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Enfermagem e sexualidade: revisão integrativa de artigos publicados na Revista Latino-Americana de Enfermagem e na Revista Brasileira de Enfermagem

Resumos

Esta pesquisa partiu do pressuposto de que os estudos sobre sexualidade, realizados pela Enfermagem, apresentam mudanças e ampliam o olhar sobre a realidade ao incluir gênero e direitos sexuais, embora permaneça forte tendência para a vinculação da sexualidade aos seus aspectos biológicos. O objetivo do estudo foi identificar o estado da arte das publicações sobre sexualidade em dois periódicos de circulação internacional: Revista Latino-Americana de Enfermagem/RLAE e Revista Brasileira de Enfermagem/REBEn. As fontes foram artigos publicados em ambos os periódicos, no período de dez anos (1998 a 2007). Em um universo de 1894 resumos consultados, foram identificados 29 que traziam no título, palavras-chave, ou resumo a palavra sexualidade. Os resultados confirmam o pressuposto do estudo, demonstrando que a produção sobre sexualidade pela Enfermagem, divulgada nesses dois periódicos, ao mesmo tempo em que amplia a compreensão sobre a temática ao incorporar categorias, como gênero, mantém vinculação excessiva da sexualidade aos seus aspectos biológicos.

Sexualidade; Educação em Enfermagem; Identidade de Gênero


This study departs from the assumption that studies addressing sexuality in the field of nursing present changes and broaden the scope of discussion to include gender and sexual rights, although a strong tendency to link sexuality to its biological aspects is still observed. This study identifies the state-of-the-art of studies addressing sexuality published by two international journals: Latin American Journal of Nursing and The Brazilian Journal of Nursing. The sources were papers published in both periodicals over a period of ten years (from 1998 to 2007). In a universe of 1,894 searched abstracts, 29 mentioned the word ‘sexuality’. The results confirm this study’s assumption showing that the studies addressing sexuality from the perspective of nursing published by these two journals broaden the understanding on the subject as they incorporate categories such as gender, but also excessively link sexuality to its biological aspects.

Sexuality; Nursing Education; Gender Identity


Esta investigación partió del supuesto de que los estudios sobre sexualidad realizados por la Enfermería presentan cambios y amplían la perspectiva sobre la realidad al incluir género y derechos sexuales, a pesar de que permanezca una fuerte tendencia en la vinculación de la sexualidad a sus aspectos biológicos. El objetivo del estudio fue identificar el estado del arte de las publicaciones sobre sexualidad en dos periódicos de circulación internacional: Revista Latino Americana de Enfermería/RLAE y Revista Brasileña de Enfermería/REBEn. Las fuentes fueron artículos publicados en ambos periódicos en el período de diez años (1998 a 2007). En un universo de 1894 resúmenes consultados fueron identificados 29 que contenían en el título, palabras clave o el resumen de la palabra sexualidad. Los resultados confirman el supuesto del estudio demostrando que la producción sobre sexualidad por la Enfermería divulgada en esos dos periódicos, al mismo tiempo en que amplía la comprensión sobre la temática al incorporar categorías como género, mantiene la vinculación excesiva de la sexualidad a sus aspectos biológicos.

Sexualidad; Educación en Enfermería; Identidad de Género


ARTIGO DE REVISÃO

Enfermagem e sexualidade: revisão integrativa de artigos publicados na Revista Latino-Americana de Enfermagem e na Revista Brasileira de Enfermagem

Lucia Helena Rodrigues CostaI; Edméia Coelho de Almeida CoelhoII

IEnfermeira, Doutoranda, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil. Professor, Universidade Estadual de Montes Claros, MG, Brasil. E-mail: luhecosta13@yahoo.com.br

IIEnfermeira, Doutora em Enfermagem. Professor Associado I, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil. E-mail: edmeiacoelho@yahoo.com.br

Endereço para correspondência

RESUMO

Esta pesquisa partiu do pressuposto de que os estudos sobre sexualidade, realizados pela Enfermagem, apresentam mudanças e ampliam o olhar sobre a realidade ao incluir gênero e direitos sexuais, embora permaneça forte tendência para a vinculação da sexualidade aos seus aspectos biológicos. O objetivo do estudo foi identificar o estado da arte das publicações sobre sexualidade em dois periódicos de circulação internacional: Revista Latino-Americana de Enfermagem/RLAE e Revista Brasileira de Enfermagem/REBEn. As fontes foram artigos publicados em ambos os periódicos, no período de dez anos (1998 a 2007). Em um universo de 1894 resumos consultados, foram identificados 29 que traziam no título, palavras-chave, ou resumo a palavra sexualidade. Os resultados confirmam o pressuposto do estudo, demonstrando que a produção sobre sexualidade pela Enfermagem, divulgada nesses dois periódicos, ao mesmo tempo em que amplia a compreensão sobre a temática ao incorporar categorias, como gênero, mantém vinculação excessiva da sexualidade aos seus aspectos biológicos.

Descritores: Sexualidade; Educação em Enfermagem; Identidade de Gênero.

Introdução

A sexualidade tem sido tema presente em diversas áreas do conhecimento, alcançando grande visibilidade através da psicologia e psicanálise, especialmente a partir dos estudos de Freud(1). No campo das ciências humanas e sociais, os estudos sobre sexualidade tornaram-se mais evidentes e se avolumaram na segunda metade do século XX – com destacada ênfase aos estudos de Michel Foucault(2) que, através da sua genealogia da sexualidade, a identifica como dispositivo capaz de sustentar mecanismos de poder.

No campo da saúde, a sexualidade tem sido tratada especialmente por sexólogos, o que lhe dá caráter normativo e majoritariamente marcado pelos aspectos biológicos. Em estudos sobre sexologia e feminismos, pesquisadoras feministas chamam a atenção para o fato de que o discurso medicalizado sobre a sexualidade parece não ter sido observado pelas próprias feministas(3).

Assiste-se, principalmente na segunda metade dos anos 1990, organismos internacionais, voltados às políticas públicas para a saúde das mulheres, incorporarem através da força dos movimentos feministas. os conceitos de direitos reprodutivos e, especialmente, os direitos sexuais como direitos humanos. Essa perspectiva da discussão sobre a sexualidade nasce, principalmente, em função da feminilização da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adotar o termo saúde sexual. No bojo das questões relacionadas às mulheres, cresce também os movimentos gay e lésbico que buscam refletir e desconstruir a sexualidade pensada somente através da heterossexualidade, sem levar em conta as relações homoeróticas.

A Enfermagem brasileira tem mantido, historicamente, a formação profissional baseada no modelo biomédico e, por longo período, deu grande ênfase à assistência de enfermagem centrada em procedimentos técnicos desenvolvidos no corpo biológico, negando, de certa maneira, a multidimensionalidade humana. Percebe-se, na atualidade, movimento que busca ampliar as formas do cuidado para além das técnicas e dos aspectos eminentemente biológicos. Nessa perspectiva, a sexualidade tem sido tema presente, especialmente na saúde da mulher e na educação sexual voltada para o(a)s* adolescentes.

A sexualidade é tema que envolve diretamente a Enfermagem, uma vez que as práticas do cuidado remetem ao contato com os corpos, com a intimidade e com o erótico. Nos domínios da promoção e da educação para a saúde, não há como desconsiderar o lugar que ocupam hoje as discussões acerca dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como direitos humanos inalienáveis de homens e mulheres. Apesar disso, estudos recentes, especialmente na Enfermagem, têm mostrado que, muitas vezes, a sexualidade fica escamoteada na interface com o cuidado na formação da(o)s enfermeira(o)s(4).

A experiência profissional, da autoria deste estudo, tem mostrado que, tanto nas escolas formadoras como nas redes de atenção à saúde, o enfoque e o atendimento ainda se apresentam pautados pelo modelo tradicional, instrumentalizado e normativo, havendo dificuldades de abordagem crítica sobre a sexualidade. Nessa perspectiva, este estudo justifica-se ao buscar o conhecimento produzido e divulgado pela enfermagem em periódicos brasileiros de circulação internacional, que possa contribuir para problematizar a realidade da formação e da atenção à saúde no âmbito da sexualidade.

Esta pesquisa parte do pressuposto de que os estudos da sexualidade no campo da Enfermagem brasileira apresentam mudanças e ampliam o escopo, incluindo gênero e direitos sexuais, embora ainda permaneça forte tendência na vinculação da sexualidade aos seus aspectos biológicos. Assim, o objetivo é identificar o estado da arte dos estudos sobre sexualidade no campo da Enfermagem, através das publicações em dois periódicos nacionais de circulação internacional, por entender que tais publicações possibilitam responder ao pressuposto do estudo.

Trajetória Metodológica

Trata-se de revisão integrativa da literatura(5), cujo objetivo foi identificar o estado da arte das publicações sobre sexualidade, em dois periódicos de circulação internacional: Revista Latino-Americana de Enfermagem (RLAE) e Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn). Entende-se, aqui, o estado da arte como o mapeamento das tendências e dimensões dos estudos de temáticas de relevância para o avanço da pesquisa científica, nas mais diversas áreas do conhecimento humano(6). As fontes utilizadas foram os artigos científicos publicados no período de 1998 a 2007.

A questão norteadora da pesquisa foi: qual o estado da arte da produção científica sobre sexualidade em dois periódicos da enfermagem brasileira de circulação internacional?

A escolha da REBEn deu-se pela sua representatividade histórica, como fonte de divulgação do conhecimento de Enfermagem, desde a institucionalização da profissão no Brasil. A RLAE, por sua vez, lançou as bases para a visibilidade da produção científica da Enfermagem brasileira no cenário internacional.

O levantamento bibliográfico foi realizado na Biblioteca da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia e por meio da internet, através da consulta dos números das revistas disponíveis online. A REBEn publicou 55 revistas, sendo possível consultar 42 exemplares, com total de 834 resumos lidos, em função da dificuldade de acesso a todos os números publicados. É válido ressaltar que, somente a partir do ano 2004, iniciando com o volume 57 (números 5 e 6), a revista passou a disponibilizar os números das publicações online. Já a RLAE publicou 203 periódicos, tendo sido feita a leitura de 1060 resumos, cobrindo o total de todos os artigos publicados. A autoria teve facilidade de acesso aos resumos e artigos na íntegra, pois todos os números da revista no período escolhido para o estudo – 1998 a 2007 – estão disponíveis online.

Uma vez decidido pela leitura de todos os resumos publicados, no período determinado para o estudo, foram excluídos aqueles nos quais não havia menção à palavra sexualidade. Dos 1894 resumos lidos, 29 atenderam os critérios de inclusão: ser estudo realizado sobre a temática com o foco na Enfermagem e apresentar a palavra sexualidade no título, resumo ou palavras-chave e/ou descritores. A partir da identificação dos resumos, foi iniciada a segunda etapa que consistiu na leitura de todos os artigos selecionados, quer tenham sido publicados como ensaio, resultado de pesquisa, relato de experiência ou revisão de literatura.

A análise do material foi realizada através de leitura crítica e qualitativa que permitiu identificar convergências, possibilitando o seguinte agrupamento por eixos temáticos: sexualidade, educação e práticas de enfermagem, sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis/síndrome da imunodeficiência adquirida (IST/AIDS), sexualidade e doenças crônicas degenerativas e/ou cirúrgicas, sexualidade e saúde da mulher e sexualidade, formação profissional e/ou perfil socioprofissional de enfermeiras.

Resultados

Os resultados obtidos são visualizados na Figura 1 que se segue, na qual são identificada(o)s autora(e)s, títulos dos artigos e ano de publicação dos mesmos.


A maior concentração de artigos foi no grupo temático sexualidade, educação, adolescência e práticas de enfermagem, com doze artigos publicados. Desse total, sete artigos foram publicados pela REBEn e cinco pela RLAE. No eixo sexualidade e IST/AIDS foram agrupados seis artigos, três na REBEn e o mesmo número na RLAE. No grupo sexualidade e doenças crônicas degenerativas e/ou cirúrgicas foram agrupados cinco artigos, todos publicados pela RLAE. No eixo sexualidade e formação e/ou perfil socioprofissional há três artigos publicados, sendo um pela REBEN e dois pela RLAE. Foram agrupados em sexualidade e saúde da mulher três artigos, sendo dois publicados pela RLAE e um pela REBEn.

Discussão

Sexualidade, educação, adolescência e práticas de enfermagem

Quase a totalidade dessa produção trata da educação em saúde sexual e/ou educação sexual e apontam para aproximação efetiva entre saúde e educação, através da interface com as escolas. Percebe-se que há movimento em direção à perspectiva da integralidade em saúde, na qual se inclui o exercício da sexualidade, especialmente quando se trata da adolescência, tema presente em todos esses artigos. Para tanto, os estudos apontam para a necessidade da adoção de novas metodologias de abordagem e a aproximação da(o) enfermeira(o) com pais, mães e educadora(e)s. Indicam também a ampliação dos espaços da prática de educação em saúde, desenvolvida por enfermeira(o)s que rompem os limites das instituições de saúde(7-15).

É importante salientar que, embora tenham sido publicados em uma década de pleno desenvolvimento dos estudos de gênero por enfermeira(o)s, a maioria deles não se reporta a essa categoria analítica nem mesmo quando discute questões identitárias de meninos e meninas e suas vivências sexuais(12).

Somente dois relatos de experiência, fundamentados na metodologia participativa de Paulo Freire, incluíram efetivamente a categoria gênero ao abordar as questões da sexualidade com adolescentes. Em ambos foram realizadas oficinas vivenciais(8-9), buscando perspectiva ampliada da sexualidade que transcendesse o sexo envolvendo "valores, sentimentos, cultura e gênero"(8). Esses relatos sinalizam a importância das constituições identitárias de masculinidades e feminilidades na determinação de comportamentos sociais, em relação ao exercício da sexualidade.

Três artigos problematizam a questão da sexualidade sem, contudo, abordar especificamente a interface com a adolescência como os anteriores. Dos três artigos, dois vão trazer contribuições no sentido de ampliar propostas no campo da atenção básica à saúde, especialmente voltadas à saúde sexual(16-17).

Desses dois, o artigo que discute fundamentos metodológicos, para a consulta de enfermagem em saúde sexual de adultos e adolescentes, traz proposta mais ampliada do conceito de sexualidade e apresenta arcabouço conceitual de direitos sexuais. A autora(16) dá ênfase ao conceito de direitos sexuais e propõe a inserção da consulta de enfermagem na promoção da saúde sexual, respeitando a diversidade sociocultural, geográfica e as demandas apresentadas pelo(a)s usuário(a)s em cada região.

No outro artigo(17), oriundo de tese de doutorado, a autora aborda os aspectos político-éticos na atenção básica à saúde sexual. Ela indica, dentre tantos pontos importantes, um considerado, aqui, fundamental: a formação profissional porque "para lidar com a sexualidade em sua abrangência faz-se necessário resgatá-la como objeto de preparação profissional, extrapolando a perspectiva biomédica privilegiada"(17). Pressupõe, com isso, a superação de formação tecnicista em direção à perspectiva centrada nas inter-relações.

O terceiro do grupo de artigos(18), publicados na área temática sexualidade, educação, adolescência e práticas de enfermagem e que não trata especificamente da sexualidade de adolescentes, contribui com uma reflexão crítica. Esse artigo faz um recorte teórico da construção cultural que permeia a sexualidade brasileira, o papel da mídia e a maneira como a(o) enfermeira(o) deve contribuir para a educação sexual, apesar de questionar a falta de formação específica em sexualidade nos cursos de Enfermagem. Publicado em janeiro de 2007, tal artigo discute como movimentos considerados "desviantes", por exemplo, o movimento feminista, os movimentos de gays e lésbicas, alteram a cartografia da sexualidade hegemônica. As autoras operam com a categoria gênero, concluindo que as relações de gênero "são fundadas em categorizações que permeiam a ordem social e são essas categorizações que determinam a dominação simbólica, pois, embora as sociedades ocidentais tenham desenvolvido uma certa tolerância em relação às questões que envolvem a sexualidade, os seus sistemas simbólicos permanecem inalterados e centrados na premissa da dominação masculina segundo a 'natureza' como um instrumento mantenedor da ordem social"(18).

Sexualidade e IST/AIDS

Nesse grupo temático, foram identificados seis artigos(19-24), e, embora publicados em período de amplo debate sobre a feminização da AIDS, apenas um trata da questão da vulnerabilidade de gênero(20). As autoras apontam para a necessidade de novas abordagens da Enfermagem em relação à AIDS, nas quais as categorias gênero e sexualidade estejam presentes. Sugerem que o cuidar de enfermagem busque perspectiva mais contextualizada, identificando as nuanças das relações desiguais de poder entre os sexos como um dos fortes determinantes da vulnerabilidade feminina à AIDS.

Nos estudos que trouxeram homens e mulheres na população estudada(22-23), sentiu-se, aqui, dificuldade para identificar de que 'sujeitos' as autoras falavam, ou se de homens ou se de mulheres. As autoras argumentam sobre a necessidade de atenção aos parceiros sorodiscordantes(22), vislumbrando abordagem menos biologicista e mais integral e humanizada. Entretanto, apesar de contemplarem em pequenas passagens da análise as diferenças de papéis de "gênero", as autoras utilizaram o masculino no sentido universalista de classificar todos os seres humanos como homens o que nega a abordagem de gênero e se distancia da integralidade. Vasta literatura científica tem confirmado que, a partir das diferenças de gênero, são estabelecidas socialmente hierarquias e desigualdades de poder, ampliando a vulnerabilidade de gênero, o que favorece a feminização da AIDS.

Um dos artigos aponta para essa direção, em se tratando de uma pesquisa desenvolvida com policiais militares de Natal, RN, por meio da realização de grupos focais(24). A partir da perspectiva foulcaultiana, os resultados identificaram sinais bastante evidentes das desigualdades de poder entre homens e mulheres. As assimetrias de gênero mantêm-se interferindo na sexualidade, reproduzindo desigualdades por meio de regras comportamentais aceitas socialmente. O estudo mostra que as IST/AIDS existem nesse emaranhado das desigualdades entre parceiros sexuais e que, do ponto de vista da saúde coletiva, o comportamento individual nasce de condicionantes sociais que determinam vulnerabilidades.

Sexualidade e doenças crônicas degenerativas e/ou cirúrgicas

No grupo temático de sexualidade e doenças crônicas degenerativas e/ou cirúrgicas encontraram-se cinco artigos todos publicados pela RLAE. Apesar de, na totalidade, apresentarem preocupação com aspectos da sexualidade que ultrapassam a visão biologicista, predomina a abordagem fisiopatológica das doenças, sendo a sexualidade reduzida ao ato sexual(25-28). Esses dois artigos não trazem discussão teórica e, em alguns, não há referência ao conceito de sexualidade que orienta o olhar da(o)s pesquisadora(e)s. Apesar de sexualidade ser uma das palavras-chave utilizadas não é essa a temática central do estudo desses dois artigos(25-26).

Muitas vezes, o que se encontra como conclusão desses estudos demonstra nível muito idealizado do cuidado. Exemplo disso é o estudo(28) que propõe a compreensão da sexualidade dos parceiros de portadore(a)s de colostomia. Ao final, as autoras afirmam que "a integridade sexual do cliente necessita ser percebida e compreendida pelo profissional de saúde, a fim de que o planejamento da assistência prestada ao cliente o contemple como Ser Integral"(28). Ora, o 'Ser Integral' da sexualidade não pode ser o cliente universal: ele é um sujeito das diferenças marcadas por gênero, etnia, classe, geração, dentre outras com as quais se deparam em uma sociedade complexa como a nossa. Ele é o ser humano singular, cuja sexualidade é afetada por múltiplos fatores socioculturais.

Apenas um artigo(29) desse grupo discute sexo e sexualidade para além da patologia e inclui a categoria gênero para a análise dos resultados. Partindo do pressuposto de que a hanseníase provoca efeitos distintos em homens e mulheres e que a sexualidade determina mudanças no comportamento, os(a)s autores(a)s concluem que "saber captar as diferenças que são socialmente construídas entre os papéis masculino e feminino é de fundamental importância para a promoção de ações educativas no campo da saúde, aí incluindo-se aquelas direcionadas para a hanseníase"(29).

Sexualidade e formação e/ou perfil socioprofissional

Apesar de serem trabalhos de natureza diferente, todos convergem para o ponto de intersecção entre a sexualidade e o cuidado em que a formação e o perfil socioprofissional são determinantes para as práticas cotidianas.

O primeiro deles, publicado em 1998(30), não dá centralidade ao tema da sexualidade, mas se reporta a ela na medida em que discute gênero e moralidade na prática profissional da Enfermagem. Enfoca as singularidades do ato de cuidar e as relações de poder estabelecidas nas instituições de saúde que extrapolam as assimetrias identificadas, mais facilmente, nas relações médico/enfermeira.

Segundo as autoras, essas relações de poder estão marcadas por duas perspectivas que se contrapõem: a perspectiva racionalizadora e científica, representada pela medicina, e a dimensão interpessoal, que "não dispensa uma lógica científica, mas que se baseia em relação solidário afetiva", representada pela Enfermagem(30). Pode-se dizer que a lógica da racionalidade científica está fundada em um princípio de masculinidade e a lógica relacional em um princípio de feminilidade. Nesse aspecto, as autoras argumentam que a introdução da subjetividade como categoria analítica "rompe com a hegemonia masculina e possibilita reconceitualizar as relações sociais codificadas e hierarquizadas, sobretudo no campo da saúde e nas relações de trabalho. (...) Exemplificando para o campo da saúde; incorporam-se a dimensão da afetividade, do sentimento, da linguagem no conceito de trabalho, da virilidade, da feminilidade e da sexualidade"(30) .

O segundo artigo desse grupo temático(31) apresenta os resultados de pesquisa realizada com 40 estudantes do oitavo período de graduação em Enfermagem. Tal artigo discute o conceito de sexo e sexualidade e apresenta, na revisão de literatura, alguns trabalhos realizados na área de enfermagem sobre essa temática. As autoras concluem que as(o)s aluna(o)s de Enfermagem têm informações incorretas sobre esse assunto e que as instituições formadoras devem se encarregar de formação que englobe sexualidade porque "assim, o homem poderá ser tratado como um ser holístico, com seus múltiplos processos interdependentes, sendo a sexualidade um dos processos intrínsecos ao seu ser"(31).

Mais uma vez destaca-se, aqui, o fato de um estudo sobre sexualidade na área da Enfermagem falar do homem como representante único da humanidade, veiculando pela linguagem de valores que afetam profundamente a perspectiva da sexualidade presente nas construções identitárias de gênero. Isso demarca dificuldades na formação e na prática profissional com repercussão na visibilidade e na valorização da profissão, o que fica bastante claro no artigo analisado anteriormente(30).

O último artigo do grupo sexualidade e formação e/ou perfil socioprofissional é parte de dissertação de mestrado que teve como objetivo identificar as representações sociais da(o)s enfermeira(o)s expressas através da sua percepção sobre a sexualidade do doente mental(32). É estudo que demonstra como, na prática, a falta de formação sobre sexualidade provoca, por parte da(o) enfermeira(o), a negação da sexualidade do(a) paciente portador(a) de transtorno mental.

A(o)s autora(e)s deixam essa faceta da Enfermagem muito clara ao afirmarem que "preferencialmente, os cuidados devem estar a cargo de profissionais do mesmo sexo, o que não exclui a presença das manifestações libidinais. Essa situação real e presente (não dita e não ensinada) leva o(a) profissional a adotar o afastamento e até a negação da mesma. A fragmentação corporal começa no ensino"(32). A(o)s autora(e)s afirmam que a dimensão fisiopatológica é muito reforçada, privilegiando as técnicas desde a prevenção até às maiores complexidades do atendimento em saúde, dentro de um modelo organicista. Assim, "(...) há obscurecimento das outras estruturas que complementam a noção de imagem corporal, como se as mesmas se estruturassem em dimensões diferentes, ou seja, o ensino omite os aspectos libidinal, emocional e sociológico da conduta humana"(32).

Sexualidade e saúde da mulher

O artigo publicado na REBEn(33) é um relato de experiência das autoras na coordenação de um grupo de gestantes, realizado numa creche em área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde. Apesar de o artigo trazer como palavra chave sexualidade na gravidez, não trata especificamente do assunto. Ele segue o modelo de orientações gerais sobre alterações corporais e emocionais, cuidados ao recém-nascido e a assertiva de que a libido praticamente deixa de existir tanto por parte da mulher como do homem, durante esse período.

Os dois outros artigos dessa área temática foram publicados na RLAE nos anos 2000 e 2002, respectivamente. O primeiro(34), a partir de enfoque fenomenológico, apresenta a vivência sexual de mulheres atendidas em grupo de orientação em sexualidade de um serviço de planejamento familiar. O estudo mostrou que as dificuldades vivenciadas pelas mulheres, em relação à sexualidade, são maiores do que se possa supor e indica que o(a)s profissionais de saúde, especialmente a(o)s enfermeiras(o)s, devem estar apta(o)s a orientar as demandas nesse campo – desde que se afastem de seus valores morais próprios, olhando efetivamente para as mulheres cuidadas.

O estudo, publicado em 2002(35), faz um percurso da atenção à saúde reprodutiva e sexual no Brasil, ao longo do século XX, mapeando as políticas e determinantes sociais que nortearam a atenção à saúde da mulher, durante todo esse período histórico. A autora faz considerações desde o modelo medicalizado moralizante até o movimento pelos direitos sexuais e reprodutivos – firmado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, de 1994, e na IV Conferência Internacional sobre a Mulher, de 1995. A sexualidade permeia todo o seu desenrolar, articulada às nuanças dos movimentos internacionais de mulheres e feministas e das políticas de saúde nacionais, "incluindo o cuidado à reprodução e sexualidade nas diferentes fases etárias, visando à universalização do acesso e à garantia da integralidade assistencial"(35). A autora conclui salientando a importância do controle social, com vistas à integralidade do cuidado em saúde e olhar singular para a equidade de gênero nas políticas e nas práticas de saúde.

Considerações finais

Se se detiver no baixo número de artigos publicados sobre sexualidade (menos de 2% do total) no período estudado, nesses dois periódicos, pode-se dizer que há lacuna do conhecimento nessa área, ao se levar em consideração a importância da mesma para a qualidade do cuidado prestado em todos os níveis de atenção. Faz-se essa afirmação, pois entende-se que as questões sobre a sexualidade estão imbricadas pelo cuidado prestado nas mais diferentes especialidades, tanto durante a internação hospitalar quanto nas ações desenvolvidas nas abordagens em saúde comunitária.

A pesquisa realizada confirma o pressuposto de que os estudos sobre sexualidade, no campo da Enfermagem, apresentam mudanças e ampliam a visão sobre a temática – incluindo gênero, relações de poder e direitos sexuais –, embora ainda permaneça forte tendência para a vinculação da sexualidade aos seus aspectos biológicos.

Pode-se afirmar que, nos dois periódicos consultados, o estado da arte das publicações em enfermagem e sexualidade se insere majoritariamente em linhas de pesquisa qualitativas, refletindo o modelo das políticas do Sistema Único de Saúde (SUS), voltado para a promoção da saúde com a maior concentração dos trabalhos na área temática de sexualidade, educação, adolescência e práticas de enfermagem – que mantêm relação direta com a área sexualidade e IST/AIDS. Entretanto, a utilização de gênero, como categoria analítica, ainda se dá de maneira bastante incipiente na maioria dos estudos dessa área temática, especialmente quando se analisa as implicações identitárias de masculinidades e feminilidades durante a adolescência e suas repercussões em relação à feminização da AIDS, fortemente acentuada pela vulnerabilidade de gênero.

Percebe-se que o cuidado integral foi a preocupação dos estudos voltados para a sexualidade e doenças crônicas degenerativas e cirurgicas, apesar de os mesmos não apresentarem maior avanço em relação aos aspectos socioculturais que permeiam a sexualidade humana. Tal situação se torna bastante evidente na comparação entre dois estudos que se colocam em situações limítrofes, em relação ao tema: um trata da sexualidade de mulheres e homens portadore(a)s de hanseníase e o outro da sexualidade do(a)s parceiro(a)s de pacientes com colostomia. No primeiro, as diferenças no exercício da sexualidade de mulheres e homens são consideradas, o que não acontece no segundo estudo que 'idealiza' um ser integral, cujas marcas da diferença não são mencionadas.

A grande parte dos trabalhos, em maior ou menor grau, trouxe considerações sobre a necessidade de abordar a sexualidade para além dos aspectos biológicos, tanto nas escolas quanto nas instituições de saúde. Apesar disso, tal postura indica posições muito mais ideologizadas do que discussões mais efetivas e apresentação de propostas concretas para que as mudanças requeridas se concretizem.

Na área de sexualidade e saúde da mulher, os três únicos artigos foram publicados em 2000 e 2002, não tendo mais registro até 2007, ano limite deste estudo. Embora alguns estudos com mulheres tenham se concentrado no grupo sexualidade e IST/AIDS, é importante registrar que, nesse período, muitas escolas de Enfermagem introduziam ou consolidavam estudos na área de gênero, saúde e sexualidade que caminha pari passu com as questões relacionadas ao planejamento familiar, direitos sexuais e reprodutivos. Nesse aspecto, as publicações desses dois periódicos não refletem avanços nesse sentido.

A maioria dos estudos apontou para a necessidade de que a sexualidade seja uma abordagem efetiva na formação profissional. Entretanto, o reduzido número de artigos publicados na área de sexualidade e/ou perfil socioprofissional reforçam a lacuna que autoras(e)s vêm abordando em relação à ausência de estudos sobre sexualidade na formação de enfermeiras(o)s.

Quando se analisa os conteúdos programáticos para a formação da(o)s enfermeira(o)s, na atualidade, percebe-se avanços. Muitos currículos já trazem, hoje, como disciplina da graduação, o conteúdo "gênero, saúde e sexualidade", porém, uma disciplina por si só pode responder pela mudança da prática profissional? Provavelmente não, pois o que se tem visto, na maioria das vezes, é o entendimento, por parte de professora(e)s e aluna(o)s, que tais discussões só atendem as necessidades do ensino na área de saúde da mulher. Constata–se, aqui, pela diversidade das áreas temáticas, identificadas para análise neste estudo, que tal posicionamento expressa olhar reducionista que impede a visão do todo. Os resultados desta pesquisa mostraram que a sexualidade e as relações de gênero possuem transversalidade que atravessa as maneiras de cuidar nas suas diferentes formas e lugares.

Essa transversalidade fica evidente quando se trata do cuidado do corpo em sua materialidade, na mais restrita intimidade, desde seus aspectos mais elementares do cuidado com a higiene corporal, numa visão simplista de senso comum, até aqueles tecnicamente mais complexos, como realizar um cateterismo vesical. É fundamental, quando se faz promoção ou educação em saúde no Programa de Saúde da Família (PSF), na saúde da mulher e na saúde mental, ou quando se confronta a problemática das IST/AIDS. Nessa perspectiva, é preciso romper o silêncio que ainda impera na Enfermagem, quando o que está em discussão é o lugar da sexualidade como componente essencial na integralidade do cuidado.

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  • Corresponding Author:
    Lúcia Helena Rodrigues Costa
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Mar 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2011

    Histórico

    • Recebido
      16 Maio 2010
    • Aceito
      17 Mar 2011
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