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Efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão: revisão sistemática* * Extraído da dissertação "Efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão: revisão sistemática", Universidade Federal do Paraná, 2013

Resumos

OBJETIVO

Avaliar a efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão em adultos e idosos.

MÉTODO

Revisão sistemática cujos estudos foram identificados por meio das bases de dados Cochrane, MEDLINE/PubMed, SciELO, LILACS, EMBASE, CINAHL, Web of Science, e por busca manual. Incluíram-se ensaios clínicos randomizados, sem delimitação de período e idioma da publicação, que abordaram pacientes adultos e idosos portadores de úlceras por pressão, em tratamento comparativo entre terapia nutricional enteral e placebo ou entre terapia nutricional enteral com diferentes composições e dosagens.

RESULTADOS

Foram incluídos dez estudos, que contemplaram diferentes intervenções. Apontaram maior número de úlceras por pressão cicatrizadas nos grupos que receberam a intervenção. Os estudos incluídos foram heterogêneos em relação aos pacientes, ao tipo de intervenção, à amostra e ao tempo de seguimento, aspectos que inviabilizaram a metanálise.

CONCLUSÃO

Embora a terapia nutricional enteral demonstre favorecer a cicatrização de úlcera por pressão, não foram encontradas evidências suficientes para confirmar essa hipótese.

Úlcera por Pressão; Terapia Nutricional; Cicatrização; Revisão


OBJECTIVE

To evaluate the effectiveness of enteral nutritional therapy (ENT) in the healing process of pressure ulcers (PU) in adults and the elderly.

METHOD

A systematic review whose studies were identified through the databases of Cochrane, MEDLINE/PubMed, SciELO, LILACS, EMBASE, CINAHL, Web of Science, and manual searches. It included randomized clinical trials (RCTs) without delimiting the period or language of publication, which addressed adults and elderly patients with pressure ulcers in a comparative treatment of enteral nutritional therapy and placebo or between enteral nutritional therapy with different compositions and dosages.

RESULTS

We included ten studies that considered different interventions. It resulted in more pressure ulcers healed in the groups that received the intervention. The included studies were heterogeneous with regard to patients, the type of intervention, the sample and the follow-up period, all of which made meta-analysis impossible.

CONCLUSION

Although the enteral nutritional therapy demonstrates a promotion of pressure ulcer healing, sufficient evidence to confirm the hypothesis was not found.

Pressure Ulcer; Nutrition Therapy; Wound Healing; Review


OBJETIVO

Evaluar la efectividad de la terapia de nutrición enteral en el proceso de cicatrización de las úlceras por presión en adultos y ancianos

MÉTODO

Revisión sistemática cuyos estudios fueron identificados por medio de las bases de datos Cochrane, MEDLINE/PubMed, SciELO, LILACS, EMBASE, CINAHL, Web of Science, y por búsqueda manual. Se incluyeron ensayos clínicos randomizados, sin delimitación de período e idioma de la publicación, que abordaron a pacientes adultos y ancianos portadores de úlceras por presión, en tratamiento comparativo entre terapia de nutrición enteral y placebo o entre terapia de nutrición enteral con distintas composiciones y dosificaciones.

RESULTADOS

Fueron incluidos diez estudios, que contemplaron diferentes intervenciones. Señalaron mayor cantidad de úlceras por presión cicatrizadas en los grupos que recibieron la intervención. Los estudios incluidos fueron heterogéneos con relación a los pacientes, la clase de intervención, la muestra y el tiempo de seguimiento, y los aspectos que hicieron inviable el metanálisis.

CONCLUSIÓN

Aunque la terapia de nutrición enteral demuestre favorecer la cicatrización de la úlcera por presión, no se encontraron evidencias suficientes para confirmar dicha hipótesis.

Úlcera por Presión; Terapia Nutricional; Cicatrización de Heridas; Revisión


Introdução

A úlcera por pressão (UP) é um problema de saúde pública, impacta a pessoa doente, a família e a sociedade. É definida como "área de dano localizado à pele e tecidos subjacentes causados por pressão, cisalhamento, fricção e ou uma combinação destes"(1European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP). National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP). Treatment of pressure ulcers: quick reference guide. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel; 2009). Sua etiologia apresenta outros fatores contribuintes, que são intrínsecos ao sujeito como a nutrição, idade, comorbidades, entre outros(2Dealey C. Cuidando de feridas: um guia para as enfermeiras. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2008.). As intervenções instituídas para sua prevenção e tratamento interferem na qualidade da assistência à saúde(3Silva AJ, Pereira SM, Rodrigues A, Rocha AP, Varela J, Gomes LM, et al. Economic cost of treating pressure ulcers: a theoretical approach. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2013 [cited 2014 Jan 31];47(4):971-976. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0971.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en...
).

O fator idade é considerado um indicador de risco para UP, principalmente em pacientes com 65 anos ou mais. A não cicatrização de feridas afeta de três a seis milhões de pessoas com essa idade, e representa 85% desse evento(4Guo S, Dipietro LA. Factors affecting wound healing. J Dent Res. 2010;89(3):219-29.).

No Brasil, a preocupação com a UP se tornou mais evidente com a publicação da RDC nº 36, de 25 de julho de 2013, que instituiu ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde. No plano de segurança do paciente foi incluída a prevenção de UP, para a qual devem ser desenvolvidas estratégias e ações para a gestão de risco(5Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 36, de 25 de Julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências [Internet]. Brasília; 2013 [citado 2014 jan. 31]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...
). Para viabilizar a prevenção foi publicado um protocolo que contempla estratégias para otimização da nutrição e hidratação(6Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anexo 02: Protocolo para prevenção de úlcera por pressão [Internet]. 2010 [citado 2013 nov. 25]. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopa...
).

Em relação à nutrição, pesquisas apontam a relação entre desnutrição e desenvolvimento de UP e retardo da cicatrização(7Shahin ES, Meijers JMM, Schols JMGA, Tannen A, Halfens RJ, Dassen T. The relationship between malnutrition parameters and pressure ulcers in hospitals and nursing homes. Nutrition. 2010;26(9):886-9.-8Banks M, Bauer J, Graves N, Ash S. Malnutrition and pressure ulcer risk in adults in Australian health care facilities.. Nutrition 2010;26(9):896-901.). Estudo que classificou os pacientes em desnutridos, em risco nutricional e bem nutridos de acordo com o Índice de Massa Corporal, verificou maior comprometimento do estado nutricional em pacientes com UP (39,5% desnutridos e 2,5% bem nutridos) comparativamente a pacientes sem este agravo (16,6% desnutridos e 23,6% bem nutridos) (p<0.001)(9Hengstermann S, Fischer A, Steinhagen-Thiessen E, Schulz RJ. Nutritionstatus and pressure ulcer: what we need for nutrition screening. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2007;31(4):288-94.). Estudo prospectivo com pacientes de alto risco e hospitalizados identificou desnutrição em 29% dos pacientes na admissão e, em quatro semanas, 17% desses desenvolveram UP, em contrapartida, em 9% dos pacientes não desnutridos ocorreu a lesão(1010 Thomas DR, Goode PS, Tarquine PH, Allman RM. Hospital acquired pressure ulcers and risk of death. J Am Geriatr Soc. 1996;44(12):1435-40.).

Nessa direção, a triagem nutricional contribui para a identificação da necessidade de terapia nutricional enteral (TNE), a fim de prover calorias, proteínas, aminoácidos, vitaminas e hidratação adequada ao paciente com UP. Ao enfermeiro compete realizar a triagem nutricional, bem como ações para a efetivação da TNE(1111 Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 63, de 6 de julho de 2000. Aprova regulamento técnico que fixa os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição enteral [Internet]. Brasília; 2000 [citado 2013 nov. 25]. http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/RDC%2063%20NUTRICaO%20ENTERAL.pdf
http://www.saude.mg.gov.br/images/docume...

12 Brasil. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução n. 277, de 16 de junho 2003. Dispõe sobre o regulamento da terapia nutricional [Internet]. Brasília; 2003 [citado 2013 nov. 25]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2772003_4313.html
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-27...
-1313 DiMaria-Ghalili RA, Bankhead R, Fisher AA, Kovacevich D, Resler R, Peggi A; American Society for Parenteral and Enteral. Nutrition Standards of Practice for Nutrition Support Nurses. Nutr Clin Pract. 2007;22(4):458-65.).

A TNE utiliza alimento especialmente formulado, industrializado ou não, empregado exclusivo ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação, conforme as necessidades nutricionais do paciente, e tem por objetivo a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas(5Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 36, de 25 de Julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências [Internet]. Brasília; 2013 [citado 2014 jan. 31]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...
,1111 Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 63, de 6 de julho de 2000. Aprova regulamento técnico que fixa os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição enteral [Internet]. Brasília; 2000 [citado 2013 nov. 25]. http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/RDC%2063%20NUTRICaO%20ENTERAL.pdf
http://www.saude.mg.gov.br/images/docume...
).

Com o objetivo de prevenir e tratar as UP, foram desenvolvidos comercialmente diversos suplementos para a TNE (suplementação nutricional oral, via sonda nasogástrica, nasoenteral ou percutânea - gastrostomia). Essas fórmulas são compostas principalmente por proteína, arginina, glutamina, vitamina C, zinco, ferro e vitamina E(1414 Sherman AR, Barkley M. Nutritionand wound healing. J Wound Care. 2011;20(8):357-67.) e são classificadas quanto à complexidade dos nutrientes em fórmulas poliméricas, oligoméricas, monoméricas e dietas modulares(1515 Baxter YC. Critérios de decisão na seleção de dietas enterais. In: Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 659-76.).

Frente à importância do adequado estado nutricional para cicatrização de UP, faz-se necessário avaliar a efetividade da Terapia Nutricional (TN) como tratamento para UP. Para tanto, são imprescindíveis pesquisas com adequado delineamento acerca da temática, bem como revisões sistemáticas por apresentarem o melhor nível de evidência para a tomada de decisões clínicas.

Revisão Sistemática (RS) publicada em 2003 objetivou avaliar a eficácia da nutrição enteral e parenteral para a prevenção e tratamento de UP, incluiu oito ensaios clínicos randomizados (ECR), e um observou que os suplementos nutricionais reduziram o número de novas úlceras, porém não foi possível chegar a conclusões definitivas sobre o efeito da nutrição enteral e parenteral devido à heterogeneidade dos estudos(1616 Langer G, Schloemer G, Knerr A, Kuss O, Behrens J. Nutritional interventions for preventing and treating pressure ulcers. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(4):CD003216.).

Em outra RS publicada em 2005, com o objetivo de verificar o impacto do suporte nutricional enteral sobre a incidência e cicatrização de UP, foram incluídos 15 estudos e cinco foram agrupados em uma metanálise de suplementos nutricionais orais ou alimentação por sonda enteral. A metanálise, n=1.224, idosos pós-cirúrgicos, pacientes cronicamente hospitalizados, mostrou que os suplementos orais foram associados à incidência menor de desenvolver UP (odds ratio 0,75, 95% CI [62-89]). Quanto à cicatrização, não foi possível realizar metanálise, no entanto, os estudos individuais demonstraram resultado favorável ao uso de altas doses de proteína e suplementos especializados para a cicatrização de UP(1717 Stratton RJ, Ek AC, Engfer M, Moore Z, Rigby P, Wolfe R, et al. Enteral nutritional support in prevention and treatment of pressure ulcers: a systematic review and meta-analysis. Ageing Res Rev. 2005;4(3):422-450.).

Em 2008, uma RS que avaliou tratamentos disponíveis para UP, sobre as intervenções nutricionais, foram incluídos sete ECR, e os autores constataram que a suplementação de proteína promoveu a cicatrização das úlceras em comparação com o placebo (Scale Healing pontuação média 3.55 [4.66] vs. 3.22 [4.11], p<0,05), no entanto, há poucas evidências para justificar o uso de TNE de rotina em comparação com o tratamento padrão para a cicatrização de UP(1818 Reddy M, Gill SS, Rochon P.A. Treatment of pressure ulcers: a systematic review. JAMA. 2008;300(22):2647-62.).

Embora tenham sido conduzidas RS envolvendo a nutrição na prevenção e tratamento das UP, verificou-se que essas não se restringiam à TNE, extrapolando a investigação de outras estratégias e não realizaram busca ampla em bases de dados. Para tanto, considerando-se a premência de novos estudos com qualidade metodológica, bem como que a RS possibilita a obtenção de repostas às questões clínicas e incorporar novos procedimentos à prática profissional com segurança e respaldo científico(1919 Sackett DL, Straus SE, Richardson WS, Rosenberg W, Haynes RB. Medicina baseada em evidências: prática e ensino. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.), propôs-se a presente RS que objetivou avaliar a efetividade da Terapia Nutricional Enteral (TNE) no processo de cicatrização das Úlceras por Pressão (UP) em adultos e idosos.

Método

Trata-se de uma Revisão Sistemática (RS), baseada nas recomendações do Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions propostas pela Colaboração Cochrane (2020 Higgins JPT, Green S, editors. Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions: version 5.1.0 [Internet]. Oxford: The Cochrane Library; 2011 [cited 2012 May 01]. Available from: http://www.cochrane-handbook.org/
http://www.cochrane-handbook.org/...
). A RS difere de outros métodos de revisão, pois utiliza procedimentos explícitos de busca sistemática e análise crítica para sintetizar a literatura acerca de uma questão específica, tendo por objetivo minimizar os vieses e o erro aleatório presentes em análises individuais(1919 Sackett DL, Straus SE, Richardson WS, Rosenberg W, Haynes RB. Medicina baseada em evidências: prática e ensino. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.).

Para elaboração da pergunta de pesquisa utilizou-se o acrônimo PICO(2020 Higgins JPT, Green S, editors. Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions: version 5.1.0 [Internet]. Oxford: The Cochrane Library; 2011 [cited 2012 May 01]. Available from: http://www.cochrane-handbook.org/
http://www.cochrane-handbook.org/...
) (P - população e problema; I - intervenção; C - comparação; O - desfechos), no qual: P - Adultos e idosos com úlcera por pressão; I - Uso de terapia nutricional enteral; C - Comparação sem complemento; ou fórmulas diferentes; O - Cicatrização total; Cicatrização parcial; estabilidade da área total; redução do exsudato; redução de tecidos desvitalizados; tempo de tratamento para cicatrização da úlcera por pressão; e outros. Assim, a pergunta de pesquisa foi Qual a efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das UP em adultos e idosos?

Os critérios de inclusão foram: ensaios clínicos randomizados, sem restrição de idioma ou data de publicação, que avaliaram o efeito da TNE no processo de cicatrização das UP em adultos e idosos, hospitalizados ou em domicílio, que compararam tratamento com TNE e placebo; ou TNE com diferentes composições; ou TNE com diferentes dosagens.

Foram excluídos estudos que envolveram outras etiologias de feridas; não limitaram a intervenção à TNE (adotaram outra via de administração); e não descreveram a fórmula utilizada na TNE.

O desfecho primário foi a cicatrização total da UP, e os secundários foram cicatrização parcial da UP; estabilidade da área; redução do exsudato e de tecidos desvitalizados. A busca ocorreu de maio a agosto de 2013. Os estudos foram identificados por meio das bases de dados: Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) em The Cochrane Library, National Library of Medicine/NLM (MEDLINE)/PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biomedical Database (EMBASE), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web of Science. Procedeu-se também à busca manual, por meio da consulta de resumos de trabalhos apresentados em congressos, referência de artigos das revisões sistemáticas e dos ECR identificados, ainda, bases de registro de ECR e contato com pesquisadores atuantes na área de tratamento de feridas.

As estratégias de busca foram formuladas conforme os critérios e manuais de cada base de dados. Utilizaram-se descritores Medical Subject Heading (MeSH), Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e termos relacionados ao problema de pesquisa (úlcera por pressão), intervenção (terapia nutricional enteral) e desenho do estudo (ensaio clínico randomizado), combinados com operadores booleanos (AND e OR) e símbolos de truncagem.

O Quadro 1 apresenta a estratégia de busca adotada na base MEDLINE via PubMed, a qual foi adaptada para as demais bases analisadas.

Quadro 1
Estratégia de busca na base de dados MEDLINE/PubMed - Curitiba, PR, 2013

Para a inclusão, os resumos dos estudos identificados foram avaliados de forma cega e independente por dois revisores, que aplicaram os critérios de elegibilidade e selecionaram os estudos relevantes; em caso de discordância, um terceiro revisor foi solicitado. Na primeira reunião de consenso os estudos selecionados foram avaliados na íntegra com aplicação dos critérios de elegibilidade, e, posteriormente, na segunda reunião de consenso, foram definidos os estudos incluídos e excluídos da revisão. O grau de concordância entre os revisores foi avaliado pela medida Kappa(2020 Higgins JPT, Green S, editors. Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions: version 5.1.0 [Internet]. Oxford: The Cochrane Library; 2011 [cited 2012 May 01]. Available from: http://www.cochrane-handbook.org/
http://www.cochrane-handbook.org/...
), o programa STATA® 9.7 foi utilizado. O Kappa avalia a concordância interobservadores e varia de 1 (concordância completa) a -1 (discordância completa)(2121 Hulley SB, Cumming SR, Browner WS, Grady DG, Newman TB. Delineando a pesquisa clínica: uma abordagem epidemiológica. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008.).

Para a extração dos dados, adotou-se um formulário adaptado(2222 Stocco JGD, Crozeta K, Taminato M, Danski MTR, Meier MJ. Evaluation of the mortality of neonates and children related to the use of central venous catheters: a systematic review. Acta Paul Enferm [Internet]. 2012 [cited 2014 Feb 18];25(1):90-5. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n1/en_v25n1a16.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n1/en_v2...
), o qual incluiu: identificação do estudo (título, revista, ano de publicação, volume e número), método, características dos participantes e da intervenção, desfecho, aspectos éticos, financiamento e parecer do revisor.

A qualidade metodológica dos estudos foi realizada por meio da Ferramenta da Colaboração Cochrane para avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados, disponível no programa Review Manager versão 5.1.0, no qual os estudos foram julgados como 'baixo risco de viés' (low risk of bias), 'alto risco de viés' (high risk of bias) e 'risco incerto de viés' (unclear risk of bias), para seis domínios: geração de sequência aleatória, ocultação da alocação, cegamento dos participantes e profissionais, cegamento de avaliadores do desfecho, desfechos incompletos e relato de desfecho seletivo(2020 Higgins JPT, Green S, editors. Cochrane Handbook for Systematic Review of Interventions: version 5.1.0 [Internet]. Oxford: The Cochrane Library; 2011 [cited 2012 May 01]. Available from: http://www.cochrane-handbook.org/
http://www.cochrane-handbook.org/...
).

Devido à heterogeneidade dos estudos, os dados foram agrupados e analisados por desfechos de modo descritivo.

Não houve conflito de interesses na condução desta revisão. Também não ocorreu nenhum tipo de financiamento para o estudo.

Resultados

Foram identificados 432 estudos, dos quais: 66 na MEDLINE/PUBMED, 100 na EMBASE, 58 na CENTRAL, 124 na Web of Science, 69 na CINAHL, zero/nenhum na SciELO e LILACS, e 15 na busca manual. Desses, 156 estavam duplicados e 244 não atenderam aos critérios de inclusão. Assim, foram avaliados 32 estudos na íntegra e após análise independente por dois revisores, dez estudos foram incluídos nesta revisão, conforme Figura 2. Foi solicitado o parecer do terceiro revisor para obter consenso dos estudos incluídos. O índice Kappa demonstrou concordância significativa de 0.939 (p<0.001 e IC 95%).

Figura 1
Fluxograma de identificação, seleção e inclusão dos estudos - Curitiba, PR, 2013

Quanto à avaliação da qualidade metodológica dos estudos, apenas dois apresentaram baixo risco de viés para todos os domínios avaliados (E32; E90) e um para cinco domínios (E5). Dois com dois domínios classificados em alto risco de viés (E419; E424) e dois com um (E420; E10). Em oito estudos houve pelo menos um domínio classificado em risco incerto de viés (E5; E10; E412; E418: E419; E424; E425; E426), o que demonstra falta de detalhamento na descrição da metodologia destes estudos e impossibilita análise adequada quanto à qualidade dos mesmos. Na Figura 2 é apresentada a avaliação dos estudos individualmente para cada domínio.

Figura 2
Avaliação individual da qualidade metodológica dos estudos incluídos na revisão sistemática - Curitiba, PR, 2013

O Quadro 2 apresenta os estudos selecionados com suas respectivas referências, ano de publicação, país, delineamento e número de pacientes. No Quadro 3 é apresentada a relação dos estudos conforme a intervenção e o número de participantes no grupo experimental e controle, método de avaliação e tempo de seguimento. Observa-se que as intervenções contemplaram suplementos como: arginina, vitamina C, colágeno, Ornitina alfa-cetoglutarato (OKG), sulfato de zinco, colágeno hidrolisado e suplementos nutricionais mistos. Apenas dois estudos (E412; E419) apresentaram a mesma intervenção (vitamina C).

Quadro 2
Estudos selecionados de acordo com a referência, ano, país, delineamento e número de pacientes - Curitiba, PR, 2013

Quadro 3
Estudos selecionados de acordo com a intervenção no grupo experimental e controle, número de participantes no grupo experimental e controle, método de avaliação e tempo de seguimento - Curitiba, PR, 2013

Quatro estudos (E10, E424, E425, E426) avaliaram o uso de suplementos nutricionais mistos. No estudo E10 a interação entre os dois grupos (intervenção e controle) quanto ao tamanho das UP e o período de intervenção foi significativo (p<0,001). Houve redução significativa no tamanho da ferida a partir do primeiro dia do período de intervenção (p=0,05). O estudo E424 que avaliou a dieta A, B e C, obteve que: a Dieta C apresentou uma melhora significativa do escore inicial PUSH tool (9,4 ± 1,2); e o escore PUSH tool na terceira semana foi significativamente menor em comparação às dietas A e B (7,0 ± 1,5 e 6,0±1,2; p<0,05). Os pacientes apresentaram um valor aproximado de 2,5 vezes maior quanto à melhora na cicatrização de UP após três semanas em comparação com os outros dois grupos. A Dieta A (controle) demonstrou uma pequena melhora na cicatrização das UP na terceira semana (8,7 ± 1,0 vs 7,0 ± 1,5; semana 0 e 3, respectivamente; p<0,05) e na Dieta B não houve mudanças significativas na pontuação PUSH tool nas três semanas.

No estudo E425 a redução no tamanho da UP no grupo experimental diferiu significativamente do grupo controle durante o período de oito semanas (p=0,006, tratamento por tempo, p=0,016, tratamento por tempo2, repeated-measures mixed models [RMMM]). As UP no grupo experimental foram significativamente menores em comparação com a avaliação inicial a partir da terceira semana (p=0,019) e nas semanas seguintes (p=0,012). No grupo controle as UP eram significativamente menores em comparação com a avaliação inicial a partir da quinta semana (p=0,019), e nas semanas subsequentes (p=0,008). O escore PUSH tool melhorou significativamente no grupo experimental em comparação com o grupo controle (p=0,011, tratamento por tempo, p=0,033, tratamento por tempo2, RMMM). Os tipos de tecidos diferiram significativamente entre os tratamentos após quatro semanas, houve menos UP identificadas com 'tecido de granulação' ou 'tecido necrótico' e mais UP identificada como 'fechada' ou 'tecido epitelial' no grupo experimental comparado ao grupo controle (p=0.037), demonstrando boa evolução da cicatrização e presença de cicatrização completa das lesões. Os subescores do instrumento PUSH tool relacionados ao tamanho da UP e quantidade de exsudato não diferiram significativamente entre os grupos. No entanto, a diminuição no número de curativos (grupo experimental) diferiu significativamente em relação ao grupo controle ao longo do período de oito semanas (p=0.003, tratamento pelo tempo; p=0.045, tratamento por tempo2, RMMM, post hoc), assim, infere-se melhora das condições gerais da UP, como exsudato e presença de tecidos desvitalizados.

As diferenças entre as intervenções no estudo E426 tornaram-se estatisticamente significativas no escore PUSH tool na 12ª semana (p<0,05) e na área da UP na 8ª semana (p<0,05). Os participantes do grupo experimental demonstraram uma média de redução significativamente maiores, quanto à área da UP (57% vs 33% na 8ª semana, p<0,02; 72% vs 45% na 12ª, p<0,005). O fornecimento de quantidades adequadas de energia e proteína demonstrou ser eficaz em melhorar a cicatrização de UP (p<0,001) para ambos os grupos.

O estudo E5 avaliou o uso da arginina na cicatrização da UP e obteve diferença significativa no decréscimo do escore PUSH tool ao longo do tempo (p<0,001). Não houve diferença na taxa de cicatrização entre os grupos (p=0,991).

O estudo E32 avaliou o Colágeno hidrolisado e identificou que a mudança do escore PUSH tool em oito semanas foi de 3,22 ± 4,11 no grupo controle e 3,55 ± 4.66 (p<0,05) no grupo experimental. Os escores PUSH tool diminuíram em todos os pacientes durante o período de intervenção, no entanto, o grupo experimental apresentou aproximadamente o dobro da taxa cicatrização em comparação ao grupo controle. O grupo experimental obteve maior redução no escore PUSH tool em comparação ao grupo controle (60% vs 48%, p<0,05).

A Ornitina alfa-cetoglutarato foi avaliada pelos estudos E90 e o Subgrupo de UP com área ≤ 8 cm2 apresentou diminuição absoluta da área da UP na sexta semana significativamente maior no grupo experimental em comparação com o grupo controle (-2,3 ± 4,2 cm2 vs -1,7 ± 1,7 cm2, p=0.006). Houve tendência à maior proporção de feridas que atingiu uma regressão superior a 90% em seis semanas no grupo experimental (23,4% vs 13,0%) (OR=0,49; IC 95% [0,16-1,46]. A taxa de cicatrização foi mais elevada no grupo experimental em comparação com o controle (-0,07 ± 0,11 cm2/dia vs -0,04 ± 0,08 cm2/dia; p=0,007). No Subgrupo de área > 8 cm2 não houve diferenças entre os grupos quanto à diminuição absoluta da área, proporção da regressão e taxa de cicatrização das UP. Não houve diferença na taxa de cicatrização.

Dois estudos avaliaram a vitamina C (E412, E419). O estudo E412 na análise por intenção de tratar (ITT), a taxa de cicatrização absoluta no grupo experimental foi de 0,21 e 0,27 cm2/semana no grupo controle (IC 90%). A redução média do volume da UP foi de 0 ml/semana no grupo experimental e 0,20 ml/semana no grupo controle (IC 90%). A média de 'mudança clínica' (velocidade de cicatrização, redução da superfície e do volume) foram pontuados em uma escala de -100 a +100%, e no grupo experimental observou-se melhora de 17,89% por semana e 26,08% por semana no grupo controle. Na análise por protocolo, foram incluídos 67 pacientes, a taxa de cicatrização absoluta no grupo experimental (n=35) foi de 0,23 e 0,27 cm2/semana no grupo controle (n=28) (IC 90%). A redução média do volume da UP foi de 0,05 ml/semana no grupo experimental e 0,11 ml/semana no grupo controle (IC 90%). A média de "mudança clínica" no grupo experimental foi de 18,79% por semana e 29,50% por semana no grupo controle.

O estudo E419 obteve que o grupo experimental apresentou uma redução significativa na área da UP de 84% (p<0,005), em comparação com 42,7% (p<0.001) no grupo controle. As taxas médias de cicatrização foram de 2,47 cm2 e 1,45 cm2 por semana nos grupos tratados e não tratados, respectivamente.

O sulfato de zinco foi avaliado no estudo E418. Para dez participantes que receberam a intervenção houve mudança na UP quanto ao volume médio de 10 ml (± de 9 ml), dez pacientes que receberam placebo tiveram alteração no volume médio de 6,0 ml (±17,5 ml), os resultados não foram estatisticamente significativos.

Discussão

Tendo em vista que a adequada nutrição relaciona-se ao processo de cicatrização, o objetivo desta RS foi avaliar a efetividade da TNE como tratamento no processo de cicatrização das UP em adultos e idosos. Para esse desfecho, os resultados dos estudos incluídos demonstram que a TNE auxilia a cicatrização de UP, porém não foram constatadas evidências científicas suficientes para se confirmar esse achado.

Nos estudos selecionados foram randomizados 553 pacientes, e destes 488 foram incluídos nas análises dos dados.

Em relação à 'cicatrização total da UP', cinco estudos relataram 39 UP que alcançaram esse desfecho (E10; E90; E425; E426; E419). Houve maior proporção de UP cicatrizadas nos grupos experimentais (61,5%). Para o subgrupo 'suplementos nutricionais mistos' (E10; E425; E426), foram 16 UP (28,5%; N=56) cicatrizadas nos grupos experimentais e 9 (13%; N=65) nos controles, com tempo de seguimento de oito a 12 semanas.

Concorda com esse achado o estudo(2323 Heyman H, Van De Looverbosch DEJ, Meijer EP, Schols JM. Benefits of an oral nutritional supplement on pressure ulcer healing in long-term care.. J Wound Care 2008;17(11):476-80.) multicêntrico aberto que incluiu 245 pacientes, e avaliou os efeitos de um suplemento nutricional misto (proteína, arginina, vitamina C, vitamina E, e outros micronutrientes - Cubitan®), e obteve 65 UP (27%) cicatrizadas em nove semanas. Revisão Sistemática(2424 Smith ME, Totten A, Hickam DH, Fu R, Wasson N, Rahman B, et al. Pressure ulcer treatment strategies: a systematic comparative effectiveness review. Ann Intern Med. 2013;159(1):39-50.) apontou como limitação o uso dos desfechos 'redução no tamanho da ferida' e 'taxa de cicatrização' como substituto da 'cicatrização completa' pelos estudos incluídos, assim, a falta de homogeneidade dos desfechos analisados dificulta a comparação entre os estudos.

Quanto ao desfecho 'cicatrização parcial' para o subgrupo 'suplementos nutricionais mistos', os grupos que receberam as intervenções apresentaram diminuição da profundidade e da área da lesão, bem como melhores taxas de cicatrização em comparação aos grupos controle. Infere-se que TNE enriquecida com proteínas e micronutrientes favorecem o processo de cicatrização de UP (E10; E424; E425; E426). Em consonância com esse dado, um estudo(2323 Heyman H, Van De Looverbosch DEJ, Meijer EP, Schols JM. Benefits of an oral nutritional supplement on pressure ulcer healing in long-term care.. J Wound Care 2008;17(11):476-80.)verificou a redução significativa da área das úlceras (1580 ± 3743 mm2para 743 ± 1809 mm2), representando 53% de redução em nove semanas (p<0.0001). Estudo prospectivo(2525 Frias Soriano LF, Vázquez ML, Maristany CPP, Xandri Graupera JM, Wouters-Wesseling W, Wagenaar L. The effectiveness of oral nutritional supplementation in the healing of pressure ulcers.. J Wound Care 2004;13(8):319-22.) conduzido com 39 pacientes, que usaram um suplemento nutricional misto (suplemento rico em proteína, enriquecido com arginina, vitamina C e zinco), após três semanas de intervenção constatou redução significativa da área das UP de 23.6 cm2 para 19.2 cm2 (p<0.001), representando redução de 29%. Ainda, diretriz nacional recomenda a Terapia Nutricional para pacientes portadores de UP, com fórmulas de nutrientes imunomoduladores e maior teor de proteínas no tratamento de pacientes com UP, com alto grau de recomendação e força de evidência (A)(2626 Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral; Associação Brasileira de Nutrologia; Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Projeto Diretrizes. Terapia Nutricional para Portadores de Úlceras por Pressão. São Paulo: AMB; 2011.).

Para o subgrupo 'arginina', apenas um estudo avaliou este nutriente isoladamente, não houve diferenças significativas na taxa de cicatrização entre o grupo experimental e controle, assim, sugere-se que a dose de 4,5g de arginina por dia pode promover um benefício similar na cicatrização em comparação à dose de 9g (E5). Destaca-se que, dos estudos incluídos, outros três apresentavam arginina nas composições das fórmulas (E424; E425; E426). Estudo observacional(2727 Brewer S, Desneves K, Pearce L, Mills K, Dunn L, Brown D, et al. Effect of an arginine-containing nutritional supplement on pressure ulcer healing in community spinal patients.. J Wound Care 2010;19(7):311-6.) avaliou a taxa e o tempo para cicatrização de UP em 18 participantes que receberam terapia nutricional com 9g de arginina (Arginaid®, Nestlé Nutrition®) em comparação a um controle histórico com 17 participantes. Identificou-se um total de 26 UP cicatrizadas no grupo controle histórico e 30 UP nos 18 pacientes no grupo experimental. No grupo experimental, o tempo para cicatrização mostrou-se duas vezes mais rápido em comparação ao controle (10.5 ± 1.3 semanas vs 21 ± 3.7 semanas; p=0.006). Portanto, este estudo sugere benefício da suplementação com 9g de arginina na cicatrização de UP.

Para o subgrupo 'vitamina C' os resultados divergiram. Tendo em vista a heterogeneidade dos estudos incluídos, conclui-se que não há evidências acerca dos benefícios da suplementação com vitamina C na cicatrização das UP (E412; E419). Ao encontro desses achados, outras quatro RS que avaliaram os efeitos da suplementação com vitamina C na cicatrização de UP incluíram os mesmos estudos da presente revisão e concluíram que, devido à escassez de produção científica e rigor metodológico, o papel da vitamina C permanece incerto na cicatrização das UP(16,18,24,). Ressalta-se que outros quatro estudos incluídos na presente revisão apresentavam a vitamina C nas composições das fórmulas (E10; E424: E425; E426).

Para a o 'sulfato de zinco' os pacientes que receberam a intervenção obtiveram maior redução no volume da lesão, no entanto, não houve significância estatística e apenas três pacientes concluíram o estudo (E418). Corroborando com este dado, em uma RS(2828 Wilkinson EAJ, Hawke C. Oral zinc for arterial and venous leg ulcers. Cochrane Database Syst Rev.2012;(8):CD001273.) com o objetivo de determinar a eficácia da suplementação com sulfato de zinco para promover a cicatrização de úlceras venosas e arteriais, foram incluídos seis ECR, verificando que não há evidências para afirmar que a suplementação com sulfato de zinco favorece a cicatrização.

Uma revisão crítica(2929 Bradbury S. Wound healing: is oral zinc supplementation beneficial? Wounds UK. 2006;2(1):54-61.) sobre os efeitos da suplementação com zinco na cicatrização de feridas analisou as publicações científicas e verificou que o zinco participa significativamente no processo de cicatrização, no entanto, não há evidência para subsidiar a indicação dessa suplementação. Os estudos incluídos foram considerados antigos, com amostras pequenas, tempo de seguimento curto, alta taxa de perdas de seguimento, e de baixa qualidade metodológica. Assim, salienta-se a necessidade de estudos com metodologia rigorosa.

Quanto ao uso de 'suplementos nutricionais mistos', embora não haja evidências que a suplementação com vitaminas e minerais auxilie na cicatrização das UP, a suplementação é recomendada quando há suspeita de deficiências(3Silva AJ, Pereira SM, Rodrigues A, Rocha AP, Varela J, Gomes LM, et al. Economic cost of treating pressure ulcers: a theoretical approach. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2013 [cited 2014 Jan 31];47(4):971-976. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en_0080-6234-reeusp-47-4-0971.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n4/en...
).

Para o 'ornitina alfa-cetoglutarato', houve diferenças estatísticas apenas para o subgrupo ≤ 8 cm2, o grupo experimental apresentou maior redução da área total em comparação ao controle. O estudo sugere que a suplementação com OKG apresenta benefícios na redução da área de UP com área menor ou igual a 8 cm2, acelerando o processo de cicatrização (E90). Corrobora com esse dado o ECR, com 47 participantes, que analisou a eficácia do OKG comparado com controle isonitrogenado na cicatrização de pacientes queimados graves. Constatou-se que o tempo de cicatrização de feridas em pacientes que recebem OKG foi menor em relação ao controle (60±7 vs 90±12 dias; p<0.05)(3030 Coudray-Lucas C, Le Bever H, Cynober L, De Bandt JP, Carsin H. Ornithine [alpha]-ketoglutarate improves wound healing in severe burn patients: a prospective randomized double-blind trial versus isonitrogenous controls. Crit Care Med. 2000;28(6):1772-6.).

Para o 'colágeno hidrolisado', o grupo experimental apresentou aproximadamente o dobro da taxa cicatrização em comparação ao grupo controle e obteve maior redução no escore PUSH tool em oitos semanas (60% vs 48%, p<0.05). O estudo sugere que suplementação com colágeno hidrolisado promove a cicatrização de UP (E32). Não foram identificados outros estudos que avaliassem os efeitos da TNE com colágeno hidrolisado em UP ou outros tipos de feridas, os próprios autores do estudo discorrem que desconhecem estudos que contemplem essa temática (E32).

Em relação à 'redução de tecidos desvitalizados' apenas um estudo no subgrupo 'suplementos nutricionais mistos' (E425) avaliou esse desfecho. Houve diminuição significativa no número de curativos no grupo experimental em relação ao grupo controle, assim, infere-se melhora das condições gerais da UP, como exsudato e presença de tecidos desvitalizados. Igualmente, dois estudos(2323 Heyman H, Van De Looverbosch DEJ, Meijer EP, Schols JM. Benefits of an oral nutritional supplement on pressure ulcer healing in long-term care.. J Wound Care 2008;17(11):476-80.,2525 Frias Soriano LF, Vázquez ML, Maristany CPP, Xandri Graupera JM, Wouters-Wesseling W, Wagenaar L. The effectiveness of oral nutritional supplementation in the healing of pressure ulcers.. J Wound Care 2004;13(8):319-22.) analisaram o desfecho 'redução do exsudato' e verificaram redução significativa da quantidade de exsudato em três e nove semanas, respectivamente (p=0.012; p<0.0001). Um estudo(2525 Frias Soriano LF, Vázquez ML, Maristany CPP, Xandri Graupera JM, Wouters-Wesseling W, Wagenaar L. The effectiveness of oral nutritional supplementation in the healing of pressure ulcers.. J Wound Care 2004;13(8):319-22.) verificou a redução significativa de tecido necrótico (p=0.001).

Anteriormente à elaboração desta revisão, foram efetuadas buscas no intuito de identificar outras RS que contemplassem a TNE como tratamento para UP. Foram encontradas três, todavia, essas não se restringiam à TNE, e/ou não realizaram busca ampla em bases de dados, e/ou não se apresentavam devidamente atualizadas. A primeira revisão(1616 Langer G, Schloemer G, Knerr A, Kuss O, Behrens J. Nutritional interventions for preventing and treating pressure ulcers. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(4):CD003216.) incluiu oito estudos que dataram de 1971 a 1995, a segunda(1717 Stratton RJ, Ek AC, Engfer M, Moore Z, Rigby P, Wolfe R, et al. Enteral nutritional support in prevention and treatment of pressure ulcers: a systematic review and meta-analysis. Ageing Res Rev. 2005;4(3):422-450.) quatro de 1990 a 2002, e a terceira(1818 Reddy M, Gill SS, Rochon P.A. Treatment of pressure ulcers: a systematic review. JAMA. 2008;300(22):2647-62.) sete estudos de 1971 a 2006. Na presente revisão foram incluídos dez estudos publicados entre 1971 a 2012, dos quais cinco apresentaram ano de publicação superior às demais revisões.

Nesta revisão, os estudos incluídos foram heterogêneos em relação aos pacientes (cirúrgicos, residentes de instituições de longa permanência para idosos - ILPIs, critérios de elegibilidade), ao tipo de intervenção, amostra e tempo de seguimento. Infere-se que a interpretação dos resultados dos estudos deve ser feita com cautela tendo em vista o tamanho das amostras e as perdas de seguimento. A heterogeneidade entre os estudos inviabilizou a combinação e comparação dos resultados, assim, foram considerados inadequados para realização de metanálise e para detectar os efeitos das intervenções nutricionais.

Dentre as limitações desta RS, os ECR não apresentaram descrição adequada da metodologia, com informações relevantes e claras, ou seja, descrição detalhada dos métodos de ocultação do sigilo de alocação, geração da sequência de alocação, e uso de método duplo-cego. Similarmente a esta revisão, uma RS(2525 Frias Soriano LF, Vázquez ML, Maristany CPP, Xandri Graupera JM, Wouters-Wesseling W, Wagenaar L. The effectiveness of oral nutritional supplementation in the healing of pressure ulcers.. J Wound Care 2004;13(8):319-22.) que avaliou a eficácia e a segurança de estratégias de tratamento para adultos com úlceras por pressão, publicada em 2013, incluiu 11 ECR, dos quais três foram considerados de boa qualidade, dois de qualidade moderada e seis de má qualidade. Ao encontro com a presente revisão, relatou-se como limitações: baixa qualidade metodológica; amostras pequenas, que limitam a detecção de diferenças estatisticamente significativas; diferenças na população dos pacientes quanto às características das úlceras (localização e estágio), intervenções e comparações (placebo ou tratamento padrão)(2525 Frias Soriano LF, Vázquez ML, Maristany CPP, Xandri Graupera JM, Wouters-Wesseling W, Wagenaar L. The effectiveness of oral nutritional supplementation in the healing of pressure ulcers.. J Wound Care 2004;13(8):319-22.).

Outra limitação foi a avaliação do risco de viés, somente dois estudos (E32; E90) apresentaram baixo risco de viés para todos os domínios avaliados na "Ferramenta da Colaboração Cochrane para avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados". Os demais ECR não apresentaram descrição adequada da metodologia, tais como, descrição detalhada dos métodos de ocultação do sigilo de alocação, geração da sequência de alocação, e uso de método duplo-cego. Porém, não é possível afirmar com precisão se a ausência de tais dados indica que o estudo não foi conduzido adequadamente, haja vista que por vezes os dados são omitidos devido às normas de publicações exigidas pelas revistas, tal como limitação de laudas para o estudo. Os ECR incluídos foram conduzidos com amostras pequenas, fato que dificulta a detecção dos efeitos das intervenções e diferenças significativas entre os grupos.

As TNE incluíram diferentes componentes: arginina (E5), vitamina C (E412; E419), colágeno hidrolisado (E32), OKG (E90), sulfato de zinco (E418) e suplementos nutricionais mistos (E10; E424; E425; E426). A maioria dos estudos teve como intervenção suplementos nutricionais mistos, inviabilizando a verificação dos efeitos dos componentes isoladamente, bem como o agrupamento para análise estatística da RS.

Os estudos divergiram quanto à análise dos dados, houve apresentação apenas gráfica e ausência de dados absolutos, assim dificultando a análise crítica e agrupamento dos estudos.

Dessa forma, não há como confirmar que a TNE favorece a cicatrização de UP em adultos e idosos, mas esta revisão apresenta como avanços o maior índice de confiança e menos riscos de viés, pois foram incluídos apenas ECR, foi efetuada extensa busca em várias bases de dados, teve uma metodologia rigorosa e predefinida, selecionou e avaliou criticamente pesquisas relevantes, coletou e analisou os dados dos estudos, fornecendo importantes informações para a tomada de decisão clínica.

Conclusão

A partir dos estudos individuais, infere-se que a TNE com fórmulas proteicas e com micronutrientes pode fornecer benefícios ao processo de cicatrização, bem como o cálculo da dosagem ideal conforme o gasto energético basal. Contudo, as evidências são insuficientes e não foi possível realizar metanálise para se afirmar que a TNE promove a cicatrização de UP. Entretanto, é incontestável a importância da intervenção nutricional em pacientes desnutridos e portadores de UP e da avaliação da equipe multiprofissional e equipe nutricional especializada. Destarte, até que novos ECR sejam realizados não é possível determinar quais componentes nutricionais devem ser adotados para tratamento de UP. Sugere-se que a prática clínica permaneça respaldada pelos guidelines acerca de tratamento de UP e TNE.

Por meio desta revisão, foram verificadas duas lacunas presentes nas produções científicas. A primeira observada foi quanto à efetividade da TNE com vitamina C isolada no processo cicatrização de UP, tendo em vista que o último ECR identificado acerca desta temática data de 1995. Uma segunda lacuna averiguada diz respeito ao colágeno hidrolisado que, embora tenha demonstrado resultados favoráveis e indique que a sua ação promove a cicatrização de UP, não foram localizados outros estudos que avaliassem a efetividade da sua suplementação em UP ou outros tipos de feridas. Portanto, necessitam-se de pesquisas que contemplem a ação desses dois nutrientes. Mais pesquisas com um número maior de pacientes e com metodologia adequada são necessárias para obter evidências que avaliem o impacto da nutrição nas úlceras.

Diante da escassez de dados provenientes de ECR de qualidade para indicar o uso de TNE, bem como a composição das fórmulas, justifica-se a realização de novos estudos que possam ser incorporados a esta revisão, para que se estabeleça a segurança, o benefício e o maior grau de certeza quanto ao uso da TNE para tratamento de UP. Sugere-se a condução de ensaios clínicos randomizados com rigorosa descrição metodológica e sustentados em recomendações consagradas na literatura. Também com amostras maiores, avaliação dos componentes nutricionais isoladamente, resultados descritos detalhadamente e com fornecimento de dados absolutos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2015

Histórico

  • Recebido
    21 Abr 2014
  • Aceito
    18 Nov 2014
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