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Qualidade industrial do trigo em resposta à adubação verde e doses de nitrogênio

Baking quality of wheat in response to green manure and nitrogen rates

Resumos

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de adubos verdes cultivados entre a cultura do milho e a do trigo e da adubação nitrogenada sobre a qualidade industrial do trigo. Os tratamentos consistiram de quatro níveis de adubação nitrogenada: sem adição de nitrogênio, 40, 80 e 120 kg ha-1 e seis manejos outonais: quatro com o cultivo de espécies de cobertura (ervilha forrageira, ervilhaca comum, nabo forrageiro e tremoço), um cultivo de feijoeiro com fins comerciais e outro com a permanência em pousio no período compreendido entre a colheita do milho e a semeadura do trigo. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial, com três repetições. O rendimento de proteína aumentou linearmente com a aplicação de nitrogênio mineral. As doses de 80 e 120 kg ha-1 de nitrogênio afetaram positivamente o desempenho dos parâmetros indicativos da qualidade industrial. A ervilha forrageira, o nabo forrageiro e a ervilhaca comum permitem combinar indíces de qualidade tecnológica ideais para panificação e satisfatórios patamares de produtividade de grãos, reduzindo a demanda de adubação nitrogenada mineral.

Triticum aestivum L.; qualidade de panificação; adubação nitrogenada; rendimento de grãos


The objective this study was to investigate the effects of green manures cultivated between the maize and wheat crop and nitrogen rates on baking quality of spring wheat. Treatments consisted of four nitrogen fertilization rates: without N addition, 40, 80 and 120 kg ha-1 using the amidic form, and six managements before wheat crop: four green manures forage pea, common pea, oilseed radish and lupine, common bean grown for commercial purposes, and the fallow between the corn harvest and wheat cropping. The experimental design was in randomized blocks and factorial scheme, with three replicates. The protein yield increased linearly with the application of mineral N rates. The nitrogen rates of 80 and 120 kg ha-1 improved the baking wheat quality. The forage pea, oilseed radish and common pea allowed ideal index of baking quality and satisfactory crop yield, reducing the demand for mineral N fertilization.

Triticum aestivum L.; baking quality; nitrogen fertilization; grain yield


Qualidade industrial do trigo em resposta à adubação verde e doses de nitrogênio

Baking quality of wheat in response to green manure and nitrogen rates

Cilas PinnowI; Giovani BeninI,* * Autor correspondente: benin@utfpr.edu.br ; Ricardo ViolaI; Cristiano Lemes da SilvaI; Luiz Carlos GutkoskiII; Luís César CassolI

IUniversidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Rodovia PR 469, km 01, 85501-970 Pato Branco (PR), Brasil

IIUniversidade de Passo Fundo (UPF), Rodovia BR 285, km 171, 9900-970 Passo Fundo (RS), Brasil

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de adubos verdes cultivados entre a cultura do milho e a do trigo e da adubação nitrogenada sobre a qualidade industrial do trigo. Os tratamentos consistiram de quatro níveis de adubação nitrogenada: sem adição de nitrogênio, 40, 80 e 120 kg ha-1 e seis manejos outonais: quatro com o cultivo de espécies de cobertura (ervilha forrageira, ervilhaca comum, nabo forrageiro e tremoço), um cultivo de feijoeiro com fins comerciais e outro com a permanência em pousio no período compreendido entre a colheita do milho e a semeadura do trigo. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial, com três repetições. O rendimento de proteína aumentou linearmente com a aplicação de nitrogênio mineral. As doses de 80 e 120 kg ha-1 de nitrogênio afetaram positivamente o desempenho dos parâmetros indicativos da qualidade industrial. A ervilha forrageira, o nabo forrageiro e a ervilhaca comum permitem combinar indíces de qualidade tecnológica ideais para panificação e satisfatórios patamares de produtividade de grãos, reduzindo a demanda de adubação nitrogenada mineral.

Palavras-chave:Triticum aestivum L., qualidade de panificação, adubação nitrogenada, rendimento de grãos.

ABSTRACT

The objective this study was to investigate the effects of green manures cultivated between the maize and wheat crop and nitrogen rates on baking quality of spring wheat. Treatments consisted of four nitrogen fertilization rates: without N addition, 40, 80 and 120 kg ha-1 using the amidic form, and six managements before wheat crop: four green manures forage pea, common pea, oilseed radish and lupine, common bean grown for commercial purposes, and the fallow between the corn harvest and wheat cropping. The experimental design was in randomized blocks and factorial scheme, with three replicates. The protein yield increased linearly with the application of mineral N rates. The nitrogen rates of 80 and 120 kg ha-1 improved the baking wheat quality. The forage pea, oilseed radish and common pea allowed ideal index of baking quality and satisfactory crop yield, reducing the demand for mineral N fertilization.

Key words:Triticum aestivum L., baking quality, nitrogen fertilization, grain yield.

1. INTRODUÇÃO

A fim de obter farinhas com qualidade físico/química, reológicas e nutricionais adequadas à panificação, a exigência em qualidade tecnológica tem sido cada vez mais considerada pelos mercados consumidores na compra de trigo. Além disso, o novo regulamento técnico do trigo estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Instrução Normativa n.º 38, de 30 de novembro de 2010 (BRASIL, 2010), elevou o grau de exigência de qualidade industrial do grão do trigo. Esse fato pode ocasionar impacto negativo na destinação de seu uso comercial e no valor econômico do trigo, caso não se atinja a qualidade mínima desejada.

A qualidade tecnológica do trigo é influenciada por fatores genéticos, ambientais e de manejo (GUARIENTI et al., 2000; MIRANDA e EL-DASHI, 2002; CAZETTA et al., 2008; FRANCESCHI et al., 2009; DENČIĆ et al., 2011; FREO et al., 2011). Dentre estes fatores, destaca-se o manejo da adubação nitrogenada (GARRIDO-LESTACHE et al., 2004; TAKAYAMA et al., 2006). Entretanto, a utilização de altas doses de adubação nitrogenada pode elevar os custos de produção a ponto de tornar a cultura economicamente inviável (LADHA et al., 2005; FOULKES et al., 2009; BARRACLOUGH et al., 2010), além de ocasionar danos ambientais, devido à lixiviação de nitrato e volatilização de amônia (RILEY et al., 2001; MA et al., 2010).

Uma alternativa à adubação nitrogenada mineral é a rotação de culturas com leguminosas. Poucos estudos avaliaram o efeito de espécies de adubos verdes, cultivadas no período outonal, entre a colheita do milho e a semeadura trigo. Neste esquema de sucessão de culturas, o nabo forrageiro, a ervilhaca comum e a ervilha forrageira constituem-se em alternativas promissoras, devido ao ciclo e ao potencial em reciclar e disponibilizar nutrientes para a cultura do trigo; há estudos que indicam acúmulo de nitrogênio que variam entre 60 e 110 kg ha-1 (GIACOMINI et al., 2003; CABEZAS et al., 2004; NUNES et al., 2011; VARGAS et al., 2011). Estas espécies também possuem relação C/N adequada, para que não ocorra imobilização do N e para que sua liberação ocorra em sincronia com os estádios de maior demanda da cultura do trigo (AITA et al., 2001; LIMA et al., 2007; VIOLA et al., 2013). Apesar disso, o cultivo de espécies de cobertura ainda é uma prática pouco utilizada pelos agricultores brasileiros, sobretudo na cultura no trigo, por uma série de razões, que compreendem desde motivos de cunho comercial até dificuldades técnicas (NUNES et al., 2011).

A farinha de trigo, para ser adequada à panificação, deve ter características como alta capacidade de absorção de água, boa tolerância ao amassamento, glúten de força média a forte e alta porcentagem de proteína (CAZETTA et al., 2008; MÓDENES et al., 2009). Os atributos que influem na qualidade de panificação são determinados, principalmente, pelo conteúdo de proteína dos grãos, seja por sua variação quantitativa, em termos de composição de subunidades, seja qualitativa, em relação às diferentes frações proteicas que compõem o glúten (GIANIBELLI et al., 2001; APPELBEE et al., 2009). Em média, cada quilo de N mineral aplicado incrementa de 0,01% até 0,03% a concentração protéica dos grãos do trigo (XUE et al., 2007; CAZETTA et al., 2008) e 0,58 a 0,81 unidades de força de glúten (CAZETTA et al., 2008). Além disso, vários estudos relatam a existência de correlações positivas (0,56 a 0,64) entre a concentração de proteína nos grãos e a força de glúten (GARRIDO-LESTACHE et al., 2004; HRUŜKOVÁ, 2009).

A rotação com leguminosas pode incrementar em até 5% a concentração de proteínas nos grãos do trigo e possibilitar qualidade de grãos mínima à comercialização (ANDERSON et al., 1998). O nabo forrageiro (MARTENS e ENTZ, 2011), a ervilhaca comum (MACHADO et al., 2008) e a ervilha forrageira (MILLER et al., 2011) alteram positivamente a produtividade e a concentração proteica dos grãos, bem como as propriedades viscoelásticas da farinha do trigo (GUARIENTI et al., 2000; TALGRE et al., 2009). Neste contexto, o uso combinado entre N mineral e adubos verdes pode se constituir em uma prática de manejo sustentável (AULAKH et al., 2001).

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de adubos verdes cultivados entre a cultura do milho e a do trigo e da adubação nitrogenada sobre a qualidade industrial do trigo.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no ano agrícola de 2010, no município de Pato Branco, Paraná, em área com histórico de manejo sob sistema plantio direto desde 1987, localizada a 26º10'38"S e 52º41'24"O, com 800 metros de altitude. O solo do local é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico, de textura argilosa, com relevo ondulado.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema bifatorial (Espécies x Doses de Nitrogênio). As seguintes espécies intercalares foram usadas como cobertura: nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), ervilhaca comum (Vicia sativa L.), ervilha forrageira (Pisum sativum subsp. Arvense, cultivar BRS Forrageira) e tremoço (Lupinus albus L.), além do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L., cultivar IAPAR 81) cultivado para fins comerciais e o tratamento testemunha que permaneceu em pousio, composto apenas por restos culturais de milho. O segundo fator foi composto por quatro níveis de adubação nitrogenada na cultura do trigo (controle sem a adição de N, 40, 80 e 120 kg ha-1 de N), usando uréia como fonte. A semeadura da cultivar de trigo BRS Pardela foi realizada em 18/6/2010, em sucessão às espécies de cobertura, na densidade de 350 sementes viáveis por m2. A caracterização química da área, dados meteorológicos, detalhes do manejo das espécies de cobertura, acúmulo e liberação de nutrientes, podem ser observados em VIOLA et al. (2013).

As análises da qualidade industrial de panificação do trigo foram realizadas no laboratório de Cereais do Centro de Pesquisa em Alimentação da Universidade de Passo Fundo. A concentração proteica dos grãos (CPG) foi estimada por espectrometria de infravermelho próximo (NIR), modelo Perstorp Analytical. Os valores de glúten seco (GS) e glúten úmido (GU) foram determinados através do aparelho Glutomatic, marca Perten Instruments, de acordo com método n.º 38-12 da AACC (1995). O número de queda (NQ) da farinha foi determinado pelo aparelho Falling Number, modelo 1500 Fungal (Perten Instruments, Suíça) de acordo com o método n.º 56-81B da AACC (1995). O rendimento de proteínas (RP) foi obtido a partir da multiplicação do rendimento de grãos pela CPG. O rendimento de grãos (RG) foi determinado pelo rendimento das parcelas, corrigido para a umidade de 13% e transformado para kg ha-1.

As características viscoelásticas da farinha de trigo foram mensuradas em alveógrafo Chopin, modelo NG, conforme a AACC (1995), método n.o 54-30. Foram considerados os seguintes parâmetros dos alveogramas: Força de glúten (W), que corresponde ao trabalho mecânico necessário para expandir a massa até a ruptura, expressa em 10-4 Joules; tenacidade (P), que mede a sobrepressão máxima exercida na expansão da massa (mm); extensibilidade (L) que mede o comprimento da curva (mm) e a relação P/L. O rendimento de moagem (RM) e/ou extração experimental da farinha, foi mensurado em moinho experimental "Brabender Quadrumat Senior", com 2 kg de grãos, pelo método n.º 26-20 da AACC (1995). Os grãos foram condicionados para 15% de umidade, sendo o tempo de condicionamento de 16–24 horas.

Foram testadas a homogeneidade e a normalidade dos erros do modelo matemático, via testes de Bartlett e Lilliefors. Após atender aos pressupostos iniciais, os dados foram submetidos à análise de variância pelo modelo bifatorial, considerando como fixos o efeito das espécies de cobertura e das doses de nitrogênio. O efeito das doses de N sobre o rendimento de proteína (RP) foi analisado por regressão polinomial, testados até o grau de polinômio cúbico. A escolha do modelo equacional para as regressões considerou a significância dos parâmetros da equação de regressão ajustada testados pelo teste F e teste t de Student (p<0,05). Para os demais caracteres componentes da qualidade industrial, devido aos seus padrões de resposta complexos, difíceis de serem explicados biologicamente (LÓPEZ-BELLIDO et al., 2001), o efeito das doses de N foi avaliado através do teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. As análises foram realizadas através dos aplicativos Genes (CRUZ, 2006) e os gráficos construídos com software SigmaPlot 11.0.

A interpretação das associações foi realizada pelo cosseno do ângulo entre os dois vetores a serem comparados. Foram adotados os seguintes critérios: a associação é positiva se o ângulo entre os vetores for <90º; é negativa se o ângulo for >90º; e é nula se o ângulo entre os vetores for igual a 90º (YAN e TINKER, 2006). A notação Transform=0 indica que os dados não foram transformados. A notação Scaling=1 (SD) indica que os dados foram divididos pelo desvio-padrão. A notação Centering se refere ao modelo utilizado, em que Centering=2 representa GGE (genótipo + interação genótipo x ambiente). O SVP ou "singular value partitioning" é uma técnica matemática para decomposição de matrizes. O SVP=1, com foco no genótipo, foi utilizado para a análise da associação entre os caracteres componentes da qualidade tecnológica e os adubos verdes em estudo. O SVP=2, com foco no ambiente, foi utilizado para a avaliação da associação entre os caracteres componentes da qualidade tecnológica e as doses de N em estudo (YAN et al., 2001).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise de variância conjunta (dados não mostrados) revelaram significância (p<0,05) para a interação dos fatores espécies de cobertura x doses de nitrogênio, tanto para o rendimento de grãos, quanto para os caracteres referentes à qualidade industrial de panificação. Esse fato indica que a cultura do trigo respondeu de forma diferenciada aos efeitos do cultivo das espécies de cobertura e as doses de adubação nitrogenada, corroborando com os resultados obtidos por GARRIDO-LESTACHE et al. (2004) e MOHAMMED et al. (2011). Os valores médios de todos os caracteres farinográficos avaliados foram elevados, indicando que a cultivar BRS Pardela possui características favoráveis à panificação e às massas, conforme também verificado por SCHEUER et al. (2011).

Para a escolha do modelo equacional para as regressões foi considerada a significância dos parâmetros da equação de regressão ajustada testados pelo teste F e teste t de Student (p<0,05).

Todos os parâmetros dos coeficientes de regressão foram significativos (p<0,05) pelo teste F e teste t (Figura 1a). Em todas as espécies de cobertura, o rendimento de proteína (RP) aumentou linearmente, em função das doses de adubação nitrogenada, concordando com os resultados verificados por CAZETTA et al. (2008). De acordo com as equações de regressão, tanto no tratamento-controle (sem suplementação nitrogenada de cobertura), como na dose de 120 kg ha-1 de N, a semeadura de trigo sobre os restos culturais de nabo forrageiro (692,7 e 861,8 kg ha-1 respectivamente) e ervilhaca comum (675,3 e 842,8 kg ha-1 respectivamente) proporcionaram os maiores valores de rendimento de proteína; esse resultado se deve ao potencial destas espécies em reciclar e disponibilizar nitrogênio e outros nutrientes para a cultura do trigo (VIOLA et al., 2013). Os menores rendimentos de proteína foram obtidos sobre os restos culturais de feijoeiro comum (417 kg ha-1) e palhada de milho (546 kg ha-1), devido ao baixo acúmulo de N e elevada relação C/N dos resíduos culturais destas espécies (VIOLA et al., 2013), favorecendo a imobilização do N.


O nitrogênio é o principal componente formador de proteínas. Dessa forma, em condições de baixa disponibilidade de N, as plantas diminuem a síntese de proteínas nos grãos e favorecem a síntese de amido, gerando grãos com baixa concentração proteica. Neste contexto, vários estudos apontam relação negativa entre rendimento de grãos e concentração de proteínas (CPG) (RHARRABTI et al., 2001; GUARDA, et al., 2004), mesmo com a aplicação de adubação nitrogenada (MARINCIU e SĂULESCU, 2008). Outros estudos apontam ausência de correlação entre a concentração de proteínas nos grãos e rendimento de grãos (BORDES et al., 2008) ou até mesmo associações positivas (MONAGHAN et al., 2001). No presente estudo, ocorreu elevação da concentração proteica dos grãos concomitantemente ao rendimento de grãos (Figura 1b). A contradição entre estudos é um indicativo que a relação CPG x RG depende do ambiente, genótipo e manejo utilizado.

O rendimento de grãos do trigo em sucessão à ervilhaca comum, à ervilha forrageira e ao nabo forrageiro foi superior a 3990 kg ha-1 (Figura 1b), com CPG acima de 18%. O acúmulo e a dinâmica de liberação de N observados para a ervilhaca comum, ervilha forrageira e nabo forrageiro (VIOLA et al., 2013) possibilitaram conciliar elevado potencial produtivo com altos níveis de CPG, corroborando com outros autores (COOPER et al., 2001; LÓPEZ-BELLIDO et al., 2001;. GARRIDO-LESTACHE et al., 2004).

A força de glúten (W) e a relação P/L da farinha de trigo variaram em função da aplicação de nitrogênio mineral e da espécie de cobertura antecessora (Figura 2a,b). Em todos os tratamentos, nos testes alveográficos, os valores de W foram superiores a 360 x 10-4 J e número de queda (NQ) (Figura 3a) acima de 297 segundos. Embora, neste estudo, não se avaliou a estabilidade (E) da massa, de acordo com Scheuer et al. (2011), a cultivar BRS Pardela possui E superior a 14 minutos, sendo classificada como melhoradora, de acordo com a Instrução Normativa n.º 38 (BRASIL, 2010). A relação P/L da farinha variou entre 0,6 e 1,2 sendo classificada como glúten balanceado, o que confere uma farinha equilibrada, ideal para fabricação de pães (GUARIENTI, 1996; MÓDENES et al., 2009).



Quando o trigo foi cultivado em sucessão à ervilha forrageira, os maiores valores de W foram observados nos tratamentos sem adubação nitrogenada e com aplicação de 40 kg ha-1 de N (Figura 2a). Por outro lado, quando o trigo foi cultivado sucedendo a ervilhaca comum, o feijoeiro comum e o nabo forrageiro, os maiores valores de W foram obtidos com a aplicação de 80 e 120 kg ha-1 de N. Nestas sucessões, houve aumento de 0,27 a 0,60 unidades de força de glúten para cada quilo de N mineral aplicado. CAZETTA et al. (2008) verificaram incremento de 0,58 a 0,81 unidades de força de glúten para cada kg ha-1 de N aplicado.

A relação P/L foi afetada positivamente, com o incremento da adubação nitrogenada, quando o trigo foi cultivado após ervilha forrageira e nabo forrageiro, e negativamente, quando cultivado em sucessão à ervilhaca comum (Figura 2b). Neste sentido, GARRIDO-LESTACHE et al. (2004) verificaram que doses crescentes de N ocasionaram redução da relação P/L, com consequente melhoria do equilíbrio da massa. De forma semelhante, LÓPEZ-BELLIDO et al. (1998) e TALGRE et al. (2009) também observaram benefícios da utilização de espécies de cobertura (em especial das leguminosas) no conteúdo proteico dos grãos do trigo e nas propriedades reológicas da massa.

Sucedendo ao feijoeiro e à palhada de milho (Figura 3a), o número de queda do grão (NQ) foi mais elevado nas maiores doses de adubação nitrogenada. Esse comportamento pode estar relacionado ao baixo acúmulo de N e a elevada relação C/N destas espécies (VIOLA et al., 2013). Nos esquemas de sucessão envolvendo o nabo forrageiro, ervilha forrageira, ervilhaca comum e tremoço, há tendência de maiores valores de NQ na dose de 40 kg ha-1 de N e redução de seu valor com nas maiores doses de nitrogênio mineral. PENCKOWSKI et al. (2010) também verificaram que a atividade enzimática da alfa-amilase é aumentada com a elevação das doses de N.

O rendimento de moagem (RM) médio foi de 46%. Os menores valores foram obtidos em sucessão à ervilha forrageira (dose de 40 kg ha-1 de N) e tremoço na ausência de suplementação nitrogenada (Figura 3b). Os maiores valores de RM foram obtidos em sucessão à ervilhaca comum com a dose de 120 kg ha-1 de N, tremoço com suplementação nitrogenada de 40 ha-1, 80 ha-1 e 120 ha-1 e palhada de milho (pousio) nas doses de 80 e 120 kg ha-1 de N (Figura 3b). A moagem tem por finalidade quebrar os grãos de trigo, transformando o endosperma em grânulos com diâmetro inferior a 250 µm (GUTKOSKI et al., 1999). O rendimento de moagem determina a taxa de extração de farinha, ou seja, indica a proporção de farinha obtida em relação ao total de grãos processado.

O glúten é o elemento responsável pela formação da massa, atribuindo-lhe a característica viscoelástica que esta possui. Em sua grande maioria, constitui-se pelas principais proteínas do trigo, a gliadina e a glutenina (CZUCJAJOWSKA e PASZCZYÑSKA, 1996; MÓDENES et al., 2009). As maiores porcentagens de glúten seco (GS) e de glúten úmido (GU) foram observadas em sucessão à ervilha forrageira com a dose de 120 kg ha-1 de N (GS=13,5% e GU= 39.5%), à ervilhaca comum com as doses de 80 kg ha-1 de N (GS=13,5% e GU=39,9%) e 120 kg ha-1 de N (GS=13,2% e GU=38,9%); e ao nabo forrageiro com suplementação de 120 kg ha-1 de N (GS=13,2% e GU=39,8%) (Figura 3c,d). Esses valores são semelhantes aos constatados por SCHEUER et al. (2011), que relatam valores de GU e GS, respectivamente, de 33,4% e 11,7%, para a cultivar BRS Pardela. PENCKOWSKI et al. (2010) também observaram maiores porcentagens de GU e GS com o aumento da adubação nitrogenada. O feijoeiro comum e a palhada de milho contêm, de maneira geral, menores teores de GS e GU, entretanto, em todos os tratamentos, estiveram acima de 10,5% e 31% respectivamente, indicando que as farinhas possuem características físicas e reológicas ideais para panificação.

Houve associação entre os caracteres componentes da qualidade tecnológica com as espécies de adubos verdes (Figura 4a) e com as doses de N (Figura 4b). Ângulos menores, maiores e iguais a 90º graus indicam, respectivamente, associação positiva, negativa e ausência de associação (YAN e TINKER, 2006). Nos caracteres RG, RP, CPG, GS e GU a associação é positiva com nabo forrageiro, ervilhaca comum e ervilha forrageira, o que pode ser explicado pela elevada produção de matéria seca, acúmulo de nitrogênio, fósforo, potássio observada nestas espécies, bem como pela decomposição e liberação de nitrogênio para a cultura do trigo, em estádios fenológicos de maior demanda deste nutriente (VIOLA et al., 2013). Os caracteres W, relação P/L e NQ estão mais associados à ervilha forrageira e ao nabo forrageiro (Figura 4a). Ainda na figura 4a, se observa que os caracteres "RG, RP, CPG, GS e GU" e "W, P/L e NQ" são associados entre si, conforme também verificado por TALGRE et al. (2009) e Gao et al. (2012). A associação entre P/L e W também foi observada por NELSON et al. (2006) e MOHAMMED et al. (2011); esses autores também observaram associação positiva entre a relação elasticidade/extensibilidade com elasticidade e força de glúten.


Na figura 4b se observa a associação dos parâmetros de qualidade tecnológica com as doses de N. Com exceção do NQ, todos os parâmetros foram positivamente associadados às doses de 80 e 120 kg ha-1 de N. Os caracteres RG, RP, CPG, GS, GU e RM foram mais associados à dose de 120 kg ha-1 de N enquanto W e a relação P/L formam mais associados à dose 80 kg ha-1 de N. Estas associações positivas indicam, de modo geral, que o desempenho dos caracteres componentes da qualidade tecnológica foi maximizado nas maiores doses de adubação nitrogenada. O NQ proporcionou maior desempenho médio com a aplicação de 40 kg ha-1 de N, corroborando com o que foi observado no teste de comparação múltipla de médias (Figura 3a).

As espécies de cobertura ervilha forrageira, a ervilhaca comum e o nabo forrageiro proporcionaram efeitos positivos mais pronunciados na qualidade tecnológica e produtividade da cultura do trigo. Dessa forma, o cultivo dessas espécies entre a colheita do milho e a semeadura do trigo torna-se uma prática de manejo viável e sustentável, pois permite suprir e/ou complementar a adubação nitrogenada mineral.

4. CONCLUSÃO

O cultivo de adubos verdes entre as culturas do milho e a semeadura do trigo maximiza a qualidade de panificação e a produtividade do trigo, reduzindo a demanda de adubação nitrogenada mineral. A ervilha forrageira, o nabo forrageiro e a ervilhaca comum proporcionam efeitos positivos mais pronunciados na qualidade tecnológica e produtividade da cultura do trigo. A resposta do trigo à aplicação de nitrogênio mineral é dependente da cultura antecessora. As doses de 80 e 120 kg ha-1 de nitrogênio afetam positivamente o desempenho dos parâmetros indicativos da qualidade industrial.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à Fundação Araucária, pelo apoio financeiro.

Recebido: 11/maio/2012

Aceito: 25/fev./2013

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  • *
    Autor correspondente:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Maio 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 2013

    Histórico

    • Recebido
      11 Maio 2012
    • Aceito
      25 Fev 2013
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