Acessibilidade / Reportar erro

Cirurgia redutora de volume pulmonar

CORRESPONDÊNCIAS

Cirurgia redutora de volume pulmonar

Gostei do artigo sobre cirurgia redutora (Cirurgia redutora de volume pulmonar: critérios de seleção de pacientes no Hospital Universitário Antônio Pedro, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, RJ — Rev Assoc Med Bras 2003; 49(3): 274-7) e minha impressão é que se trata de um trabalho de "garimpo" conseguir pacientes aptos à cirurgia, já que a maioria deles apresentam comorbidades como mostrado no artigo. Porém, gostaria de tirar algumas dúvidas:

1. Pelo que entendi, não foi realizada pletismografia nos pacientes que participaram no estudo. O próprio artigo cita que é importante avaliação dos volumes, principalmente o volume residual.

2. Os pacientes não foram submetidos a exame de difusão de CO. Esse exame não traria subsídios para melhor indicação da CRVP?

3. Ergoespirometria: todos os pacientes foram submetidos a teste de caminhada, que sem dúvida, permite uma avaliação razoável. Mas, em se tratando do tipo de pacientes em avaliação, não seria mais conveniente contar com um exame mais detalhado como a ergoespirametria? Creio que se poderia tirar muito mais subsídios desse exame. Gostaria de saber a opinião dos autores.

Nivaldo Luiz Botega

Ourinhos - SP

Resposta dos autores

Sem dúvida, são levantadas questões importantes em relação ao artigo por nós publicado sobre cirurgia redutora de volume pulmonar, sendo necessários alguns esclarecimentos.

Em relação à pletismografia e estudo da difusão, esta foi realizada no paciente que foi submetido ao procedimento cirúrgico. Reservamos estes exames para os pacientes que após serem aprovados para cirurgia aceitem serem submetidos ao procedimento. Tal paciente apresentava volume residual de 173% do previsto no pré-operatório e pudemos constatar redução para 120% do previsto no pós-operatório.

Em relação à avaliação funcional, encontramos melhora sensível ao compararmos o pré-operatório CVF de 2,01 litros, VEF1 de 0,79 litros sem resposta ao teste broncodilatador com o pós-operatório no qual encontramos CVF de 2,41 litros, VEF1 de 1,031 também sem resposta aos broncodilatadores.

No estudo da difusão pulmonar pudemos observar melhora entre o pré-operatório D/VA de 1,61 ou 39% do previsto no pré-operatório e D/VA de 3,45 ou 72% do previsto no pós-operatório.

Embora concorde que a ergoespirometria nos daria dados não obtidos ao teste de caminhada por seis minutos (TC6M), optamos pelo (TC6M), por ser um exame simples e facilmente reprodutível, não necessitando equipamentos dispendiosos para os diversos serviços que desejem realizar avaliação de pacientes com DPOC. No paciente selecionado e operado, pudemos constatar melhora entre o pré e pós-operatório, com o paciente caminhando 290m, efetuando duas paradas devido à dispnéia intensa e referindo um índice de dispnéia de Borg de 5 no pré-operatório e após a cirurgia caminhando 390m sem interrupções e referindo um índice de dispnéia de Borg igual a 1.

Rodolfo Fred Behrsin

Niterói - RJ

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jan 2005
  • Data do Fascículo
    Dez 2004
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br