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Motivações para o ingresso dos idosos em instituições de longa permanência e processos adaptativos: um estudo de caso

Motivations for elderly entrance in long term institutions and adaptation processes: a case study

Motivaciones para el ingreso de los ancianos en instituciones de larga permanencia y procesos de adaptación: un estudio de caso

Resumos

Estudo de caso objetivando conhecer quais os principais fatores que conduzem um idoso a procurar uma Instituição de Longa Permanência e de que maneira logra sua adaptação a este ambiente. Utilizou-se para coleta de dados as técnicas de história de vida e a observação não participante. O período de coleta foi de abril a julho de 2006. Foram entrevistadas nove idosas. A análise dos dados foi realizada pela técnica de análise do discurso. Os resultados indicam que o ingresso na instituição decorre da solidão, das necessidades de cuidados, dos conflitos familiares e das perdas de entes queridos. A adaptação ocorreu pela inserção nas atividades cotidianas, por já terem vivido em outras instituições semelhantes. Quando a adaptação é satisfatória, para a idosa, decorre fortemente das motivações do ingresso. Em alguns casos não houve adaptação e sim acomodação a uma realidade não mutável.

Instituição de longa permanência para idosos; Estudo de caso; Adaptação; Idoso


The objective of this case study was to better understand the principle factors which conduct an elderly Brazilian to seek permanence in a Long Term Institution and the manner in which they achieve their adaptation to their environment. The history of life and non-participant techniques were applied in order to collect the data through interviews with nine elderly Brazilians from April to July, 2006. The data analysis employed speech analysis, and indicated that admission into the institution resulted from loneliness, care necessities, family conflicts, and loss of loved ones. Adaptation occurred through the insertion of daily activities, for having lived in similar institutions previously. Adaptation satisfaction in these elders resulted strongly from their individual motivations for entrance. In some cases, adaptation did not occur in the place of an accommodation to an unchangeable reality.

Homes for the aged; Case study; Adaptation; Elderly


Estudio de caso cuyo objetivo es conocer cuáles son los principales factores que conducen un anciano a buscar una institución de larga permanencia, y de qué manera logra su adaptación a este ambiente. Para la recolección de los datos se utilizaron las técnicas de historia de vida y la observación no participante. El periodo de recolección fue de abril a julio de 2006. Fueron entrevistadas nueve ancianas. El análisis de los datos fue realizado por medio de la técnica de análisis del discurso. Los resultados indican que el ingreso en la institución resulta de la soledad, de la necesidad de cuidados, de los conflictos familiares y de la pérdida de seres queridos. La adaptación ocurrió de la inserción en las actividades cotidianas, o por ya haber vivido en otras instituciones semejantes. La adaptación de forma satisfactoria para la anciana transcurre de las motivaciones del ingreso. En algunos casos no hubo adaptación y sí una acomodación a esa realidad.

Hogares para ancianos; Estudio de caso; Adaptación; Anciano


ARTIGO ORIGINAL

PESQUISA

Motivações para o ingresso dos idosos em instituições de longa permanência e processos adaptativos: um estudo de caso

Motivations for elderly entrance in long term institutions and adaptation processes: a case study

Motivaciones para el ingreso de los ancianos en instituciones de larga permanencia y procesos de adaptación: un estudio de caso

Maria Eliana Peixoto BessaI; Maria Josefina da SilvaII

IMestre em Enfermagem. Enfermeira do Programa Saúde da Família do Município de Pindoretama. Ceará, Brasil

IIDoutora em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Ceará, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Maria Eliana Peixoto Bessa Rua Graciliano Ramos nº331 60.415-050 - Bairro de Fátima, Fortaleza, CE, Brasil E-mail: elianabessa@hotmail.com mjosefina@terra.com.br

RESUMO

Estudo de caso objetivando conhecer quais os principais fatores que conduzem um idoso a procurar uma Instituição de Longa Permanência e de que maneira logra sua adaptação a este ambiente. Utilizou-se para coleta de dados as técnicas de história de vida e a observação não participante. O período de coleta foi de abril a julho de 2006. Foram entrevistadas nove idosas. A análise dos dados foi realizada pela técnica de análise do discurso. Os resultados indicam que o ingresso na instituição decorre da solidão, das necessidades de cuidados, dos conflitos familiares e das perdas de entes queridos. A adaptação ocorreu pela inserção nas atividades cotidianas, por já terem vivido em outras instituições semelhantes. Quando a adaptação é satisfatória, para a idosa, decorre fortemente das motivações do ingresso. Em alguns casos não houve adaptação e sim acomodação a uma realidade não mutável.

Palavras-chave: Instituição de longa permanência para idosos. Estudo de caso. Adaptação. Idoso.

ABSTRACT

The objective of this case study was to better understand the principle factors which conduct an elderly Brazilian to seek permanence in a Long Term Institution and the manner in which they achieve their adaptation to their environment. The history of life and non-participant techniques were applied in order to collect the data through interviews with nine elderly Brazilians from April to July, 2006. The data analysis employed speech analysis, and indicated that admission into the institution resulted from loneliness, care necessities, family conflicts, and loss of loved ones. Adaptation occurred through the insertion of daily activities, for having lived in similar institutions previously. Adaptation satisfaction in these elders resulted strongly from their individual motivations for entrance. In some cases, adaptation did not occur in the place of an accommodation to an unchangeable reality.

Keywords: Homes for the aged. Case study. Adaptation. Elderly.

RESUMEN

Estudio de caso cuyo objetivo es conocer cuáles son los principales factores que conducen un anciano a buscar una institución de larga permanencia, y de qué manera logra su adaptación a este ambiente. Para la recolección de los datos se utilizaron las técnicas de historia de vida y la observación no participante. El periodo de recolección fue de abril a julio de 2006. Fueron entrevistadas nueve ancianas. El análisis de los datos fue realizado por medio de la técnica de análisis del discurso. Los resultados indican que el ingreso en la institución resulta de la soledad, de la necesidad de cuidados, de los conflictos familiares y de la pérdida de seres queridos. La adaptación ocurrió de la inserción en las actividades cotidianas, o por ya haber vivido en otras instituciones semejantes. La adaptación de forma satisfactoria para la anciana transcurre de las motivaciones del ingreso. En algunos casos no hubo adaptación y sí una acomodación a esa realidad.

Palabras clave: Hogares para ancianos. Estudio de caso. Adaptación. Anciano.

INTRODUÇÃO

A longevidade é uma realidade dos tempos atuais, porém trás consigo a necessidade de adaptação pelas perdas que vão ocorrendo ao longo da vida. Viver mais significa ver seus entes queridos serem tirados do convívio pela morte, pela mudança para lugares longínquos ou pelo distanciamento que a vida moderna provoca, com o seu individualismo e hedonismo.

Assim, o idoso se vê compelido a reconstituir seus vínculos, a buscar formas de viver seu cotidiano, sem contar mais com as redes de apoio familiar. O idoso pode ser forçado a aprender a conviver com aqueles totalmente desconhecidos, após longa trajetória de vida convivendo com aqueles com quem mantinha laços de amizade e consangüinidade, deixando para trás seu estilo de vida pessoal e de viver seu cotidiano. É nesse contexto que o residente em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) reconstitui o seu cotidiano, no qual se faz funcionar "todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, idéias, ideologias".1:23

Residir em uma ILPI leva a um reestabelecimento da vida na sua integralidade, o que, para quem vivencia o envelhecimento pode ser um evento por demais complexo. Culturalmente uma ILPI é rejeitada socialmente2 pelo simbolismo que carrega, por outro lado, está cada vez mais sendo a alternativa de quem ficou sem condições de tocar a vida autonomamente.

As ILPIs são "instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania."3:1

Dessa forma, nos interessa conhecer quais os principais fatores que conduzem um idoso a procurar uma ILPI e de que maneira logra sua adaptação a este ambiente.

ASPECTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS

Neste ensaio, utilizou-se a estratégia de pesquisa Estudo de Caso,4 já que se adentra o universo natural do institucionalizado, com uma abordagem compreensiva.

O estudo foi realizado em uma ILPI da cidade de Fortaleza - CE, situada em bairro próximo do centro, que possui características filantrópicas, é mantida por uma ordem de religiosas e abriga somente mulheres. A instituição se mantém por meio de donativos da comunidade, do Estado e da aposentadoria das idosas residentes.

A escolha da instituição para o estudo ocorreu após visitas informais às ILPIs de Fortaleza, durante o mês de outubro de 2005. Esta foi escolhida de forma intencional, porquanto se assemelha a uma instituição fechada, uma vez que se trata de um local de residência e trabalho onde grande número de indivíduos de igual situação, isolados da sociedade, partilham em sua reclusão uma rotina diária, administrada formalmente.5

A referida instituição tem cerca de 60 idosas residentes, divididas em dois grupos, isto é, duas alas com populações distintas: o pensionato com 18, e a vila com 42 idosas. As que residem no pensionato pagam pela moradia e possuem liberdade para organizar as atividades cotidianas. Já na vila, as idosas que possuem recursos também contribuem para sua moradia, mas apenas em caráter cooperativo e estão sujeitas às normas e rotinas da instituição. Assim, os sujeitos do estudo foram as residentes na ala da vila, considerando que elas participam de várias atividades institucionais.

A amostra foi composta por saturação dos resultados representada por nove sujeitos. Após o período de observação não participante, quando uma das autoras permaneceu, na ala do pensionato da ILPI, por um turno durante seis semanas para conhecer o seu cotidiano e se fazer conhecida, foram convidadas a participar idosas com diferentes estilos, como a mais ativa, a mais reservada, uma que ficava sempre no portão, e também por indicação delas próprias, na perspectiva de estabelecer a dinâmica das suas relações.

Este estudo de caso utiliza as seguintes fontes de informações: observação e entrevista, baseada no roteiro de história de vida focalizada no período que cobre desde as motivações que levaram a residente a procurar a instituição com a finalidade de morar ali.

A técnica da história de vida permite produzir um conhecimento mais próximo da realidade e do cotidiano dos envolvidos, procurando compreender seu dia-a-dia, constituindo uma narrativa do conjunto de experiências de uma vida humana.6

Passada a fase de curiosidade por parte das idosas residentes pela presença da observadora e, esta já integrada à paisagem local, iniciaram-se as anotações sobre o cotidiano. Na seqüência, realizaram-se as entrevistas de história oral de vida com roteiro, registradas em gravador digital. A coleta de dados terminou em julho de 2006, quando não havia mais acréscimo de informações.

Como técnica para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de discurso,7 que visa à compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para os sujeitos.

Após a transcrição das fitas, as falas foram organizadas individualmente, em cada categoria, verticalmente, com o intuito de buscar o sentido. Foram organizadas em forma de tabela com duas colunas: no lado esquerdo, representou-se a fala das entrevistadas - unidade de significado; no lado direito, a busca do sentido - interpretação do significado. Por fim, culminava no sentido do discurso de cada personagem. No momento seguinte, foi feita uma leitura transversal das entrevistas, com o objetivo de encontrar semelhanças nas histórias individuais, o que orientou as análises, refletidas no conjunto das entrevistas. Cada personagem recebeu como pseudônimo o nome de uma flor.

Esse material empírico foi complementado com as anotações de campo e as observações registradas durante a visita à instituição, ajudando a compor as respostas às questões que motivaram o estudo. Este foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, de acordo com o protocolo 55/06 e cumpriu o protocolo de pesquisa com seres humanos, investigação in anima nobili, de acordo com a Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, Brasil.

Todas as idosas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao aceitarem participar do estudo como informantes e, a seguir, notificou-se às responsáveis pela ILPI, componentes de uma ordem religiosa, da aceitação de cada uma delas. A escolha dos codinomes para garantir a privacidade das idosas participantes do estudo foi de caráter pessoal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a leitura e releitura das entrevistas, emergiram as seguintes categorias de análise4: "ingresso na instituição", com as subcategorias favorecimento de práticas religiosas, evitar solidão e influência de outras pessoas, necessidade de cuidados de saúde, conflito e exclusão familiar. A categoria "processo adaptativo" teve as seguintes subcategorias: sentimento de perda/enfrentamento da realidade e abdicar da autonomia pela segurança institucional. Os registros das observações colaboraram na análise das falas.

Ingresso para a instituição

Nesta categoria, as idosas apresentaram sentidos diferentes, revelando as particularidades, individualidades.

Favorecimento das práticas religiosas

Do relato de Rosa, emergiu a seguinte unidade de significado: eu morava só na minha casa... eu decidi vim pra cá por que eu gostei. [...] Eu gosto de comungar todo dia. Todo dia eu vou a missa [...] melhorou muito.

A interpretação dos significados da fala de Rosa é de que não gostava de ficar sozinha; se ela continuasse só, não iria realizar as suas atividades religiosas e sua vida melhorou muito, porque na instituição ela evita a solidão e principalmente realiza suas atividades religiosas.

Religiosidade é para muitas pessoas o mais importante quadro de referência pessoal. Isto pode ser especialmente verdade para os adultos na segunda metade de suas vidas. Os teóricos do desenvolvimento tendem a concordar com a idéia de que, com origem na meia idade, os idosos passam a dar mais atenção aos aspectos internos do self e isso abre caminhos aos sentimentos e comportamentos religiosos.8 Baseia-se em valores individuais e em rituais relativos ao sobrenatural e ao que vai além do aspecto ôntico do viver cotidiano, mas na busca do ontológico da existência humana8 estando à vida do homem, independentemente de raça, cultura, ou tempo histórico.

A prática religiosa entre as residentes é facilitada por ser uma instituição mantida por uma ordem religiosa ligada à Igreja católica, possuindo em toda sua extensão imagens de santos, tendo também uma gruta com imagem de uma santa próxima às casas, logo após o refeitório.

As idosas manifestam a sua religiosidade de várias formas, indo à missa diariamente, ou recitando o terço perto da gruta, mesmo individualmente em suas casas ou junto às imagens de santos. Muitas costumam realizar suas orações dentro da capela ou nas residências. Tem liberdade de expressar sua religiosidade livremente, o que se constatou com a presença de idosas evangélicas.

Evitar solidão e influência de outras pessoas

No caso de Violeta, percebemos que, além de evitar a solidão, em virtude da morte de sua mãe, buscou a ILPI por questões de segurança, por temer que algo acontecesse com ela. Conforme sugere sua fala, era eu e minha mãe, minha mãe, Jesus levou [...] eu não queria ficar só porque eu tenho medo.

Flor-de-Lis sempre residiu em casa de família, trabalhando como empregada doméstica. Sua patroa decidiu levá-la para a ILPI. Segundo seu relato, Flor-de-Lis gostou muito desta atitude da patroa, pois agora, no fim de sua vida, teria um local para morar. Acompanhemos a unidade de significado de sua fala: eu tô aqui por causa da minha patroa [...] porque ela achou que eu tava cansada de trabalhar. [...] Ela me botou aqui, achava que eu ia ficar nervosa, mas foi muito pelo contrário, foi uma benção que ela me deu descanso de espírito (Flor-de-Lis).

A solidão para o idoso está muitas vezes relacionada com as alterações que ocorrem no contexto familiar, principalmente as perdas de familiares. Flor-de-Lis, por não ter família, considerou a melhor opção ir para uma ILP. Esta poderá ser a tendência do futuro para uma geração de idosos que, em sua maioria, não terá filhos, "(...) fato que nunca aconteceu antes. Todo filho terá pais adultos, mas nem todo adulto terá filhos".9:50

A solidão descrita ocorreu com a maioria das entrevistadas que ficaram sozinhas por diversos motivos, entre os quais destacamos: separação/divórcio, morte de filhos, viuvez e também por serem solteiras.

Dessa forma, as pessoas envelhecem e ao depararem-se sozinhas em sua casa, decidem por livre vontade ou por influência de outras pessoas procurar uma ILPI, pois este torna-se "um projeto atraente a opções tidas como possíveis, posto que poderia oferecer um tipo de sociabilidade".10 A ILPI possibilita esta reconstrução de vida fora do contexto familiar e parental.

Necessidade de cuidados de saúde

Azaléia trabalhava em serviços gerais na própria instituição. Como foi diagnosticada a Doença de Parkinson, teve que se aposentar e então foi convidada pelas administradoras da instituição a ficar como residente. Vejamos a unidade de significado extraída de sua fala: eu comecei trabalhando aqui [...] mas começou a aparecer esse problema, fui pro médico ele disse que era mal de Parkinson, com o tempo me aposentei por invalidez. [...] Quando me aposentei, eu já trabalhava aqui então a Irmã chamou para eu morar aqui, para não ficar apanhando ônibus, não ficar andando no meio da rua e aí eu aceitei morar aqui. Aqui tenho a oportunidade de fazer a fisioterapia de graça (Azaléia).

A Constituição Brasileira, no Art 196, garante a todos os cidadãos o direito à saúde e a universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.11 O Estatuto do Idoso ratifica o que já era garantido por lei à população idosa, a "atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do [...] SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos".12:21

Na ILPI as idosas residentes têm acesso a serviços de saúde, pois há, em anexo, uma clínica onde se encontram os serviços de Clínica Geral, Cardiologia, Odontologia e Fisioterapia. É importante ressaltar que as idosas têm a liberdade de optar por outros recursos de saúde, conforme a seguinte fala: eu gosto do doutor daqui, mas ele fala que eu não tomo o remédio direito. Eu vou pra aquele hospital lá na Parangaba, eu vou pra aquele, é ótimo o doutor de lá, não é reclamação (Violeta).

As idosas também participam de grupos de Terapia Ocupacional na instituição, pois este é campo de estágio para estudantes de cursos de uma universidade privada de Fortaleza. Cada estudante é responsável por uma idosa. Os grupos funcionam nas terças e quintas-feiras no período da tarde. São formados grupos nesses dois períodos a fim de que todas as idosas participem das atividades propostas para aquela semana, mas a maioria não se interessa pelas mesmas.

Em relação ao Serviço de Enfermagem, existe uma religiosa, que é enfermeira e também responsável tanto pelas alas como pela clínica supracitada, mas pode-se dizer que o serviço é ainda muito precário pela carência de pessoal de enfermagem.

Na ala da vila existe um espaço que é utilizado como enfermaria. Na ocasião da pesquisa, estava internada uma idosa com demência e com outras doenças que acometem o idoso no processo de envelhecimento. Hortênsia relata sua experiência na enfermaria, após um trauma sofrido por um acidente de carro: [a enfermaria] é horrível, [...] só trocava minha fralda duas vezes por dia, porque eu estava operada né? Numa cama dessa altura [cerca de 70 centímetros do chão] com a grade, tinha que urinar na fralda. Pra defecar a gente chamava, aí me levavam ao banheiro. Quem cuida são as próprias funcionárias do refeitório, quem tava lá eram elas, pra trocar minha roupa, pra dar o meu banho, pra me levar pro banheiro. De noite não tem ninguém não. De noite ficava uma senhora na enfermaria de terça a domingo. Na segunda elas não vem, a enfermaria fica abandonada [...] (Hortênsia).

A saúde, para o idoso, é um bem extremamente valorizado, pelo medo de dependência e da perda da autonomia para as atividades cotidianas. Esta valorização, para quem não conta com uma rede de apoio familiar, impulsiona a procurar e aceitar mudanças ou ajustar aspectos relevantes de vida autônoma para a segurança do cuidado. Neste aspecto, a ILPI parece ser o lugar de eleição para morar.

Conflitos e exclusão familiar

O discurso de Orquídea mostra toda a sua trajetória de ingresso para a instituição que consta; além da exclusão familiar, do preconceito que as pessoas têm com relação aos idosos. Assim se expressou: meu filho nasceu morto, meu marido desapareceu, os meus pais morreram, aí eu fui morar com a minha família, minha irmã que é casada, morei com ela 20 anos. Quando vi já tava com 40 anos [...] trabalhei pela prefeitura, numa fábrica de costura, e também em um supermercado, [...] ai fui juntando, em 94 quando completei 60 anos eu me aposentei [...] quando foi em 97 eu vim lá pra casa da minha irmã e de uma sobrinha [...] aí ela noivou no ano que eu entrei aqui, então ela disse: - mamãe eu vou casar, e a senhora vai vender esta casa, e a titia toma seu rumo. Aí eu fiquei tão magoada, porque nós idosos quando chega uma idade x a gente se sente humilhado, porque quando uma pessoa diz isso é porque está sobrando naquela casa [...] (Orquídea).

A Constituição Federal , no Art. 229 afirma que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas.11 O Estatuto do Idoso, no Art. 3º, prioriza o atendimento ao idoso por meio de suas próprias famílias.12 Entretanto, é comum observar em algumas famílias os conflitos intergeracionais e a exclusão familiar, levando o idoso a sair do contexto familiar para procurar uma ILPI. O sentido de família para o idoso é de um espaço de proteção, aconchego, segurança. As gerações anteriores, das quais as idosas estudadas fazem parte, têm a concepção de família não só em seu núcleo, mas também com os parentes mais próximos. Assim, há a expectativa de amparo. O pragmatismo do encaminhamento dado pela sobrinha de Hortênsia confere o sentido de "sobrar", estar fora do contexto familiar que ela considerava como seu. Assim, uma vez que a família sai de cena por conflitos ou ausência, a idosa reorganiza seu contexto familiar por meio da adaptação, alterando os padrões da idosa, crenças e emoções,10 em relação à família e reorganizando as formas de interdependência.

Dessa maneira, a família dessas idosas passa a ser a própria instituição, pois é nela que terão acolhimento e acompanhamento no seu cotidiano e durante o envelhecimento. Nesta nova família que se forma, os papéis são definidos de acordo com a organização funcional da instituição.

Processo adaptativo

Esta categoria juntamente com a anterior, é importante para a compreensão do cotidiano de cada idoso. Quando a idosa escolheu ou aceitou ingressar numa ILPI, a adaptação aconteceu de modo natural, implicando a (re)construção do cotidiano de maneira favorável, inclusive na aceitação das normas da instituição.

As subcategorias identificadas foram - Sentir-se produtiva, Sentimentos de perda/enfrentamento da realidade e Abdicar da autonomia pela segurança institucional.

Sentir-se produtiva

Algumas idosas, ao chegarem à instituição, sentiram-se produtivas, pois essas desenvolviam atividades, sendo uma forma também de sentirem-se acolhidas. A primeira vez eu gostei, a Irmã [...] era uma ótima pessoa, tratava a gente muito bem, [...] tratava a gente como filha eu cheguei aqui, era ótimo. [...] Eu cuidava disso aqui tudo, eu dormia com elas, arrumava uma coisa, lavava roupa, fazia tudo... [...] aí fiquei numa idade mais avançada aí a Irmã não aceitou mais agora eu vivo só para mim, graças a Deus (Violeta).

Muitas idosas utilizaram a expressão "adaptar-se" para dizer que a reorganização do seu cotidiano foi realizada de forma positiva. Podemos associar este tema ao que é preconizado como envelhecimento ativo, sendo este "o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas".13:13

A palavra "ativo" refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. Manter-se participativo é uma das formas que possibilita o envelhecimento ativo, "promovendo a participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo",12:32 e mantendo sua autonomia e independência.

A retirada de atividades que o idoso rotineiramente executa não significa incapacidade de se administrar, sem autonomia nas atividades de vida diária; ocorre semelhante à ambiência familiar quando o idoso é convencido a não fazer atividade considerada pesada, o que não deixa de ser um processo adaptativo, que pode ser favorável ao idoso. Pode significar mais tempo para si e preservação do desgaste excessivo do corpo. Em muitas idosas, esse trabalho inicial favoreceu a adaptação. Muitas se dizem felizes e bem adaptadas em virtude desta interação idoso/comunidade na instituição.

Cada idosa também é responsável pelo seu espaço. Existem funcionárias para varrer os quartos, lavar e passar as roupas, fazer a comida; mas grande parte das idosas ainda realiza as atividades domésticas. Como os quartos são individualizados, elas os consideram como um local próprio e por isso sentem a necessidade de zelar por eles.

Sentimentos de perda/enfrentamento da realidade

Margarida passou por um grande momento de desestruturação antes de entrar na instituição. Perdeu seus parentes e bens materiais, e ainda não conseguiu se desvincular do mundo que deixou para trás.

Dentro da instituição começou a deparar-se com o seu futuro: a velhice. Por isso ficava deprimida, mesmo participando de atividades na instituição. Ela revela o seu conformismo. Foi difícil eu me acostumar, passei um ano chorando, quando tinha meu tio, minha tia, minha mãe tudo vivo, trabalhava só cinco horas, ganhava bem, só que aí quando eles morreram, vendi tudo pra poder vir pra cá, foi um destroço medonho [...] eu chorava, queria a minha casa, queria a minha família, a minha mãe, o meu trabalho que eu perdi tudo, eu fiquei doente e não pude mais trabalhar, perdi minha irmã, só podia [...] sentir muito não é? [...] me meti aqui, só via cara de velho, quando eu vim pra cá não tinha a idade que eu tenho hoje, uma pessoa de quarenta e poucos anos [...], eu ainda não to bem acostumada, agora eu não sei bem se é bem acostumada ou é bem conformada (Margarida).

As perdas progressivas de entes significativos e do papel social levam o idoso a procurar espaços onde possam ser aceitos, no caso, uma instituição própria para recebê-lo. A idade cronológica de entrada no que se conceitua de velhice, por vezes, é antecipada pelas circunstâncias existenciais, levando a uma série de exclusões que levam precocemente a pessoa à condição de velho.14 Foi o caso de Margarida.

As perdas que acompanham o ser humano, no decorrer de sua vida, acentuam-se com o passar do tempo, notadamente na velhice, provocando mudanças na autonomia e na independência.

Muitas idosas entrevistadas diziam não estar bem adaptadas, mas conformadas: minha vida é essa aqui, tô conformada, graças a Deus já tô viúva, o marido com toda ruindade, já faleceu né, rezo o meu terço diariamente e a leio a bíblia, faço minhas orações. Eu estou conformada, mas não adaptada. Tô conformada, é a vontade de Deus, né? (Hortênsia).

Na ILPI, a idosa reconstrói sua vida, não a que tinha antes, mas em uma dimensão muito restrita.15 "A localização da velhice no asilo parece não se apenas geográfica, mas também representativa: o asilo passa a ser visto como uma espécie de limbo, onde a velhice se encontra fora do tempo e do espaço, sacralizada, vista como degeneração, alienada do mundo".16:19

Conformar-se pode tanto significar adaptar-se como resignar-se, submeter-se,17 e este é o sentido dado pela depoente. Resigna-se a ficar na instituição, pois não tem alternativa. Há, portanto, um período na (re)organização do seu cotidiano e na interação com os demais residentes. A idosa, mesmo estando lá, não se sente parte dela.

O interesse pelos outros diminui no idoso, agravando-se quando isolado do convívio dos que lhe eram significativos. Interessa-se mais por si próprio, ficando mais isolado. As respostas emocionais diminuem, bem como a capacidade de compreensão e as atividades do pensamento. Como o idoso tende a isolar-se, durante a pesquisa, era comum observar várias idosas no corredor, mas não havia conversas entre elas. Não é comum também a presença de idosas no quarto de outra idosa, apenas quando é convidada: ninguém, aqui vai na casa de ninguém, aqui ninguém gosta disso. Na hora da merenda, tá todo mundo ali sentado, mas ninguém fica batendo boca com ninguém (Orquídea).

Além do sentimento de perda nesse período da adaptação, muitas idosas acabam se deparando com a própria realidade. Ao olhar para o outro veêm-se como se fosse um espelho.

O Estatuto do Idoso, em seu Art. 49, incentiva "o atendimento personalizado e a criação em pequenos grupos."12:42 Tais atividades são importantes, principalmente em ILPI, pois favorece a integração entre os membros residentes, ajuda a enfrentar o envelhecimento de forma digna, e além disso, auxiliam na adaptação do idoso.

Abdicar da autonomia pela segurança institucional

Despojadas de seu papel social, enfrentam a "morte civil", ou seja, perdas dos direitos à cidadania pela ruptura dos laços familiares, de trabalho, amigos, cultura, privacidade e as relações com o mundo como parte dele. O idoso vive sua última etapa de vida na instituição entre o aborrecido e o melancólico.16

No caso de Rosa, quando criança, residiu em uma instituição totalizadora, como é um internato para moças. Dessa forma, não se surpreendeu com o novo ritmo de vida institucional: eu já tive interna quando eu era criança estudei em colégio interno, no colégio da Imaculada Conceição, então não foi difícil eu me acostumar morar aqui; teve umas irmãs que estudaram comigo e ela mora aqui também, foi por intermédio dela que entrei aqui (Rosa).

A expressão que Rosa utiliza "ficar interna" para falar da instituição expõe a dimensão do que se denomina instituição total, embora uma ILPI tenha características diferentes do que a literatura define como tal. Há, porém, semelhanças que dificultam a adaptação: "[...] todos os aspectos da vida são realizados no mesmo local e sob uma única autoridade [...]; cada fase da vida diária do participante é realizada na companhia imediata de um grupo relativamente grande de outras pessoas [...]; as atividades diárias são rigorosamente estabelecidas em horários [...] e toda a seqüência de atividades é imposta de cima por um sistema de regras formais explícitas e um grupo de funcionários; finalmente, as atividades obrigatórias são reunidas num plano racional único, supostamente planejado para atender os objetivos oficiais da instituição".18:17-8

Na instituição onde as idosas entrevistadas residem, a participação nas atividades programadas é voluntária, mas há rigidez dos horários das refeições. O planejamento, visando atender aos objetivos da instituição, permite arranjos individuais distintos em função do nível de independência funcional e das relações que os indivíduos entretêm fora de lá.

Algumas idosas acordam às quatro horas para ir à missa. Essa rotina é realizada diariamente, salvo nos dias em que estão doentes. Logo após a missa, retornam e vão ocupar o seu lugar no refeitório. Este é um vão no corredor, próximo a algumas casas, vizinho à enfermaria e próximo à gruta da Virgem. Vale ressaltar que nem todas as idosas vão à missa, preferem dormir até mais tarde e levantam-se perto da hora do café (às sete horas). Da mesma forma, algumas idosas não lancham no refeitório, ou levam suas refeições para o seu quarto ou ainda fazem, elas mesmas, o seu café.

Após o café, as idosas dirigem-se às suas residências e vão realizar as atividades domésticas: varrer a casa, passar o pano, lavar roupa, arrumar o guarda roupa. Quando terminam, já está próximo à hora do lanche; é comum próximo ao horário das refeições, as idosas se encaminharem para o corredor e ficarem esperando o sino tocar, pois este é o aviso de que a refeição está sendo servida. É importante ressaltar que nesse período de espera pela refeição, geralmente, não conversam umas com as outras; ficam rezando ou assistindo televisão, mas não interagem.

Vejamos o que uma das idosas fala acerca das normas: na casa da gente, a gente é livre, tudo é diferente, tudo aqui tem um horário, na casa da gente é à vontade. Se chega uma visita na casa da gente, eu fico com tanta vergonha de dizer que já tá na hora, tem que sair correndo com a pessoa, que é o jeito que tem, a gente não tá na casa da gente, na casa da gente não tem horário de nada, pode sair à hora que quiser, é muito diferente. Toda casa de colégio, de idosos, tem que ter o regulamento da casa (Margarida).

Neste item, observamos que, quando a idosa tomou conhecimento prévio da ILPI, em alguma ocasião de sua vida teve contato com uma instituição total, o processo adaptativo ocorreu de forma favorável. Daí a importância de decidir ir morar numa instituição deste tipo. É necessário o idoso estar a par de todas as informações que possam ajudá-la na escolha e de adaptação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para as idosas entrevistadas, a inserção na ILPI deu-se por iniciativa pessoal, mas não sem pressões externas, como solidão, medo de violência urbana, exclusão familiar e possibilidade de apoio, tanto no campo da saúde como no cuidado de si, pela instituição. Estas são motivações que poderiam ser contornadas caso se efetivassem as políticas direcionadas aos idosos, especialmente no aspecto relativo à saúde, uma vez que o Sistema Único de Saúde possui uma rede de serviços, especialmente na atenção básica, que pode, de forma satisfatória, apoiar as famílias que decidam permanecer com seus idosos, mesmo dependentes. É necessária, pois, uma tomada de decisão política e de formação dos profissionais para a incumbência deste cuidado.

O processo adaptativo ocorreu, para algumas idosas, com certa resistência e tristeza, expressa nos discursos em diferentes contextos. Há certa melancolia e sentimento de aceitação do que está sem jeito. A diferença entre a adaptação ocorrida, expressa na imersão das atividades cotidianas da instituição da aceitação, está revelada não apenas no discurso, mas também no entendimento de que a instituição é um lugar de velho, como a última morada.

O processo adaptativo favorável é fundamental para quem vai residir, de forma permanente, em um ambiente fechado, como é uma ILPI. Embora as idosas tenham liberdade de sair e de receber visitas, ficam sem referências externas e não saem, ou evitam as visitas, pelo constrangimento de ter hora marcada para entrar e sair.

O isolamento pela perda das referências e pelo escasseamento das visitas ao longo do tempo, é um dos fatores mais nefastos das ILPI. Embora este ensaio expresse os resultados de um estudo de caso, que por sua natureza, retrata uma realidade particular, as causas de ingresso expressas nos discursos não diferem significativamente da maioria dos idosos que residem em instituições semelhantes. O processo adaptativo é diferente das instituições laicas, pelo fato de reforçar o aspecto religioso nas residentes.

As histórias de vida possibilitaram uma visão do discurso emitido além do sentido contextual, ou seja, do espaço institucional, permitindo estabelecer relações anteriores ao ingresso na ILPI e os processos adaptativos elaborados por parte de cada entrevistada.

Recebido em: 29 de junho de 2007

Aprovação final: 23 de abril de 2008

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Jul 2008
    • Data do Fascículo
      Jun 2008

    Histórico

    • Recebido
      29 Jun 2007
    • Aceito
      23 Abr 2008
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