Ansiedade e conhecimento de pacientes submetidos a cirurgia ortognática no pré-operatório

RESUMO

Objetivo:

verificar a correlação entre nível de ansiedade e grau de conhecimento em pacientes no pré-operatório de cirurgia ortognática.

Método:

Estudo transversal descritivo com 40 pacientes em pré-operatório de cirurgia ortognática de uma clínica privada no município de São Paulo.

Resultados:

Os níveis de ansiedade IDATE-traço apresentam uma prevalência de ansiedade de médio grau com 72,5%(n=29), seguido de baixo grau 17,5% (n=7) e alto grau 10% (n=4). E apresentavam no momento pré-operatório níveis de ansiedade transitório IDATE-estado de médio grau com 65% (n=26), seguido de alto grau 22,5% (n=9) e baixo grau 10% (n=4). A correlação de Pearson resultou em r negativo (−0,2), para ansiedade-traço (p 0.197) e ansiedade-estado valor r negativo (−0,1) (p 0.417).

Conclusão:

Os dados demonstram uma correlação fraca na qual maior conhecimento sobre o procedimento cirúrgico reduza os níveis de ansiedade que pode estar relacionado ausência de orientações adequadas sobre o procedimento cirúrgico.

Descritores:
Cirurgia Ortognática; Enfermagem Perioperatória; Ansiedade; Educação de Pacientes como Assunto; Prospecto para Educação de Pacientes

ABSTRACT

Objective:

to verify the correlation between anxiety level and degree of knowledge in patients before they are subjected to orthognathic surgery.

Method:

Descriptive cross-sectional study with 40 patients in the preoperative period before orthognathic surgery of a private clinic in the city of São Paulo.

Results:

IDATE-trait anxiety levels feature prevalence of medium-level anxiety with 72.5% (n=29), followed by low-level anxiety with 72.5% (n=29) and high-level level anxiety with 10% (n=4). In the pre-operative period, transitory IDATE-state anxiety levels feature medium-level anxiety with 65% (n=26), followed by high-level anxiety with 22.5% (n=9) and low-level anxiety with 10% (n=4). Pearson’s correlation coefficient resulted in negative r (−0.2) for anxiety-trait (p 0.197) and in negative r (−0.1) for anxiety-state (p 0.417).

Conclusion:

The data shows a weak correlation in which greater knowledge about the surgical procedure reduces levels of anxiety that may be related to the absence of appropriate guidance about the surgical procedure.

Descriptors:
Orthognathic Surgery; Perioperative Nursing; Anxiety; Patient Education as Topic; Patient Education Handout

RESUMEN

Objetivo:

verificar la correlación entre nivel de ansiedad y grado de conocimiento en pacientes en el preoperatorio de cirugía ortognática.

Método:

Estudio transversal descriptivo con 40 pacientes en preoperatorio de cirugía ortognática de una clínica privada en la ciudad de São Paulo.

Resultados:

Los niveles de ansiedad IDATE-trazo presentan una prevalencia de ansiedad de medio grado con el 72,5% (n=29), seguido de bajo grado, con el 17,5% (n=7), y alto grado con el 10% (n=4). En el momento preoperatorio, los niveles de ansiedad transitoria IDATE-estado de medio grado con el 65% (n=26), seguido de alto grado, con el 22,5% (n=9), y bajo grado, con el 10% (n=4). La correlación de Pearson resultó en r negativo (−0,2), para ansiedad-trazo (p 0.197) y ansiedad-estado valor r negativo (−0,1) (p 0.417).

Conclusión:

Los datos demuestran una correlación débil en la que mayor conocimiento sobre el procedimiento quirúrgico reduzca los niveles de ansiedad, lo que puede estar relacionado ausencia de orientaciones adecuadas sobre el procedimiento quirúrgico.

Descriptores:
Cirugía Ortognática; Enfermería Perioperatoria; Ansiedad; Educación del Paciente como Asunto; Folleto Informativo para Pacientes

INTRODUÇÃO

Preparar-se para um procedimento cirúrgico invasivo é uma experiência tipicamente produtora de ansiedade para os pacientes. O período de espera para o pré-operatório pode contribuir para desencadear o estresse pois promove a preocupação com o procedimento cirúrgico. O paciente experimenta o sentimento de medo em algo dar errado durante o procedimento, a ansiedade com o resultado da cirurgia⁽¹⁾.

Dessa forma a ansiedade é considerada parte normal da experiência do pré-operatório⁽²⁾. Por ser comum, no entanto, não significa que deve ser ignorado. Parte do papel do enfermeiro no contexto perioperatório é administrar a ansiedade do paciente para apoiar os resultados cirúrgicos positivos e satisfação com a experiência cirúrgica⁽¹⁾.

A ansiedade desencadeia a resposta ao estresse, estimulando a liberação de epinefrina e norepinefrina, o que aumenta a pressão arterial aumenta e frequência cardíaca, débito cardíaco⁽³⁾. A ansiedade pode ter componentes psicológicos e inibir a aprendizagem, concentração e tarefas de rotina^(1,4). Manter um nível de ansiedade mínima é importante no pré-operatório, porque, se os pacientes estão ansiosos, eles podem ser incapazes de reter instruções importantes de cuidados ao domicílio⁽¹⁾.

As causas desencadeadoras de ansiedade no paciente no pré-operatório podem ser o período que aguarda para ser levado à cirurgia, experimentar um ambiente desconhecido, perda do controle, separação de amigos e/ou família, resultados de diagnóstico indesejados, perda de identidade enquanto internado no hospital, incerteza sobre a recuperação pós-operatória e um sentimento de que os acontecimentos estão fora de seu controle⁽⁵⁾.

Os pacientes desta pesquisa foram submetidos a cirurgia ortognática, que consiste na correção de deformidades dentofaciais, visando à melhora do paciente no sentido funcional, anatômico e estético de sua face. A conduta de tratamento necessita de uma combinação de ortodontia pré-operatória, cirurgia ortognática e ortodontia pós-operatória para atender a harmonia facial, dentária, oclusão funcional e estabilidade do procedimento⁽⁶⁾.

Esse processo cirúrgico possui riscos, possíveis complicações e requer um longo tempo de tratamento, interferindo no aspecto social e psicológico do paciente. A cirurgia busca benefícios na habilidade de mastigação, deglutição, respiração e fala e, em muitos casos, a melhora na estética da aparência facial⁽⁷⁾.

OBJETIVO

Verificar a correlação entre nível de ansiedade e grau de conhecimento em pacientes em pré-operatório de cirurgia ortognática.

MÉTODO

Aspectos éticos

Os dados deste estudo são parte de um projeto temático com objetivo de avaliar a eficácia de um material educativo por meio de ensaio clínico randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (CEP/EEUSP) e registrado no National Institutes of Health (NHS) – Clinical Trial com identificador NCT01803204.

Desenho, local do estudo e período

Estudo transversal descritivo realizado com pacientes em pré-operatório de cirurgia ortognática atendidos em uma clínica privada de cirurgia de bucomaxilofacial no município de São Paulo para o período proposto para coleta de dados (agosto de 2013 a agosto de 2014).

População ou amostra; critérios de inclusão e exclusão

A amostra populacional consiste em amostra por conveniência com base na condição de um número restrito de cirurgias realizadas por mês (duas a três) em uma única clínica privada de cirurgia bucomaxilofacial. Foram estabelecidos 40 pacientes em pré-operatório de cirurgia ortognática. Os critérios de inclusão adotados foram ser maior de dezoito anos, submetidos a cirurgia ortognática (técnica cirúrgica: osteotomia bilateral do ramo sagital maxilar, osteotomia do ramo vertical maxilar, osteotomia Lefort I, osteotomia combinada, com aplicação ou não de mentoplastia e disjunção maxilar) pela mesma equipe cirúrgica. Foram excluídos pacientes submetidos a reoperação de cirurgia ortognática e portadores de fissura labiopalatina.

Protocolo do estudo

Para a coleta de dados, os pacientes que atendiam aos critérios de inclusão foram abordados pessoalmente pelo pesquisador no consultório da clínica, no momento em que se preparavam para o procedimento cirúrgico, que corresponde à consulta pré-operatória com o cirurgião, e após o convite a participar da pesquisa, e em caso de aceite, após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, preencheram os dois instrumentos de coleta e depois prosseguiram para a fase de randomização por blocos que constitui o projeto temático da qual esta pesquisa é parte.

Nesse período os pacientes não receberam nenhuma informação específica de orientação sobre o procedimento cirúrgico, o conhecimento prévio do paciente será avaliado e o nível de ansiedade presente nesse período pré-operatório.

Os instrumentos foram compostos pelo inventário de ansiedade traço-estado – IDATE (desenvolvido por Spielberger em 1970), que avalia duas dimensões de ansiedade, o estado transitório e o estado relativamente estável da personalidade do paciente. Essa escala consiste em vinte afirmações e, para cada afirmação, o paciente deve assinalar uma das quatro alternativas, indicando como se sente: absolutamente não; um pouco; bastante; muitíssimo (na escala IDATE-estado); quase nunca; às vezes; frequentemente; quase sempre (na escala IDATE-traço)⁽⁸⁾. O escore total é caracterizado por baixo grau de ansiedade (20-30 pontos), grau médio de ansiedade (31-49) e alto grau de ansiedade (50 ou mais)⁽⁹⁾.

E o teste de conhecimento sobre a cirurgia, que consistiu em dez questões de múltipla escolha sobre a cirurgia e os cuidados necessários no pós-operatório, com pontuação máxima de dez, foi desenvolvido pelo pesquisador e validado por dois profissionais enfermeiros perioperatórios e aplicado ao paciente no pré e pós-operatório. Esse instrumento foi submetido a um pré-teste em pacientes de cirurgia ortognática, e após análise psicométrica pelo método de Rasch, foi reformulado para aplicação na população do estudo⁽¹⁰⁾.

Análise dos resultados e estatísticas

Os dados foram coletados foram inseridos em planilha Microsoft Excel, e posteriormente analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences Software (SPSS 20.0), para análises descritivas foram utilizados números absolutos, porcentagem, média e desvio padrão, para correlação foi utilizado o teste de Pearson, após verificação de normalidade da amostra com Kolmogorov-Smirnov.

RESULTADOS

A média de idade dos participantes foi de 27±7,5 anos, 100% da amostra nega antecedentes clínicos como tabagismo, diabetes melittus e obesidade. As demais características sociodemográficas analisadas são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1
Características sociodemográficas dos pacientes em pré-operatório da cirurgia ortognática, 2014

Variáveis	n	%
Faixa etária
15-20 anos	9	22,5
21-25 anos	9	22,5
25-30 anos	8	20,0
31-35 anos	10	25,0
36-40 anos	3	7,5
>40 anos	1	2,5
Gênero
Masculino	20	50,0
Feminino	20	50,0
Estado civil
Solteiro	26	65,0
Casado	14	35,0
Grau de instrução
Ensino fundamental completo	2	5,0
Ensino médio completo	15	37,5
Ensino médio incompleto	8	20,0
Ensino superior completo	11	27,5
Ensino superior incompleto	04	10,0

Em relação ao teste de conhecimento aplicado, os valores de acerto mínimo foi um ponto e máximo de nove pontos, a média de nota do teste foi de 4,2+2 pontos. Os valores de acertos por questão são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2
Número de acertos por questão do teste de conhecimento, 2014

Questões	n	%
01. Como é a cirurgia	32	80,0
02. Após a cirurgia é possível	29	72,5
03. Em caso de sangramento pequeno na boca após a cirurgia devo	6	15,0
04. Para ajudar na recuperação da cirurgia e da mobilidade da face posso	13	32,5
05. Vou sentir o rosto inchado por	9	22,5
06. Em relação aos cuidados com o lábio devo	7	17,5
07. Em relação à escovação dos dentes devo	16	40,0
08. Em relação à alimentação após a cirurgia devo	22	55,0
09. Em relação ao banho após a cirurgia	26	65,0
10. Em relação às minhas atividades, logo após a cirurgia devo	10	25,0

Os níveis de ansiedade mensurados com inventário IDATE-traço mostraram que pacientes apresentam uma prevalência de ansiedade de médio grau com 72,5% (n=29), seguido de baixo grau 17,5% (n=7) e alto grau 10% (n=4). E apresentavam, no momento pré-operatório, níveis de ansiedade transitórios medidos pelo IDATE-estado de médio grau com 65% (n=26), seguido de alto grau 22,5% (n=9) e baixo grau 10% (n=4).

As amostras foram submetidas ao teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov (p 0,469). A correlação de Pearson resultou em r negativo (−0,2), evidencia uma correlação fraca na qual o aumento do conhecimento reduz a ansiedade-traço (p 0,197) (Figura 1). Em relação à ansiedade-estado a correlação de Pearson também resultou em valor r negativo (−0,1), uma correlação muito fraca na qual o aumento do conhecimento reduz a ansiedade-estado (p 0,417) (Figura 2).

Figura 1
Medida de dispersão da correlação do IDATE-traço com teste de conhecimento, 2014

Figura 2
Medida de dispersão da correlação do IDATE-estado com teste de conhecimento, 2014

DISCUSSÃO

Os pacientes desta pesquisa apresentam igualdade de gênero, porém em outro estudo há predominância de mulheres na população amostral⁽¹¹⁾. A média de idade é similar a outros estudos com avaliação de ansiedade pré-operatória em ortognática^(11-12). O estado civil predominante de solteiros se assemelha a outro estudo⁽¹²⁾. Em relação à formação e alfabetização, os pacientes desta pesquisa não possuem baixa literacia, pois apresentaram em média nove anos de estudo. Esse perfil é semelhante ao encontrado na literatura⁽¹³⁾.

As questões que representam menor conhecimento do paciente sobre a cirurgia/cuidados pós-operatórios (< 50% acertos) foram relacionadas a sangramento oral, ações para auxiliar na recuperação, tempo do edema, cuidados com lábio, higiene oral e atividades durante o pós-operatório.

É comum nas clínicas de atendimento médico ou odontológico o preparo do paciente para o procedimento cirúrgico ser realizado apenas pelos profissionais que compõe a equipe cirúrgica com abordagem sobre a técnica cirúrgica a ser realizada e condução do tratamento esperado. Entretanto, neste momento de pré-operatório, o paciente está em fase de realização de exames pré-operatórios, em preparo para seu afastamento das atividades e envolvido pelo momento de finalmente realizar a correção de sua deformidade dentofacial, o que pode dificultar a assimilação de informações verbais fornecidas pela equipe cirúrgica.

Estudos realizados no Brasil^(14-15) sobre a percepção/conhecimento dos pacientes após a cirurgia ortognática relatam a dificuldade dos pacientes em realizar a higiene oral e de alimentar-se corretamente, consequentemente a precária higiene oral pode predispor a presença de resíduo alimentar na cavidade oral, halitose, gengivite e infecção. Pressupõe-se que os pacientes tenham medo de movimentar os lábios e bochechas e visualizar ou manter contato com a sutura.

Com o olhar no conhecimento prévio do paciente, e uma perspectiva de acerto acima de 70%, os resultados desta pesquisa evidenciaram que os pacientes portadores de deformidade dentofacial somente possuem conhecimento sobre a cirurgia e a sensação do pós-operatório (alteração da mordida, sensibilidade). Esse fato se deve ao acesso à internet e às informações generalizadas que esses pacientes têm acesso. Em um estudo sobre avaliação da informação que os pacientes submetidos à ortognática trocam com colegas fora do ambiente clínico, que avaliou 1912 posts em fóruns sobre o assunto, observou-se que pacientes buscam informações na internet para complementar aquelas relativas ao seu tratamento, ao apoio e às similaridades com o tratamento de seus pares⁽¹⁶⁾.

Entretanto, essa informação generalizada não produz qualidade na informação e não transmite ao paciente o suficiente para que ele conduza seus cuidados domiciliares no pós-operatório. Um estudo do Reino Unido⁽¹⁷⁾ avaliou a qualidade das informações em sites sobre a cirurgia ortognática. Dos 25 sites avaliados, o escore máximo foi entre 64-80 pontos, abaixo do escore mínimo de 80 para ser considerado excelente em informação. Para essa avaliação, foi utilizado um instrumento validado denominado DISCERN, que consiste em dezesseis questões sobre a qualidade e a confiabilidade da informação ao consumidor sobre problemas de saúde.

Um estudo da Jordânia⁽¹⁸⁾ sobre a percepção dos pacientes submetidos a cirurgia ortognática afirma que os pacientes acreditavam que a informação pré-operatória era adequada, porém sugeriram uso de materiais adicionais, incluindo folhetos ou vídeos, para assimilar os dados recebidos. Neste estudo, também foi sugerido conhecer a enfermeira do centro cirúrgico antes da cirurgia.

A melhor forma de ensinar indivíduos adultos é com uso de tecnologias educacionais complementares como reforço das informações verbais. Assim o paciente pode retornar as informações sobre o procedimento cirúrgico em um momento no qual outras atividades relacionadas ao preparo para o procedimento já tenham sido encerradas.

Cartilhas, softwares e outras mídias são os produtos mais aplicados pela enfermagem para a educação. Cartilha é um material educativo impresso que auxilia o paciente com informações sobre saúde, satisfação e adesão ao tratamento, e desenvolve a capacidade de autonomia nos cuidados de saúde⁽¹⁹⁾. Sites, softwares e vídeos são ferramentas que possibilitam a aquisição de saberes pela interação, além de estimular a reflexão e o aprendizado⁽²⁰⁾. Assim, a escolha da estratégia e sua aplicação devem ser adaptadas às necessidades do paciente, o que aumenta a chance de modificar crenças e comportamentos errôneos, bem como de acrescentar novas concepções e ideias.

O médio e alto grau de ansiedade em pacientes portadores de deformidade dentofacial na fase pré-operatória foi similar a outros estudos^(11,21). Uma investigação da Itália sobre a evolução do estado psicológico e sua correlação com o nível de deformidade dentofacial antes do procedimento cirúrgico mostrou que pacientes com maior deformidade dentofacial possuem maiores níveis de introversão, ansiedade-traço, dependência, insociabilidade, liderança e neuroticismo⁽²²⁾.

Outro estudo reforça a questão social da deformidade dentofacial em pacientes que buscaram pelo procedimento cirúrgico; foi questionado quanto ao fato de seu relacionamento afetivo ser prejudicado pela sua estética facial: 45% dos pacientes disseram que sim, destes, a maioria pacientes do sexo masculino. E quando questionados se, devido a sua simetria facial, sentiam-se diferentes das outras pessoas, 60% referiu que sim⁽¹³⁾.

Limitações do estudo

Entre as limitações deste estudo estão uma amostra relativamente pequena de uma única clínica privada no município de São Paulo, e o fato de os pacientes deste estudo possuírem alguma informação sobre o procedimento cirúrgico que pode não ter sido realizada de forma adequada. O resultado de correlação fraca pode ser explicado por possíveis fontes de conhecimento do paciente inadequadas. Recomendam-se mais estudos com estratégias educacionais adequadas para afirmar os resultados encontrados.

Contribuições para área da enfermagem

A ansiedade pré-operatória é uma realidade frequentemente vivenciada no período perioperatório em pacientes com pouco ou bastante conhecimento sobre o procedimento cirúrgico. Apesar das limitações deste estudo, um maior conhecimento por parte do paciente no procedimento cirúrgico não conseguiu reduzir a sua ansiedade no enfrentamento do processo perioperatório. Dessa forma, compreender e lidar com esse sentimento do paciente, com intervenções educacionais, apoio, suporte familiar pode auxiliar o paciente cirúrgico a enfrentar esse processo.

CONCLUSÃO

Os dados deste estudo demonstram que o paciente com deformidade dentofacial possui conhecimento deficiente sobre a cirurgia ortognática e há uma correlação fraca na qual maior conhecimento sobre o procedimento cirúrgico reduza os níveis de ansiedade-traço pré-operatória e muito fraca na ansiedade-estado.

Percebe-se a necessidade de instruir os pacientes durante o pré-operatório quanto ao procedimento cirúrgico e seus cuidados pós-operatórios, assim como mediar ações que auxiliem ao controle de ansiedade a fim de melhorar o autocuidado desse perfil de paciente.

• FOMENTO
  Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq; bolsa de Iniciação Cientifica).
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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  2018

Histórico

• Recebido
  04 Ago 2017
• Aceito
  01 Nov 2017