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Editoração científica: a luta continua

EDITORIAL

Editoração científica: a luta continua

Não há dúvida de que os periódicos científicos são o meio privilegiado para a divulgação do conhecimento científico, tanto que a produção científica das instituições e de seus pesquisadores é avaliada, prioritariamente, pelo número de artigos publicados. Tal condição tem gerado enorme exigência e - por que não o dizer? - pressão para que se publique, gerando até mesmo o já conhecido jargão “publique ou pereça”. Certamente os efeitos dessa condição são tanto positivos quanto negativos, não cabendo aqui, no espaço deste editorial, entrar no mérito das razões que geram essas pressões, nem analisar as suas consequências.

Ao se destacar a importância do periódico científico e dos efeitos da condição acima indicada, o propósito é, mais uma vez, chamar a atenção para algumas dificuldades inerentes ao processo de editoração, pois os níveis de exigência para que se publique não se traduzem, necessariamente, em melhoria significativa das condições financeiras e de infraestrutura para a produção do material a ser publicado e veiculado.

Com certeza nem todos os periódicos científicos enfrentam essas dificuldades, porém um grande número deles, particularmente aqueles relacionados à área de Ciências Humanas, em maior ou menor grau, são atingidos por condições muitas vezes desfavoráveis, dificultando o processo de profissionalização do contexto editorial em que se inserem.

Embora muito se tenha avançado nesse campo (exemplos disso são os editais conjuntos do MCT/CNPq/MEC/CAPES, das Fundações de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, além de contrapartidas das instituições onde os periódicos estão lotados), muito ainda é preciso fazer para que o processo de editoração não se torne apenas uma luta pessoal do editor, mas se constitua num projeto coletivo institucional, pois isto propiciaria melhores condições para se avançar também na contínua busca da qualidade, não apenas em termos gráficos, mas também de adequação às contínuas exigências da qualificação científica e editorial.

Nossa revista Psicologia em Estudo tem recebido financiamento a partir dos editais conjuntos do MCT/CNPq/MEC/CAPES, das Fundações de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, além de contrapartidas da Universidade Estadual de Maringá, fato que tem permitido a sua permanência no meio científico; mas tem ainda muito a conquistar em termos de infraestrutura a se consolidar a partir da existente, de pessoal suficiente para não haver sobrecarga desnecessária sobre alguns, de maior respaldo financeiro para melhorar a qualidade gráfica, e de condições para a conquista de metas fundamentais como: a manutenção da trimestralidade e periodicidade da revista; a consolidação de meios que permitam a diminuição do tempo gasto entre a submissão e a publicação dos artigos; a implementação da diagramação dos volumes da revista de acordo com a metodologia Scielo para serem disponibilizados on line; a migração da submissão on line do site da Universidade Estadual de Maringá para o site da Scielo; e o aumento no número de indexadores, para conferir maior visibilidade à revista, nacional e internacionalmente.

Enfim, após a apresentação desta breve discussão, que destaca o desafio a ser enfrentado por quem se disponha a ser editor científico de um periódico na área de Ciências Humanas, é hora de usufruir os artigos publicados no presente número de nossa revista, que trata de uma ampla gama de temas, de diferentes perspectivas epistemológicas e metodológicas e de uma considerável pluralidade teórica, configurando a amplitude tão característica da nossa ciência psicológica.

Paulo José da Costa

Editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jul 2011
  • Data do Fascículo
    Mar 2011
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