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Haloperidol em doenças mentais: Contribuição clínica

Haloperidol in mental diseases

Resumos

Após rápido relato dos principais trabalhos publicados a respeito do Haloperidol, os autores relatam sua experiência no tratamento de 82 pacientes hospitalizados, em sua maioria esquizofrênicos. O tratamento foi iniciado, em geral, com a dose diária de 1 mg, aumentada, gradualmente, até dose diária máxima variável entre 3 e 16 mg. Concluíram ter o Haloperidol nítida ação sedativa e alucinolítica e ser principalmente indicado no tratamento dos casos de mania e esquizofrenia forma paranóide, como também em outras psicoses com predominância de agitação psicomotora e/ou síndrome delirante-alucinatória. As formas hebefrênica e catatônica da esquizofrenia também se beneficiam com o tratamento. Quanto aos efeitos secundários, a maioria dos pacientes apresentou síndrome de impregnação (síndrome acineto-hipertônica), quase todos insônia, alguns acatisia; apenas em um caso foram assinalados distúrbios neurovegetativos intensos para o lado do aparelho cardiovascular. Foram assinaladas alterações eletrencefalográficas difusas que desapareceram após o término do tratamento.


After a brief review of the most important papers published with regard to Haloperidol the authors report their own experience in the treatment of 82 interned patients, mostly schizophrenics. In most cases treatment began with a daily dosis of 1 mgm., and was gradually increased until maximum doses varying between 3 and 16 mgm. They came to the conclusion that Haloperidol has a clear sedative and hallucinolytic effect and is indicated especially in the treatment of patients with mania and paranoid schizophrenia, as well as in other psychoses with a predominating psycho-motoric agitation and/or delirating-hallucinatory syndrome. Hebephrenic and catatonic forms of schizophrenia did also improve with this treatment. As to side effects, most patients presented an impregnation-syndrome (akineto-hypertonic syndrome) and almost all of them insomnia; some showed acathisia; in only one case intense autonomic disturbances were observed in the cardiovascular system. Diffuse electroencephalographic changes which disappear after completion of treatment are described.


Haloperidol em doenças mentais. Contribuição clínica

Haloperidol in mental diseases

Waltek N. CardoI; Henrique M. de CarvalhoII; José R. de Albuquerque FortesIII; Jayme GonçalvesIV

IClínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Prof. A. C. Pacheco e Silva): Médico adjunto

IIClínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Prof. A. C. Pacheco e Silva): Diretor técnico

IIIClínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Prof. A. C. Pacheco e Silva): Professor assistente

IVClínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Prof. A. C. Pacheco e Silva): Médico assistente

RESUMO

Após rápido relato dos principais trabalhos publicados a respeito do Haloperidol, os autores relatam sua experiência no tratamento de 82 pacientes hospitalizados, em sua maioria esquizofrênicos. O tratamento foi iniciado, em geral, com a dose diária de 1 mg, aumentada, gradualmente, até dose diária máxima variável entre 3 e 16 mg. Concluíram ter o Haloperidol nítida ação sedativa e alucinolítica e ser principalmente indicado no tratamento dos casos de mania e esquizofrenia forma paranóide, como também em outras psicoses com predominância de agitação psicomotora e/ou síndrome delirante-alucinatória. As formas hebefrênica e catatônica da esquizofrenia também se beneficiam com o tratamento.

Quanto aos efeitos secundários, a maioria dos pacientes apresentou síndrome de impregnação (síndrome acineto-hipertônica), quase todos insônia, alguns acatisia; apenas em um caso foram assinalados distúrbios neurovegetativos intensos para o lado do aparelho cardiovascular. Foram assinaladas alterações eletrencefalográficas difusas que desapareceram após o término do tratamento.

SUMMARY

After a brief review of the most important papers published with regard to Haloperidol the authors report their own experience in the treatment of 82 interned patients, mostly schizophrenics. In most cases treatment began with a daily dosis of 1 mgm., and was gradually increased until maximum doses varying between 3 and 16 mgm. They came to the conclusion that Haloperidol has a clear sedative and hallucinolytic effect and is indicated especially in the treatment of patients with mania and paranoid schizophrenia, as well as in other psychoses with a predominating psycho-motoric agitation and/or delirating-hallucinatory syndrome. Hebephrenic and catatonic forms of schizophrenia did also improve with this treatment.

As to side effects, most patients presented an impregnation-syndrome (akineto-hypertonic syndrome) and almost all of them insomnia; some showed acathisia; in only one case intense autonomic disturbances were observed in the cardiovascular system. Diffuse electroencephalographic changes which disappear after completion of treatment are described.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Ago 2013
  • Data do Fascículo
    Mar 1965
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