Acessibilidade / Reportar erro

Fatores psicossociais no trabalho da enfermagem e riscos ocupacionais: revisão sistemática

RESUMO

Objetivo:

identificar, na produção científica internacional, os principais fatores psicossociais no trabalho de enfermagem, encontrados por meio da aplicação do instrumento Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ).

Métodos:

estudo de revisão sistemática dos fatores psicossociais no trabalho entre profissionais de enfermagem, que utilizaram o COPSOQ na avaliação dos ambientes laborais.

Resultados:

foram identificados 15 artigos, que destacaram como principais dimensões psicossociais da enfermagem as exigências laborais, a organização do trabalho, as relações sociais e liderança, interface trabalho-casa, saúde e bem-estar no local de trabalho e comportamentos ofensivos.

Conclusão:

as elevadas demandas de trabalho cognitivas, emocionais e ritmo de trabalho foram identificados no cotidiano da enfermagem. O suporte das chefias teve impacto positivo. A violência física e psicológica e o trabalho em turnos interferem na vida familiar, agravando a fadiga desses profissionais. As intervenções para a redução do estresse laboral pressupõem a identificação dos fatores psicossociais implicados no trabalho da enfermagem.

Descritores:
Enfermagem; Trabalho; Saúde do Trabalhador; Riscos Ocupacionais; Saúde Mental

ABSTRACT

Objective:

to identify, in international scientific production, the main psychosocial factors in nursing work, found through the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ) application.

Methods:

a systematic review study of psychosocial factors at work among nursing professionals, who used COPSOQ in the assessment of work environments.

Results:

fifteen articles were identified, which highlighted as main psychosocial dimensions of nursing work demands, work organization, social relationships and leadership, work-home interface, workplace health and well-being and offensive behaviors.

Conclusion:

the high demands for cognitive, emotional work and work pace were identified in the nursing routine. Management support had a positive impact. Physical and psychological violence and shift work interfere in family life, aggravating the fatigue of these professionals. Interventions for reducing work stress presuppose the identification of psychosocial factors involved in nursing work.

Descriptors:
Nursing; Work; Occupational Health; Occupational Risks; Mental Health

RESUMEN

Objetivo:

identificar, en la producción científica internacional, los principales factores psicosociales en el trabajo de enfermería, encontrados mediante la aplicación del Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ).

Métodos:

estudio de revisión sistemática de los factores psicosociales en el trabajo entre profesionales de enfermería, quienes utilizaron COPSOQ en la evaluación de ambientes laborales.

Resultados:

se identificaron 15 artículos, los cuales destacaron como principales dimensiones psicosociales de las demandas laborales de enfermería, organización del trabajo, relaciones sociales y liderazgo, interfaz trabajo-hogar, salud y bienestar en el lugar de trabajo y conductas ofensivas.

Conclusión:

se identificaron las altas demandas de trabajo cognitivo, emocional y ritmo de trabajo en la enfermería diaria. El apoyo a la gestión tuvo un impacto positivo. La violencia física y psicológica y el trabajo por turnos interfieren en la vida familiar, agravando el cansancio de estos profesionales. Las intervenciones para reducir el estrés laboral presuponen la identificación de los factores psicosociales involucrados en el trabajo de enfermería.

Descriptores:
Enfermería; Trabajo; Salud Laboral; Riesgos Laborales; Salud Mental

INTRODUÇÃO

A enfermagem é considerada uma profissão essencial e central na estrutura das profissões de saúde, presente em todas as unidades organizacionais do sistema de saúde(11 Chagas D. Psychosocial risks at work: causes and consequences. Rev INFAD Psicol. 2015;2(1):439-46. doi: 10.17060/ijodaep.2015.n1.v2.24
https://doi.org/10.17060/ijodaep.2015.n1...
). As características do trabalho nas organizações é um fenômeno complexo, multifatorial e estudada em vários setores da economia(22 Minayo Gomez C, Vasconcellos LCF, Machado JMH. A brief history of worker’s health in Brazil’s Unified Health System: progress and challenges. Cien Saúde Colet. 2018;23(6):1963-70. doi: 10.1590/1413-81232018236.04922018
https://doi.org/10.1590/1413-81232018236...
-33 Ribeiro RP, Marziale MHP, Martins JT, Galdino MJQ, Ribeiro PHV. Occupational stress among health workers of a university hospital. Rev Gaúcha Enferm. 2018;39:e65127. doi: 10.1590/1983-1447.2018.65127
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.6...
), sendo pouco estudada na área da saúde e no campo da enfermagem. No setor de saúde, esse fenômeno impacta na qualidade da assistência prestada, afetando trabalhadores e usuários. O afastamento do trabalho dos profissionais de saúde pode ocorrer por conta de agravos relacionados à gestão e às condições de trabalho, principalmente na área da enfermagem, pela falta de condições de trabalho e sobrecarga de atividades, assim como pelo crescente aumento da violência no trabalho e o assédio moral(44 Scozzafave MCS, Leal LA, Soares MI, Henriques SH. Psychosocial risks related to the nurse in the psychiatric hospital and management strategies. Rev Bras Enferm. 2019;72(4):834-40. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0311
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0...
).

A organização do trabalho é fonte de estresse em função da estrutura organizacional rígida própria dos serviços de saúde. Especificamente no ambiente hospitalar, a intensa demanda, o ritmo de trabalho, a baixa autonomia e a dupla jornada devido ao baixo piso salarial impactam em desgaste físico e mental, e síndrome de burnout dos trabalhadores(55 Dias FM, Santos JFC, Abelha A, Lovisi GM. Occupational stress and professional exhaustion syndrome (burnout) in workers from the petroleum industry: a systematic review. Rev Bras Saúde Ocup. 2016;41:e11. doi: 10.1590/2317-6369000106715
https://doi.org/10.1590/2317-63690001067...
). A profissão de enfermagem é complexa, porque inclui os aspectos do cuidado e assistência, com a equipe multiprofissional, no estabelecimento de saúde. Neste contexto, há uma multiplicidade de fatores psicossociais no trabalho que interagem entre si, podendo causar estresse ocupacional, sendo que a enfermagem é uma das profissões mais expostas ao estresse ocupacional devido à exposição aos fatores psicossociais, tais como carga de trabalho, ritmo elevado de trabalho e falta de autonomia(11 Chagas D. Psychosocial risks at work: causes and consequences. Rev INFAD Psicol. 2015;2(1):439-46. doi: 10.17060/ijodaep.2015.n1.v2.24
https://doi.org/10.17060/ijodaep.2015.n1...
,44 Scozzafave MCS, Leal LA, Soares MI, Henriques SH. Psychosocial risks related to the nurse in the psychiatric hospital and management strategies. Rev Bras Enferm. 2019;72(4):834-40. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0311
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0...
).

Os fatores psicossociais no trabalho estão entre as principais desencadeantes de estresse, entretanto estudos realizados no campo da saúde e também da área da enfermagem sobre as condições de trabalho são escassos e voltados para os acidentes de trabalho perfurocortantes e as condições ergonômicas do trabalho(55 Dias FM, Santos JFC, Abelha A, Lovisi GM. Occupational stress and professional exhaustion syndrome (burnout) in workers from the petroleum industry: a systematic review. Rev Bras Saúde Ocup. 2016;41:e11. doi: 10.1590/2317-6369000106715
https://doi.org/10.1590/2317-63690001067...
-66 World Health Organization. PRIMA EF: guidance on the European framework for psychosocial risk manegament: a resource for employers and worker representatives [Internet]. WHO Library Cataloguing-in Publication. 2008 [cited 2019 Nov 30]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43966/9789241597104_eng_Part1.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
). Este artigo é relevante, pois contribui para a construção de conhecimento sobre fatores psicossociais nos cenários de prática da enfermagem, a partir da análise da produção científica que utilizou o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ) para identificar os principais fatores psicossociais no trabalho da enfermagem.

Os fatores psicossociais no trabalho (FPT) foram descriminados pelas agências internacionais como um dos principais fatores desencadeantes de estresse e adoecimento psíquico entre os trabalhadores(77 International Labor Organization. Psychosocial factors at work: recognition and control. Report of the Joint ILO/ WHO Committee on Occupational Health. Ninth Session, Geneva, 18-24 Sept 1984 [Internet]. Geneva. 1986 [cited 2019 May 12]. Available from: https://www.who.int/occupational_health/publications/ILO_WHO_1984_report_of_the_joint_committee.pdf
https://www.who.int/occupational_health/...
). A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho compreende que as organizações precisam avaliar e gerenciar os fatores psicossociais. O PRIMA-EF (The European Framework for Psychosocial Risk Management) é um guia de referência sobre os principais fatores de riscos psicossociais(77 International Labor Organization. Psychosocial factors at work: recognition and control. Report of the Joint ILO/ WHO Committee on Occupational Health. Ninth Session, Geneva, 18-24 Sept 1984 [Internet]. Geneva. 1986 [cited 2019 May 12]. Available from: https://www.who.int/occupational_health/publications/ILO_WHO_1984_report_of_the_joint_committee.pdf
https://www.who.int/occupational_health/...
), tais como conteúdo, carga, ritmo e horário de trabalho, controle, ambiente e equipamentos, cultura organizacional e função, relações interpessoais no trabalho, papel da organização, desenvolvimento da carreira e interface trabalho-casa.

Para conhecer as causas primárias do estresse, é necessário conhecer os FPT. Para sua identificação, foram desenvolvidos modelos teóricos e instrumentos que avaliam, na percepção dos trabalhadores da organização, a existência de fatores psicossociais, que podem ter caráter de risco ou de proteção. Entre os vários instrumentos, validados quanto às suas propriedades psicométricas, o COPSOQ(88 Lucca SR. Fatores psicossociais e saúde mental no trabalho. São Paulo: Proteção; 2019.), desde a sua primeira versão, devido à sua ampla gama de aspectos, em uma perspectiva multidimensional, é o instrumento mais utilizado na comunidade internacional para avaliação dos FPT. Desta forma, possibilita a comparação dos resultados entre as organizações e países em suas respectivas versões de validação transcultural(99 Moncada S, Utzet M, Molinero E, Llorens C, Moreno N, Galtés A et al. (2014). The Copenhagen psychosocial questionnaire II (COPSOQ II) In Spain-A tool for psychosocial risk assessment at the workplace. Am J Ind Med. 2014;57(1):97-107. doi: 10.1002/ajim.22238
https://doi.org/10.1002/ajim.22238...
-1010 Pejtersen J, Kristensen T, Borg V, Bjorner J. (2010). The second version of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II). Scand J Prim Health Care. 2010;38;(3-suppl):8-24. doi: 10.1177/1403494809349858
https://doi.org/10.1177/1403494809349858...
).

O objetivo deste trabalho foi, a partir de uma revisão sistemática da literatura, analisar a produção cientifica que utilizou o COPSOQ para identificar os principais FPT da enfermagem, com impacto na saúde desses profissionais.

OBJETIVO

Identificar, na produção científica internacional, os principais fatores psicossociais no trabalho de enfermagem, encontrados por meio da aplicação do instrumento Copenhagen Psychosocial Questionnaire.

MÉTODO

Aspectos éticos

Por se tratar de um estudo de revisão sistemática da produção científica, não se aplica a necessidade de registro da pesquisa no Conselho Nacional de pesquisa e a aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Desenho, período e local do estudo

O estudo de revisão sistemática da literatura seguiu as recomendações PRISMA. Realizou-se uma busca sistemática nas bases de dados em formato digital PubMed para identificação da publicação científica em revistas internacionais, sem delimitação de tempo para o período de busca, no intuito de alcançar todas as publicações realizadas sobre o tema “fatores psicossociais no trabalho entre os profissionais de enfermagem”. A opção por essa base de dados se deu em função de sua abrangência nas publicações internacionais, uma vez que a abrangência e utilização do COPSOQ no cenário internacional abarcaria as publicações pertinentes ao assunto.

População ou amostra; critérios de inclusão e exclusão

Para obtenção do universo de estudo, foram utilizadas as expressões designatórias [“PSYCHOSOCIAL FACTORS” AND “COPSOQ”], obtendo-se um universo de 91 artigos publicados entre janeiro de 2010 e novembro de 2019. Os 91 abstracts desses artigos foram lidos separadamente por dois pesquisadores para identificação daqueles que incluíram a enfermagem na amostra da pesquisa. Foram identificados 15 estudos pelo instrumento de busca PubMed e 12 estudos estavam disponíveis na base de dados MEDLINE.

Foram considerados como critérios de inclusão, neste estudo, artigos publicados em língua inglesa, espanhola ou portuguesa, disponíveis na íntegra, que utilizaram qualquer versão do instrumento COPSOQ (utilizados nas validações COPSOQ I ou II e nas versões curta, média ou longa) para aferição dos fatores psicossociais, que estivessem relacionados com a temática do estudo e com a análise de dados sobre fatores psicossociais do trabalho e publicados até 30 de novembro de 2019. Os COPSOQ I e II possuem três versões do instrumento: a versão longa para pesquisadores (com 128 questões em 41 escalas); a versão média, para profissionais de saúde e de segurança do trabalho (com 87 itens em 28 escalas); a versão curta, para ser aplicada nos locais de trabalho (com 40 itens em 23 escalas) com menos de 25 trabalhadores.

As principais dimensões do COPSOQ II estão descritas a seguir:

  • Demandas quantitativas: cognitivas, emocionais, para esconder emoções, sensoriais, por responsabilidade no trabalho;

  • Influência no processo de trabalho e grau de liberdade no trabalho;

  • Possibilidade de desenvolvimento e o significado e satisfação no trabalho;

  • Responsabilidade no trabalho e comprometimento com o local de trabalho, Previsibilidade, clareza e conflito de papel;

  • Qualidade de liderança, apoio social, feedback no trabalho e relações sociais, senso de comunidade, insegurança no emprego;

  • Saúde geral e saúde mental, vitalidade, estresse comportamental e estresse somático e cognitivo, senso de coerência;

  • Coping focado no problema, coping seletivo e coping de resignação.

Protocolo do estudo

Foi realizada a inscrição no sistema PROSPERO para registro do protocolo de estudo, entretanto, atualmente, não são aceitos registros para revisões de escopo, revisões de literatura ou revisões de mapeamento. Mensagem recebida por ocasião do registro: “Portanto, a PROSPERO não pode aceitar sua inscrição ou fornecer um número de registro. Esta decisão não deve impedir você de enviar seu projeto para publicação em um periódico”.

Análise dos resultados

A identificação dos fatores psicossociais presentes nos cenários de trabalho de profissionais de enfermagem foi mapeada a partir da comparação com as categorias estabelecidas no COPSOQ: exigências laborais; organização do trabalho e conteúdo; relações sociais e liderança; interface trabalho-casa; valores no local de trabalho; saúde e bem-estar; comportamentos ofensivos. Foram também codificados os fatores individuais (idade e gênero). As informações obtidas foram identificadas e analisadas.

RESULTADOS

Os 15 trabalhos que atenderam os critérios de inclusão totalizaram 8171 participantes, dos quais 5669 profissionais da enfermagem e 2502 outros trabalhadores da saúde (médicos e cuidadores). Foram identificados trabalhos de 11 países da Europa e Ásia. Observou-se tendência de crescimento sobre o tema pesquisado. No ano de 2019, foram publicados quatro artigos.

As principais dimensões psicossociais identificadas nestes estudos foram: “exigências laborais” (13 estudos); “organização do trabalho e conteúdo” (9 estudos); “relações sociais e liderança” (8 estudos); “interface trabalho-casa” (5 estudos); “saúde e bem-estar” (5 estudos); “valores no local de trabalho” (4 estudos); “comportamentos ofensivos” (2 estudos). Além do COPSOQ, em oito artigos, também foram aplicados outros instrumentos. Os resultados das publicações selecionadas nesta revisão estão descritos no Quadro 1.

Quadro 1
Identificação dos artigos quanto à autoria, ano, nacionalidade da publicação, número de sujeitos, tipo de estudo, dimensões do Copenhagen Psychosocial Questionnaire utilizadas e principais resultados

DISCUSSÃO

Os fatores psicossociais e o tipo de gestão nas organizações de saúde podem impactar negativamente a saúde dos seus profissionais. Nos artigos selecionados nesta revisão, as elevadas demandas de trabalho cognitivas, emocionais e de esconder emoções e ritmo de trabalho foram identificados como parte do cotidiano da profissão de enfermagem durante o cuidado e assistência aos pacientes(1111 Freimann T, Merisalu E. Work-related psychosocial risk factors and mental health problems amongst nurses at a university hospital in Estonia: a cross-sectional study. Scand J Public Health. 2015;43(5): 447-52. doi: 10.1177/1403494815579477
https://doi.org/10.1177/1403494815579477...
-1212 García-Rodríguez A, Gutiérrez-Bedmar M, Bellón-Saameño JÁ, Muñoz-Bravo C, Navajas JFC. Psychosocial stress environment and health workers in public health: differences between primary and hospital care. Aten Prim. 2015;47(6):359-66. doi: 10.1016/j.aprim.2014.09.003
https://doi.org/10.1016/j.aprim.2014.09....
).

No ambiente hospitalar, a falta de autonomia e as elevadas demandas psicológicas contribuem para que a categoria da enfermagem seja considerada um grupo de risco elevado de adoecimento(2626 Karasek RA, Theörell T. Healthy work-stress, productivity, and the reconstruction of working life. New York: Basic Books; 1990.). Nos serviços de atenção básica, a falta de previsibilidade e de apoio das lideranças são fatores de estresse e esgotamento(1212 García-Rodríguez A, Gutiérrez-Bedmar M, Bellón-Saameño JÁ, Muñoz-Bravo C, Navajas JFC. Psychosocial stress environment and health workers in public health: differences between primary and hospital care. Aten Prim. 2015;47(6):359-66. doi: 10.1016/j.aprim.2014.09.003
https://doi.org/10.1016/j.aprim.2014.09....
). A intensidade desses agravos é proporcional ao tempo de exposição(2727 Wang C, Huang L, Li J, Dai J. Relationship between psychosocial working conditions, stress perception, and needle-stick injury among healthcare workers in Shanghai. BMC Public Health. 2019;19(1):874. doi: 10.1186/s12889-019-7181-7
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7181-...
).

Os profissionais de saúde estão entre os grupos que se avaliam como os mais prejudicados pelo seu ambiente psicossocial de trabalho(2828 Palenzuela P, Delgado N, Rodríguez JA. Exploring the relationship between contextual performance and burnout in healthcare professionals. Rev Psicol Organ Trab. 2019;35(2):115-21. doi: 10.5093/jwop2019a13
https://doi.org/10.5093/jwop2019a13...
); entretanto, a identificação desses profissionais com o tipo de trabalho que exercem é um fator motivador na superação das dificuldades, aumentando o bem-estar(2929 Brito-Ortíz JF, Juárez-García A, Nava-Gómez ME, Castillo-Pérez JJ, Brito-Nava E. Psychosocial factors, psychological stress, and burnout in nursing: a model of trajectories. Enferm Univ. 2019;16(2):138-48. doi: 10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
https://doi.org/10.22201/eneo.23958421e....
). Para os profissionais de enfermagem, a motivação e o apoio social são fatores de proteção do risco de transtornos mentais relacionados ao trabalho(1212 García-Rodríguez A, Gutiérrez-Bedmar M, Bellón-Saameño JÁ, Muñoz-Bravo C, Navajas JFC. Psychosocial stress environment and health workers in public health: differences between primary and hospital care. Aten Prim. 2015;47(6):359-66. doi: 10.1016/j.aprim.2014.09.003
https://doi.org/10.1016/j.aprim.2014.09....
).

De fato, o sentido, o seu significado e o compromisso com o trabalho são fatores intrínsecos entre esses profissionais(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...

14 Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
https://doi.org/10.1177/1403494809354361...
-1515 Chanchai W, Songkham W, Ketsomporn P, Sappakitchanchai P, Siriwong W, Robson MG. The impact of an ergonomics intervention on psychosocial factors and musculoskeletal symptoms among Thai Hospital Orderlies. Int J Environ Res Public Health. 2016;13(5)464. doi: 10.3390/ijerph13050464
https://doi.org/10.3390/ijerph13050464...
,2929 Brito-Ortíz JF, Juárez-García A, Nava-Gómez ME, Castillo-Pérez JJ, Brito-Nava E. Psychosocial factors, psychological stress, and burnout in nursing: a model of trajectories. Enferm Univ. 2019;16(2):138-48. doi: 10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
https://doi.org/10.22201/eneo.23958421e....
-3030 Cordioli DFC, Cordioli Jr JR, Gazetta CE, Silva AG, Lourenção LG. Occupational stress and engagement in primary health care workers. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1580-87. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0681
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0...
), e o significado do trabalho é fator decisivo, mesmo em ambientes com baixo grau de autonomia e níveis elevados de insegurança, não afetando a responsabilidade no trabalho desses profissionais(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...
-1414 Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
https://doi.org/10.1177/1403494809354361...
). Além disso, as oportunidades de desenvolvimento têm um efeito positivo na saúde e no bem-estar(1616 Ulusoy N, Wirth T, Lincke HJ, Nienhaus A, Schablon A. Psychosocial burden and strains in geriatric nursing: comparison of nursing personnel with and without migration background. Z Gerontol Geriatr. 2019;52(6):589-97. doi: 10.1007/s00391-018-1414-8
https://doi.org/10.1007/s00391-018-1414-...
).

Por outro lado, o grau de comprometimento dos profissionais de saúde no trabalho tem correlação com a disponibilidade de recursos humanos e melhora o desempenho da equipe(3131 Moura AA, Bernardes A, Balsanelli AP, Zanetti ACB, Gabriel CS. Leadership and nursing work satisfaction: an integrative review. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):442-50. doi: 10.1590/1982-0194201700055
https://doi.org/10.1590/1982-01942017000...
). Ter poucos recursos se associou com a falta de desengajamento do pessoal(3030 Cordioli DFC, Cordioli Jr JR, Gazetta CE, Silva AG, Lourenção LG. Occupational stress and engagement in primary health care workers. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1580-87. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0681
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0...
,3232 Oliveira LB, Rocha JC. Work engagement: Individual and situational antecedents and its relationship with turnover intention. Rev Bras Gest Neg. 2017;19(65):415-31. doi: 10.7819/rbgn.v19i64.3373
https://doi.org/10.7819/rbgn.v19i64.3373...
). A falta de recursos em situações de elevadas demandas contribui para o aumento da exaustão dos profissionais de saúde(3333 Lindskog P, Hemphälä J, Eklund J, Eriksson A. Lean in healthcare: engagement in development, job satisfaction or exhaustion? J Hosp Adm. 2016;5(5):91-105. doi: 10.5430/jha.v5n5p91
https://doi.org/10.5430/jha.v5n5p91...
-3434 Pereira SS, Teixeira CAB, Reisdorfer E, Vieira MV, Gherardi-Donato ECS, Cardoso L. The relationship between occupational stressors and coping strategies in nursing technicians. Texto Contexto Enferm. 2016;25(4) e2920014. doi: 10.1590/0104-07072016002920014
https://doi.org/10.1590/0104-07072016002...
). O método Lean de gestão enxuta, adotado em alguns hospitais, teve, aparentemente, impacto positivo na satisfação da assistência aos pacientes(1717 Kaltenbrunner M, Bengtsson L, Mathiassen SE, Hans Högberg H, Engström M. Staff perception of Lean, care-giving, thriving and exhaustion: a longitudinal study in primary care. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):652. doi: 10.1186/s12913-019-4502-6
https://doi.org/10.1186/s12913-019-4502-...
-1818 Ulhassan W, von Thiele Schwarz U, Thor J, Westerlund H. Interactions between lean management and the psychosocial work environment in a hospital setting: a multi-method study. BMC Health Serv Res. 2014;14:480. doi: 10.1186/1472-6963-14-480
https://doi.org/10.1186/1472-6963-14-480...
). Esse resultado foi contraditório, uma vez que, na maioria dos estudos, esse método contribuiu para aumentar o estresse e a exaustão(3535 Hung DY, Harrison MI, Truong Q, Du X. Experiences of primary care physicians and staff following lean workflow redesign. BMC Health Serv Res. 2018;18(1):274. doi: 10.1186/s12913-018-3062-5
https://doi.org/10.1186/s12913-018-3062-...

36 D’Andreamatteo A, Ianni L, Lega F, Sargiacomo M. Lean in healthcare: a comprehensive review. Health Policy. 2015;119(9):1197-209. doi:10.1016/j.healthpol.2015.02.002.
https://doi.org/10.1016/j.healthpol.2015...
-3737 Holden RJ. Lean thinking in emergency departments: a critical review. Ann. emerg. med. 2011;57(3):265-78. doi: 10.1016/j.annemergmed.2010.08.001
https://doi.org/10.1016/j.annemergmed.20...
).

O impacto dos fatores psicossociais é particularmente preocupante em períodos de austeridade pública e recessão econômica(3838 Soriano-Tarín G, Villaplana-García M. Corporate restructuring processes and their impact on psychophysical health in a working population: “PREISAP study”. Rev Assoc Esp Espec Med Trab. [Internet]. 2017 [cited 2019 Nov 30];26:161-77. Available from: http://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v26n3/1132-6255-medtra-26-03-00161.pdf
http://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v26n3...
-3939 Ruiz-Pérez I, Bermúdez-Tamayo C, Rodríguez-Barranco M. Socio-economic factors linked with mental health during the recession: a multilevel analysis. Int J Equity Health. 2017;16:45. doi: 10.1186/s12939-017-0518-x
https://doi.org/10.1186/s12939-017-0518-...
). Nesse cenário, em um ambiente psicossocial alarmante, as elevadas demandas psicológicas e emocionais aumentam os níveis de estresse desses profissionais(2929 Brito-Ortíz JF, Juárez-García A, Nava-Gómez ME, Castillo-Pérez JJ, Brito-Nava E. Psychosocial factors, psychological stress, and burnout in nursing: a model of trajectories. Enferm Univ. 2019;16(2):138-48. doi: 10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
https://doi.org/10.22201/eneo.23958421e....
). Freimann e Merisalu(1111 Freimann T, Merisalu E. Work-related psychosocial risk factors and mental health problems amongst nurses at a university hospital in Estonia: a cross-sectional study. Scand J Public Health. 2015;43(5): 447-52. doi: 10.1177/1403494815579477
https://doi.org/10.1177/1403494815579477...
) identificaram que a ocorrência de mudanças no sistema de saúde na Estônia trouxe pressões adicionais para os profissionais de enfermagem.

A violência contra os profissionais de saúde é outro aspecto de impacto negativo na sua saúde. Estudo sobre comportamentos ofensivos, assédio sexual, ameaças de violência e a própria violência física mostrou que esses fatores foram os principais preditores de todos os tipos de fadiga relacionada ao trabalho no setor da emergência de um hospital na Jordânia(1919 Dichter MN, Trutschel D, Schwab CGG, Haastert B, Quasdorf T, Halek M. Dementia care mapping in nursing homes: effects on caregiver attitudes, job satisfaction, and burnout: a quasi-experimental trial. Int Psychogeriatr. 2017;29(12):1993-2006. doi: 10.1017/S104161021700148X
https://doi.org/10.1017/S104161021700148...
). Em estudo sobre a presença da violência sob a forma de abuso verbal, seguida por ameaças de violência física e o assédio sexual e moral, constatou-se que as ocorrências foram perpetrados pelos pacientes, médicos e familiares dos pacientes(2020 Park M, Cho S- H, Hong H- J. Prevalence and perpetrators of workplace violence by nursing unit and the relationship between violence and the perceived work environment. J Nurs Scholarsh. 2015;47(1):87-95. doi: 10.1111/jnu.12112
https://doi.org/10.1111/jnu.12112...
).

Devido ao impacto emocional, a violência física e psicológica é preditiva na intenção dos enfermeiros abandonarem a profissão. Exigências de trabalho adequadas e um ambiente de trabalho confiável e justo podem reduzir a violência contra os enfermeiros(2020 Park M, Cho S- H, Hong H- J. Prevalence and perpetrators of workplace violence by nursing unit and the relationship between violence and the perceived work environment. J Nurs Scholarsh. 2015;47(1):87-95. doi: 10.1111/jnu.12112
https://doi.org/10.1111/jnu.12112...
). A confiança nos colegas e nas chefias, a percepção de justiça e respeito e a inclusão social impactaram positivamente os aspectos psicossociais do trabalho e a saúde mental dos trabalhadores, quando verificados conjuntamente com o significado do trabalho e relações sociais(2121 Januario LB, Karstad K, Rugulies R, Bergström G, Holtermann A, Hallman DM. Association between Psychosocial Working Conditions and Perceived Physical Exertion among Eldercare Workers: a cross-sectional multilevel analysis of nursing homes, wards and workers. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(19):3610. doi: 10.3390/ijerph16193610
https://doi.org/10.3390/ijerph16193610...
). Já em locais com alto nível de violência, essa dimensão se mostrou prejudicada(1616 Ulusoy N, Wirth T, Lincke HJ, Nienhaus A, Schablon A. Psychosocial burden and strains in geriatric nursing: comparison of nursing personnel with and without migration background. Z Gerontol Geriatr. 2019;52(6):589-97. doi: 10.1007/s00391-018-1414-8
https://doi.org/10.1007/s00391-018-1414-...
,2020 Park M, Cho S- H, Hong H- J. Prevalence and perpetrators of workplace violence by nursing unit and the relationship between violence and the perceived work environment. J Nurs Scholarsh. 2015;47(1):87-95. doi: 10.1111/jnu.12112
https://doi.org/10.1111/jnu.12112...
).

Neste sentido, os estabelecimentos de saúde não são neutros, uma vez que as políticas de gestão desenvolvidas no interior dessas organizações e a qualidade de seus gestores ou lideranças assumem papeis relevantes na proteção e promoção da saúde da equipe de saúde ou ao contrário. A maioria dos artigos selecionados enfatizou a importância das lideranças em relação à qualidade, proximidade, clareza e intervenção nos processos de trabalho, concluindo, em seus achados, os efeitos extremamente detratores das lideranças sobre o ambiente psicossocial do trabalho, impactando diretamente o bem-estar dos profissionais(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...

14 Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
https://doi.org/10.1177/1403494809354361...

15 Chanchai W, Songkham W, Ketsomporn P, Sappakitchanchai P, Siriwong W, Robson MG. The impact of an ergonomics intervention on psychosocial factors and musculoskeletal symptoms among Thai Hospital Orderlies. Int J Environ Res Public Health. 2016;13(5)464. doi: 10.3390/ijerph13050464
https://doi.org/10.3390/ijerph13050464...
-1616 Ulusoy N, Wirth T, Lincke HJ, Nienhaus A, Schablon A. Psychosocial burden and strains in geriatric nursing: comparison of nursing personnel with and without migration background. Z Gerontol Geriatr. 2019;52(6):589-97. doi: 10.1007/s00391-018-1414-8
https://doi.org/10.1007/s00391-018-1414-...
,2121 Januario LB, Karstad K, Rugulies R, Bergström G, Holtermann A, Hallman DM. Association between Psychosocial Working Conditions and Perceived Physical Exertion among Eldercare Workers: a cross-sectional multilevel analysis of nursing homes, wards and workers. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(19):3610. doi: 10.3390/ijerph16193610
https://doi.org/10.3390/ijerph16193610...

22 Kwiatkowski B. Effects on careers caring for residents who are limited in their everyday capabilities. A comparison of several measuring points in a pilot study. Pflege Z[Internet]. 2011 [cited 2019 Nov 30];64(5):286-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21638876
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2163...
-2323 Nübling M, Vomstein M, Schmidt SG, Gregersen S, Dulon M, Nienhaus A. Psychosocial work load and stress in the geriatric care. BMC Public Health. 2010;10:428. doi: 10.1186/1471-2458-10-428
https://doi.org/10.1186/1471-2458-10-428...
,2929 Brito-Ortíz JF, Juárez-García A, Nava-Gómez ME, Castillo-Pérez JJ, Brito-Nava E. Psychosocial factors, psychological stress, and burnout in nursing: a model of trajectories. Enferm Univ. 2019;16(2):138-48. doi: 10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
https://doi.org/10.22201/eneo.23958421e....
-3030 Cordioli DFC, Cordioli Jr JR, Gazetta CE, Silva AG, Lourenção LG. Occupational stress and engagement in primary health care workers. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1580-87. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0681
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0...
).

A falta de suporte, a comunicação, o apoio social e feedbacks da liderança contribuem para a percepção de maior esforço físico, ritmo intenso de trabalho, conflitos de papeis da equipe e sentimento de injustiça. Apesar das consequências negativas dos fatores psicossociais na saúde mental, o esgotamento dos enfermeiros é negligenciado pelos gestores(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...
).

O trabalho em turnos dos trabalhadores da saúde agrava a fadiga e os problemas osteomusculares destes profissionais(2424 Ismail KM, Malak MZ, Alamer RM. Psychosocial correlates of work-related fatigue among Jordanian emergency department nurses. Perspect Psychiatr Care. 2019;55(3):486-93. doi: 10.1111/ppc.12354
https://doi.org/10.1111/ppc.12354...
,4040 Assunção AA, Pimenta AM. Job satisfaction of nursing staff in the public health network in a Brazilian capital city. Cien Saúde Colet[Internet]. 2020 [cited 2019 Nov. 30];25(1):169-80. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csc/v25n1/en_1413-8123-csc-25-01-0169.pdf
https://www.scielo.br/pdf/csc/v25n1/en_1...
). Os turnos de trabalho também interferem na vida familiar. A impossibilidade de ajustes adequados afeta diretamente os profissionais de enfermagem, cuja categoria é constituída predominantemente por mulheres que, frequentemente, fazem dupla jornada(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...
-1414 Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
https://doi.org/10.1177/1403494809354361...
,3030 Cordioli DFC, Cordioli Jr JR, Gazetta CE, Silva AG, Lourenção LG. Occupational stress and engagement in primary health care workers. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1580-87. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0681
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0...
). Além disso, a falta de descanso intermitente, em situações de trabalho com carga física e emocional intensas, prejudica a recuperação, podendo ter impacto negativo na saúde desses profissionais(3232 Oliveira LB, Rocha JC. Work engagement: Individual and situational antecedents and its relationship with turnover intention. Rev Bras Gest Neg. 2017;19(65):415-31. doi: 10.7819/rbgn.v19i64.3373
https://doi.org/10.7819/rbgn.v19i64.3373...
). Além disso, à medida que esses profissionais envelhecem, não conseguem responder satisfatoriamente às demandas físicas exigidas nas suas respectivas atividades laborais(3939 Ruiz-Pérez I, Bermúdez-Tamayo C, Rodríguez-Barranco M. Socio-economic factors linked with mental health during the recession: a multilevel analysis. Int J Equity Health. 2017;16:45. doi: 10.1186/s12939-017-0518-x
https://doi.org/10.1186/s12939-017-0518-...
).

Para adequada gestão dos fatores psicossociais nas organizações, as lideranças precisam ouvir os profissionais de saúde sobre as demandas, auxiliando no planejamento da equipe e na redistribuição das cargas de trabalho(1414 Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
https://doi.org/10.1177/1403494809354361...
,2525 Mc Carthy VJC, Wills T, Crowley S. Nurses, age, job demands and physical activity at work and at leisure: a cross-sectional study. Appl Nurs Res. 2018;40:116-21. doi: 10.1016/j.apnr.2018.01.010
https://doi.org/10.1016/j.apnr.2018.01.0...
). Ações de intervenção como apoio e feedback positivo dos supervisores possibilitam maior previsibilidade, minimizando os conflitos de papéis(1515 Chanchai W, Songkham W, Ketsomporn P, Sappakitchanchai P, Siriwong W, Robson MG. The impact of an ergonomics intervention on psychosocial factors and musculoskeletal symptoms among Thai Hospital Orderlies. Int J Environ Res Public Health. 2016;13(5)464. doi: 10.3390/ijerph13050464
https://doi.org/10.3390/ijerph13050464...
). Além disso, cabem às lideranças identificar as necessidades de desenvolvimento da equipe e respeitar limitações individuais dos profissionais adequando-as nas atividades compatíveis às suas capacidades de trabalho.

As intervenções sobre os fatores psicossociais, com a participação ativa dos profissionais implicados, têm impacto relevante na redução do estresse laboral. Os profissionais podem influenciar os aspectos relativos às suas próprias demandas relativas ao conteúdo e condições de trabalho, por exemplo, os métodos e as tarefas a serem realizadas, horário, entre outros(1313 Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516...
,2121 Januario LB, Karstad K, Rugulies R, Bergström G, Holtermann A, Hallman DM. Association between Psychosocial Working Conditions and Perceived Physical Exertion among Eldercare Workers: a cross-sectional multilevel analysis of nursing homes, wards and workers. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(19):3610. doi: 10.3390/ijerph16193610
https://doi.org/10.3390/ijerph16193610...
).

Esta revisão enfatizou a relevância dos estudos sobre FPT e seu impacto na saúde física e mental dos profissionais de saúde, assim como a existência de interação destes fatores com aspectos individuais dos profissionais e a organização. A percepção dos profissionais sobre quais fatores contribuem para o estresse pode ter desdobramento diferenciado para cada indivíduo, adquirindo características positivas ou negativas em função de quem os vivencia.

O COPSOQ é um instrumento multidimensional, aplicável nos diversos contextos de trabalho, possibilitando fazer o diagnóstico dos FPT, que desencadeiam estresse na percepção dos trabalhadores. Os dados resultantes de sua aplicação possibilitam ações de intervenção nos ambientes de trabalho e de promoção de saúde e bem-estar dos trabalhadores.

Limitações do estudo

Embora a definição dos critérios de inclusão para este estudo esteja em conformidade com o preconizado na literatura, pode, de alguma forma, ter limitado os achados, uma vez que foram escolhidos o instrumento de busca PubMed e a base de dados MEDLINE. Dessa maneira, os periódicos não indexados nessas bases não foram incluídos neste estudo. Foram excluídos artigos publicados em outros idiomas que não o inglês, português e o espanhol. Apesar de a língua inglesa ser utilizada na maioria dos estudos científicos, publicações em outros idiomas podem contribuir para ampliar os achados.

Contribuições para a área da enfermagem e saúde

A relevância desta revisão consiste na constatação de baixa produção científica sobre a influência de FPT na enfermagem. Identificar o impacto de fatores psicossociais por meio do uso de um instrumento de reconhecido internacionalmente e validado para a aplicação no Brasil pode contribuir para o monitoramento de riscos ocupacionais entre os trabalhadores de enfermagem, impactando diretamente suas condições de trabalho e, indiretamente, a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

CONCLUSÃO

As elevadas demandas de trabalho cognitivas, emocionais e de esconder emoções e ritmo de trabalho foram identificados como parte do cotidiano da profissão de enfermagem. O suporte das chefias, a percepção de justiça e respeito e a inclusão social tiveram impacto positivo na preservação da saúde mental dos profissionais de enfermagem.

A violência física e psicológica foi preditiva na intenção dos enfermeiros abandonarem a profissão. O trabalho em turno interfere na vida familiar, agravando a fadiga desses profissionais.

Esta revisão identificou a baixa produção científica acerca da temática em nível mundial, assim como a inexistência de produção científica nacional envolvendo trabalhadores da área da enfermagem.

As intervenções para a redução do estresse laboral pressupõem a identificação dos fatores psicossociais implicados com a participação ativa da enfermagem.

REFERENCES

  • 1
    Chagas D. Psychosocial risks at work: causes and consequences. Rev INFAD Psicol. 2015;2(1):439-46. doi: 10.17060/ijodaep.2015.n1.v2.24
    » https://doi.org/10.17060/ijodaep.2015.n1.v2.24
  • 2
    Minayo Gomez C, Vasconcellos LCF, Machado JMH. A brief history of worker’s health in Brazil’s Unified Health System: progress and challenges. Cien Saúde Colet. 2018;23(6):1963-70. doi: 10.1590/1413-81232018236.04922018
    » https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.04922018
  • 3
    Ribeiro RP, Marziale MHP, Martins JT, Galdino MJQ, Ribeiro PHV. Occupational stress among health workers of a university hospital. Rev Gaúcha Enferm. 2018;39:e65127. doi: 10.1590/1983-1447.2018.65127
    » https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.65127
  • 4
    Scozzafave MCS, Leal LA, Soares MI, Henriques SH. Psychosocial risks related to the nurse in the psychiatric hospital and management strategies. Rev Bras Enferm. 2019;72(4):834-40. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0311
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0311
  • 5
    Dias FM, Santos JFC, Abelha A, Lovisi GM. Occupational stress and professional exhaustion syndrome (burnout) in workers from the petroleum industry: a systematic review. Rev Bras Saúde Ocup. 2016;41:e11. doi: 10.1590/2317-6369000106715
    » https://doi.org/10.1590/2317-6369000106715
  • 6
    World Health Organization. PRIMA EF: guidance on the European framework for psychosocial risk manegament: a resource for employers and worker representatives [Internet]. WHO Library Cataloguing-in Publication. 2008 [cited 2019 Nov 30]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43966/9789241597104_eng_Part1.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
    » https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43966/9789241597104_eng_Part1.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
  • 7
    International Labor Organization. Psychosocial factors at work: recognition and control. Report of the Joint ILO/ WHO Committee on Occupational Health. Ninth Session, Geneva, 18-24 Sept 1984 [Internet]. Geneva. 1986 [cited 2019 May 12]. Available from: https://www.who.int/occupational_health/publications/ILO_WHO_1984_report_of_the_joint_committee.pdf
    » https://www.who.int/occupational_health/publications/ILO_WHO_1984_report_of_the_joint_committee.pdf
  • 8
    Lucca SR. Fatores psicossociais e saúde mental no trabalho. São Paulo: Proteção; 2019.
  • 9
    Moncada S, Utzet M, Molinero E, Llorens C, Moreno N, Galtés A et al. (2014). The Copenhagen psychosocial questionnaire II (COPSOQ II) In Spain-A tool for psychosocial risk assessment at the workplace. Am J Ind Med. 2014;57(1):97-107. doi: 10.1002/ajim.22238
    » https://doi.org/10.1002/ajim.22238
  • 10
    Pejtersen J, Kristensen T, Borg V, Bjorner J. (2010). The second version of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II). Scand J Prim Health Care. 2010;38;(3-suppl):8-24. doi: 10.1177/1403494809349858
    » https://doi.org/10.1177/1403494809349858
  • 11
    Freimann T, Merisalu E. Work-related psychosocial risk factors and mental health problems amongst nurses at a university hospital in Estonia: a cross-sectional study. Scand J Public Health. 2015;43(5): 447-52. doi: 10.1177/1403494815579477
    » https://doi.org/10.1177/1403494815579477
  • 12
    García-Rodríguez A, Gutiérrez-Bedmar M, Bellón-Saameño JÁ, Muñoz-Bravo C, Navajas JFC. Psychosocial stress environment and health workers in public health: differences between primary and hospital care. Aten Prim. 2015;47(6):359-66. doi: 10.1016/j.aprim.2014.09.003
    » https://doi.org/10.1016/j.aprim.2014.09.003
  • 13
    Ilic IM, Arandjelovic MZ, Jovanovic JM, Nesic MM. Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout: questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Med Pract. 2017;68(2): 167-78. doi: 10.13075/mp.5893.00516
    » https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516
  • 14
    Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. doi: 10.1177/1403494809354361
    » https://doi.org/10.1177/1403494809354361
  • 15
    Chanchai W, Songkham W, Ketsomporn P, Sappakitchanchai P, Siriwong W, Robson MG. The impact of an ergonomics intervention on psychosocial factors and musculoskeletal symptoms among Thai Hospital Orderlies. Int J Environ Res Public Health. 2016;13(5)464. doi: 10.3390/ijerph13050464
    » https://doi.org/10.3390/ijerph13050464
  • 16
    Ulusoy N, Wirth T, Lincke HJ, Nienhaus A, Schablon A. Psychosocial burden and strains in geriatric nursing: comparison of nursing personnel with and without migration background. Z Gerontol Geriatr. 2019;52(6):589-97. doi: 10.1007/s00391-018-1414-8
    » https://doi.org/10.1007/s00391-018-1414-8
  • 17
    Kaltenbrunner M, Bengtsson L, Mathiassen SE, Hans Högberg H, Engström M. Staff perception of Lean, care-giving, thriving and exhaustion: a longitudinal study in primary care. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):652. doi: 10.1186/s12913-019-4502-6
    » https://doi.org/10.1186/s12913-019-4502-6
  • 18
    Ulhassan W, von Thiele Schwarz U, Thor J, Westerlund H. Interactions between lean management and the psychosocial work environment in a hospital setting: a multi-method study. BMC Health Serv Res. 2014;14:480. doi: 10.1186/1472-6963-14-480
    » https://doi.org/10.1186/1472-6963-14-480
  • 19
    Dichter MN, Trutschel D, Schwab CGG, Haastert B, Quasdorf T, Halek M. Dementia care mapping in nursing homes: effects on caregiver attitudes, job satisfaction, and burnout: a quasi-experimental trial. Int Psychogeriatr. 2017;29(12):1993-2006. doi: 10.1017/S104161021700148X
    » https://doi.org/10.1017/S104161021700148X
  • 20
    Park M, Cho S- H, Hong H- J. Prevalence and perpetrators of workplace violence by nursing unit and the relationship between violence and the perceived work environment. J Nurs Scholarsh. 2015;47(1):87-95. doi: 10.1111/jnu.12112
    » https://doi.org/10.1111/jnu.12112
  • 21
    Januario LB, Karstad K, Rugulies R, Bergström G, Holtermann A, Hallman DM. Association between Psychosocial Working Conditions and Perceived Physical Exertion among Eldercare Workers: a cross-sectional multilevel analysis of nursing homes, wards and workers. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(19):3610. doi: 10.3390/ijerph16193610
    » https://doi.org/10.3390/ijerph16193610
  • 22
    Kwiatkowski B. Effects on careers caring for residents who are limited in their everyday capabilities. A comparison of several measuring points in a pilot study. Pflege Z[Internet]. 2011 [cited 2019 Nov 30];64(5):286-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21638876
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21638876
  • 23
    Nübling M, Vomstein M, Schmidt SG, Gregersen S, Dulon M, Nienhaus A. Psychosocial work load and stress in the geriatric care. BMC Public Health. 2010;10:428. doi: 10.1186/1471-2458-10-428
    » https://doi.org/10.1186/1471-2458-10-428
  • 24
    Ismail KM, Malak MZ, Alamer RM. Psychosocial correlates of work-related fatigue among Jordanian emergency department nurses. Perspect Psychiatr Care. 2019;55(3):486-93. doi: 10.1111/ppc.12354
    » https://doi.org/10.1111/ppc.12354
  • 25
    Mc Carthy VJC, Wills T, Crowley S. Nurses, age, job demands and physical activity at work and at leisure: a cross-sectional study. Appl Nurs Res. 2018;40:116-21. doi: 10.1016/j.apnr.2018.01.010
    » https://doi.org/10.1016/j.apnr.2018.01.010
  • 26
    Karasek RA, Theörell T. Healthy work-stress, productivity, and the reconstruction of working life. New York: Basic Books; 1990.
  • 27
    Wang C, Huang L, Li J, Dai J. Relationship between psychosocial working conditions, stress perception, and needle-stick injury among healthcare workers in Shanghai. BMC Public Health. 2019;19(1):874. doi: 10.1186/s12889-019-7181-7
    » https://doi.org/10.1186/s12889-019-7181-7
  • 28
    Palenzuela P, Delgado N, Rodríguez JA. Exploring the relationship between contextual performance and burnout in healthcare professionals. Rev Psicol Organ Trab. 2019;35(2):115-21. doi: 10.5093/jwop2019a13
    » https://doi.org/10.5093/jwop2019a13
  • 29
    Brito-Ortíz JF, Juárez-García A, Nava-Gómez ME, Castillo-Pérez JJ, Brito-Nava E. Psychosocial factors, psychological stress, and burnout in nursing: a model of trajectories. Enferm Univ. 2019;16(2):138-48. doi: 10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
    » https://doi.org/10.22201/eneo.23958421e.2019.2.634
  • 30
    Cordioli DFC, Cordioli Jr JR, Gazetta CE, Silva AG, Lourenção LG. Occupational stress and engagement in primary health care workers. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1580-87. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0681
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0681
  • 31
    Moura AA, Bernardes A, Balsanelli AP, Zanetti ACB, Gabriel CS. Leadership and nursing work satisfaction: an integrative review. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):442-50. doi: 10.1590/1982-0194201700055
    » https://doi.org/10.1590/1982-0194201700055
  • 32
    Oliveira LB, Rocha JC. Work engagement: Individual and situational antecedents and its relationship with turnover intention. Rev Bras Gest Neg. 2017;19(65):415-31. doi: 10.7819/rbgn.v19i64.3373
    » https://doi.org/10.7819/rbgn.v19i64.3373
  • 33
    Lindskog P, Hemphälä J, Eklund J, Eriksson A. Lean in healthcare: engagement in development, job satisfaction or exhaustion? J Hosp Adm. 2016;5(5):91-105. doi: 10.5430/jha.v5n5p91
    » https://doi.org/10.5430/jha.v5n5p91
  • 34
    Pereira SS, Teixeira CAB, Reisdorfer E, Vieira MV, Gherardi-Donato ECS, Cardoso L. The relationship between occupational stressors and coping strategies in nursing technicians. Texto Contexto Enferm. 2016;25(4) e2920014. doi: 10.1590/0104-07072016002920014
    » https://doi.org/10.1590/0104-07072016002920014
  • 35
    Hung DY, Harrison MI, Truong Q, Du X. Experiences of primary care physicians and staff following lean workflow redesign. BMC Health Serv Res. 2018;18(1):274. doi: 10.1186/s12913-018-3062-5
    » https://doi.org/10.1186/s12913-018-3062-5
  • 36
    D’Andreamatteo A, Ianni L, Lega F, Sargiacomo M. Lean in healthcare: a comprehensive review. Health Policy. 2015;119(9):1197-209. doi:10.1016/j.healthpol.2015.02.002.
    » https://doi.org/10.1016/j.healthpol.2015.02.002
  • 37
    Holden RJ. Lean thinking in emergency departments: a critical review. Ann. emerg. med. 2011;57(3):265-78. doi: 10.1016/j.annemergmed.2010.08.001
    » https://doi.org/10.1016/j.annemergmed.2010.08.001
  • 38
    Soriano-Tarín G, Villaplana-García M. Corporate restructuring processes and their impact on psychophysical health in a working population: “PREISAP study”. Rev Assoc Esp Espec Med Trab. [Internet]. 2017 [cited 2019 Nov 30];26:161-77. Available from: http://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v26n3/1132-6255-medtra-26-03-00161.pdf
    » http://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v26n3/1132-6255-medtra-26-03-00161.pdf
  • 39
    Ruiz-Pérez I, Bermúdez-Tamayo C, Rodríguez-Barranco M. Socio-economic factors linked with mental health during the recession: a multilevel analysis. Int J Equity Health. 2017;16:45. doi: 10.1186/s12939-017-0518-x
    » https://doi.org/10.1186/s12939-017-0518-x
  • 40
    Assunção AA, Pimenta AM. Job satisfaction of nursing staff in the public health network in a Brazilian capital city. Cien Saúde Colet[Internet]. 2020 [cited 2019 Nov. 30];25(1):169-80. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csc/v25n1/en_1413-8123-csc-25-01-0169.pdf
    » https://www.scielo.br/pdf/csc/v25n1/en_1413-8123-csc-25-01-0169.pdf

Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Fátima Helena Espírito Santo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Jan 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    08 Maio 2020
  • Aceito
    23 Set 2020
Associação Brasileira de Enfermagem SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-102 Brasília, DF, Brasil, Tel.: (55 61) 3226-0653, Fax: (55 61) 3225-4473 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: reben@abennacional.org.br