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Sistematização da Assistência de Enfermagem em unidade básica de saúde: percepção da equipe de enfermagem* * Extraído da dissertação “Diagnóstico situacional da Sistematização da Assistência de Enfermagem de uma unidade básica de saúde de Campinas − SP”, Programa de Pós-graduação em Enfermagem em Atenção Primária no Sistema Único de Saúde, Escola de Enfermagem de São Paulo, 2015.

RESUMO

Objetivo:

Realizar um diagnóstico situacional da Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde, na percepção da equipe de enfermagem.

Método:

Estudo quantitativo, descritivo-exploratório, realizado em uma Unidade Básica de Saúde no interior de São Paulo. Para a coleta de dados, utilizou-se de um questionário estruturado, contendo escala tipo Likert, previamente validado por especialistas.

Resultados:

O questionário foi aplicado a 21 profissionais de enfermagem. Verificou-se que a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem e do processo de enfermagem ainda é incipiente nas Unidades Básicas de Saúde. Em relação ao seu uso em todas as ações de enfermagem: 19% dos entrevistados acham que nunca é usada, 38% acham que raramente e 29% responderam algumas vezes. As principais dificuldades apontadas foram relacionadas à falta de estrutura institucional, destacando-se a falta de capacitação por parte da instituição (81%). A equipe possui entendimento razoável sobre o tema e apontou que a formação profissional não prepara para a realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção primária.

Conclusão:

É necessário interesse institucional para a viabilização da implantação. O estudo pode contribuir para a efetiva implantação nesta unidade e apontar diretrizes para a sua implementação em outros contextos similares.

DESCRITORES:
Enfermagem de Atenção Primária; Processo de Enfermagem; Equipe de Enfermagem; Avaliação em Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

To conduct a situational diagnosis of the Nursing Care Systematization (NCS) in a Basic Health Unit from the perception of the nursing team.

Method:

This was a quantitative, descriptive-exploratory study, conducted in a Basic Health Unit in the interior of São Paulo state, Brazil. A structured questionnaire containing Likert scale was used for data collection, previously validated by specialists.

Results:

The questionnaire was applied to 21 nursing professionals. It was verified that implementation of NCS and the nursing process is still incipient in the Basic Health Units. Regarding its use in all nursing actions: 19% of respondents believe that it is never used, 38% thought that it is rarely implemented, and 29% responded sometimes. The main difficulties identified were related to the lack of institutional structure, highlighting a lack of capacity by the institution (81%). The team has a reasonable understanding about the subject, but pointed out that professional education does not prepare them for performing NCS in primary care.

Conclusion:

Institutional interest in NCS is necessary to enable implementation. The study can contribute to the effective implementation in this unit and point out guidelines for its implementation in other similar contexts.

DESCRIPTORS:
Primary Care Nursing; Nursing Process, Nursing, Team; Nursing Assessment

RESUMEN

Objetivo:

Llevar a cabo un diagnóstico situacional de la Sistematización de la Asistencia de Enfermería en una Unidad Básica de Salud, en la percepción del equipo enfermero.

Método:

Estudio cuantitativo, descriptivo exploratorio, realizado en una Unidad Básica de Salud en el interior São Paulo. Para la recolección de datos, se utilizó un cuestionario estructurado, conteniendo escala tipo Likert, previamente validado por expertos.

Resultados:

El cuestionario fue aplicado a 21 profesionales enfermeros. Se verificó que la implantación de la Sistematización de la Asistencia de Enfermería y del proceso de enfermería todavía es incipiente en las Unidades Básicas de Salud. Con respecto a su empleo en todas las acciones de enfermería: el 19% de los entrevistados piensan que nunca se la utiliza, el 38% piensan que rara vez y el 29% respondieron algunas veces. Las principales dificultades señaladas estuvieron relacionadas con la falta de estructura institucional, destacándose la falta de capacitación por parte del centro (81%) El equipo tiene una comprensión razonable acerca del tema y señaló que la formación profesional no prepara para la realización de la Sistematización de la Asistencia de Enfermería en la atención primaria.

Conclusión:

Es necesario interés institucional para que sea factible la implantación. El estudio puede contribuir a la efectiva implantación en esta unidad y señalar directrices para su implantación en otros contextos similares.

DESCRIPTORES:
Enfermería de Atención Primaria; Proceso de Enfermería; Grupo de Enfermería; Evaluación en Enfermería

INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma ferramenta de gerência do cuidado que fornece subsídios para a organização da assistência de enfermagem, sendo o Processo de Enfermagem (PE) um de seus grandes pilares11 Oliveira CMD, Carvalho DV, Peixoto ERDM, Camelo LDV, Salviano MEM. Percepção da equipe de enfermagem sobre a implementação do processo de enfermagem em uma unidade de um hospital universitário. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2012 [citado 2017 jun. 01]; 16(2):258-63. Disponível em: http://reme.org.br/artigo/detalhes/527
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. A SAE possibilita a organização do trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, viabilizando a operacionalização do PE22 Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 358, de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas Instituições de Saúde Brasileiras [Internet]. Brasília: COFEN; 2009 [citado 2017 jun 01]. Disponível em: Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
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. Por sua vez, o Processo de Enfermagem é “uma ferramenta intelectual de trabalho do enfermeiro que norteia o processo de raciocínio clínico e a tomada de decisão diagnóstica, de resultados e de intervenções”33 Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Processo de enfermagem: guia para a prática [Internet]. São Paulo: COREN-SP; 2015 [citado 2017 jun 01]. Disponível em: Disponível em: http://www.coren-sp.gov.br/sites/default/files/SAE-web.pdf
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.

A implementação da SAE não é apenas uma opção para a organização do trabalho do enfermeiro, é uma determinação legal para a enfermagem, estabelecida pela Resolução COFEN 358/2009, a qual determina que: “O PE deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem”22 Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 358, de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas Instituições de Saúde Brasileiras [Internet]. Brasília: COFEN; 2009 [citado 2017 jun 01]. Disponível em: Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
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.

Entretanto, percebem-se dificuldades para a implementação da SAE na prática profissional, principalmente na atenção primária. Apesar da implantação da SAE e do PE ser uma determinação legal, ela ainda não ocorreu de forma satisfatória44 Santos WN, Santos AMS, Lopes TRPS, Araújo MZ, Rocha FCV. Sistematização da Assistência de Enfermagem: o contexto histórico, o processo e obstáculos da implantação. J Manag Prim Health Care. 2014;5(2):153-8..

Na atenção primária a implementação da SAE parece ser ainda bem incipiente. Um dos fatores que podem estar relacionados com esse fato é a formação deficiente, pois enfermeiros da atenção primária referem fragilidade no conhecimento sobre a SAE55 Maroso KL, Adamy EK, Amora AR, Ferraz L, Lima TL, Neiss M. Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica: o que dizem os enfermeiros? Cienc Enferm [Internet]. 2015 [citado 2017 fev. 05]. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/3704/370442674004/
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.

Durante revisão bibliográfica, identificou-se escassez de artigos sobre SAE ou PE na atenção primária à saúde, as experiências relatadas foram predominantemente em ambiente hospitalar. Isso converge com um estudo que analisou dissertações e teses que abordam SAE/PE na atenção primária e verificou que de uma amostra de 120 dissertações e teses que abarcavam aspectos acerca da SAE e do PE apenas 5,0% foi relacionada à atenção primária66 Salvado PTCO, Santos VEP, Dantas CN. Caracterização das dissertações e teses brasileiras acerca da interface processo de enfermagem e atenção primária. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2014 [citado 2017 fev. 05];18(2):295-309. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/928
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.

Entre os poucos relatos de experiência de SAE voltados para a atenção primária, destaca-se a experiência de Curitiba. Em parceria com a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), iniciou-se nessa cidade um processo de implantação de um vocabulário de enfermagem, conhecido como Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC®), que propõe uma classificação de enfermagem aderente às bases conceituais do SUS. Tal vocabulário foi incluído no sistema informatizado de unidades básicas de saúde, contemplando os diagnósticos e as intervenções de enfermagem elaboradas pelo grupo de trabalho. Verificou-se que é possível aplicar um sistema de classificação adaptado à realidade local, aumentando a visibilidade das ações de enfermagem77 Cubas M, Albuquerque L, Martins S, Peruzzo S. Aplicação do Inventario Vocabular Resultante do Projeto CIPESC CIE-ABEn nas Unidades Básicas de Saúde do Município de Curitiba-PR. In: Egry EY, Garcia TR. Integralidade da atenção no SUS e Sistematização da assistência de Enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2010. p.318-23..

A implantação da SAE é um processo complexo e trabalhoso. Um estudo buscou identificar algumas etapas para subsidiar sua implantação. Primeiramente, foi necessário o reconhecimento da realidade institucional. Outras etapas identificadas foram: sensibilização da equipe; definição do referencial teórico; elaboração de instrumentos para a realização do PE; e preparo prático para a implantação da SAE88 Hermida PMV, Araújo IEM. Sistematização da Assistência de Enfermagem: subsídios para implantação. Rev Bras Enferm [Internet]. 2006 [citado 2017 fev. 05];59(5):675-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v59n5/v59n5a15
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.

A resolução COFEN 358/2009 considera sinônimos consulta de enfermagem e processo de enfermagem na atenção primária. Entretanto, esta mesma normativa indica que “o Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem (...) participam da execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro”22 Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 358, de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas Instituições de Saúde Brasileiras [Internet]. Brasília: COFEN; 2009 [citado 2017 jun 01]. Disponível em: Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
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. Sendo assim, é importante que toda a equipe compreenda os conceitos de SAE e PE e participem de sua realização dentro de sua competência.

Tendo em vista as potencialidades da SAE e a necessidade de conhecer a realidade institucional, buscou-se avaliar como está sendo realizada a SAE na atenção primária em uma cidade do interior de São Paulo, tendo como referência uma unidade básica de saúde. Para viabilizar o estudo, optou-se por um recorte deste diagnóstico na perspectiva do trabalhador de enfermagem.

Assim sendo, o objetivo deste estudo foi realizar um diagnóstico situacional da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), na percepção da equipe de enfermagem.

MÉTODO

DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória de abordagem quantitativa.

LOCAL E SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em uma unidade básica de saúde (UBS), em junho de 2015, em uma cidade do interior de São Paulo (Campinas), a qual possui uma população de 22.643 habitantes e três equipes de referência. Os sujeitos do estudo foram 27 profissionais, membros da equipe de enfermagem de uma UBS, presentes no momento da pesquisa. Como a pesquisadora faz parte desse quadro, aplicando-se o critério de exclusão, a população definida foi de 26 profissionais. A amostra final foi composta de 21 profissionais que se encontravam em período de atividade (sem férias ou licença) durante a coleta de dados e que aceitaram participar da pesquisa.

COLETA DE DADOS

Os profissionais de enfermagem foram abordados pessoalmente pela pesquisadora, a qual explicou o estudo e os convidou a participar de forma livre, sendo informados sobre os aspectos éticos da pesquisa. Nos casos de aceite, após a leitura e concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, entregou-se o questionário, que foi devolvido depois preenchido pelo entrevistado.

O questionário utilizado foi estruturado e submetido previamente à validação por especialistas. O procedimento de validação foi realizado em uma etapa anterior por meio de técnica de validação de conteúdo junto a sete especialistas, sendo considerado 0,8 o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) para a aprovação dos itens do questionário. Foram feitos os ajustes pertinentes no texto, quando indicados pelos especialistas, e mantidos os elementos que alcançaram o IVC requerido.

O questionário, composto de sete domínios e 66 questões, foi organizado em três partes: 1) Caracterização do participante; 2) Percepção individual de SAE/PE nos aspectos conhecimento, dificultadores, benefícios e facilitadores; e 3) Percepção individual sobre a situação da SAE e do PE na unidade de trabalho do participante.

Na segunda e terceira parte do questionário, optou-se pela utilização de uma escala tipo Likert, na qual o respondente avaliou as afirmativas que expressavam seu ponto de vista sobre uma determinada afirmativa, assinalando uma opção numa escala de valores de 1 a 5, conforme seu grau de concordância. Na segunda parte do questionário, as opções de resposta foram: 1 − Discordo totalmente; 2 - Discordo; 3 − Estou em dúvida 4 - Concordo; e 5 − Concordo totalmente. Na terceira parte, as opções de resposta foram: 1 − Nunca; 2 − Raramente; 3 − Algumas vezes; 4 − Muitas vezes; e 5 − Sempre.

ANÁLISE DE DADOS

A análise das questões foi feita de forma quantitativa. Um banco de dados foi construído e analisado utilizando-se do Microsoft Excel® 2007. Os dados foram apresentados por meio de distribuição de frequências absolutas e relativas das respostas relacionadas às variáveis estudadas.

PROCEDIMENTOS ÉTICOS

Atendendo à Resolução 466/2012/CONEP, o projeto foi submetido à aprovação do Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo em 2015, sob o Parecer número 1.075.023. O projeto foi aprovado também pela instituição parceira onde foi realizada a pesquisa.

RESULTADOS

CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Participaram da pesquisa 21 profissionais de enfermagem, a grande maioria (95%) do sexo feminino. A idade variou entre 24 e 67 anos. Em relação à categoria profissional, 71% atuavam como auxiliares de enfermagem, 19% como enfermeiros e 10% como técnicos de enfermagem. A maioria (62%) da equipe possuía mais de 10 anos de trabalho na instituição. Verificou-se que a média de anos de formado foi de 14 anos.

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) E PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE)

Neste domínio, buscou-se analisar o conceito que a equipe de enfermagem possuía sobre SAE e PE, tendo em vista que o entendimento da equipe sobre o assunto é primordial para a implementação da SAE. Entre as 10 questões conceituais propostas, a equipe concordou com seis. Além disso, uma parcela importante dos entrevistados assinalou a opção “estou em dúvida” nas questões de 1 a 6.

A equipe concordou parcial ou totalmente com alguns aspectos favoráveis da SAE do ponto de vista gerencial, como: “A SAE auxilia o planejamento e organização da assistência” (71,4%) e “A SAE ajuda a tornar a prática de enfermagem visível” (81%). Em relação ao PE, a maioria da equipe de enfermagem concordou total ou parcialmente sobre sua composição em cinco etapas: coleta de dados de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem (57,1%), e também quanto ao seu objetivo, de descrever de maneira padronizada a assistência de enfermagem prestada (71,4%). Além disso, a equipe entendeu que cabiam privativamente ao enfermeiro o Diagnóstico e a Prescrição de Enfermagem (85,7%). Vale salientar que a maior parte da equipe concordou que “Um dos motivos que dificultam o desenvolvimento da enfermagem como ciência é a falta de uma linguagem universal padronizada para o registro de suas ações” (67%).

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE CAPACITAÇÃO EM SAE E PE

Todos os enfermeiros participantes afirmaram que a formação acadêmica não prepara o profissional para a realização da SAE no contexto da atenção primária. Entretanto, na percepção dos auxiliares e técnicos entrevistados, não houve convergência de opinião: 53% dos entrevistados acharam que os cursos para técnicos e auxiliares não contemplam a SAE e o PE durante a formação profissional, 29% referiram que têm dúvidas se contempla esse assunto e 24% afirmaram que os cursos de técnicos e auxiliares ensinam sobre a SAE e o PE.

Pouco mais da metade dos profissionais de enfermagem (53%) considerou que possuía conhecimento suficiente para realizar a SAE e o PE na atenção primária. A educação permanente facilita a implantação da SAE, de acordo com a maior parte dos entrevistados (71%), sendo que a grande maioria dos entrevistados (81%) concordou que precisa de capacitação para implantar a SAE e realizar o PE na prática.

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE OS BENEFÍCIOS QUE A SAE E O PE PODEM TRAZER

A maioria da equipe concordou (percentual de concordância > 85%) que a SAE e o PE podem trazer vários benefícios para equipe e paciente: aumentam a qualidade da consulta de enfermagem; favorecem a documentação do trabalho do enfermeiro e o seu raciocínio clínico; ampliam a autonomia do enfermeiro em seu processo de trabalho; individualizam o cuidado ao paciente; e possibilitam a organização do processo de trabalho da equipe.

PERCEPÇÃO SOBRE AS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAR A SAE E REALIZAR O PE NA SUA UNIDADE

Neste domínio, buscou-se identificar os fatores dificultadores para a implantação da SAE e para a realização do PE na unidade. Verificou-se (Figura 1) que os aspectos comumente identificados como dificultadores foram relacionados à falta de capacitação e à demanda de trabalho excessiva, com interrupções na consulta de enfermagem. Entretanto, aspectos motivacionais, como a desvalorização do profissional enfermeiro por parte da população, também foram apontados com frequência pelos participantes.

Figura 1
Percentual de concordância (respostas concordo totalmente e concordo parcialmente) da equipe de enfermagem em relação aos dificultadores para a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem e a realização do Processo de Enfermagem - Campinas, SP, Brasil, 2015.

PERCEPÇÃO DA EQUIPE SOBRE O QUE PODERIA FACILITAR A IMPLEMENTAÇÃO DA SAE E A REALIZAÇÃO DO PE NA UNIDADE

A Figura 2 mostra a percepção da equipe de enfermagem quanto aos fatores que poderiam facilitar a implantação da SAE e a realização do PE na unidade. Houve grande concordância relacionada às questões de capacitação e conhecimento, bem como à adoção de protocolos.

Figura 2
Percentual de concordância (respostas concordo totalmente e concordo parcialmente) dos fatores que podem facilitar a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem e a realização do Processo de Enfermagem, segundo a percepção da equipe de enfermagem - Campinas, SP, Brasil, 2015.

PERCEPÇÃO DA EQUIPE SOBRE COMO SÃO REALIZADOS A SAE E O PE NA UNIDADE

Neste domínio, os profissionais assinalaram a frequência com que as ações são realizadas na unidade, de acordo com a sua percepção (Tabela 1). Verificou-se que as atividades não são realizadas de forma frequente.

Tabela 1
Distribuição percentual das respostas das questões sobre como são realizados a Sistematização da Assistência de Enfermagem e o Processo de Enfermagem na unidade, segundo a percepção da equipe de enfermagem - Campinas, SP, Brasil, 2015.

PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUANTO À SUA ATUAÇÃO INDIVIDUAL EM RELAÇÃO AO PE

Por meio da análise das respostas dos enfermeiros, pode-se perceber que o processo de enfermagem ainda é incipiente na unidade, já que as fases não são realizadas de modo sistemático (Tabela 2).

Tabela 2
Distribuição das respostas das questões sobre percepção dos enfermeiros quanto à sua atuação profissional individual em relação ao Processo de Enfermagem - Campinas, SP, Brasil, 2015.

DISCUSSÃO

Os resultados demonstram que a equipe possui um entendimento razoável sobre a SAE e o PE, porém, verificou-se que há ainda dúvidas e conflitos de entendimento sobre os conceitos. Acredita-se que a dificuldade em relação aos conceitos pode ser influenciada pela falta de consenso na própria literatura, pois, algumas vezes, os termos SAE e PE são tratados como sinônimos, em outras, não33 Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Processo de enfermagem: guia para a prática [Internet]. São Paulo: COREN-SP; 2015 [citado 2017 jun 01]. Disponível em: Disponível em: http://www.coren-sp.gov.br/sites/default/files/SAE-web.pdf
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. A falta de conhecimento sobre os aspectos conceituais relacionados à SAE e ao PE aparece também em outros estudos11 Oliveira CMD, Carvalho DV, Peixoto ERDM, Camelo LDV, Salviano MEM. Percepção da equipe de enfermagem sobre a implementação do processo de enfermagem em uma unidade de um hospital universitário. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2012 [citado 2017 jun. 01]; 16(2):258-63. Disponível em: http://reme.org.br/artigo/detalhes/527
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),(99 Souza MFG, Santos ADB, Monteiro AI. O processo de enfermagem na concepção de profissionais de enfermagem de um hospital de ensino. Rev Bras Enferm [Internet]. 2013 [citado 2017 jul. 01];66(2):167-73. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2670/267028666003/
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, o que aponta a necessidade de aprofundamento sobre o tema.

No que tange à capacitação, os resultados mostraram que uma parcela dos participantes da pesquisa considerou que a formação acadêmica e os cursos técnicos e auxiliares não preparam o profissional para a prática. Isso possivelmente se deve ao fato de que ainda existe uma lacuna entre o ensino e a prática do profissional de enfermagem1010 Grando T, Zuse CL. Dificuldades na implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no exercício profissional: revisão integrativa. Rev Contexto Saúde [Internet] 2014 [citado 2017 jul. 01];14(26):28-35. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/2886
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. É necessário rever as grades curriculares, pois só por meio do conhecimento e da integração das diferentes categorias de enfermagem, respeitadas as exigências legais, é possível ultrapassar as barreiras para a operacionalização da SAE.

Diante desse quadro, a equipe de enfermagem aponta a educação permanente como facilitadora para a implementação da SAE. Em estudo realizado em uma unidade de internação em Belo Horizonte, os participantes também destacaram a necessidade de educação permanente para a efetiva implantação da SAE11 Oliveira CMD, Carvalho DV, Peixoto ERDM, Camelo LDV, Salviano MEM. Percepção da equipe de enfermagem sobre a implementação do processo de enfermagem em uma unidade de um hospital universitário. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2012 [citado 2017 jun. 01]; 16(2):258-63. Disponível em: http://reme.org.br/artigo/detalhes/527
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.

Sobre as dificuldades para a implantação da SAE, o resultado obtido por este estudo é semelhante ao de outros estudos que elencam alguns desafios para a sua efetivação, como: a grande demanda de usuários, que é maior que a preconizada para cada equipe; pouco tempo para o atendimento dos pacientes; a sobrecarga de trabalho; ausência de educação permanente; e escassez de formulários apropriados para esta finalidade1111 Santana JCB, Rocha VAM, Oliveira E, Afonso LN, Santos SLR, Freitas VMF, et al. Percepção dos enfermeiros acerca da Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica de Belo Horizonte. Enferm Ver [Internet]. 2016 [citado 2017 jul. 01];16(1):4-17. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/viewFile/12936/10175
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. Além disso, autores citam a resistência para a implementação, a falta de recursos humanos e a dicotomia entre as funções gerenciais e assistenciais do enfermeiro1212 Penedo RM, Spiri WC. Meaning of the Systematization of Nursing Care for nurse managers. Acta Paul Enferm [Internet]. 2014 [cited 2017 July 02];27(1):86-92. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002014000100016&script=sci_arttext
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.

Não obstante as barreiras identificadas verificou-se que a maior parte da equipe de enfermagem concordou que a SAE e o PE podem trazer vários benefícios. Para o paciente, proporciona segurança e assistência individualizada, em relação à profissão, a SAE favorece a autonomia do enfermeiro e, para a instituição, possibilita a organização do trabalho da equipe e ajuda alcançar metas de qualidade1313 Medeiros AL, Santos SR, Cabral RWL. Sistematização da Assistência de Enfermagem na perspectiva dos enfermeiros: uma abordagem metodológica na teoria fundamentada. Ver Gaúcha Enferm [Internet] 2012 [citado 2017 jul. 05];33(3):174-81. http://www.seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/viewFile/20492/21961
http://www.seer.ufrgs.br/RevistaGauchade...
. Portanto, os fatores facilitadores identificados pela equipe devem ser valorizados pela gestão da instituição e pela coordenação de enfermagem do município, uma vez que podem auxiliar na implantação da SAE na unidade.

Os resultados evidenciaram que a SAE e o PE não fazem parte da rotina diária da equipe e que não há um processo institucional estabelecido que permita a prática de maneira homogênea. O uso de tais metodologias é, portanto, ainda incipiente.

Pelas respostas dos enfermeiros em relação à sua atuação individual, percebe-se que o PE é feito de forma assistemática ou incompleta. Esse resultado converge com outro estudo que identificou que o PE não é realizado de forma sistemática, pois os participantes realizam as fases do PE de forma independente, podendo comprometer a qualidade e a continuidade dos cuidados1414 Martino MMF, Fogaça LF, Costa PCP, Toledo VP. Análise da aplicação do processo de enfermagem em um hospital governamental. Rev Enferm UFPE On Line [Internet] 2014 [citado 2017 jul 05];8(5):1247-53. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/9806/9975
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revi...
. Há autores que relacionam a não utilização da SAE pelos profissionais ao distanciamento entre o pensar e o fazer, pois há mais preocupação com o atendimento quantitativo à demanda do serviço do que com a qualidade da assistência1111 Santana JCB, Rocha VAM, Oliveira E, Afonso LN, Santos SLR, Freitas VMF, et al. Percepção dos enfermeiros acerca da Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica de Belo Horizonte. Enferm Ver [Internet]. 2016 [citado 2017 jul. 01];16(1):4-17. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/viewFile/12936/10175
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.

Em relação à não padronização das nomenclaturas, verifica-se que esta dificuldade é evidente na área da saúde coletiva. Na atenção básica, com a implantação do atual Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (e-SUS/SISAB), há um item de preenchimento obrigatório para todos os profissionais da equipe multidisciplinar, que utiliza a Classificação Internacional em Atenção Primária (CIAP-2). A Classificação Internacional da Atenção Primária (CIAP) é um sistema de classificação de problemas desenvolvido pela Organização Mundial de Médicos de Família (WONCA), cujo objetivo é catalogar problemas próprios da Atenção Primária em Saúde (APS) e oferecer nomenclaturas que pretendem contemplar todas as profissões. Segundo o parecer COREN-SP 010/20151515 Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 010/2015-CT. Uso da Classificação Internacional da Atenção Primária (CIAP) por enfermeiros que atuam em Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família [Internet]. São Paulo: COREN-SP; 2015 [citado 2017 jul 06]. Disponível em: Disponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/010.2015CIAP-2_Aprovada%20na%20ROP.pdf
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, cabe ao enfermeiro utilizar as classificações da CIAP no âmbito de sua atuação profissional, o que não significa a substituição do diagnóstico de enfermagem, que deve ser complementado com os sistemas de classificação diagnóstica utilizados pelos enfermeiros (NANDA-I, CIPE® ou CIPESC®).

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo permitem considerar que o objetivo norteador da pesquisa foi alcançado. Embora os participantes tenham apontado a SAE e o PE como fatores de melhoria da qualidade da assistência, estes ainda não têm sido executados em sua totalidade.

O estudo fornece subsídios para a implementação efetiva da SAE e do PE na unidade de estudo e pode contribuir para a melhoria da prática de enfermagem. Os achados indicam que há necessidade de um maior engajamento institucional, por meio do desenvolvimento de programas de capacitação e protocolos específicos, visando à minimização de barreiras e à potencialização de facilitadores do processo.

Os resultados aqui obtidos não permitem a plena generalização para outras unidades, porém podem sugerir caminhos para favorecer a implementação da SAE e do PE em serviços de contextos similares. Uma vez que a implantação dessa metodologia ainda é um desafio na maioria das instituições, o reconhecimento de barreiras e facilitadores pode ser útil para o desenvolvimento de estratégias que objetivem maximizar a eficácia da implementação.

Outro ponto que merece atenção é a lacuna entre a formação e a prática dos profissionais de enfermagem. É necessário rever as metodologias de ensino da SAE e do PE na formação dos profissionais de enfermagem, de acordo com os níveis de competência requeridos, tanto na graduação quanto nos cursos de formação de auxiliares e técnicos. Esta é uma etapa crítica para articular teoria e prática, para preparar o aluno para a vida profissional, almejando não simplesmente o cumprimento de uma exigência legal, e sim um salto de qualidade na assistência de enfermagem.

Há que se salientar a necessidade de estudos voltados para a atenção primária como forma de superar as barreiras para a implantação da SAE e do PE neste nível de atenção. A divulgação de experiências de implantação pode auxiliar a sua operacionalização e a implementação na atenção primária.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Dez 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    24 Jul 2017
  • Aceito
    03 Maio 2018
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