Acessibilidade / Reportar erro

A experiência afro-americana numa perspectiva comparativa: a situação atual do debate sobre a escravidão nas Américas

Resumos

Este ensaio reconsidera o tema das diferenças comparativas em sistemas escravistas no Novo Mundo. Apesar da rejeição a quaisquer diferenças comparativas de norte-americanos no último quarto de século, pesquisas recentes têm mostrado importantes variações nesses regimes. Essas variações dependem de diferenças entre os mercados de trabalho, nas estruturas demográficas e, sobretudo, nas atitudes face à alforria e à classe de pessoas de cor livres anteriores à emancipação. Apesar de todos os regimes escravistas de plantation terem muito em comum, houve diferenças na participação de escravos e de pessoas de cor livre em ocupações não agrícolas. Isso muitas vezes dependia da disponibilidade de mão-de-obra branca alternativa. Além disso, no século XIX, muitos dos regimes latinoamericanos aumentaram o ritmo das alforria e aprenderam a aceitar os de cor livres como parte fundamental de sua economia , mesmo ao adotar atitudes racistas em relação aos novos libertos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e alguns dos regimes de plantation do Caribe diminuíram o ritmo de alforria e criaram severas restrições à mobilidade espacial, social, geográfica e econômica a sua pequena classe livre de cor. As causas e consequências dessas diferenças são discutidas neste ensaio.

afro-americanos; escravidão; agricultura de plantation; mobilidade social; mobilidade econômica


This essay reconsiders the theme of the comparative differences in slave systems in the New World. Despite the rejection, by North American scholars over the past quarter century, of any comparative differences, recent research has shown important variations in the slave regimes. These variations depended on differences in labor markets, in demographic structures and above all in attitudes towards manumission and the class of free colored persons prior to emancipation. Although all slave plantation regimes shared much in common, there were differences in the participation of slaves and free colored in non-agricultural and non-plantation occupations. This often depended on the availability of alternative white labor. Moreover in the 19th century many of the Latin American regimes increased the pace of manumission and learned to accept the free colored as a fundamental part of their free economy even while adopting racist attitudes toward them. At the same time the United States and some of the Caribbean plantation regimes slowed the pace of manumission and created severe restrictions on the social, geographic and economic space and mobility of their small free colored class. The causes and consequences of these differences are discussed in this essay.

Afro-Americans slavery; plantation agriculture; social mobility; economic mobility


  • 1
    1 Raymundo Nina Rodrigues, Os africanos no Brasil, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935;
  • e Fernando Ortiz, Hampa Afro-Cubana: los negros esclavos, Havana: Revista Bimestre Cubana, 1916.
  • 2 Donald Pierson, Negroes in Brazil, a Study of Race Contact at Bahia, Chicago: University of Chicago Press, 1942;
  • Frank Tannenbaum, Slave and Citizen, the Negro in the Americas, Nova York: Alfred A. Knopf, 1947;
  • Stanley M. Elkins, Slavery: A Problem in American Institutional and Intellectual Life, Chicago: University of Chicago Press, 1959;
  • e Carl N. Degler, Neither Black Nor White: Slavery and Race Relations In Brazil and the United States, Nova York: Macmillan, 1971.
  • 3 O trabalho do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre foi extremamente importante nesse debate. Ver especialmente Casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal, Rio de Janeiro: José Olympio, 1943.
  • 4 Ortiz, Hampa afro-cubana, p. 362.
  • 5 Essas proibições ao voto foram declaradas em Delaware em 1787; Kentucky, 1799, Maryland, 1809; Louisiana, 1812; Mississipi, 1817; Alabama, 1819, Nova Jersey, 1820, Missouri, 1820; Tennessee, 1834; Pennsylvania, 1838; Virginia, 1849; District of Columbia, 1851; Oregon, 1859; Indiana, 1851. Esta e todas as subsequentes referências legais vêm do consagrado repertório dessas leis em John Codman Hurd, The Law of Freedom and Bondage in the United States, Boston: Little Brown & Co, 1858-1862, II, pp. 2-150.
  • 16 Ira Berlin, Slaves without Masters. The Free Negro in the Antebellum South, Nova York: WW Norton, 1974, p. 97.
  • Para as leis pós-emancipação de Jim Crow, ver Franklin Johnson, The Development of State Legislation Concerning the Free Negro, Nova York: The Lawbook Exchange, 1916.
  • 17 Ver Eugene Genovese, Roll, Jordan, Roll: The World the Slaves Made, Nova York: Pantheon Books, 1972, part 1.
  • Ver também Marvin Harris, Patterns of Race in the Americas, Nova York: Walker and Co., 1964.
  • 18 C. Van Woodward, American Counterpart: Slavery and Racism in the North-South Dialogue, Boston: [s.e.], 1971.
  • 19 Ver Herbert S. Klein e Stanley Engerman, "Fertility Differentials between Slaves in the United States and the British West Indies: A Note on Lactation Practices and their Implications", William and Mary Quarterly, v. XXXV, n. 2 (1978), pp. 357-74.
  • 20 Ver, por exemplo, Peter Kolchin, Unfree Labor: American Slavery and Russian Serfdom, Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1987.
  • 21 Era a posição de Comer Van Woodward, Eugene Genovese, Marvin Harris e outros que têm dominado a historiografia dos Estados Unidos desde então. Um recente revisão desse debate é encontrada em Alejandro de la Fuente, "Slave Law and Claims-Making in Cuba: The Tannenbaum Debate Revisited", Law and History Review, v. 22, n. 2 (2012), pp. 339-69 Os ú
  • nicos norte-americanos a investigar a escravidão comparativamente desde os anos 1970 são Laird W. Bergad, The Comparative Histories of Slavery in Brazil, Cuba, and the United States, Nova York: Cambridge University Press, 2007;
  • e Herbert S. Klein e Ben Vinson III, African Slavery in Latin America and the Caribbean, Nova York: Oxford University Press, 2007,
  • e todos estes autores focam o tema pelas lentes da pesquisa latino-americana. Isso não significa que outros não estejam a estudar a escravidão a partir de uma perspectiva comparativa. Os brasileiros têm recentemente elaborado a maioria dos trabalhos com esse enfoque. Ver, por exemplo, Célia Maria Marinho de Azevedo, Abolicionismo: Estados Unidos e Brasil, uma história comparada: século XIX. São Paulo: Annablume, 2003;
  • Keila Grinberg. "Freedom Suits and Civil Law in Brazil and the United States", Slavery & Abolition, v. 22, n. 3 (2001), pp. 66-82;
  • Rafael de Bivar Marquese, Feitores do corpo, missionários da mente: senhores, letrados e o controle dos escravos nas Américas, 1660-1860, São Paulo: Companhia das Letras, 2004;
  • Mariana L. R. Dantas, Black Townsmen: Urban Slavery and Freedom in the Eighteenth-Century Americas, Nova York: Palgrave Macmillan, 2008;
  • e Rafael de Bivar Marquese, Támis P. Parron e Márcia Regina Berbel, Escravidão e política. Brasil e Cuba, c.1790-1850, São Paulo: Hucitec, 2010.
  • 22 Ver o sugestivo ensaio de Stuart B. Schwartz, "Patterns of Slaveholding in the Americas: New Evidence from Brazil", The American Historical Review, v. 87, n. 1 (1982), pp. 55-86.
  • 23 Ver, por exemplo, Robert William Fogel e Stanley L. Engerman, Time on the Cross: The Economics of American Negro Slavery, Boston: Little, Brown and Company, 1974;
  • Gabriel Debien, Les esclaves aux Antilles françaises, Basse-Terre & Fort-de-France: Societies d'historie de la Guadeloupe and Martinique, 1974;
  • Michael Craton, Sinews of Empire: A Short History of British Slavery, Nova York: Doubleday, 1974;
  • Barry W. Higman, Slave Population and Economy in Jamaica, 1807-1834, Cambridge: Cambridge University Press, 1976,
  • e Slave Population of the British Carribean, 1807-1834, Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1984;
  • Manuel Moreno Fraginals, El ingenio: complejo económico social cubano del azúcar, Havana: Editorial de Ciencias Sociales, 1978;
  • Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein, Slavery and the Economy of São Paulo, 1750-1850, Stanford: Stanford University Press, 2003;
  • e Laird W. Bergad, Slavery and the Demographic and Economic History of Minas Gerais, Brazil, 1720-1888, Nova York: Cambridge University Press, 1999
  • 24 Ver Herbert S. Klein, The Middle Passage: Comparative Studies in the Atlantic Slave Trade, Princeton: Princeton University Press, 1978, cap. 3;
  • Jaime Rodrigues, De costa a costa: escravos, marinheiros e intermediários do tráfico negreiro de Angola ao Rio de Janeiro, 1780-1860, São Paulo: Companhia das Letras, 2005;
  • e João José Reis, Flávio dos Santos Gomes e Marcus J. M. de Carvalho, O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro (c. 1822-C. 1853), São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
  • 25 Sobre atividades artesanais urbanas, por exemplo, um dos melhores estudos é encontrado em Frederick P. Bowser, The African Slave in Colonial Peru, 1524-1650, Stanford: Stanford University Press, 1974.
  • Para algumas dessas atividades urbanas para pessoas de cor livres em Cuba, ver Herbert S. Klein, Slavery in the Americas. A Comparative History of Cuba and Virginia, Chicago: University of Chicago Press, 1967, capítulo 9.
  • 26 Ver Stefano Fenoaltea, "Slavery and Supervision in Comparative Perspective: A Model", The Journal of Economic History, v. 44, n. 3 (1984), pp. 63568.
  • Também usando esse modelo, Flávio Rabelo Versiani, "Escravidão "suave" no Brasil: Gilberto Freyre tinha razão?", Revista de Economia Política, v. 27, n. 2 (2007), pp. 163-83.
  • 27 Herbert S. Klein e Francisco Vidal Luna, Slavery in Brazil, Cambridge: Cambridge University Press, 2009, capítulo 6.
  • 28 Franklin W. Knight, Slave Society in Cuba during the Nineteenth Century, Madison: University of Wisconsin Press, 1970;
  • Laird W. Bergad, Cuban Rural Society in the Nineteenth Century: The Social and Economic History of Monoculture in Matanzas, Princeton: Princeton University Press, 1990;
  • Francisco A. Scarano, Sugar and Slavery in Puerto Rico: The Plantation Economy of Ponce, 1800-1850, Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press, 1984.
  • 29 Em 1860 em torno de 52% dos escravos no sul dos Estados Unidos estavam em escravarias de 20 ou mais indivíduos. Estas unidades teriam sido plantations e, muito provavelmente os escravos mantidos em unidades menores também foram envolvidos com a produção agrícola comercial. Luis Cecil Gray, History of Agriculture in the Southern United States to 1860, Glouster: Peter Smith, reimpresso em 1958, v. I, p. 530, Tabela 10.
  • 30 Ver Bowser, The African Slave in Colonial Peru;
  • e Mary C. Karasch, Slave Life in Rio de Janeiro, 1808-1850, Princeton: Princeton University Press, 1987.
  • 31 Richard C. Wade, Slavery in the Cities; the South, 1820-1860, Nova York: Oxford University Press, 1964,
  • Claudia Goldin, Urban Slavery in the American South, 1820-1860, Chicago: University of Chicago Press, 1976.
  • 32 Orlando Patterson, Slavery and Social Death: A Comparative Study, Cambridge: Harvard University Press, 1982.
  • 33 Uma das principais pesquisas sobre alforrias concluiu que os africanos estavam sobre-representados nas pagas e sub-representados nas gratuitas. Ver Eduardo França Paiva, Escravidão e universo cultural na colônia: Minas Gerais, 1716-1789, Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 181.
  • Uma pequena amostra das cidades baianas de Salvador e Santo Amaro no século XIX também apresentou este mesmo modelo de sobre-representação africana entre os libertos que pagaram por suas alforrias, e de pardos entre as gratuitas. Ver Arnold Kessler, "Bahian Manumission Practices in the Early 19th Century", Comunicação apresentada na American Historical Association, em 29 de dezembro de 1973, Tabela IX, pp. 1920.
  • Um recente estudo de 4.566 alforrias em São João Del Rei, para o período entre 1774/1848, encontrou que para 44% dos escravos crioulos alforriados a liberdade fora mediante pagamento, comparados a 76% dos africanos que compraram sua liberdade. Sheila de Castro Faria, "Aspectos demográficos da alforria no Rio de Janeiro e em São João Del Rey entre 1700 e 1850", XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, 2008, quadro 7, p. 10.
  • 34 Agostinho Perdigão Malheiro, A escravidão no Brasil, 2 vs. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1866;
  • Stuart B. Schwartz, "The Manumission of Slaves in Colonial Brazil: Bahia, 1684-1745", The Hispanic American Historical Review, v. 54, n. 4 (1974), pp. 603-35;
  • Mieko Nishida, "Manumission and Ethnicity in Urban Slavery: Salvador, Brazil, 1808-1888", The Hispanic American Historical Review, v. 73, n. 3 (1993), pp. 361-91;
  • Ortiz, Hampa afro-cubana, pp.285-90;
  • Norman A. Meiklejohn, "The Implementation of Slave Legislation in Eighteenth-Century New Granada", in Robert Toplin (org.), Slavery and Race Relations in Latin America (Westport: Greenwood Press,1974), pp. 176-203.
  • Muitos estudos sobre alforria de escravos na pia batismal mostram que cerca de 2% dos escravos nascidos eram registrados como pessoas livres, com predominância de meninas. Ver James Patrick Kiernan, "Baptism and Manumission in Brazil: Paraty, 1789-1822", Social Science History, v. 3, n. 1 (1978), pp. 56-71;
  • Cristiano Lima da Silva, "As alforrias nos registros de batismos da matriz de Nossa Senhora do Pilar de São João Del-Rei: uma análise demográfica (17511850)", Anais do 2º seminário regional do CEO - Centro de Estudos do Oitocentos (Juiz de Fora: Clio Edições Eletrônicas, 2005), Tabela 1;
  • Cristiano Lima da Silva, "Senhores e pais: reconhecimento de paternidade dos alforriados na pia batismal na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei (17701850)", Anais do I Colóquio dos LAHES - Laboratório de Historia Econômica e Social (Juiz de Fora, 2005);
  • Rômulo Andrade, "Ampliando estudos sobre famílias escravas no século XIX (crianças cativas em Minas Gerias: legitimidade, alforria e estabilidade familial)", Revista Universidade Rural, Série Ciências Humanas, v. 24, n. 12 (2002), pp. 101-13;
  • Miriam Moura Lott, "A lista nominativa de 1838, características demográficas, econômicas e sociais de Ouro Preto", Anais do XIII Seminário sobre a Economia Mineira (2008).
  • 35 Ver tabelas anexas em Klein e Vinson, African Slavery
  • 36 Sobre as dificuldades na compra de alforrias nos Estados Unidos, ver Sumner Eliot Matison, "Manumission by Purchase", The Journal of Negro History, v. 33, n. 2 (1948), pp. 146-67.
  • 37 Lewis Cecil Gray, History of Agriculture in the Southern United States to1860, Washington: Carnegie Institution, 1932, v. I, pp. 481-82.
  • 38 Entre outros estudos, ver Herbert S. Klein "The Colored Militia of Cuba, 1568-1868", Caribbean Studies, v. VI, n. 2 (1966), pp. 17-27;
  • Ben Vinson III, Bearing Arms for His Majesty: The Free-colored Militia in Colonial Mexico, Stanford: Stanford University Press, 2001;
  • Hendrik Kraay, Race, State and Armed Forces in Independence-Era Brazil: Bahia, 1790s-1840s, Stanford: Stanford University Press, 2001;
  • Joseph P. Sanchez, "African Freedmen and the Fuero Milita: A Historical Overview of Pardo and Moreno Militiamen in the Late Spanish Empire", Colonial Latin American Historical Review v. 3, n. 2 (1994), pp.165-84;
  • Alan Kuethe, "The Status of the Free-Pardo in the Disciplined Militia of New Granada", Journal of Negro History, v. 56, n. 2 (1971), pp. 105-17;
  • e o número especial sobre esse assunto organizado por Ben Vinson III e Stewart King do Journal of Colonialism and Colonial History, v. 5, n. 2 (2004).
  • Sobre a experiência francesa, ver Stewart R. King, Blue Coat or Powdered Wig? Free People of Color in Pre-Revolutionary Saint-Domingue, Athens, Geórgia: University of Georgia Press, 2001.
  • 39Ver por exemplo, R. Douglas Cope, The Limits of Racial Domination: Plebeian Society in Colonial Mexico City, 1660-1720, Madison: University of Wisconsin Press, 1994;
  • e Jay Kinsbruner, Not of Pure Blood: The Free People of Color and Racial Prejudice In Nineteenth-century Puerto Rico, Durham: Duke University Press, 1996.
  • 40 Ver David M Cutler, Edward L. Glaeser e Jacob L. Vigdor, "The Rise and Decline of the American Ghetto", Journal of Political Economy, v.107, n. 3 (1999), pp. 455-506.
  • 41 Sobre as poucas centenas de pessoas de cor livres que possuíam escravos, ver o estudo clássico de Carter G. Woodson, Free Negro Owners of Slaves in the United States in 1830, Nova York: Association for the Study of Negro Life and History, 1924.
  • Para uma atualização do estudo de Woodson sobre um estado em particular, ver Leonard Koger, Black Slave Owners: Free Black Slave Masters in South Carolina, 1790-1860, Jefferson: McFarland, 1985.
  • 42 Para estudos recentes mostrando a importância relativa das pessoas livres de cor como proprietários de escravos em vários municípios do Brasil, ver, para a província de São Paulo, os dois estudos de Francisco Vidal Luna, Minas Gerais: escravos e senhores, São Paulo: IPE/USP, 1981,
  • e "São Paulo: população, atividades e posse de escravos em vinte e cinco localidades (17771829)", Estudos Econômicos v. 28, n. 1 (1998), pp. 99-169;
  • e Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein, "Slaves and Masters in Early Nineteenth-Century Brazil: São Paulo", Journal of Interdisciplinary History, v. 21, n. 4 (1991), pp. 549-73,
  • e mais recentemente, Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein, Slavery and the Economy of São Paulo, 17501850, Stanford: Stanford University Press, 2003.
  • Para Minas Gerais, ver Herbert S. Klein e Clotilde Andrade Paiva, "Free Persons in a Slave Economy, Minas Gerais in 1831", Journal of Social History, v. 29, n. 4 (1996), pp. 933-62;
  • Clotilde Andrade Paiva e Herbert S. Klein, "Slave and Free in Nineteenth-Century Minas Gerais: Campanha in 1831", Slavery & Abolition v. 15, n. 1 (1994)", pp.1-21,
  • e sobre a comparação entre duas províncias, Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein, "Free Colored in a Slave Economy: The Case of São Paulo and Minas Gerais, 18291830", Hispanic American Historical Review, v. 80, n. 4 (2000), pp. 913-41.
  • Para estudos sobre dois municípios na Bahia, ver B. J. Barickman, "As cores do escravismo: escravistas 'pretos', 'pardos' e 'cabras' no Recôncavo baiano, 1835", População e Família v. 2, n. 2 (1999), pp.7-62.
  • Um estudo detalhado de testamentos de libertos, no século XIX na Bahia, mostra que existe uma grande correlação entre riqueza e propriedade escrava com praticamente todos os libertos mais ricos possuindo escravos, e quanto mais ricos fossem maior número de escravos tinham. Maria Inês Cortes de Oliveira, O liberto: o seu mundo e os outros, Salvador, 1790 1890, São Paulo: Corrupio, 1988, p. 38.
  • 43 Ver por exemplo, Leila Mezan Algranti, O feitor ausente: estudos sobre a escravidão urbana no Rio de Janeiro, 18081822, Petrópolis: Vozes, 1988.
  • 46 Susan Socolow: "Acceptable Partners: Marriage Choice in Colonial Argentina, 1778-1810", in Asunción Lavrín (org.), Sexuality and Marriage in Colonial Latin America (Lincoln: University of Nebraska Press, 1989), pp. 209-46.
  • 47 Yvan Debbasch, Couleur et liberte. Le jeu du critère ethnique dans un order juridique esclavagiste, Paris : Dalloz, 1967;
  • e mais recentemente Laurent Dubois, Avengers of the New World: The Story of the Haitian Revolution, Cambridge: Belknap Press of Harvard University, 2004.
  • 48 Robert L. Paquette, Sugar Is Made with Blood: The Conspiracy of La Escalera and the Conflict between Empires over Slavery in Cuba, Middletown: Wesleyan University Press, 1988.
  • 49 Sobre casamentos entre escravos rurais na provincial de São Paulo, ver Luna e Klein, Slavery and the Economy of São Paulo, 1750-1850,
  • cap. 6. Para o Rio de Janeiro, ver José Roberto Góes, O cativeiro imperfeito. Um estudo sobre a escravidão no Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX, Vitória: Lineart, 1993;
  • e Manolo Florentino e José Roberto Góes, A paz das senzalas. Famílias escravas e tráfico Atlântico, Rio de Janeiro, c.1790 - c.1850, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
  • No seu recente estudo sobre casamentos, Slenes mostrou que São Paulo teve taxas mais alta de casamentos de escravos do que a norma, e muito superior ao Rio de Janeiro. Robert W. Slenes, Na senzala, uma flor. Esperanças e recordações na formação da família escrava - Brasil Sudeste, século XIX, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, pp. 82-6.
  • 50 A literatura sobre as confrarias de pessoas de cor é bastante extensa, ver A. J. R. Russell-Wood, "Black and Mulatto Brotherhoods in Colonial Brazil: A Study in Collective Behavior", The Hispanic American Historical Review, v. 54, n. 4 (1974), pp. 567-602;
  • Roger Bastide, Les religions africaines au Brésil. Contribution à une sociologie des interpénétrations de civilisation, Paris: PUF, 1995;
  • Julita Scarano, Devoção e escravidão: a irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Distrito Diamantino do século XVIII, São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1976.
  • Sobre relação da devoção do Rosário com a religião banta, ver Juliana Beatriz Almeida de Souza, "Viagens do Rosário entre a Velha Cristandade e o Além-Mar", Estudos Afro-Asiáticos, v. 23, n. 2 (2001), pp.1-17.
  • 51 Para um exame da relevante literatura sobre esse assunto, ver Herbert S. Klein, The Atlantic Slave Trade, Nova York: Cambridge University Press, 2009.
  • 52 Isso é mais evidente quando comparamos os achados de Bastide com aqueles de Albert J. Raboteau, Slave Religion: The 'Invisible Institution' in the Antebellum South, Nova York: Oxford University Press, 1978;
  • e Mechal Sobel, Trabelin'On: The Slave Journey to an Afro-Baptist Faith, Princeton: Princeton University Press, 1988.
  • 53 Ver Barbara Weinstein, "The Destruction of Slavery and the Construction of National Identity: Brazil and the United States South Compared", in Don H. Doyle e Marco Antonio Pamplona (orgs.), Nationalism in the New World (Athens, GA: University of Georgia Press, 2006), pp. 248-71.
  • Para um exame da escola da defesa positiva, ver Drew Gilpin Faust (org.), The Ideology of Slavery: Proslavery Thought in the Antebellum South, 1830-1860, Baton Rouge: Louisiana State University Press, 1981.
  • É interessante notar que a primeira defesa positiva da escravidão no Congresso Nacional dos Estados Unidos aconteceu em 1790. Berlin, Slaves without Masters, p. 87.
  • 54 Sobre a relativa privação das pessoas de cor livres nos Estados Unidos, ver a avaliação geral de Ira Berlin, na obra acima citada. Embora a algumas dessas pessoas fosse permitido ter propriedades, em vários estados a lei foi cruelmente contrária à sua ascensão social. Sobre a exploração econômica de algumas centenas das pessoas mais ricas de cor e livres nos estados escravistas do sul, ver Loren Schweininger, Black Property Owners in the South, 17901915, Urbana: University of Illinois Press, 1990;
  • e seu ensaio "Prosperous Blacks in the South, 17901880", American Historical Review, v. 95 n. 1 (1990), pp. 31-56.
  • Embora alguns tenham sido bem sucedidos, a norma foi uma grande e ativa discriminação legal e a obstrução da mobilidade social. Em todos os estados do sul lhes era legalmente negado acesso à mobilidade geográfica, foram limitados nas suas ocupações, em seus direitos como pessoas livres, e em muitos estados lhes foi até mesmo negado o direito de casar com brancos. Finalmente, em todos os estados a ascendência negra ou mulata até a terceira geração garantia a classificação como negro. Ver Luther Porter Jackson, Free Negro Labor and Property Holding in Virginia, 18301860, Nova York: Atheneum, 1968;
  • John Hope Franklin, The Free Negro in North Carolina, 1790-1860, Nova York: Norton, 1971;
  • James Martin Wright, The Free Negro in Maryland, 1634-1860, Nova York: Columbia University Press, 1921.
  • Tudo isso está em nítido contraste com a relativa prosperidade e mobilidade no Brasil. Sobre a riqueza de pessoas de cor livres no Brasil, ver o artigo de Klein e Paiva citado acima, assim como Herbert S. Klein e Francisco Vidal Luna, "Free Colored in a Slave Society: São Paulo and Minas Gerais in the Early Nineteenth Century", Hispanic American Historical Review, v. 80, n.4 (2000), pp. 913-42.
  • 55 Esse é o argumento sustentado por Roger L. Ransom e Richard Sutch, One Kind of Freedom: The Economic Consequences of Emancipation, Nova York: Cambridge University Press, 2001.
  • 56 Ver Herbert S. Klein, A Population History of the United States, Cambridge: Cambridge University Press, 2004, cap. 4.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    2012

Histórico

  • Recebido
    02 Mar 2011
  • Aceito
    24 Jun 2011
Universidade Federal da Bahia Praça Inocêncio Galvão, 42 Largo 2 de Julho, Centro, 40060-055 - Salvador - BA, Tel: 5571 3283-5501 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: ceao@ufba.br