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Sobrecarga de cuidadores familiares de idosos: prevalência e associação com características do idoso e do cuidador* * Extraído da dissertação “Sobrecarga em cuidadores familiares de idosos dependentes do Município de João Pessoa, Paraíba, Brasil”, Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, 2011.

Resumos

Pesquisa de natureza epidemiológica, descritiva e transversal, que teve como objetivos estimar a prevalência de sobrecarga entre os cuidadores familiares de idosos dependentes, residentes no município de João Pessoa, e identificar possíveis associações entre a sobrecarga e as características sociodemográficas de idosos e cuidadores. A população foi constituída por 240 idosos residentes nos setores censitários sorteados no referido Município. Compuseram a amostra 52 idosos e seus cuidadores familiares. Para a coleta dos dados, aplicou-se um questionário semiestruturado com questões referentes às características sociodemográficas dos idosos e dos cuidadores e a escala Burden Interview. Os resultados demonstraram alta prevalência de sobrecarga entre os cuidadores (84,6%), a qual apresentou associação estatisticamente significativa com as seguintes características: idosos aposentados e responsáveis pelo domicílio, cuidadores cônjuges dos idosos e que apresentaram menor grau de escolaridade. Os achados trazem contribuições para a elaboração de ações direcionadas ao estabelecimento de suportes formais e emocionais para os cuidadores.

Idoso; Cuidadores; Familia; Enfermagem geriátrica


A cross-sectional, epidemiological study aimed to estimate the prevalence of burden among family caregivers of impaired elderly residents in the city of João Pessoa, and to identify associations between the mean burden and social and demographic characteristics of the elderly and the caregivers. A total number of 240 elderly residents in a previously drawn census tract participated in this research. The sample was composed of 52 elderly and their caregivers. For data collection, a questionnaire was applied with questions on social and demographic characteristics of elderly and caregivers, and the Burden Interview Scale was used. Results showed a high prevalence of burden among caregivers (84.6%), in which a statistically significant association was found with the following characteristics: retired elderly, elderly as head of family, spousal caregivers, and caregivers with less education. The findings of this study may contribute to the development of activities focused on formal and emotional support for the caregivers.

Aged; Caregivers; Family; Geriatric nursing


Investigación epidemiológica, descriptiva y transversal que tuvo como objetivos: estimar la prevalencia de la sobrecarga entre los cuidadores familiares del adulto mayor dependientes, residentes en el municipio de João Pessoa e identificar posibles asociaciones entre la sobrecarga y las características socio-demográficas del adulto mayor y de los cuidadores. La población fue constituída por 240 adultos mayores residentes en las zonas censales sorteadas en dicho municipio. Se obtuvo una muestra de 52 adultos mayores y sus cuidadores familiares. Para la recolección de los datos, se aplicó un cuestionario semiestructurado con cuestiones referentes a las características socio-demográficas de los adultos mayores y de los cuidadores y la escala Burden Interview. Los resultados demostraron alta prevalencia de sobrecarga entre los cuidadores (84,6%), la cual presentó una asociación estadísticamente significativa con las siguientes características: adultos mayores jubilados y responsables por el domicilio, cuidadores cónyuges de los adultos mayores y con menor grado de escolaridad. Los hallazgos traen contribuciones para la elaboración de acciones dirigidas a establecer soportes formales y emocionales para los cuidadores.

Anciano; Cuidadores; Familia; Servicios de Salud; Enfermería geriátrica


Introdução

As mudanças demográficas decorrentes do processo de envelhecimento populacional ocorridas na contemporaneidade são acompanhadas por modificações do perfil de morbimortalidade da população, em que se evidencia a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Essas atingem sobretudo a população idosa e podem eventualmente acarretar comprometimento da capacidade funcional desses indivíduos, que passam a necessitar de cuidados permanentes(11. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev Saúde Pública. 2009;4(3):548-54.).

Na presença de algum evento que comprometa a capacidade funcional do idoso, entendida como limitação da capacidade ou restrição no desempenho de atividades(22. Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF [Internet]. Lisboa: OMS; 2004 [citado 2012 mar. 17]. Disponível em: http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf
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), na maioria das vezes é a família que assume a responsabilidade pelo cuidado do idoso dependente, na figura do cuidador familiar ou informal. Faz-se oportuno destacar que o cuidador informal, além de membro da família, pode ser um amigo, vizinho ou voluntário, sem formação específica e não remunerado, que cuida do idoso no contexto familiar(33. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.528, de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa [Internet]. Brasília; 2006 [citado 2012 mar. 17]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2528%20aprova%20a%20politica%20nacional%20de%20saude%20da%20pessoa%20idosa.pdf
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). Embora seja frequentemente requisitado para prestar cuidados ao idoso dependente, o cuidador familiar nem sempre escolhe desempenhar tal papel.

Prover cuidados diários ao idoso passa a ser uma tarefa nova e desafiadora para a família, cujos membros subitamente são transformados em cuidadores, não raras vezes sem preparação, conhecimento ou suporte adequados para assumir tal papel, o que implica prejuízos para sua qualidade de vida e a qualidade do cuidado(44. Inouye K, Pedrazzani ES, Pavarini SCI. Octogenários e cuidadores: perfil sócio-demográfico e correlação da variável qualidade de vida. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):350-7.-55. Gonçalves LHT, Costa MAM, Martins MM, Nassar SM, Zunino R. A dinâmica da família de idosos mais idosos no contexto de Porto, Portugal. Rev Latino Am Enferm. 2011;19(3):458-66.). Ao desempenhar atividades relacionadas ao bem-estar físico e psicossocial do idoso, o cuidador passa a ter restrições em relação à própria vida, o que contribui para o aparecimento da sobrecarga(66. Fernandes MGM, Garcia TR. Estrutura conceitual da tensão do cuidador familiar de idosos dependentes. Rev Eletr Enferm [Internet]. 2009 [citado 2012 mar. 27];11(3):469-76. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v11/n3/pdf/v11n3a02.pdf
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). Esse fenômeno pode ser definido como problemas oriundos do processo de cuidar, sejam eles físicos, psicológicos ou emocionais, sociais ou financeiros.

No Brasil, particularmente no estado da Paraíba, há escassez de pesquisas, especialmente de estudos de bases populacionais, a respeito do fenômeno da sobrecarga e sua relação com características inerentes ao idoso dependente e ao cuidador familiar. Nesse sentido, esta pesquisa é de grande valia, uma vez que possibilita a elucidação de um conjunto de dados empíricos que podem subsidiar os profissionais de saúde, especialmente o enfermeiro, a desenvolver programas e políticas de intervenções em saúde voltadas ao cuidado do idoso e do cuidador familiar.

Assim, visando contribuir com o melhor entendimento dessa temática, este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de sobrecarga em cuidadores familiares de idosos dependentes, residentes em João Pessoa, Paraíba, e verificar sua relação com as características sociodemográficas (idade, sexo, estado civil, escolaridade, renda, arranjo familiar) dos idosos dependentes e seus cuidadores familiares (grau de parentesco, idade, sexo, estado civil, se reside com o idoso, escolaridade).

Método

Estudo transversal realizado na zona urbana do município de João Pessoa, Paraíba, que está inserido na pesquisa Condições de vida, saúde e envelhecimento: um estudo comparado, vinculada e financiada pelo Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD/CAPES) entre a Universidade Federal da Paraíba e a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Fizeram parte do universo do estudo maior 240 idosos residentes no município de João Pessoa, Paraíba, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, assim como os cuidadores familiares daqueles que apesentavam comprometimento da capacidade funcional para realizar as atividades básicas da vida diária. Visando ao estabelecimento de quotas representativas da população e considerando a diversidade socioeconômica do Município, o processo de amostragem foi probabilístico, por conglomerados, de duplo estágio.

No primeiro estágio, considerou-se o setor censitário como unidade primária da amostragem. Assim, foram sorteados 20 setores censitários, com probabilidade proporcional ao número de domicílios, entre os 617 setores do município. No segundo estágio, visitou-se um número fixo de domicílios, com a finalidade de garantir a autoponderação amostral, quando foram sorteadas a rua e a quadra em que esse processo de busca seria iniciado.

Após o sorteio dos setores, identificou-se no mapa municipal de João Pessoa a localização de cada setor sorteado, incluindo os bairros que seriam visitados. Em seguida, realizou-se novo sorteio em que foram definidas as ruas que deveriam ser visitadas pelos entrevistadores. Na folha de arrolamento foram registrados o número de idosos residentes e a data da visita domiciliária para aplicação do questionário. Por fim, determinaram-se as equipes incumbidas de entrevistar os idosos e os cuidadores de cada setor censitário que participariam do estudo. Ao final das entrevistas pré-estabelecidas, nos casos em que não foi alcançada a densidade amostral proposta, os entrevistadores continuaram as visitas até conseguir o número desejado de idosos por setor. Os erros amostrais foram fixados em 10%.

Foram adotados como critérios inclusão: idosos com incapacidade funcional (física e/ou cognitiva) moderada ou grave, avaliados pelo Índice de Katz(77. Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged. The index of ADL: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA. 1963;185(12):914-9.) e pelo Miniexame do Estado Mental (MEEM)(88. Folstein MF, Folstein SE, Mchugh PR. Mini-Mental State: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. 1975;12(3): 189-98.), e que possuíam membro familiar como cuidador principal. Para a inclusão dos cuidadores, por sua vez, foram considerados: pessoas de ambos os sexos, membros da família do idoso e que não recebiam remuneração pela provisão de cuidado. Considerados esses critérios, fizeram parte do estudo 52 idosos e seus respectivos cuidadores familiares.

A coleta de dados foi realizada mediante entrevistas domiciliária com os idosos e seus cuidadores, no período de abril a junho de 2011, seguindo o sentido horário dos setores sorteados. Para tal, foram utilizados questionários semiestruturados com questões referentes às características sociodemográficas dos idosos (idade, sexo, estado civil, escolaridade, renda, arranjo familiar) e dos cuidadores (idade, sexo, grau de parentesco, estado civil, escolaridade). Para avaliar e classificar a sobrecarga entre os cuidadores foi utilizada a Escala Burden Interview(99. Zarit SH, Todd PA, Zarit JM. Subjective burden of husbands and wives as caregivers: a longitudinal study. Gerontologist. 1986;26(3):260-6.), adaptada e validada no Brasil(1010. Scazufca M. Versão brasileira da Escala Burden Interview para avaliação de sobrecarga em cuidadores de indivíduos com doenças mentais. Rev Bras Psiquiatr. 2002;24(1):12-7.), obedecendo aos seguintes escores: sobrecarga intensa (escore entre 61 e 88), sobrecarga moderada a severa (escores entre 41 e 60), sobrecarga moderada a leve (escores entre 21 e 40) e ausência de sobrecarga (escores inferiores a 21)(1111. Luzardo AR, Gorini MIPC, Silva APSS. Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto Contexto Enferm. 2006;15(4):587-94.-1212. Gratão ACM, Vendrúscolo TRP, Talmelli LFS, Figueiredo LC, Santos JLF, Rodrigues RAP. Sobrecarga e desconforto emocional em cuidadores de idosos. Texto Contexto Enferm. 2012;21(2):304-12.).

Para a análise estatística dos dados, foi utilizado o aplicativo SPSS (Statistical Package for the Social Science) for Windows, versão 15.0. A descrição das variáveis foi realizada calculando-se as medidas de distribuição (média, desvio-padrão, frequência absoluta e relativa). Na etapa da análise confirmatória, mediante os resultados obtidos no teste de Lilliefors, verificou-se normalidade entre as variáveis utilizadas no estudo e por isso foram utilizados os testes t de Student e Análise de Variância (ANOVA). Foi considerado um nível de significância de 5%.

Quanto aos procedimentos éticos, o projeto da pesquisa foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley (Protocolo 679/10). Os participantes foram informados acerca de seus objetivos, do desenvolvimento e da forma de divulgação dos resultados. Além disso, tiveram garantidos o anonimato, o respeito, o sigilo das informações e a liberdade para desistir de participar da pesquisa em qualquer uma de suas fases. Após a aquiescência em participar do estudo, fizeram tal declaração por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

No tocante às características sociodemográficas dos idosos investigados, verificou-se prevalência do sexo feminino (55,8%); da faixa etária de 80 anos ou mais (51,9%) e da idade de 79,75 anos. Quanto ao estado civil, 21 (40,4%) eram viúvos, 20 (38,5%) casados, seis (11,5%) solteiros e, dentre os demais, 3 (5,8%) eram divorciados e 2 (3,8%), separados. Entre os homens, prevaleceram os casados (65,2%), enquanto que, entre as mulheres, houve maior índice de viúvas (55,2%).

No que se refere ao grau de escolaridade, 22 (42,3%) dos idosos referiram ser analfabetos, sendo a prevalência de analfabetismo maior entre as mulheres: 13 (44,8%). Entre os escolarizados, observou-se uma média de 5,39 anos de estudo. Em relação à situação econômica, a maioria era aposentada (46 ou 88,5%). Quanto à renda individual do idoso, a média foi de R$ 895,35.

Quanto ao arranjo familiar dos idosos entrevistados, foram verificadas as seguintes características: a média de pessoas que coabitavam na mesma casa foi de 4,4, predominando o arranjo idoso/filho e neto (19 ou 36,5%), além de idosos com arranjos compostos por outros parentes, como sobrinhos, primos e outros (20 ou 38,5%). O chefe ou responsável pela família era o/a filho(a) em 22 casos (42,3%), porém 10 idosos (19,2%), apesar de apresentarem alguma incapacidade, eram responsáveis por suas famílias; 20 (39,2%) moravam na casa de familiares, na condição de parente, e 15 (29,4%) dos familiares passaram a morar com o idoso. A média de filhos por idoso foi de 3,71.

Quanto às características dos cuidadores, verificou-se que, considerando o grau de parentesco, 26 (50%) eram filho(as); 14 (26,9%), cônjuges; 3 (5,8%), genro ou nora; 1 (1,9%) era neto e 1 (1,9%) era cunhado. Os demais 7 (13,5%) tinham outra relação de parentesco com o idoso. Quanto ao sexo, 50 (96,2%) eram mulheres e apenas dois (3,8%), homens. No tocante à idade dos cuidadores, a média foi de 52,62 anos e o desvio-padrão, de 14,4. Identificou-se que 12 (23,1%) tinham idade até 40 anos; 12 (23,1%), entre 41 e 50 anos; 11 (21,2%), entre 51 e 60 anos; 11 (21,2%), entre 61 e 70 anos; 5 (9,8%), entre 71 e 80 anos e 1 (1,9%), entre 81 e 90 anos.

Quanto ao estado civil dos cuidadores, 31 (60,8%) eram casados(as), dez (19,6%) nunca haviam se casado ou morado com companheiros(as), oito (15,7%) eram separados(as)/divorciados(as) e dois (3,9%) eram viúvos(as). No que se refere à escolaridade, 24 (46,2%) estudaram de cinco a oito anos, 10 (19,2%), por mais de 13 anos; seis (11,5%), de um a quatro ano e seis (11,5%), de nove a 12 anos. Entre os demais, três (5,8%) eram analfabetos e três (5,8%) referiram saber ler e escrever informalmente.

Na aplicação da Escala Burden Interview(99. Zarit SH, Todd PA, Zarit JM. Subjective burden of husbands and wives as caregivers: a longitudinal study. Gerontologist. 1986;26(3):260-6.) verificou-se prevalência de sobrecarga entre os cuidadores equivalente a 84,6%, sendo a média total de sobrecarga do cuidador familiar de 31,0 pontos. Considerando os níveis de sobrecarga, identificou-se que 32 (61,5%) dos cuidadores familiares apresentaram sobrecarga moderada a leve, 12 (23,1%), sobrecarga moderada a severa e oito (15,4%) não apresentaram sobrecarga.

= =

No concernente aos itens da Escala Burden Interview(99. Zarit SH, Todd PA, Zarit JM. Subjective burden of husbands and wives as caregivers: a longitudinal study. Gerontologist. 1986;26(3):260-6.), conforme ilustra a Tabela 1, verificou-se entre os cuidadores maior proporção da resposta nunca se sente sobrecarregado para as questões relacionadas a sentir-se envergonhado com o comportamento do idoso, ao fato de que gostaria de deixar que outra pessoa cuidasse do idoso e de se sentir irritado ou tenso quando o idoso está por perto. No que se refere a maior prevalência de cuidadores que responderam "sempre se sentir sobrecarregado", observou-se relação com o fato de sentirem que o idoso depende demais deles.


Tabela 1 - Distribuição das respostas dos cuidadores familiares de idosos dependentes frente às questões da Escala Burden Interview - João Pessoa, PB, 2011


Considerando a relação entre a sobrecarga dos cuidadores e as características dos idosos, apresentadas nas Tabelas 2 e 3, verificou-se que houve associação estatisticamente significativa entre aqueles que cuidavam de idosos segundo o tipo de renda do idoso (p-valor 0,001) observando-se maior sobrecarga para os que tinham a aposentadoria como única fonte de renda (31,15) e entre os cuidadores que dispensavam cuidados aos idosos (p-valor 0,046). Verificou-se maior média de sobrecarga entre os cuidadores que dispensavam cuidados aos idosos cujas famílias eram chefiadas pelo próprio idoso dependente (39,80).


Tabela 2 - Distribuição das médias de sobrecarga dos cuidadores familiares relacionadas às características sociodemográficas dos idosos - João Pessoa, PB, 2011



Tabela 3 - Distribuição das médias de sobrecarga dos cuidadores familiares relacionadas ao arranjo familiar dos idosos - João Pessoa, PB, 2011


Ao se estabelecer relação entre as características sociodemográficas dos cuidadores e as maiores médias de sobrecarga entre eles, conforme ilustra a 4, foram evidenciadas diferenças estatisticamente significativas entre as maiores médias de sobrecarga e os provedores de cuidados (p-valor 0,046), sendo que cônjuges do idoso apresentavam a maior média de sobrecarga (34,77). No que se refere à relação entre níveis mais elevados de sobrecarga e o grau de escolaridade do cuidador (p-valor 0,040), verificou-se maior sobrecarga entre os cuidadores com menor grau de escolaridade.


Tabela 4 - Distribuição das médias de sobrecarga dos cuidadores familiares relacionadas às características sociodemográficas dos cuidadores - João Pessoa, PB, 2011


Discussão

A média total de sobrecarga do cuidador familiar constatada na presente pesquisa foi semelhante à verificada em outros estudos(1212. Gratão ACM, Vendrúscolo TRP, Talmelli LFS, Figueiredo LC, Santos JLF, Rodrigues RAP. Sobrecarga e desconforto emocional em cuidadores de idosos. Texto Contexto Enferm. 2012;21(2):304-12.

13. Garrido R, Menezes PR. Impacto em cuidadores de idosos com demência atendidos em um serviço psicogeriátrico. Rev Saúde Pública. 2004;38(6):835-41.
-1414. Amendola F, Oliveira MAC, Alvarenga MRM. Influence of social support on the quality of life of family caregivers while caring for people with dependence. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2011 [cited 2012 Mar 11];45(4):884-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n4/en_v45n4a13.pdf
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). Vale salientar que a maioria das pesquisas desenvolvidas tanto em âmbito nacional quanto internacional, tem realçado os efeitos negativos do processo de cuidar de um idoso dependente, especificamente a alta incidência de sobrecarga entre os cuidadores familiares. De um modo geral, estes experimentam maior prevalência de problemas psicossomáticos e psiquiátricos, doenças crônicas, maior consumo de drogas psicotrópicas, isolamento social, estresse pessoal e familiar, alterações na dinâmica familiar e na vida social(1515. Fernandes MGM, Garcia TR.Tension attributes of the family caregiver of frail older adults. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2012 Mar 17];43(4):818-24. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/en_a12v43n4.pdf
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-1616. Resende MC, Turra DD, Alves F, Pereira FB, Santos SAP, Trevisan VC. Cuidar de idosos com Alzheimer: influências sociais, físicas e psicológicas envolvidas nesta tarefa. RVCEH Rev Bras Cienc Env Hum. 2008;5(1):19-31.).

No tocante aos itens da Escala Burden Interview(99. Zarit SH, Todd PA, Zarit JM. Subjective burden of husbands and wives as caregivers: a longitudinal study. Gerontologist. 1986;26(3):260-6.), verificou-se entre os cuidadores maior proporção da resposta “nunca se sente sobrecarregado” para as questões relacionadas a sentir-se envergonhado com o comportamento do idoso, ao fato de que gostaria de deixar que outra pessoa cuidasse do idoso e sentir-se irritado ou tenso quando o idoso está por perto.

Vale ressaltar que a proximidade e o tipo de relação afetiva existente entre o cuidador e o paciente anteriormente à doença contribuem para o processo de inserção e adaptação do cuidador a esse papel(1717. Fonseca NR, Penna AFG, Soares MPG. Ser cuidador familiar: um estudo sobre as consequências de assumir este papel. Physis Rev Saúde Coletiva. 2008;18(4):727-43.). Quando o cuidado é dispensado por um familiar próximo, pode haver tendência de que essa atividade seja mais bem administrada, pois a ligação preexistente de carinho, amor e atenção permite que o cuidado ocorra sem ser permeado por sentimentos negativos.

Cuidadores que responderam "sempre se sentir sobrecarregado", que indica um potencial mais alto para a sobrecarga, consideravam que o idoso dependia deles para a realização de muitas das suas atividades básicas. A responsabilidade que o cuidador familiar tem sobre a manutenção da vida do idoso, mediante a provisão dos cuidados dispensados cotidianamente, pode ocasionar maior sobrecarga.

Na análise das características dos idosos dependentes relacionadas à sobrecarga do cuidador foram verificadas maiores médias de sobrecarga entre os cuidadores familiares que dispensavam cuidado a idosos com idade de 70 a 74 anos, do sexo masculino, casados, que possuíam baixa renda e baixo nível de escolaridade. Vale ressalvar, entretanto, que tais resultados não foram significativos na análise estatística.

A idade do idoso, em si, não consiste num déficit que possa acarretar maior sobrecarga para o cuidador, no entanto, é um fator de risco importante para o surgimento de morbidades que influenciam seu nível de dependência(1818. Fernandes MGM, Garcia TR. Determinantes da tensão do cuidador familiar de idosos dependentes. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):57-63. ). Quanto ao sexo do idoso dependente, de modo geral os homens apresentam mais dificuldade para aceitar a condição de dependência e a necessidade de ser cuidado, contribuindo para o surgimento de sobrecarga entre os cuidadores familiares. Além disso, preocupam-se menos com a manutenção de sua saúde, o que os torna mais susceptíveis à ocorrência de problemas crônicos que podem evoluir com prejuízo funcional.

A baixa renda, na maioria das vezes, está relacionada ao baixo grau de escolaridade ou, em alguns casos, decorre do idoso ter de se afastar de suas atribuições profissionais em decorrência do agravamento de sua enfermidade, passando a receber uma aposentadoria inferior ao que recebia anteriormente, acarretando prejuízos financeiros que sobrecarregam significativamente o cuidador. Estudos brasileiros têm identificado a falta de recursos financeiros como uma das principais dificuldades em cuidar do familiar dependente(1919. Martins JJ, Borges M, Silva RM, Erdmann AL, Nascimento ERP. O processo de viver e de ser cuidado de idosos e a percepção dos cuidadores. Cogitare Enferm. 2011; 16(1):96-103. -2020. Moreira SR, Turrini RNT. Paciente oncológico terminal: sobrecarga del cuidador. Enferm Global [Internet]. 2011 [citado 2012 mar. 22];10(22). Disponible en: http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v10n22/administracion2.pdf
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). Essa situação afeta a obtenção de recursos necessários para a manutenção do idoso dependente e favorece o surgimento do sentimento de angústia entre os cuidadores que buscam propiciar o melhor para o familiar dependente.

Embora o maior número de pessoas que coabitam com o idoso dependente possa significar mais possibilidades de suporte para o cuidador familiar e, por conseguinte, menores níveis de sobrecarga, no âmbito deste estudo observaram-se médias mais elevadas de sobrecarga entre os cuidadores que viviam em arranjos multigeracionais. Tal achado pode estar relacionado ao fato de que um número maior de pessoas no domicílio pode gerar mais demanda de trabalho para o cuidador familiar que, além de dispensar o cuidado ao idoso dependente, responsabiliza-se por outras atividades relativas à família. Maior número de pessoas morando juntas necessariamente não se traduz em maior suporte aos idosos e seus cuidadores(2121. Camarano AA, Kanso S, Mello JL, Pasinato MT. Famílias: espaço de compartilhamento de recursos e vulnerabilidades. In: Camarano AA, organizadora. Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? [Internet]. Rio de Janeiro: IPEA; 2004 [citado mar. 22]. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Arq_12_Cap_05_rachura.pdf
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).

Ainda no que concerne à relação entre a sobrecarga dos cuidadores familiares e as características dos idosos dependentes, verificou-se diferença estatisticamente significativa (p-valor 0,046) entre a média da sobrecarga do cuidador e os idosos residentes nas famílias em que a maior média de sobrecarga estava naquelas chefiadas pelo próprio idoso. No caso de uma condição de dependência, o idoso tem preservada sua autonomia mediante a manutenção de relações de respeito ou domínio anteriormente construídas com seus familiares, as quais podem interferir substancialmente no poder de decisão do cuidador. Nesses casos, os cuidadores também são dependentes, não por incapacidade funcional, mas por outras dificuldades psicossociais relacionadas à provisão de cuidado.

No que se refere às características dos próprios cuidadores, este estudo revelou uma média de sobrecarga maior entre os que eram cônjuges dos idosos dependentes. Dentre os fatores envolvidos em tal achado salientam-se as limitações de quem cuida, uma vez que muitos desses cuidadores também vivenciavam o processo de envelhecimento, vulneráveis, portanto, a disfunções decorrentes da senescência ou do adoecimento. Além disso, ao longo da vida, alguns haviam experimentado situações de penúria social que contribuíram para o déficit de suporte social. Ademais, careciam de suporte institucional, que poderia facilitar o cuidado no domicílio(1414. Amendola F, Oliveira MAC, Alvarenga MRM. Influence of social support on the quality of life of family caregivers while caring for people with dependence. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2011 [cited 2012 Mar 11];45(4):884-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n4/en_v45n4a13.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n4/en...
,1818. Fernandes MGM, Garcia TR. Determinantes da tensão do cuidador familiar de idosos dependentes. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):57-63. ,2222. Giacomin KC, Uchôa E, Firmo JOA, Lima-Costa MF. Projeto Bambuí: um estudo de base populacional da prevalência e dos fatores associados à necessidade de cuidador entre idosos. Cad Saúde Pública. 2005;21(1):80-91.).

No tocante à relação entre os maiores níveis de sobrecarga e o baixo grau de escolaridade dos cuidadores, a falta de conhecimento e preparo para o cuidado, muitas vezes atrelada ao baixo nível de escolaridade, pode desencadear no cuidador sentimentos de ansiedade e angústia que repercutem negativamente no cuidado prestado, bem como na própria saúde do cuidador(2323. Braz E, Ciosak SI. O tornar-se cuidadora na senescência. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009;13(2):372-7.-2424. Gratão ACM, Vale FAC, Roriz-Cruz M, Haas VJ, Lange C, Talmelli LFS, et al. The demands of family caregivers of elderly individuals with dementia. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2010 [cited 2012 Mar 22];44(4):873-80. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n4/03.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n4/03...
). A falta de informações e a ausência de suporte para lidar com o cuidado ao idoso dependente tornam os cuidadores mais vulneráveis ao adoecimento(2525. Del Duca GF, Martinez AD, Bastos GAN. Perfil do idoso dependente de cuidado domiciliar em comunidades de baixo nível socioeconômico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(5):1159-65.).

Conclusão

Os resultados da pesquisa permitiram as conclusões aqui apresentadas: verificou-se alta prevalência de sobrecarga entre os cuidadores investigados (84,6%), assim como foi constatado que algumas características sociodemográficas dos idosos dependentes e dos próprios cuidadores familiares relacionaram-se com maiores médias de sobrecarga. Entre as relações estabelecidas, apenas foram verificadas associações estatisticamente significativas entre a sobrecarga do cuidador familiar e as seguintes características: idosos aposentados, idosos responsáveis pelo domicílio, cuidadores cônjuges dos idosos e cuidadores que apresentaram menor grau de escolaridade.

Vale ressaltar que, embora os achados deste estudo reflitam uma realidade local, a presente pesquisa traz contribuições, haja vista que elucida indicadores importantes referentes aos efeitos da provisão de cuidados a pacientes dependentes sobre a qualidade de vida do cuidador e o cuidado dispensado.

Considerando a realidade em que se insere o trabalho do cuidador, cuja visibilidade é reduzida em virtude da desvalorização de seu trabalho, tais achados são relevantes para despertar a sociedade e os atores governamentais quanto à necessidade premente de implementação de políticas públicas e ações com vistas ao estabelecimento de suportes formais e emocionais para essas pessoas.

Além disso, os resultados deste estudo destacam a importância prática de intervenções realizadas por enfermeiros e demais profissionais de saúde com vistas à melhoria das condições funcionais e de saúde do idoso, bem como de orientações e supervisões referentes ao cuidado dispensado pelo cuidador familiar. Vale ressaltar que o objetivo dessas intervenções não deve ser apenas instrumentalizar os membros familiares como cuidadores, mas como pessoas que também precisam de cuidados.

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    Extraído da dissertação “Sobrecarga em cuidadores familiares de idosos dependentes do Município de João Pessoa, Paraíba, Brasil”, Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, 2011.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2013

Histórico

  • Recebido
    10 Abr 2012
  • Aceito
    25 Jun 2013
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