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Sociobiodiversidade e agricultura familiar em Joanópolis, SP, Brasil: potencial econômico da flora local

Biodiversity and family agriculture in Joanópolis, São Paulo State, Brazil: economic potential of the local flora

RESUMO

Este trabalho se propôs a realizar um estudo sobre o potencial econômico da flora local com objetivos de apontar ou fortalecer novas cadeias produtivas a partir da biodiversidade. O projeto foi realizado junto a agricultores familiares no município de Joanópolis, SP, Brasil. O trabalho consistiu de levantamento da flora local, com coleta e herborização do material, em cada uma das propriedades beneficiadas pelo projeto, sendo realizadas quatro visitas anuais, uma em cada estação do ano. Foram coletadas as espécies em estágio reprodutivo, com flores e/ou frutos, para identificação botânica. As espécies coletadas foram pesquisadas quanto a seu uso tradicional por populações locais; as informações obtidas foram sistematizadas em uma tabela como opções para produção agrícola. Como resultado, listamos mais de uma centena de possibilidades a partir da biodiversidade local para uso econômico e geração de renda.

Palavras-chave:
agroecologia; botânica econômica; desenvolvimento rural sustentável; uso econômico da biodiversidade

ABSTRACT

The aim of this work was to study the economic potential of the local flora in order to point out or reinforce new productive chains based on biodiversity. The project was carried out with family farmers in the municipality of Joanópolis, in São Paulo State, Brazil. The work consisted of surveying the local flora by means of collections in all the properties benefited by the project and subsequent herborization. The visits were made annually, one in each season The species in the reproductive stage, with flowers and/or fruits, were collected for botanical identification. The collected species were evaluated in relation to their traditional use by the local population and the information obtained was systematized in a table as alternatives for agricultural production. As a result, we have listed more than a hundred possibilities from the local biodiversity for economic use and income generation.

Keywords:
agroecology; economic botany; economic use of biodiversity; sustainable rural developmen

Introdução

O atual modelo hegemônico de uso da terra para produção agrícola tem causado danos aos recursos naturais, como solos, rios e biodiversidade, e suas externalidades negativas têm caracterizado a insustentabilidade deste modelo de uso da terra (Ehlers 1996Ehlers, E. 1996. Agricultura sustentável. Origens e perspectivas de um novo paradigma. Livros da Terra, São Paulo., Gliessman 2009Gliessman, S. R. 2009. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre., Mazoyer & Roudart 2010Mazoyer, M., Roudart, L. 2010. História das agriculturas no mundo: do neolítico á crise contemporânea. Editora UNESP, São Paulo., Oliveira et al. 2014Oliveira Jr., C.J.F., Santos, J.L., Maximo, H.C. 2014. A agroecologia e os serviços ambientais. Nature and Conservation 7: 19-32.), sendo que os processos de desertificação têm avançado em todo o mundo, chegando a afetar cerca de 35% dos solos agrícolas do planeta (ONU-Brasil 2012ONU-Brasil. 2012. É preciso zerar degradação dos solos, alerta ONU no Dia Mundial de Combate à Desertificação. Disponível em http://www.onu.org.br/e-preciso-zerar-degradacao-dos-solos-alerta-onu-no-dia-mundial-de-combate-a-desertificacao/ (acesso em 04-IX-2017).
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). De modo geral, ocorre a preferência por monocultivos de commodities e pouco valor é dado às cadeias produtivas das espécies nativas. Por outro lado, as agroflorestas têm sido valorizadas como estratégia produtiva de uso da terra e de grande potencial para uso das espécies nativas, sobretudo arbóreas, sendo capazes de gerar externalidades ambientais positivas, como produção de alimentos, proteção de águas, solos e biodiversidade (Ewel 1999Ewel, J.J. 1999. Natural systems as models for the design of sustainable systems of land use. Agroforestry Systems 45: 1-21., Kang & Akinnifesi 2000Kang, B. T., Akinnifesi, F.K. 2000. Agroforestry as alternative land-use production systems for the tropics. Natural Resources Forum 24: 137-151., Bhagwat et al. 2008Bhagwat, A.S., Wills, K.J., Birks, J.B., Whittaker, R.J. 2008. Agroforestry: a refuge for tropical biodiversity? Trends in Ecology and Evolution 23: 261-267., Jose 2009Jose, S. 2009. Agroforestry for ecosystem services and environmental benefits: an overview. Agroforestry Systems 76: 1-10., Altieri & Nicholls 2011Altieri, M. A., Nicholls, C. I. 2011. O potencial agroecológico dos sistemas agroflorestais na América Latina. Agriculturas 8: 31-34., Jose 2012Jose, S. 2012. Agroforestry for conserving and enhancing biodiversity. Agroforestry Systems 85: 1-8., Paludo & Costabeber 2012Paludo, R., Costabeber, J.A. 2012. Sistemas agroflorestais como estratégia de desenvolvimento rural em diferentes biomas brasileiros. Revista Brasileira de Agroecologia 7: 63-76., Lunelli et al. 2013Lunelli, N.P., Ramos, S.F., Oliveira Jr, C.J.F. 2013. Agroflorestas e externalidades. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável 8: 163-170.).

O modelo econômico adotado mundialmente permitiu grandes avanços em desenvolvimento tecnológico e gerou oportunidades para boa parte da população, mas ao mesmo tempo gerou pobreza e sérios problemas ambientais, agravando processos de desigualdade social (Vecchiatti 2004Vecchiatti, K. 2004. Três fases rumo ao desenvolvimento sustentável: do reducionismo à valorização da cultura. São Paulo em Perspectiva 18: 90-95., Rico 2004Rico, E.M. 2004. A responsabilidade social empresarial e o Estado: uma aliança para o desenvolvimento sustentável. São Paulo em Perspectiva 18: 73-82.). Mesmo os países ricos, e supostamente mais conscientes em termos ambientais, têm encontrado dificuldades em proteger sua diversidade natural em face do momento econômico atual (Morsello 2001Morsello, C. 2001. Áreas protegidas públicas e privadas: seleção e manejo. Annablume/FAPESP, São Paulo.). É notório que a economia globalizada promove o uso perdulário dos recursos naturais, sendo ainda que o consumismo e o desperdício têm contribuído para o esgotamento e insustentabilidade ecológica do planeta (Cavalcanti 2004Cavalcanti, C. 2004. Uma tentativa de caracterização da economia ecológica. Ambiente e sociedade, II: 149-158.).

Por outro lado, a rica diversidade da flora brasileira tem sido apontada como fonte incalculável de possibilidades para o uso econômico de seus elementos, sendo capaz de gerar benefícios socioeconômicos com o desenvolvimento de novas cadeias produtivas, como frutas nativas, espécies medicinais, fibras, óleos e outras formas de matéria prima para setores industriais (Leonel 2000Leonel, M. 2000. Bio-sociodiversidade: preservação e mercado. Estudos Avançados 14: 321-346., Clergue et al. 2005Clergue, B., Amiaud, B., Pervanchon, F., Lassere-Joulin, F., Plantureux, S. 2005. Biodiversity: function and assessment in agricultural areas. A review. Agronomy for Sustainable Development 25: 1-15., Ferro et al. 2006Ferro, A.F.P., Bonacelli, M.B.M., Assad, A.L.D. 2006. Oportunidades tecnológicas e estratégias concorrenciais de gestão ambiental: o uso sustentável da biodiversidade brasileira. Gestão & Produção 13: 489-501., liveira Jr & Cabreira 2012), o que inclui a pequena indústria relacionada a agricultura familiar. Sachs (2001)Sachs, I. 2001. Brasil rural: da redescoberta à invenção. Estudos avançados 15: 75-82. aponta ainda que a maior oportunidade de geração de empregos no campo está relacionada aos novos produtos da sociobiodiversidade, sendo o Brasil, um país bastante privilegiado neste aspecto.

As práticas da agricultura familiar têm sido consideradas como uma das melhores formas de uso e ocupação dos solos agrícolas, não somente pela possibilidade de geração de emprego e renda, mas também por demonstrar cuidados maiores com a biodiversidade, solos e rios (Carmo 1998Carmo, M.S. 1998. A produção familiar como locus ideal da agricultura sustentável. Agricultura em São Paulo 45: 1-15., Sachs 2001Sachs, I. 2001. Brasil rural: da redescoberta à invenção. Estudos avançados 15: 75-82.). Muitas das estratégias de novas cadeias produtivas da sociobiodiversidade derivam do conhecimento tradicional e podem contribuir para o desenvolvimento local, no qual, através de experiências reais que alicerçam programas educativos e demonstrativos, tem aumentando sua abrangência (Queiroz 2005Queiroz, H.L. 2005. A reserva de desenvolvimento sustentável Mamirauá. Estudos Avançados 19: 183-203.).

Portanto, pretende-se com este trabalho, levantar e sistematizar informações para novas possibilidades de usos sustentáveis da floresta e de sistemas agroecológicos de produção, objetivando a introdução de atividades econômicas baseadas na sociobiodiversidade, como estratégia para melhorias na qualidade de vida dos agricultores familiares e da sociedade em geral.

Material e métodos

A metodologia norteadora deste projeto é a construção e validação de estratégias agroecológicas para manejo ambiental produtivo e funcional, a partir da utilização da biodiversidade local, baseadas em metodologias participativas, e que são construídas a partir das premissas da pesquisa-ação (Thiolent 2007Thiollent, M. 2007. Metodologia da pesquisa-ação. Cortez, São Paulo., Altieri 2012Altieri, M.A. 2012. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Expressão Popular, São Paulo.). De modo geral constituiu de um levantamento da flora local em propriedades de agricultura familiar, seguida de um processo participativo dialógico para possibilidades de uso econômico dessa biodiversidade.

Local de estudo - O trabalho foi realizado no município de Joanópolis (22°57' S; 46°17' W), São Paulo, Brasil, junto a seis unidades produtivas da agricultura familiar. O clima de Joanópolis, segundo a classificação de Koeppen, é Cwa, com precipitação e temperatura média anual de 1510 mm e 19,2 °C, respectivamente; e altitude de 930 m (CEPAGRI 2017CEPAGRI. 2017. Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura. Disponível em http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_291.html (acesso em 26 de dezembro de 2017).
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). De relevo montanhoso, situada no contraforte da Serra do Lopo, na divisa com o Estado de Minas Gerais. Sua hidrografia é composta por muitos rios, pertencendo a Bacia Hidrográfica PCJ (Piracicaba, Campinas, Jundiaí), mas por estratégia da SABESP, atualmente contribui para o Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo (Joanópolis 2017Joanópolis. 2017. Câmara Municipal da Estância Turística de Joanópolis. História da Cidade de Joanópolis. Disponível em http://www.camarajoanopolis.sp.gov.br/historiacidade (acesso em 26-XII-2017).
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) (figura 1).

Figura 1
Localização do minicípio de Joanópolis, sua inserção na Bacia Hidrográfica do PCJ (Piracicaba, Campinas, Jundiaí), e a localização da Bacia do Alto Tiete.
Figure 1
Location of the municipality of Joanópolis, its insertion in the PCJ Hydrographic Basin (Piracicaba, Campinas, Jundiaí), and the location of the Alto Tiete Hydrographic Basin.

O município de Joanópolis exibia, em tempo não muito remoto, uma extensa área preservada de floresta atlântica, sendo local de ocorrência natural de populações Araucaria angustifolia. Atualmente, o município perdeu grandes extensões de área preservada, dando espaço a pecuária leiteira e a monoculturas de Eucalyptus spp., ocorrendo, além de degradação dos solos e alterações nos ciclos da água, também um enfraquecimento da pequena agricultura familiar. Hoje o município apresenta uma das mais baixas médias salariais do Estado (594° lugar entre 645 municípios) e também um dos menores índices de renda per capita (IBGE 2017IBGE. 2017. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Joanópolis. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/joanopolis/panorama (acesso em 26-XII-2017).
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). O que reforça a necessidade de desenvolvimento de programas para geração de renda.

Seleção dos participantes - A amostragem foi realizada de forma intencional não probabilística. O perfil selecionado foi de agricultores familiares adeptos ou dispostos a trabalhar de forma agroecológica, os quais foram selecionados em reuniões prévias para apresentação do projeto, coordenadas pela Associação Terceira Via.

Levantamento florístico e sistematização das informações sobre o uso tradicional das espécies - as coletas de material botânico das espécies foram realizadas em quatro momentos durante o ano (junho de 2014 a maio de 2015), uma coleta por cada estação do ano, com posterior herborização e preparo das exsicatas para identificação. Cada coleta foi realizada por meio de turnê guiada nas áreas mais preservadas da propriedade (Albuquerque et al. 2008Albuquerque, U.P., Lucena, R.F.P., Alencar, N.L. 2008. Métodos e técnicas para coleta de dados etnobotânico. In: U.P. Albuquerque, R.F.P. Lucena, L.V.F.C. Cunha (orgs.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica, Comunigraf, Recife, pp. 41-72.), de modo a abranger todos os remanescentes florestais inseridos nos sítios, sendo coletadas todas as espécies em estágio reprodutivo. O material foi examinado e identificado por meio de chaves de identificação e consulta aos materiais depositados no Herbário SP. O sistema de classificação adotado foi APG IVAPG IV. Ano. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20. (APG IVAPG IV. Ano. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.). Posteriormente, foram realizadas pesquisas sobre dados secundários das espécies, incluindo seu uso por populações locais e citações em outros trabalhos, com informações sobre cultivo, produção e manejo. Desta forma, foi utilizado um banco de dados de Etnobotânica, com o uso de espécies vegetais por populações locais (Oliveira Jr. & Cabreira 2012), além das plataformas Scielo e Web-of-Science, nestas ferramentas de busca foram utilizados os nomes científicos e populares das espécies. Foram consultados também, o checklist da espermatófitas do Estado de São Paulo (Wanderley et al. 2011Wanderley, M.G. et al. 2011. Checklist das Spermathophyta do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica, 11: 193-390.) e o inventário da biodiversidade do município de São Paulo (São Paulo 2016São Paulo. 2016. Inventário da biodiversidade do município de São Paulo. Diário Oficial da Cidade de São Paulo (Suplemento), Ano 61, Número 241, 2016.). As informações reunidas foram sistematizadas em tabela para apresentação das possibilidades de uso econômico.

Por meio de visitas técnicas e oficinas realizadas, foram debatidas as possibilidades de uso econômico da sociobiodiversidade e elegidas algumas espécies para inserção prioritária nos sistemas de produção. Ao todo foram realizadas seis visitas por propriedade, as quatro para coletas botânicas e outras duas para análise da flora e do uso do solo na propriedade, e que juntamente com outras seis oficinas, com a presença dos agricultores, técnicos locais de extensão rural e demais interessados, foram utilizadas para construção dos planos de manejo agroecológico (C. José Fernandes de Oliveira Junior dados não publicados), nas quais, além de dialogar sobre o potencial econômico das espécies da flora local, foram trabalhadas as opções e formas de uso, ocupação e manejo agroecológico da biodiversidade e do solo. As oficinas foram organizadas pela Associação Terceira Via e Prefeitura Municipal de Joanópolis.

Resultados e Discussão

Ao todo foram identificadas 181 espécies vegetais, divididas em 55 famílias botânicas. A lista de espécies é apresentada na tabela 1, e aponta, além do nome da espécie e sua família, o uso econômico já existente ou uma potencial utilização, divididas conforme as categorias, entre medicinais, madeireiras, alimentares ou de uso ornamental.

Tabela 1
Lista das espécies coletadas em propriedades de agricultura familiar no município de Joanópolis, São Paulo, Brasil, e sua potencial utilização econômica. (nativa*: nativa endêmica).
Table 1
List of the species collected in familiar farm properties in the municipality of Joanópolis, São Paulo State, Brazil, and their potential economic uses (native*: endemic native).

A riqueza encontrada é excepcional, onde 87% (158) das espécies catalogadas são nativas e dessas, 23% são endêmicas do Brasil (42 espécies); esse número pode ser maior porque vários exemplares não puderam ser identificados no nível de espécie. Além do mais, já se conhece algum tipo de uso para 119 espécies nativas registradas (66%), o que é excelente para o propósito desse trabalho. Ainda assim, restam 34 % de espécies que poderão ter seu potencial explorado.

As famílias mais representativas são apresentadas na figura 2 e as categorias de uso, nas quais as espécies se enquadram de acordo com suas potencialidades, são mostradas na figura 3. Na figura 4 é apresentada a classificação das espécies de potencial madeireiro, entre lenha, artesanatos, utensílios e construções.

Figura 2
Famílias botânicas mais representativas das espécies coletadas em propriedades de agricultura familiar no município de Joanópolis, São Paulo, Brasil.
Figure 2
Most representative botanical families of the species collected in family farms in the municipality of Joanópolis, São Paulo State, Brazil.

Figura 3
Categorias de uso das espécies vegetais coletadas em propriedades de agricultura familiar no município de Joanópolis, São Paulo, Brasil, de acordo com seu potencial econômico e uso tradicional.
Figure 3
Use categories of the plant species collected in family farming properties in the municipality of Joanópolis, São Paulo, Brazil, according to their economic potential and traditional use.

Figura 4
Agrupamento das espécies vegetais coletadas em propriedades de agricultura familiar no município de Joanópolis, São Paulo, Brasil, com potencial para utilização madeireira.
Figure 4
Grouping of plant species collected in family farms in the municipality of Joanópolis, São Paulo, Brazil, with potential for timber production.

Durante as visitas e em oficinas realizadas, com participação, além dos agricultores inseridos no projeto, de técnicos locais e outros interessados, foram escolhidas algumas espécies para serem trabalhadas prioritariamente. As espécies destacadas levaram em consideração a existência de mercados já existentes, mesmo que minimamente estruturado, com objetivo da obtenção de renda em curto prazo, de modo a iniciar um processo de inserção paulatina de novas opções, direcionado por um planejamento de transição agroecológica.

Entre as possibilidades de produção de alimentos ou condimentos foram escolhidas as espécies: Schinus terebinthifolius (aroeira pimenteira, pimenta rosa) (Carvalho et al. 2013Carvalho, M.G., Melo, A.G.N., Aragão, C.F.S., Raffin, F.N., Moura, T.F.A.L. 2013. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 15: 158-169.); Annona emarginata (araticum); Annona neosericea (araticum); Annona sylvatica (pinha); Eugenia pyriformis (uvaia) (Lamarca et al. 2013Lamarca, E.V., Baptista, W., Rodrigues, D.S., Oliveira JR., C.J.F. 2013. Contribuições do conhecimento local sobre o uso de Eugenia spp. em sistemas de policultivos e agroflorestas. Revista Brasileira de Agroecologia, 8: 119-130.); Euterpe edulis (palmito jussra) (Fanelli et al. 2012Fanelli, L.A., Tatto, N.I., Gomes, E,P.C., Oliveira Jr., C.J.F. 2012. Incentivos e impedimentos na conservação de Euterpe edulis Mart. em comunidades quilombolas do Vale do Ribeira Revista Brasileira de Agroecologia, 7: 51-62.); Ilex paraguariensis (erva mate); Prunus myrtifolia (pêssego do mato); Talinum paniculatum (joão gomes) (Kinupp & Lorenzi 2014Kinupp, V.F., Lorenzi, H. 2014. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum, São Paulo.); Myrciaria glazioviana (cabeludinha); Araucaria angustifolia (araucaria, pinhão) (Silva & Reis 2009Silva, C.V., Reis, M.S. 2009. Produção de pinhão na região de Caçador, SC: aspectos da obtenção e sua importância para comunidades locais. Ciência Florestal 19: 363-374.); e Bixa orellana (urucum).

As plantas de uso medicinal preferenciais foram: Echinodorus grandiflorus (chapéu de couro) (Lorenzi & Matos 2008Lorenzi, H., Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa.); Achyrocline satureioides (macela) (Lorenzi & Matos 2008); Baccharis crispa (carqueja) (Lorenzi & Matos 2008); Bauhinia forficata (pata-de-vaca) (Lorenzi & Matos 2008); Piper umbellatum (capeba) (Lorenzi & Matos 2008); Piper amalago (jaborandi); Piper gaudichaudianum (pariparoba); Lantana camara (cambará) (Lorenzi & Matos 2008); Casearia sylvestris (guaçatonga) (Lorenzi & Matos 2008).

Entre o uso madeireiro foi levado em consideração não somente a produção de madeira comercial, mas também para atender demandas das propriedades nas construções rurais, seja em edificações ou cercas, e a produção de utensílios e ferramentas domésticas. Destacamos: Araucaria angustifolia (araucaria); Piptadenia gonoacantha (pau-jacaré); Alchornea sidifolia (tapiá, tamanqueiro); Aspidosperma olivaceum (guatambú); Cariniana legalis (jequitibá); Mimosa scabrella (bracatinga); espécies de Nectandra (canelas); Roupala montana var. brasiliensis (carvalho-brasileiro) e Cedrela fissilis (cedro). As espécies que servem para a produção de lenha não serão aqui consideradas, mas foram sugeridas a sua inserção nos desenhos de agroflorestas para poda e a produção matéria vegetal para cobertura do solo, além, de claro, seu uso como lenha.

A manutenção das populações de espécies ameaçadas de extinção como a Araucaria angustifolia (araucária), a Cedrela fissilis (cedro-rosa), o Euterpe edulis (palmito-juçara) e Cariniana legalis (jequitibá) foi incentivada, sendo considerada importante estratégia de manejo agroecológico para conservação e preservação destas espécies. São espécies de grande valor comercial na produção de alimentos e madeira, como o pinhão, o palmito e o açaí de juçara (Fanelli et al. 2012Fanelli, L.A., Tatto, N.I., Gomes, E,P.C., Oliveira Jr., C.J.F. 2012. Incentivos e impedimentos na conservação de Euterpe edulis Mart. em comunidades quilombolas do Vale do Ribeira Revista Brasileira de Agroecologia, 7: 51-62.) e madeira de jequitibá, cedro e araucária. A coleta de frutos e sementes poderão viabilizar novas populações destas espécies, promovendo sua permanência e preservação e ao mesmo tempo, viabilizando a agricultura familiar.

Como resultados ainda se podem incluir: a adoção de medidas e ações que se destinam a promover a utilização, conservação, recuperação e a proteção dos recursos naturais; a difusão de informações sobre processos que contribuem com a qualidade da água no meio rural e promoção de mudanças sociais; a elaboração de projetos de sistemas agroflorestais com ênfase em proteção dos recursos hídricos, com a participação da sociedade civil e de agentes de extensão rural local (C. José Fernandes de Oliveira Junior dados não publicados); maior conhecimento da comunidade local sobre práticas conservacionistas que podem ser utilizadas na produção agrícola e no manejo sustentável de florestas; a formação de multiplicadores para trabalharem com a exploração de produtos da sociobiodiversidade, atuando como agente de transformação social; maior conscientização das comunidades locais e dos atores políticos quanto às oportunidades decorrentes da preservação dos recursos naturais, sobretudo da importância da manutenção da qualidade dos recursos hídricos.

Como constatado na tabela 1, o Brasil tem amplas condições para o desenvolvimento de novas cadeias produtivas a partir da sociobiodiversidade, devido, sobretudo a enorme riqueza e diversidade de ecossistemas e de espécies vegetais (Santos 2000Santos, M.M. 2000. Estudo sobre formas de Repartição de Benefícios em atividades de Prospecção Biológica. Ministério do Meio Ambiente, Brasília., Sachs 2001Sachs, I. 2001. Brasil rural: da redescoberta à invenção. Estudos avançados 15: 75-82.). Os avanços em biotecnologia e biologia molecular têm despertado grande interesse e possibilidades de uso das plantas nativas, fazendo da bioprospecção uma atividade exploratória de vasto potencial econômico (Santos 2000).

Outras opções, como a produção de espécies ornamentais nativas (Oliveira Jr. et al. 2013Oliveira, Jr, C.J.F., Gonçalves, F.S., Couto, F., Matajs, L. 2013. Potencial das espécies nativas na produção de plantas ornamentais e paisagismo agroecológico. Revista Brasileira de Agroecologia 8: 190-200.), também se incluem nos resultados deste trabalho (figura 3), já que originalmente, a floresta nativa local apresentava riqueza abundante de espécies de bromélias, orquídeas, aráceas, begônias, entre outras.

Atenção especial deve ser dada a regulamentação legal da produção de plantas nativas, pois estas novas possibilidades de uso econômico tem provocado sérias questões relacionadas à repartição de benefícios derivados dos direitos sobre a propriedade, material e intelectual, dos recursos genéticos e do conhecimento tradicional associado, colocando em risco os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais (Leonel 2000Leonel, M. 2000. Bio-sociodiversidade: preservação e mercado. Estudos Avançados 14: 321-346., Azevedo 2005Azevedo, C.M.A. 2005. A regulamentação do acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados no Brasil. Biota Neotropica 5: paginação., Garcez et al. 2007; Oliveira Jr. et al. 2012Oliveira Jr, C.J.F., Cabreira, P.P., Begossi, A. 2012. The dilema os plant knowledge and compesation for native people living in brazilian biomes. Journal of Ecosystem & Ecography 2: 108.).

As pesquisas acerca da biodiversidade brasileira têm obtido grandes avanços e cada vez mais áreas são abarcadas, no entanto, tem se mostrado pouco efetivas quanto a reversão do quadro de degradação e destruição de ecossistemas locais (Scarano 2007Scarano, F.R. 2007. Perspectives on the biodiversity sciences in Brazil. Scientia Agricola 64: 439-447.). Este fato aponta para a necessidade de criação e melhoria das vias de comunicação e participação de pesquisadores na construção de políticas públicas (Vecchiatti 2004Vecchiatti, K. 2004. Três fases rumo ao desenvolvimento sustentável: do reducionismo à valorização da cultura. São Paulo em Perspectiva 18: 90-95.).

Para Cavalcanti (2004)Cavalcanti, C. 2004. Uma tentativa de caracterização da economia ecológica. Ambiente e sociedade, II: 149-158., a biodiversidade, mesmo com seu potencial como geradora de recursos e matéria prima, também acaba sofrendo os impactos da degradação por ser o local de depósito de resíduos e rejeitos das atividades industriais e econômicas da sociedade, além do próprio processo produtivo não se atentar as externalidade negativas e causar danos aos recursos naturais, processos que nos obrigam a pensar sobre a sustentabilidade ecológica, promovendo o bem-estar das pessoas, mas sem causar danos aos sistemas ecológicos.

A agroecologia tem proposto modelos de uso da terra com maior responsabilidade ecológica e social, com a preservação da base produtiva e dos recursos naturais (Altieri 1999Altieri, M.A. 1999. The ecological role of biodiversity in agroecosystems. Agriculture, ecosystems and Environment, 74: 19-31., Peneireiro 1999Peneireiro, F.M. 1999. Sistemas agroflorestais dirigidos pela sucessão natural: um estudo de caso. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Piracicaba., Toledo et al. 2000). Para Siminski (2009)Siminski, A. 2009. A floresta do futuro: conhecimento, valorização e perspectivas de uso das formações florestais secundárias no estado de Santa Catarina. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis., é necessário investir na geração e disponibilização de tecnologias de uso sustentável dos recursos florestais nativos. As espécies nativas podem ser trabalhadas como elementos de agregação de valor à floresta e de valorização dos remanescentes para os agricultores familiares (Altieri 1999).

As estratégias de uso e ocupação da terra em áreas tropicais têm sofrido diversas adaptações que incluem novas formas de construção de mercados, sobretudo os mercados locais e regionais, como os produtos da sociobiodiversidade, sem, no entanto, descartar os mercados globais. A adoção de novas tecnologias deriva do acesso a novas fontes de informação e comunicação e da organização política local (Toledo et al. 2000). Para um maior equilíbrio nas atividades rurais, a estratégia é maximizar a diversidade e as opções disponíveis (Toledo et al. 2000).

Wood et al. (2015)Wood, S.A., Karp, D.S., Declerck, F., Kremen, C., Naeem, S. Palm, C.A. 2015. Functional traits in agriculture: agrobiodiversidade and ecosystem services. Trends in Ecology & Evolution 30: 531-539. defendem ainda a presença de ecólogos na construção de políticas públicas para desenvolvimento rural, com estruturas baseadas na agrobiodiversidade e em técnicas de agricultura ecológica, de modo, a se pensar e ampliar os debates sobre os serviços ambientais que os agroecossistemas são capazes de suportar.

Os resultados obtidos com este trabalho apontam o potencial econômico de novas cadeias produtivas da sociobiodiversidade, foi listada mais de uma centena de espécies nativas com capacidade para o desenvolvimento de atividades econômicas, as quais, juntamente com a valorização da biodiversidade e dos recursos naturais são capazes de promover melhoria na qualidade de vida das populações locais, com maior equilíbrio ecológico e justiça social.

Agradecimentos

Agradecemos aos agricultores e agricultoras que participaram deste trabalho, por nos ceder seu tempo e compartilhar conosco seus conhecimentos.

Literatura citada

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar 2018

Histórico

  • Recebido
    17 Maio 2017
  • Aceito
    18 Dez 2017
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