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Il riso in Fisio-patologia: Tommaso Senise. Um volume com 900 páginas, e 200 figuras. Biblioteca do "Studium", Nápoles, 1941

ANÁLISES DE LIVROS

Il riso in Fisio-patologia. Tommaso Senise. Um volume com 900 páginas, e 200 figuras. Biblioteca do "Studium", Nápoles, 1941

Versando tema a que dedicou grande parte de sua atividade científica, ampliando e aprofundando as idéias que já haviam constituído objeto de um artigo publicado em 1914, Senise nos dá agora verdadeiro tratado sobre a fisiopatologia do riso, culminando, assim, o resultado de pesquisas iniciadas há 30 anos. Afora os trabalhos de Joubert, Roy e Raulin, não encontrou o A., revendo a bibliografia, qualquer publicação que tomasse em consideração especial o assunto ora estudado.

Após algumas palavras sobre a evolução filo e ontogenética dos dois meios fundamentais de expressão emocional - choro e riso - o A. passa a discutir a base anatômica do riso, estudando o aparelho muscular da mímica, os centros e vias nervosas. A propósito destes últimos, depois de tratar da via do riso voluntário, o A. estuda o sistema ligado ao riso involuntário, o qual, tomando origem no córtex frontal granular, dirige-se ao núcleo medial dorsal do tálamo, de onde se põe em conexão com o hipotálamo posterior, que se articula com o núcleo do facial por intermédio do fascículo longitudinal dorsal de Schütz; são, também, assinaladas as relações entre tálamo e corpo estriado.

O aspecto fisiológico do riso é estudado detidamente, tanto sob o ponto de vista filo e ontogenético, quanto em relação aos elementos individuais (sexo, idade, raça, etc.); são analisados os fenômenos do riso (prodrômicos, essenciais, concomitantes, acessórios e terminais), seus benefícios e malefícios e, por fim, o mecanismo nervoso do riso. O A. dedica 50 páginas ao estudo da cócega, fenômeno geralmente descurado na fisiopatologia neuropsiquiátrica.

No terceiro capítulo, o A. versa pormenorizadamente a questão do riso em neuropatologia, destacando-se as considerações feitas a respeito do riso na paralisia facial periférica, nos tiques e espasmos faciais, na hemiplegia, na paralisia pseudobulbar, na esclerose lateral amiotrófica, nas moléstias desmielinizantes do encéfalo, na moléstia de Wilson e síndromes afins, nos processos do tálamo e do lobo frontal. Da mesma forma, o riso nas moléstias mentais é objeto de acurado estudo.

Encerra o livro um capítulo sobre os fatores, formas e doutrinas do riso mórbido. Um índice bibliográfico alongando-se por mais de 80 páginas revela o carinho e o cuidado científicos com que este trabalho foi redigido. Sendo impossível, numa curta notícia como esta, dar uma apreciação mais aprofundada sobre este livro, queremos apenas ressaltar aqui o interesse de que ele se reveste para os neuropsiquiatras.

H. Canelas

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Set 1947
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