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Novos táxons de Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) da América do Sul

Resumos

Oito novos táxons são descritos: Periboeum spinosum sp. nov.; Cotyperiboeum gen. nov., espécie-tipo, C. antennarium sp. nov.; Rhomboidederes iuba sp. nov. (Elaphidionini da Bolívia); Hexoplon bellulum sp. nov. (Hexoplonini da Bolívia); Alienus gen. nov., espécie-tipo, A. curiosus sp. nov. (Eligmodermini do Brasil); Phaedinus rubrus sp. nov. (Trachyderini, Trachyderina do Equador).

Elaphidionini; Eligmodermini; Hexoplonini; Taxonomia; Trachyderini


New taxa of Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) from South America. Eight new taxa are described: Periboeum spinosum sp. nov.; Cotyperiboeum gen. nov., type species, C. antennarium sp. nov.; Rhomboidederes iuba sp. nov. (Elaphidionini from Bolivia); Hexoplon bellulum sp. nov. (Hexoplonini from Bolívia); Alienus gen. nov., type species, A. curiosus sp. nov. (Eligmodermini from Brazil); Phaedinus rubrus sp. nov. (Trachyderini, Trachyderina from Ecuador).

Elaphidionini; Eligmodermini; Hexoplonini; Taxonomy; Trachyderini


IMuseu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1.188, 90001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: galileo@fzb.rs.gov.br

IIMuseu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: urmsouza@usp.br

IIIPesquisador do CNPq

RESUMO

Oito novos táxons são descritos: Periboeum spinosum sp. nov.; Cotyperiboeum gen. nov., espécie-tipo, C. antennarium sp. nov.; Rhomboidederes iuba sp. nov. (Elaphidionini da Bolívia); Hexoplon bellulum sp. nov. (Hexoplonini da Bolívia); Alienus gen. nov., espécie-tipo, A. curiosus sp. nov. (Eligmodermini do Brasil); Phaedinus rubrus sp. nov. (Trachyderini, Trachyderina do Equador).

Palavras-chave: Elaphidionini; Eligmodermini; Hexoplonini; Taxonomia; Trachyderini.

ABSTRACT

New taxa of Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) from South America. Eight new taxa are described: Periboeum spinosum sp. nov.; Cotyperiboeum gen. nov., type species, C. antennarium sp. nov.; Rhomboidederes iuba sp. nov. (Elaphidionini from Bolivia); Hexoplon bellulum sp. nov. (Hexoplonini from Bolívia); Alienus gen. nov., type species, A. curiosus sp. nov. (Eligmodermini from Brazil); Phaedinus rubrus sp. nov. (Trachyderini, Trachyderina from Ecuador).

Keywords: Elaphidionini; Eligmodermini; Hexoplonini; Taxonomy; Trachyderini.

INTRODUÇÃO

Baseados principalmente em material do American Coleoptera Museum, San Antonio, Texas (ACMS) descrevemos um gênero novo e cinco espécies novas da Bolívia, cujos holótipos serão depositados no Museo de Historia Natural Noel Kempff Mercado, Santa Cruz (MNKM), por determinação de J. Wappes. Incluímos também um novo gênero em Eligmodermini da Coleção do Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo (MZUSP).

Espécies sul-americanas da tribo Elaphidionini foram recentemente estudadas por Martins (2005). Nesta tribo, descrevemos Cotyperiboeum gen. nov. com antenas de 12 artículos e duas espécies novas, respectivamente, em Periboeum Thomson, 1864 e em Rhomboidederes Zajciw, 1963. Ambos os gêneros foram revistos por Martins (op. cit.).

A tribo Hexoplonini também foi revista recentemente por Martins (2006) e conta com 20 gêneros na América do Sul. Hexoplon bellulum sp. nov. é descrita da Bolívia.

A tribo Eligmodermini, revista por Martins & Galileo (2009), possuía até o momento, quatro gêneros com espécies distribuídas pela América Central meridional e norte da América do Sul (Colômbia e Venezuela). Descrevemos Alienus gen. nov. e sua espécie-tipo que procede do Brasil (Espírito Santo), portanto, com distribuição muito diversa daquela das outras espécies da tribo.

A subtribo Trachyderina (Trachyderini) está representada nas Américas e reúne 124 gêneros (Monné & Bezark, 2009; Monné et al., 2010). Publicamos a descrição de espécie inédita de Phaedinus Dupont in Audinet-Serville, 1834. Monné (1999) reviu as espécies brasileiras desse gênero.

RESULTADOS

Elaphidionini

Periboeum spinosum sp. nov.

(Fig. 1)


Etimologia: Latim, spinosus = espinho; alusivo aos flagelômeros basais biespinhosos.

Fêmea: Colorido geral vermelho-alaranjado. Fronte e vértice finamente pontuados. Lobos oculares superiores mais distantes entre si que o dobro da largura de um lobo, com cinco fileiras de omatídios. Antenas atingem o ápice dos élitros na extremidade do antenômero VIII. Franja de pelos dos flagelômeros basais mais longa que a largura dos artículos. Escapo gradualmente engrossado para o ápice, com pontuação esparsa e longos pelos eretos. Antenômero III sulcado e carenado, com espinho longo interno e curto externo. Antenômeros IV a VI com espinhos internos relativamente longos e os externos muito curtos.

Lados do protórax, no nível do meio, com espinho agudo. Pronoto com rugas pouco evidentes, densa e finamente pontuado, menos numa faixa central longitudinal da constrição basal ao ápice; sem pubescência e sem tubérculos; com pelos longos, eretos, esparsos. Partes laterais do protórax e prosterno lisas e brilhantes. Escutelo revestido por pubescência branca, densa. Mesepisternos, metade posterior dos metepisternos e extremos laterais do metasterno com pubescência branca.

Élitros com pontuação fina e densa, gradativamente mais esparsa para o ápice; pelos eretos esparsos. Extremidades cortadas em curva com espinho externo.

Pernas com pelos longos e esparsos. Fêmures pedunculados e clavados.

Dimensões em mm: Comprimento total, 11,1; comprimento do protórax, 1,9; maior largura do protórax, 2,6; comprimento do élitro, 7,7; largura umeral, 2,8.

Material-tipo: Holótipo fêmea, BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena Vista (El Cairo, 5 km W), 22-24.XI.2003, J. Wappes, Morris & Nearns col. (MNKM).

Discussão: Dentre as espécies unicolores do gênero Periboeum Thomson, 1864, com rugas no pronoto, espinho externo nas extremidades elitrais e fêmures e tíbias unicolores, Periboeum spinosum sp. nov. assemelha-se a P. vicinum (Perroud, 1885) e P. piliferum (Erichson, 1847). Difere de ambas pelos flagelômeros III-VI com dois espinhos; de P. vicinum, conhecida da Colômbia e Panamá, difere pela ausência de tubérculos no pronoto e pela pontuação densa nos lados do meio. Em P. vicinum o pronoto tem cinco tubérculos e a pontuação é muito esparsa.

Rhomboidederes iuba sp. nov.

(Fig. 2)

Etimologia: Tupi, íuba = amarelo; alusivo ao colorido geral do corpo.

Macho: Colorido geral amarelado. Corpo com pelos eretos, esparsos, mais longos nas antenas e pernas. Fronte e vértice com pontos grandes e contíguos. Lobos oculares superiores com quatro fileiras de omatídios. Antenas atingem a extremidade dos élitros na metade do antenômero VII. Escapo pontuado na metade basal. Antenômeros III a V com espinho curto no ápice interno. Antenômero III sulcado e bicarenado.

Lados do protórax com espinho lateral para trás do meio e gibosidade discreta no terço anterior. Pronoto com pontuação alveolada. Prosterno (25x) com rugosidades finas. Mesepisternos, metepisternos e extremo posterior dos lados do metasterno finamente pubescentes. Escutelo revestido por pubescência esbranquiçada esparsa.

Élitros pontuados na metade basal e pontos gradualmente mais esparsos para o ápice. Extremidades elitrais transversalmente truncadas e ligeiramente emarginadas.

Fêmea: Antenas atingem a ponta dos élitros na base do antenômero IX.

Dimensões em mm, macho/fêmea respectivamente: Comprimento total, 7,5/7,2; comprimento do protórax, 1,8/1,5; maior largura do protórax, 1,7/1,6; comprimento do élitro, 5,0/4,8; largura umeral, 1,8/1,8.

Material-tipo: Holótipo macho, BOLÍVIA, Santa Cruz: Potrerillo del Guendá (Reserva Natural, 40 km NW de Santa Cruz, 17°40'S, 63°27'W, 370 m), 30.IX-3.X.2007, Wappes & Morris col. (MNKM). Parátipo fêmea, mesmos dados do holótipo (ACMS).

Discussão: Na chave publicada em Martins (2005:219), pelas extremidades dos élitros e dos fêmures concolores e pelo antenômero III nitidamente carenado, Rhomboidederes iuba sp. nov. é discriminada junto com R. minutus Napp & Martins, 1994. Difere pela presença de gibosidade no terço anterior dos lados do protórax, pelo pronoto sem área central lisa e pelas extremidades elitrais desarmadas. Em R. minutus, os lados do protórax não têm gibosidade entre o espinho e a orla anterior, o protórax apresenta uma faixa sem pontos na metade posterior e as extremidades elitrais têm espinho curto no lado externo.

Cotyperiboeum gen. nov.

Etimologia: Tupi, coty = ao lado de; Periboeum; gênero gramatical neutro.

Descrição: Fronte transversal: Sutura frontal prolongada até entre os tubérculos anteníferos. Lobos oculares superiores com seis fileiras de omatídios, mais distantes entre si que o dobro da largura de um lobo. Lobos oculares inferiores mais distantes entre si do que a inserção das maxilas. Genas curtas, arredondadas na ponta. Tubérculos anteníferos distantes entre si e pouco projetados. Antenas com 12 artículos; atingem os ápices elitrais na base do antenômero VII (macho). Escapo pouco engrossado para o ápice; comprimento subigual à metade do comprimento do antenômero III. Antenômero III sulcado, bicarenado, com espinho curto no ápice interno. Antenômeros IV e V com espinho curto no ápice interno. Antenômero XII curvo, com dois terços do comprimento do XI.

Protórax com tubérculo lateral curto atrás do meio e gibosidade pouco projetada no nível do terço anterior. Pronoto sem tubérculos.

Extremidades elitrais cortadas em curva com espinho curto no lado externo.

Fêmures pedunculados e fortemente clavados, desarmados nos ápices. Metatíbias levemente sulcadas na metade basal. Metatarsômero I com comprimento igual a II + III.

Discussão: Etymosphaerion Martins & Monné, 1975 é o único gênero sul-americano que apresenta antenas com 12 artículos. Cotyperiboeum gen. nov. difere de Etymosphaerion pelo antenômero III sulcado, antenômeros III-V com espinho curto no lado interno, pelo antenômero XII com dois terços do comprimento do XI, pelo protórax com espinho lateral, pelo pronoto sem gibosidades, pelo ápice dos élitros emarginados com espinho curto no lado externo e pelas metatíbias sulcadas na base. Em Etymosphaerion o antenômero III não é sulcado, os antenômeros III a V são desarmados, o antenômero XII é apenas mais curto que o XI, o protórax é desarmado nos lados, o pronoto apresenta cinco gibosidades discretas, os ápices elitrais são arredondados e as metatíbias não têm sulco.

Cotyperiboeum antennarium sp. nov.

(Fig. 3)

Etimologia: Do Latim, antennarium = da antena; referente às antenas com 12 artículos.

Macho: Colorido geral vermelho-alaranjado. Cabeça densamente pontuada, os pontos contíguos. Antenas com pelos longos.

Pronoto com pontos alveolados; pelos curtos, eretos e esparsos. Prosterno finamente rugoso (25x) na metade anterior. Escutelo com densa pubescência branca.

Pontuação elitral densa na metade anterior e gradualmente mais esparsa para o ápice; alguns pontos ásperos na base; pelos curtos e esparsos.

Pernas com pelos longos. Fêmures brilhantes. Face ventral do corpo com pubescência esbranquiçada nos metepisternos e nos extremos látero-posteriores do metasterno.

Dimensões em mm: Comprimento total, 7,2; comprimento do protórax, 2,0; maior largura do protórax, 1,9; comprimento do élitro, 5,8; largura umeral, 2,0.

Material-tipo: Holótipo macho, BOLÍVIA, Santa Cruz: Potrerillo del Guenda (Reserva Natural, 40 km NW de Santa Cruz, 17°40'S, 63°27'W, 370 m), 16-21.X.2007, F.I.J. Romero col. (MNKM).

Hexoplonini

Hexoplon bellulum sp. nov.

(Fig. 4)

Etimologia: Latim, bellulum = diminutivo de bellum, bonitinho.

Macho: Cabeça preto-avermelhada. Fronte densamente pontuada; pontos grandes e próximos. Vértice com pontos rasos na parte anterior. Lobos oculares superiores com três fileiras de omatídios. Antenas atingem o ápice dos élitros no meio do antenômero VIII. Escapo sem dente apical externo.

Protórax preto. Pronoto brilhante, sem microesculturas. Prosterno com mancha avermelhada à frente do processo prosternal. Escutelo revestido por pubescência serícea esbranquiçada. Esternos torácicos avermelhados

Élitros com a região circum-escutelar e metade apical, pretas, exceto o ápice, amarelado; restante da metade anterior avermelhada, com duas áreas, em cada élitro, esbranquiçadas e próximas: uma anterior, não toca a sutura, oblíqua em sentido ascendente da margem para a sutura; outra no meio, próxima da anterior e oblíqua no mesmo sentido que a anterior, contínua da sutura à margem. Metade anterior dos élitros com pontos no dorso; metade apical com pontos, menos evidentes no ápice. Cada élitro com duas fileiras longitudinais de pontos pilíferos. Extremidades cortadas em curva, bem projetadas no lado interno e espinhosas no lado externo.

Fêmures vermelho-alaranjados. Tíbias mais escuras. Urosternitos pretos; urosternito I com processo intercoxal avermelhado.

Dimensões em mm: Comprimento total, 9,0; comprimento do protórax, 2,2; maior largura do protórax, 1,2; comprimento do élitro, 5,8; largura umeral, 1,7.

Material-tipo: Holótipo macho, BOLÍVIA, Santa Cruz: Província Florida (4 km N de Bermejo, Refúgio los Volcanes, 18°06'S, 63°36'W, 1.045 m), 18-22.I.2007, Lingafelter, Wappes & Prena col. (MNKM).

Discussão: Pela presença de mancha escura circum-escutelar, Hexoplon bellulum sp. nov. assemelha-se à H. scutellare Napp & Martins, 1985. Difere pelos metafêmures com o mesmo colorido dos pro- e mesofêmures; pela mancha clara anterior dos élitros, oblíqua e próxima da faixa central, pela metade apical dos élitros preta, pelo ápice dos élitros ocupados por coloração esbranquiçada. Em H. scutellare os metafêmures são pretos e os pro- e mesofêmures são alaranjados, as manchas claras anteriores dos élitros são longitudinais, o terço apical dos élitros é preto e as extremidades também são pretas.

Eligmodermini

Alienus gen. nov.

Etimologia: Latim, alienus = alheio. Gênero gramatical masculino.

Descrição: Fronte vertical: Palpos maxilares apenas mais longos que os labiais. Lobos oculares superiores com cinco fileiras de omatídios. Lobos oculares inferiores atingem a parte ventral da cabeça. Tubérculos anteníferos projetados e distantes entre si. Antenas (fêmea) com os artículos cilíndricos. Escapo cilíndrico, sem sulco no lado dorsal da base, com dois terços do comprimento do antenômero III. Antenômero III sem sulcos ou carenas, apenas mais longo que o IV; IV mais curto que o V.

Protórax com gibosidade muito discreta pouco atrás do meio. Pronoto com dois tubérculos látero-anteriores, arredondados no topo. Processo prosternal estreito entre as coxas e alargado no ápice. Processo mesosternal, no meio, tão largo quanto uma mesocoxa.

Élitros com as extremidades biespinhosas, o espinho externo fino e alongado. Superfície elitral densamente pontuada e com pelos curtos.

Cavidades procoxais muito estreitamente abertas. Procoxas não angulosas nos lados. Fêmures lineares. Extremidades dos metafêmures atingem o meio do urosternito IV. Metatíbias não carenadas. Metatarsômero I com comprimento igual a II + III.

Discussão: Alienus gen. nov. assemelha-se à Limozota Pascoe, 1866, gênero monotípico, principalmente pelo antenômero III sem carena, tubérculos pronotais pouco projetados, protórax com cerca de um quinto do comprimento dos élitros e élitros com pelos curtos. Distingue-se pelos tubérculos anteníferos distantes e sem sulco entre si, pelo escapo com dois terços do comprimento do antenômero III, élitros sem pelos longos, pelas extremidades elitrais espinhosas no lado interno. Em Limozota, os tubérculos anteníferos são agudos, próximos e com sulco entre si, o escapo tem metade do comprimento do antenômero III, o pronoto tem gibosidade longitudinal atrás das anteriores, os élitros têm pelos longos entremeados por pelos curtos e deitados e as extremidades elitrais são cortadas em curva e projetadas nos ângulos externo e interno.

Alienus curiosus sp. nov.

(Fig. 5)

Etimologia: Latim, curiosus = curioso; alusivo ao habitus.

Fêmea: Cabeça e protórax avermelhados. Antenas e pernas alaranjadas. Élitros avermelhados, cada um com duas áreas amareladas muito pouco contrastantes, mancha arredondada dorsal no terço anterior e faixa atrás do meio, em forma de "S", com a parte anterior soldada à sutura. Parte ventral do corpo avermelhada.

Pronoto microesculturado com pubescência muito esparsa. Pubescência da face ventral muito dispersa.

Dimensões em mm: Comprimento total, 11,2; comprimento do protórax, 1,8; maior largura do protórax, 1,4; comprimento do élitro, 8,7; largura umeral, 2,5.

Material-tipo: Holótipo fêmea, BRASIL, Espírito Santo, sem data de coleta e nome do coletor (MZUSP).

Trachyderini

Phaedinus rubrus sp. nov.

(Fig. 6)

Etimologia: Latim, rubrus = vermelho; alusivo ao colorido dos élitros.

Fêmea: Cabeça, protórax, escutelo, pernas e face ventral do corpo preto-avermelhados. Mesonoto preto. Élitros vermelho-alaranjados. Fronte com pubescência amarelada, muito esparsa, com débil carena bifurcada no meio. Tubérculos anteníferos projetados. Antenas atingem o terço apical dos élitros. Escapo, pedicelo e antenômero III preto-avermelhados; IV-VI avermelhados com o ápice preto-avermelhado; antenômeros VII a XI avermelhados e inteiramente revestidos por pubescência serícea amarelada. Escapo engrossado para o ápice, densa e finamente pontuado, profundamente sulcado no lado superior da base; este sulco largo, prolongado até o meio. Escapo (3 mm de comprimento) tão longo quanto o antenômero III. Antenômero III com quase o dobro do comprimento do IV. Antenômeros VI a X com projeção apical externa.

Lados do protórax com dois tubérculos: o central mais projetado do que o látero-anterior. Pronoto com cinco tubérculos e pubescência branco-amarelada, exceto na região dos tubérculos. Partes laterais do protórax e prosterno revestidas por pubescência branco-amarelada. Processos prosternal e mesosternal com tubérculo. Esternos torácicos, menos a parte central do metasterno, cobertos por pubescência branco-amarelada. Escutelo com fina pubescência esbranquiçada, esparsa.

Élitros com pontuação fina e densa; em cada élitro, costa fina, debilmente marcada. Extremidades elitrais obliquamente truncadas, com projeção diminuta perto ângulo sutural.

Fêmures finamente pontuados, com as abas apicais internas projetadas. Urosternitos com pubescência amarelo-esbranquiçada, esparsa nos lados.

Dimensões em mm: Comprimento total, 30,4; comprimento do protórax, 5,7; maior largura do protórax, 8,4; comprimento do élitro, 22,7; largura umeral, 9,0.

Material-tipo: Holótipo fêmea, EQUADOR, Manabi: Montecristi (3 km E), 29.VI.1999, L. Stange & R. Millaer col. (ACMS).

Discussão: Phaedinus rubrus sp. nov. distingue-se de P. lanio Guérin-Méneville, 1838, pela ausência de quatro carenas longitudinais nítidas nos élitros; de P. carbonelli Monné, 1999, pela ausência de abundantes pelos longos na cabeça e no protórax; de P. schaufussi Nonfried 1890, pela cabeça, pronoto e pernas avermelhadas e élitros não escurecidos na base e no ápice.

AGRADECIMENTOS

A James E. Wappes (ACMS) pelo envio de material para estudo; a Eleandro Moysés (bolsista IC/CNPq/Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul) pelas fotografias e tratamento das imagens.

Recebido em: 16.12.2009

Aceito em: 06.07.2010

Impresso em: 24.09.2010

  • MARTINS, U.R. 2005. Cerambycidae sul-americanos. Sociedade Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 7, 394 p.
  • MARTINS, U.R. 2006. Hexoplonini. In: Martins, U.R. Cerambycidae sul-americanos. Sociedade Brasileira de Entomologia, São Paulo, v.8, p. 21-211.
  • MARTINS, U.R. & GALILEO, M.H.M. 2009. Eligmodermini. In: Martins, U.R. Cerambycidae sul-americanos. Sociedade Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 10, p. 201-213;355;356.
  • MONNÉ, M.A. & BEZARK, L.G. 2009. Checklist of the Cerambycidae, or longhorned beetles (Coleoptera) of the Western Hemisphere. BioQuip Publications, Rancho Dominguez (CA), 462 p.
  • MONNÉ, M.L. 1999. Sinopse das espécies brasileiras do gênero Phaedinus Dupont, 1834. Revista Brasileira de Entomologia, 43(1/2):25-27.
  • MONNÉ, L.M.; BOTERO, J.P. & QUINTINO, H.Y. 2010. Two new synomies and lectotype designation in Trachyderini (Insecta: Coleoptera: Cerambycidae). Zootaxa, 2524:63-65.
  • Novos táxons de Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) da América do Sul

    Maria Helena M. GalileoI, III; Ubirajara R. MartinsII, III
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Out 2010
    • Data do Fascículo
      2010

    Histórico

    • Recebido
      16 Dez 2009
    • Aceito
      06 Jul 2010
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