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MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (ORGS.). (2019) DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA LINGUÍSTICA APLICADA. CAMPINAS, SP: PONTES. 282 P.

MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M.. (ORGS.). (2019) DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA LINGUÍSTICA APLICADA. CAMPINAS, SP: PONTES. 282 P.

A formação de professores de línguas tem sido objeto constante de pesquisas, [...]. É área que tomou particular impulso, não só pelas demandas impostas pela nova ordem mundial, em relação ao papel das línguas em um mundo globalizado, mas também, talvez, pelo crescente interesse em estudos da linguagem pela ótica da Linguística Aplicada, que dada a sua vocação transdisciplinar, necessariamente causou uma aproximação maior com as áreas da educação, psicologia e da sociologia. Por outro lado, questões de formação de professores invariavelmente esbarram em questões de políticas educacionais e em legislações delas decorrentes.

Celani, 2008CELANI, M. A. A. (2008). Perguntas ainda sem resposta na formação de professores de línguas. In: GIMENEZ, T.; MONTEIRO, M. C. G. (orgs.). Formação de professores de línguas na América Latina e transformação social. Campinas, SP: Pontes ., p. 8.

A epígrafe de Celani (2008)CELANI, M. A. A. (2008). Perguntas ainda sem resposta na formação de professores de línguas. In: GIMENEZ, T.; MONTEIRO, M. C. G. (orgs.). Formação de professores de línguas na América Latina e transformação social. Campinas, SP: Pontes . faz-nos lembrar que as pesquisas sobre formação de professores de línguas, inicial (também conhecida como pré-serviço) ou continuada (em serviço), têm avançado, atualmente, de forma significativa, sob a perspectiva da Linguística Aplicada (LA), tanto no Brasil, como no exterior, tanto na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio, quanto nos ensinos Superior, Profissional e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Ressaltamos, assim, a necessidade de os programas de formação de professores dialogarem com o mundo contemporâneo e a Linguística Aplicada, como área indisciplinar (MOITA LOPES, 2006MOITA LOPES, L. P. (2006). Introdução: uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo da linguística aplicada. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola.), “que se interessa por problemas da vida social na qual a linguagem tem papel central” (KLEIMAN; VIANA, 2019KLEIMAN, A. B.; VIANA, C. A. D. (2019). A Linguística Aplicada na contemporaneidade: uma narrativa de continuidades de transformação. Calidoscópio, São Leopoldo (RS), v. 17, n. 4, p. 724-742., p. 730).

Esses programas têm passado por transformações e mudanças em nossa sociedade, porém faz-se necessário repensar os Projetos Político-Pedagógicos (PPP) e currículos atuais. No Brasil, muitos desses cursos privilegiam, apenas, os conteúdos teóricos em detrimento de práticas didáticas e pedagógicas, formando, assim, profissionais com uma visão inadequada da realidade de ensino.

É claro que a teoria não deve ser negligenciada em favor da prática, e vice-versa, ambas precisam ser trabalhadas, conjuntamente, para que o professor de línguas seja competente em “observar(-se), questionar(-se), pesquisar(-se), organizar ideias, interpretar e re-interpretar continuamente, problematizando, sempre” (RAMOS; FREIRE, 2009RAMOS, R. C. G.; FREIRE, M. M. (2009). ESPTEC: formação de professores e multiplicadores de ensino-aprendizagem de inglês instrumental para o sistema de educação profissional de nível técnico. In: TELLES, J. A. (org.). Formação inicial e continuada de professores de línguas: dimensões e ações na pesquisa e na prática. Campinas: Pontes., p. 33). Faz-se necessário também que o professor passe a olhar para as necessidades de seu próprio contexto e para seu público-alvo, na tentativa de otimizar ações concretas e reais de ensino e de aprendizagem, a fim de tornar possível a transposição da teoria na prática, ou a construção de uma teoria a partir de sua prática, o que o torna o professor de línguas um pesquisador, com uma prática investigativa (PRABHU, 1990PRABHU, N. (1990). There is no best method - why? TESOL Quarterly, v. 24, n. 2, p. 161-176.; CELANI, 2010CELANI, M. A. A. (2010). Concepções de linguagem de professores de inglês e suas práticas em sala de aula. In: CELANI, M. A. A. (org.). Reflexões e ações (trans)formadoras no ensino-aprendizagem de inglês. Campinas: Mercado de Letras.).

Nessa direção, Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada é uma coletânea de textos com temáticas políticas, sociais e críticas sobre ensino e aprendizagem, e formação de professores de línguas da contemporaneidade. O livro reúne artigos de pesquisadores do Brasil, Canadá, Chile, México e Uruguai a partir de trabalhos apresentados no VII Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas (CLAFPL ), realizado em Belém, no campus da Universidade Federal do Pará, em setembro de 2018.

Publicada em 2019 pela Editora Pontes, a coletânea é prefaciada pela professora Dra. Tânia Regina de Souza Romero, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que enfatiza a importância de se realizar o VII CLAFPL “no coração da Amazônia em 2018”, no atual contexto sócio-histórico do ensino de línguas. Além de um breve histórico das edições anteriores do CLAFPL, a autora constata, ainda no prefácio, a importância dessa coletânea para pesquisas, estudos e discussões na área de formação de professores de línguas, pela abordagem de temáticas multifacetadas, que convidam o leitor a dialogar e a refletir juntamente com os autores. Nesse contexto, pontua:

O volume que temos aqui é uma das belas surpresas, pois [...] traz contribuições de altíssima qualidade científica, oferecidas por colegas brasileiros e também, continuando a tradição do CLAFPL, de outros países do continente: Uruguai, Chile, México e Canadá. São provocações que criativa e competentemente se colocam ante os imensos desafios do ato de ensinar e aprender línguas maternas, adicionais e estrangeiras. O tema do evento - Formação Docente em Tempos Críticos: Múltiplas Dimensões - traz nesta coletânea de fato a complexa realidade de nossa América Latina, com suas necessidades cada vez mais críticas, oportunas para se discutir em um contexto que se mostra ainda mais desafiador que em 2018, gritando por resiliência e esperança, sofrendo com novas barreiras à Educação Linguística. (ROMERO, 2019ROMERO, T. R. S. (2019). Prefácio. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes ., p. 8).

Na sequência, vem a apresentação assinada por três professores-organizadores da obra: Walkyria Magno e Silva, professora titular da Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas (FALEM) e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA), atuando nas áreas de autonomia, motivação e aconselhamento em aprendizagem de línguas, sob o foco da complexidade. Wagner Rodrigues Silva, docente e pesquisador no curso de Licenciatura em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins (UFT), que desenvolve pesquisas na área de prática de ensino de línguas e de formação de professores e Diego Muñoz Campos, professor de inglês na Universidad Católica del Maule, Talca, Chile, cujas pesquisas centram-se no ensino de inglês com base em princípios locais.

Tanto o prefácio como a apresentação da coletânea estão traduzidos para o espanhol e para o inglês, o que mostra a preocupação dos organizadores em superar as barreiras linguísticas da pesquisa sobre a formação de professores de línguas na América Latina e na América do Norte, além de acolher seus leitores e facilitar-lhes o acesso aos trabalhos. Isso se confirma pelo fato de que os artigos foram escritos tanto em espanhol e inglês, como em português. Isso posto, Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada reforça a importância de compartilhar experiências e promover reflexões, que extrapolam as diversidades linguísticas, nas pesquisas sobre formação de professores de línguas maternas, estrangeiras e adicionais na Linguística Aplicada.

Os organizadores oferecem ao leitor onze capítulos subdivididos em três partes: Parte I - Formação de professores de línguas; Parte II- Desenhos inovadores na formação de professores de línguas; e Parte III - Grandes desafios na formação de professores de línguas. Os artigos trazem questionamentos, diálogos e (des)construção de significados a respeito da formação docente em tempos críticos na América do Norte e na América Latina. A diversidade temática dos artigos acentua o intercâmbio entre os pesquisadores/linguistas aplicados de diferentes regiões brasileiras e de outros países cujas “várias vozes se encontram e compartilham experiências valorosas, que podem ser acolhidas ou confrontadas pelos leitores, possibilitando a continuidade do diálogo” (p. 21).

A primeira parte da coletânea traz quatro artigos que discorrem sobre a formação de professores de línguas em diversos contextos. Ana Maria Ferreira Barcelos, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), abre a primeira parte com o artigo Formação de professores de línguas em tempos críticos: desafios e possibilidades sustentados na amorosidade, em que discute as emoções de professores com foco na amorosidade, segundo os estudos de Paulo Freire, especificamente, os baseados no livro Pedagogia da autonomia. A autora também aborda a paixão na identidade de formação de professores de línguas, “já que ela contribui para que os professores se sintam entusiasmados por seu ensino e desenvolvam práticas que são motivadoras e instigantes para eles e seus alunos” (BARCELOS, 2019BARCELOS, A. M. (2019). Formação de professores de línguas em tempos críticos: desafios e possibilidades sustentados na amorosidade. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes ., p. 44), e apresenta contribuições sobre a temática para as pesquisas na área da Linguística Aplicada.

O segundo artigo é Desafíos en la formación docente de profesores de lenguas em Uruguay, de Beatriz Gabbiani, da Universidad de la República no Uruguai. Nele, a autora descreve o ensino de línguas estrangeiras no sistema público do Uruguai, assim como o processo para formar professores sob a responsabilidade de institutos terceirizados. A autora advoga uma educação plurilíngue em seu país com o fortalecimento dos cursos de formação de professores e o reconhecimento da profissão pela sociedade uruguaia, ou seja, o professor de línguas como um profissional especializado na área.

O terceiro texto, Formación inicial de docentes de inglês en Chile: una mirada de futuro, de Diego Muñoz Campos, da Universid Católica del Maule, Chile, aborda a formação de professores de inglês no Chile, a potencialidade e as lacunas dos currículos para a formação. O autor também menciona os pontos críticos na formação docente em seu país, como, por exemplo, a falta do domínio do idioma-alvo pelos alunos-professores e o desinteresse pelo exercício da profissão. Ademais, Campos (2019) aponta a necessidade de conhecer outros programas de formação de professores de LE da América Latina, como forma de fortalecer o processo e trocar experiências e conhecimentos sobre a profissão. O autor finaliza o artigo com sugestões que todo professor de inglês no Chile precisa pôr em prática, bem como aqueles de outros países.

O penúltimo artigo da primeira parte intitula-se La formación de los profesores de inglês de las escuelas públicas mexicanas del nível de educación media básica, de José Luis Ramírez-Romero, Elva Nora Pamplón-Irigoyen, Rosa Ascención Espinoza Cid (da Universidad de Sonora, México, de Melaine Itsel Barrios Gaxiola e Claudia Ramos Merino, da Benemérita y Centenaria Escuela Normal del Estado de Sonora “Prof. Jesús Manuel Bustamante Mungarro”, México). Os autores descrevem e analisam a formação e o contexto de professores de inglês como língua estrangeira nas escolas públicas de ensino médio do México, além de caracterizarem e contextualizarem o sistema educacional mexicano. O artigo também discorre sobre limitações, benefícios e desafios no ensino de inglês nas escolas públicas do México.

Formação de professores em tempos críticos: a voz de uma das debatedoras de Laura Stella Miccoli, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), finaliza a primeira parte da coletânea. Nesse artigo, a autora convida o leitor a refletir sobre a formação de professores de línguas da contemporaneidade a partir de quatro perguntas, a ela proposta durante uma mesa redonda no VII CLAFPL: (1) O que é formar um professor de línguas nos tempos críticos de hoje?; (2) Quais os maiores desafios que um professor de línguas enfrenta hoje? O que fazer para superá-los?; (3) O que os alunos esperam dos professores? (4) Que principais contribuições da Linguística Aplicada podem ser mencionadas para a formação inicial e continuada de professores, considerando sua área de pesquisa? (MICCOLI, 2019MICCOLI, L. S. (2019). Formação de professores em tempos críticos: a voz de uma das debatedoras. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes ., p. 152). Laura Miccoli descreve a Linguística Aplicada como uma sólida área de pesquisa que contribui significativamente “para esclarecer os desafios enfrentados por professores e alunos nos mais diversos contextos de aprendizagem”.

A segunda parte da coletânea compreende três artigos. O primeiro é A transnational approach to language teacher education: the Glendon D- Teil experience in Cuba and Brazil, de Ian Martin e Brian Morgan (Glendon College, Canadá). Nele, os autores analisam experiências de alunos e professores brasileiros, canadenses e cubanos com a disciplina denominada D-TEIL, referente ao ensino de inglês como língua internacional. O foco da disciplina é estudar a língua sob as perspectivas políticas, históricas, psicológicas, linguísticas, educacionais e étnicas. O artigo ainda apresenta o conteúdo programático dessa disciplina, ministrada pelos autores, e as narrativas e reflexões dos alunos que cursaram a disciplina D-TEIL, além de parte das entrevistas realizadas com alguns alunos do curso.

Com Formação de professores/as em tempos críticos: reflexões sobre colonialidades e busca por um pensar decolonial, a professora Rosane Rocha Pessoa, da Universidade Federal de Goiás (UFG), apresenta o segundo artigo da segunda parte e responde a quatro perguntas cujo foco está em uma formação de professores com uma visão decolonizada e de autodeterminação como forma de “questionar e tornar visíveis as práticas de racialização, exclusão e marginalização” (PESSOA, 2019PESSOA, R. R. (2019). Formação de professores/as em tempos críticos: reflexões sobre colonialidades e busca por um pensar decolonial. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes ., p. 176). A autora também menciona três desafios enfrentados, em sua visão, pelos professores de línguas: (a) a crise da profissão docente; (b) a preparação para atuar em qualquer contexto; (c) as diferentes formas de ensinar. Ademais, o artigo também faz referência às expectativas dos alunos em relação aos professores do Curso de Letras e as principais contribuições da Linguística Aplicada para a formação de professores.

O terceiro e último artigo da segunda parte é de autoria da professora Walkyria Monte Mór, da Universidade de São Paulo (USP), e intitula-se Formação docente e educação linguística: uma perspectiva linguístico-cultural-educacional. A autora reflete sobre a formação de docentes com base em programas brasileiros de desenvolvimento da Educação Básica, segundo a autora, “há tempos suscita questionamentos e demanda por revisões”, além de descrever e avaliar o projeto nacional “Letramentos: linguagem, cultura, educação e tecnologia”, sob sua coordenação e do professor Lynn Mário Menezes de Souza, com participação de trinta universidades brasileiras, que tem como base os pressupostos do letramento crítico e da subjetivação.

A última parte da coletânea é introduzida pelo artigo Português língua de acolhimento: o que a prática nos ensina?, da professora Lucia Maria de Assunção Barbosa, da Universidade de Brasília (UnB). Em seu texto, a autora traz para a discussão o conceito de língua de acolhimento no ensino de português para falantes de outras línguas (imigrantes e refugiados) a partir de ações propostas e desenvolvidas pelos membros do Projeto de Pesquisa PROACOLHER - Português como Língua do Acolhimento. O projeto está sediado no Distrito Federal e o objetivo central do grupo foi “compreender os significados de ensinar e de aprender português em circunstâncias novas, desafiadoras e para um público com perfis tão diversificados” (BARBOSA, 2019BARBOSA, L. M. A. (2019). Português língua de acolhimento: o que a prática nos ensina? In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes., p. 211).

O artigo seguinte, Formação de professores indígenas como professores de línguas tradicionais, da professora Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), discute o processo de formação de professores indígenas de suas línguas tradicionais. A autora traça uma periodização da educação indígena no Brasil, iniciando no período colonial, em 1540, até os dias atuais e ressalta que a linguística indígena, como área de pesquisa, solidificou-se a partir dos anos de 1970. Além disso, também adverte “que até o presente momento não há uma política linguística nacional para as línguas indígenas brasileiras” (FERREIRA, 2019FERREIRA, M. N. O. (2019). Formação de professores indígenas como professores de línguas tradicionais. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada. Campinas, SP: Pontes ., p. 239).

O último artigo dessa terceira parte é de autoria de Rodrigo Camargo Aragão, da Universidade Estadual de Santa Cruz, Linguajar e emocionar os tempos de crise na formação de professores de línguas. No seu texto, o autor reflete a respeito das emoções na formação de professores de inglês, analisando relatos de experiências de aprendizagem de alunos no ensino da língua-alvo no contexto brasileiro. Apoiado na base teórica da Biologia do Conhecer de Humberto Maturana, Aragão (2019) traz para a discussão a influência da cultura patriarcal e o diálogo, acolhimento e reflexão, por exemplo, como elementos norteadores na aprendizagem de inglês.

Cada texto da coletânea traz importante contribuição para as pesquisas desenvolvidas no âmbito da formação de professores de línguas e para a área da Linguística Aplicada. Os onze artigos registram a construção criativa do conhecimento como meio de libertação e conscientização para o processo de transformação (FREIRE,1996/2004FREIRE, P. (1996/2004). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30 ed. São Paulo: Paz & Terra.), e a necessidade de o professor cada vez mais conhecer e compreender seu contexto de atuação.

A coletânea é um convite à leitura para alunos, professores e pesquisadores de Letras e Pedagogia que se debruçam sobre questões epistemológicas atuais sobre a formação de professores de línguas e desejam aprofundar seus conhecimentos sobre a temática, a partir de uma perspectiva reflexiva e crítica.

Esta resenha finaliza com a certeza de que Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada problematiza saberes de diferentes contextos sócio-históricos, de diferentes vozes latino-americanas de linguistas aplicados sobre formação de professores, outorgando, assim, maior visibilidade para a Linguística Aplicada, como área transdisciplinar (CELANI, 2008CELANI, M. A. A. (2008). Perguntas ainda sem resposta na formação de professores de línguas. In: GIMENEZ, T.; MONTEIRO, M. C. G. (orgs.). Formação de professores de línguas na América Latina e transformação social. Campinas, SP: Pontes .) e indisciplinar (MOITA LOPES, 2006MOITA LOPES, L. P. (2006). Introdução: uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo da linguística aplicada. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola.), seja no Brasil, seja no exterior.

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    É mister ressaltar que o I CLAFPL foi sediado na cidade de Florianópolis, em 2006. Evento este nascido a partir da iniciativa dos membros do Grupo de Trabalho Formação de Educadores na Linguística Aplicada, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL).

REFERÊNCIAS

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  • BARCELOS, A. M. (2019). Formação de professores de línguas em tempos críticos: desafios e possibilidades sustentados na amorosidade. In: MAGNO E SILVA, W.; SILVA, W. R.; CAMPOS, D. M. (orgs.). Desafios da formação de professores na Linguística Aplicada Campinas, SP: Pontes .
  • CELANI, M. A. A. (2008). Perguntas ainda sem resposta na formação de professores de línguas. In: GIMENEZ, T.; MONTEIRO, M. C. G. (orgs.). Formação de professores de línguas na América Latina e transformação social Campinas, SP: Pontes .
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2020
  • Data do Fascículo
    May-Aug 2020

Histórico

  • Recebido
    26 Abr 2020
  • Aceito
    08 Jul 2020
  • Publicado
    05 Ago 2020
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