na qualificação das revistas nacionais, gerando algumas alterações no Qualis que avalia as publicações para os Programas de Pós-graduação. Diversas obtiveram melhor pontuação, sendo a RB uma delas, que agora está classificada como B3 no grupo da Medicina II, onde estão os programas de mestrado e de doutorado em Radiologia. Esse deve ser, tem que ser, mais um fator encorajador para que nossos colegas publiquem seus artigos na nossa revista e citem nossos artigos. É importante dar ênfase aos nossos artigos nas referências. E lembrarem, quando publicam em periódicos internacionais, da importância estratégica das citações da RB.

Com esse novo critério adotado pela Capes, fruto de muitas queixas dos editores de revistas nacionais, com repetidos e insistentes editoriais(5,6) publicados em quase todas as revistas científicas brasileiras, abre-se a possibilidade de as revistas nacionais crescerem em importância, gerando citações e atraindo trabalhos de nível. A RB tem recebido e publicado artigos oriundos de importantes grupos do exterior (EUA(7,8), Canadá(9), Inglaterra(10)), com a participação de autores conhecidos internacionalmente. Precisamos investir nosso saber, nossos artigos, nossas referências, nela.

Portanto, respondendo ao editorial(2) de março/abril de 2011, sim, temos como colaborar. Autores brasileiros, radiologistas brasileiros, pesquisadores e publicadores brasileiros, citemo-nos. Não custará tanto tempo checar a RB e referir artigos correlatos ao tema; seus últimos dez anos estão integralmente disponíveis online, na SciELO. Lembro que os últimos cinco anos têm peso no Scimago. Vamos juntar forças e fazer da RB uma das mais importantes, uma das mais citadas revistas médicas da SciELO e do Scopus. Insisto que isto só depende de nós.

  • 1. Carvalho ACP. Carta ao Editor. Radiol Bras. 2006;39(5):ix-x.
  • 2. Marchiori E. A difícil indexação da Radiologia Brasileira. Temos como colaborar? [editorial]. Radiol Bras. 2011;44(2):v.
  • 3. Marchiori E. Pesquisas multi-institucionais [editorial). Radiol Bras. 2012;45(1):v.
  • 4. Marchiori E. Atividades de pesquisa em residência médica [editorial]. Radiol Bras. 2011;44(5):v.
  • 5. Mudança dos critérios QUALIS! [editorial]. Radiol Bras. 2010;43(3):v-vi.
  • 6. Classificação dos periódicos no sistema QUALIS da CAPES - a mudança dos critérios é URGENTE! [editorial]. Radiol Bras. 2010;43(1):v-vii.
  • 7. Godoy MCB, Naidich DP. Editorial commentary in Radiologia Brasileira: Multidetector-row computed tomography angiography for the diagnosis of anomalous pulmonary venous drainage: an initial experiment [editorial]. Radiol Bras. 2010;43(6):v-vi.
  • 8. Burke LMB, Vachiranubhap B, Tannaphai P, et al. Contrast enhancement of liver lesions in cirrhotic patients: a single institution crossover comparative study of two MR contrast agents. Preliminary results.
  • 9. Gonçalves FG, Ovalle JP, Grieb DFJ, et al. Diffusion in the head and neck: an assessment beyond the anatomy. Radiol Bras. 2011;44:308-14.
  • 10. Mohan K, McShane J, Page R, et al. Impact of 18F-FDG PET scan on the prevalence of benign thoracic lesions at surgical resection. Radiol Bras. 2011;44:279-82.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Maio 2012
  • Data do Fascículo
    Abr 2012
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