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Lentes de contato, oftalmologia

EDITORIAL

Lentes de contato, oftalmologia

Rubens Belfort Jr.

Professor Titular e Presidente do Instituto da Visão, UNIFESP. Membro da Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências e Academia Ophthalmologica Internationalis

Nos últimos 50 anos a adaptação das lentes de contato, iniciada lentamente em meados do século passado, se disseminou em todos os países do mundo e passou a ser a opção cada vez mais freqüente não apenas entre os adultos e jovens, mas também entre crianças e pacientes présbitas.

Ao contrário do que pensavam alguns, apesar dos avanços da cirurgia refrativa, as lentes de contato seguem opção freqüente e vantajosa em vários aspectos, permitindo para muitos seguir vivendo sem usar óculos, apesar da presbiopia. Após os 40 anos, é tanto maior o número de pacientes operados e frustrados por terem de usar óculos para presbiopia quanto o de usuários de lentes que vão progressivamente alterando o grau em uso e se mantendo sem necessidade de óculos.

Com a finalidade não apenas estética, mas também funcional e em alguns casos terapêutica, a adaptação das lentes de contato é hoje uma parte importante da oftalmologia médica e pela sua importância, deveria ser realizada não por médicos apenas, mas por médicos especialistas em oftalmologia, aqui no Brasil também, à semelhança de outros países.

Este Suplemento dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia merece ser comemorado. Pela sua excelência e por haver reunido um grupo de renomados autores com conhecimento e prática efetivas nessa subespecialidade oftalmológica.

Classicamente referida como agente patogênico controlado, pela sua reconhecida capacidade de poder desencadear doenças oculares, as lentes de contato, quando utilizadas de maneira adequada, são também agentes de tratamento de várias doenças de segmento anterior aqui abordadas, bem como correção óptica em ectasias e patologias corneanas de superfície.

O presente fascículo abrange não apenas aspectos relacionados às características da Lente de Contato e de seus cuidados de adaptação e manutenção, mas também infecções associadas, qualidade de visão e etiopatogênese e tratamento de alterações da superfície ocular.

Também por contar entre os seus autores com indivíduos de diferentes países traz, de maneira efetiva, a possibilidade dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia servirem como publicação oftalmológica de alto nível e com possibilidade de disseminação do conhecimento atualizado, em benefício do ensino da Oftalmologia e de melhor atendimento dos pacientes.

São 43 autores de 14 instituições e 4 países, em sua maioria jovens e promissores investigadores de várias regiões do Brasil, da América Latina, dos Estados Unidos e do Japão.

Dentro da política editorial, acertada dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia um bom número desses artigos está escrito em inglês, facilitando inclusive a circulação internacional, imprescindível a qualquer comunidade ou explicação científica há mais de 100 anos.

Um último comentário relativo à necessidade de todos, não somente lerem o que de melhor é publicado na literatura brasileira, mas também adequadamente citar os artigos em seus artigos. Somente desta maneira teremos os ABO com índice de impacto alto.

Continua lamentável o número de artigos escritos por brasileiros, onde são copiadas apenas referências bibliográficas de trabalhos no exterior, freqüentemente desvinculados de nossa realidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Fev 2009
  • Data do Fascículo
    Dez 2008
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