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Analises de livros

ANALISES DE LIVROS

PSYCHOBIOLOGY AND HUMAN DISEASE. H. Weiner. Um volume (18x24) encadernado, com 665 páginas. Elsevier-North Holland Inc., New York-Oxford-Amsterdam, 1977.

Este libro represtnta una revisión de conjunto del campo de la medicina psicosomática como no había sido presentada desde los ya clásicos estudios de Franz Alexander (1950), Roy R. Grinker (1953) y Weiss e English (1957). Bastaria este solo hecho para hacerlo merecedor de atención. Pero además de esto, se trata de una obra cuyo propósito — poner en perspectiva los avances de la investigación de los últimos anos — ha sido cabalmente logrado. Sin enfatizar demasiado los ya tradicionales problemas de la teorización psicosomática, el autor presenta una extensa y detallada exposición en la cual los aspectos médicos, psiquiátricos y neurofisiológicos de numerosas afecciones encuentran una apropiada evaluación y son integrados en una perspectiva coherente. La obra consta de siete capítulos, de los cuales los seis primeros están destinados a la discusión de cuadros mórbidos clasicamente considerados "psicosomáticos", úlcera péptica, hipertensión esencial, asma bronquial, enfermedad de Graves, artritis reumatoide, colitis ulcerosa (y enfermedad de Crohn), en tanto que el último, titulado "Psychobiological contributions to human disease" provee una perspectiva de conjunto y apunta algunas direcciones para futuros trabajos. El material presentado abarca desde neurociencias básicas hasta immunología clínica y se mantiene en un plano de estricto empirismo, lo que lleva a descuidar un tanto los aspectos psicoterapéuticos del tratamiento. Ello no debe considerarse como una deficiencia, ya que el propósito de este libro no es brindar una perspectiva didáctica, sino mostrar el "estado del arte" en la investigación psicosomática. El médico práctico encontrará este libro de gran utilidad como referencia acerca de las actuales tendencias de la investigación y el psiquiatra interesado en las afecciones psicosomáticas recogerá numerosas sugerencias útiles. Un exhaustivo índice de materias acrecienta la utilidad de este libro, destinado sin duda a merecer traducciones a otros idiomas.

F. LOLAS (Santiago. Chile)

EPILEPSY: THE EIGHTH INTERNATIONAL SYMPOSIUM. J. KIFFIN PENRY, editor. Um volume encadernado (16x14) com 414 páginas, 40 figuras e 76 tabelas. Raven Press. New York, 1977. Preço: US$ 18,00

Este livro contêm 64 trabalhos apresentados no simpósio patrocinado pela Associação Irlandesa de Epilepsia, realizado em Dublin, entre 12 e 15 de setembro de 1976, com a participação de 159 especialistas provenientes de 24 nações. Na parte introdutória é realçado, por Gastaut e Gastaut, o papel cada vez maior desempenhado pela tomografia axial computorizada no diagnóstico etiológico das epilepsias. Os 11 primeiros trabalhos se referem ao controle das crises a longo prazo, sendo realçados os problemas decorrentes das crises em si mesmas e/ou da administração de drogas em casos seguidos por longos períodos, sendo também avaliadas as causas de óbitos em epilépticos crônicos. O uso da carbamazepina, a investigação clínico-social de pacientes livres de crises há mais de 5 anos e o estudo de casos cuja doença teve início na infância, após evolução de 20 a 30 anos, são outros assuntos abordados. De particular interesse é a pesquisa a propósito das possíveis propriedades mutagênicas de drogas anti-epilépticas utilizadas a longo prazo: Herba e Obe estudaram a ação da difenilidantoína e da carbamazepina, concluindo que essas drogas podem determinar aberrações nos linfócitos; segundo os autores, aberrações em cromossomas de células somáticas permitem supor que aberrações semelhantes possam ocorrer ao nível de células germinais.

Os 12 trabalhos seguintes são dedicados à assistência monotorizada intensiva em casos de epilepsias rebeldes ao tratamento. Nessas investigações são desenvolvidas técnicas sofisticadas, destacando-se o registro clínico das crises em videotape, o registro do EEG em sistema de cassete, as dosagens séricas sucessivas das drogas empregadas e de seus metabolitos. De importância fundamental no estudo de pacientes epilépticos graves é o registro EEG prolongado, mesmo em nível ambulatorial; a utilização de cassetes, permitindo o registro seguido por 24 horas, com o paciente em seu domicílio e desenvolvendo suas atividades habituais, aumenta as possibilidades de surpreender descargas bioelétricas durante crise clínica, assim como permite o estudo mais completo das manifestações EEG intercríticas. Em sequência, 13 trabalhos estudam os efeitos das drogas anti-epilépticas, sendo dado realce ao clonezepan e ao valproato de sódio no controle de certas formas de epilepsia. Reunanen e Sotaniemi, a propósito dos efeitos da difenilidantoína, verificaram aumento dos níveis séricos do colesterol e dos triglicérides após um mês de tratamento; em decorrência do risco de desenvolvimento de aterosclerose e de doença isquêmica do miocárdio os autores chamam a atenção para a necessidade de controle desses pacientes.

As modificações comportamentais e as dificuldades da reabilitação clínico-social são revistas em 14 trabalhos que analisam os fatores que podem causar desordens psiquiátricas em pacientes epilépticos, os resultados da abordagem psicológica sobre os pais de crianças epilépticas e sobre a personalidade do próprio paciente. Boa parte das pesquisas é dirigida a problemas de reabilitação, institucionalização e escolaridade de crianças epilépticas. Seis trabalhos versam sobre outros aspectos clínicos e neuro-cirúrgicos. Dentre eles deve ser destacado um que discute as indicações da cirurgia na epilepsia temporal e o que registra um caso de estimulação crônica do cerebelo operado por Fenton e col.

Finalmente, a propósito das necessidades das nações em desenvolvimento na área das epilepsias, são dedicados 7 trabalhos de grande alcance. Problemas de natureza médica com implicações sócio-culturais e econômicas foram abordados por especialistas da Índia, Nigéria, Iraque e Rodésia. A Venezuela foi o único país latino-americano presente no simpósio e os problemas expostos por seu representante reproduzem com muita fidelidade aqueles que sentimos no meio brasileiro: custo excessivo dos tratamentos, prevalência da medicina curativa em relação à preventiva, insuficiência dos serviços públicos e sua inadequada distribuição geográfica, má distribuição de médicos e número insuficiente de enfermeiras e funcionários qualificados, insuficiência de leitos hospitalres e excesso de burocracia,

LUIS MARQUES ASSIS

NEUROLOICAL AND SENSORY DISORDERS IN THE ELDERLY. WILLIAM S. FIELD, editor. Um volume com 244 páginas. Stratton International Medical Book Corporation, New York, 1975.

Neste livro são reunidos os trabalhos e discussões apresentados ao Simposio Neurológico de Houston, patrocinado pela University of Texas Health Science Center at Houston. Os diversos relatórios apresentados, em número de 14, acompanhados da transcrição das discussões e comentários subseqüentes, são reunidos em diferentes capítulos. De acordo com o título do livro, todos os temas concernem a afecções que ocorrem na velhice ou então, sobre os aspectos clínicos dependentes da velhice em si. Com efeito, a idade avançada como tal e as doenças que ocorrem nos indivíduos idosos, aspectos esses habitualmente confundidos entre si, merecem ser considerados separadamente. Assim admite hoje a maioria dos investigadores que a velhice não é uma mera condicionadora de entidades patológicas inerentes à idade avançada Bias que, em si mesmo, o passar dos anos é responsável por aspectos degenerativos intrinsecamente dependentes da própria senilidade. Exemplo mais característico- resulta do estudo das demêneias assim chamadas senis ou pré-senis, objeto de dois capítulos excelentes (Differential diagnosis of dementia) por R. Katzman & T. B. Karusu e (Pathology and pathogenesis of dementia) por R. D. Terry & H. M. Wisniewski.

Na maioria das vezes, atribui-se com simplicidade todo e qualquer rebaixamento mental ou, mesmo, benignas lacunas de memória à arteriosclerose cerebral. Todavia, achados histo-patológicos comprovam que apenas de 10 a 17% desses casos podem ser atribuídos a encefalopatia vascular. Na maior parte das vezes, dependem da própria senilidade e ocorrem em idade mais ou menos avançada (demências pré-senis e senis). A doença de Alzheimer, que era tida como afecção relativamente rara, com todos seus aspectos histopatológicos característicos, é o apanágio da maior parte do encéfalo que envelhece.

Neste livro são englobados vários capítulos que tratam não apenas da senilidade em si, mas também de afecções que ocorrem em idades avançadas. Assim são consideradas as modificações sensorials e de comportamento que se sucedem com o passar do tempo: Sensação e Comportamento (J. M. Foley) e Incidência e tipos de deficiências perceptivas no idoso (Morris B. Bender). Ehni se incumbiu da descrição das alterações neurológicas decorrentes de lesões esqueléticas. A doença de Parkinson, afecção mais frequente no indivíduo maduro, pré-senil ou senil, é estudada em seus aspectos do diagnóstico clínico corrente e da terapêutica, por Richard D. Sweet. Yatsu, ào abordar as afecções vasculares cerebrais, detem-se, primordialmente, nas possibilidades de sua prevenção clínica enquanto que W. S. Fields, editor do livro e organizador do simpósio, estuda, sob o enfoque do neurologista clínico, os aspectos da reabilitação do invidíduo vitimado por um acidente vascular cerebral. São por tolos conhecidas as frequentes e por vezes paradoxais respostas do indivíduo idoso aos medicamentos neurotrópicos e psicotrópicos de uso corrente; este é o tema abordado por J. M. Davis. Os aspectos sociais na vida norteamericana, o ambiente em que vivem os indivíduos idosos e aposentados e suas relações interpessoais são assuntos do interessante e curioso capítulo elaborado por J. H. Fleming. Os quatro últimos capítulos desse livro dizem respeito às deficiências sensorials decorrentes de vários processos que ocorrem na velhice: Alterações da visão por doenças degenerativas (R. S. Ruiz): Alterações visuais vasculares, metabólicas e endócrinas (D. L. Knox); Tonturas no paciente idoso (J. U. Toglia); Perdas degenerativas da audição nesse grupo etário" (R. R. Gacek).

Trata-se, em suma, de pequeno livro, de fácil e agradável leitura, cujos capítulos são encerrados por interessantes comentários e debates entre os participantes do simpósio.

ROBERTO MELARAGNO FILHO

CEREBROVASCULAR DISEASES. PERITZ SCHEINBERG, editor. Um volume encadernado com 388 páginas. Raven Press. New York, 1976.

Tornou-se clássica na literatura neurológica a série das "Princeton Conference" que, com este volume, entra em sua terceira década. São simpósios de início realizados sem grande regularidade cronológica mas que, a partir de 1960, são realizados bienalmente. A primeira reunião ocorreu em 1954 e desde então esses painéis tem sido considerados como verdadeiro forum internacional para discussão e interpretação das novas conquistas no acmpo dos acidentes vasculares cerebrais. Idênticas são as metas mas, obviamente, os enfoques se modificaram nestes 20 anos e as técnicas de investigação clínica e/ou experimental em sua maioria até então desconhecidas, modificaram-se inteiramente. No presente simpósio, foi focalizada a atenção para duas áreas essenciais: a primeira concerne à patogenese das doenças dos vasos em si, especificamente a arteriosclerose, cuja importância aumenta na medida em que surgem possibilidades para se prevenir seu aparecimento ou, pelo menos, sua progressão. O segundo foco de atenção converge para o que ocorre com o parênquima encefálico após a oclusão de sua artéria nutriente. Obviamente, estes últimos aspectos são os que mais diretamente interessam ao clínico em sua experiência diuturna. Nesta X Conferência, os autores estudam particularmente as consequências agudas e crônicas da isquemia nos neuro-transmissores, particularmente as monoaminas. De modo geral, as seguintes secções são estudadas: 1 — ataques isquêmicos transitórios; 2 — arteriosclerose; 3 — neuro-transmissores e ictos; 4 — epidemiologia das doenças cerebrovasculares; 5 — o processo do envelhecimento.

Todos esses setores que foram esmiuçados em relatórios extraordinariamente atualizados em que é transcrita a experiência dos respectivos autores são, como seu título já o faz pressupor, de particular interesse para o clínico, para o neurologista e mesmo para o psiquiatra.

Merece particular destaque o último desses setores em que os diversos mecanismos próprios do envelhecimento são estudados e em que se sobressai nova conceituação da velhice a qual não deve ser confundida como uma mera faixa etária na qual uma série de afecções é mais comum. Hayflick, professor de Microbiologia Médica da Universidade de Stanford (California), enumera, inicialmente, as mais recentes teorias sobre o envelhecimento biológico. A seguir Terry, que ultimamente vem se dedicando ao estudo histopatológico das demências orgânicas, se incumbe do capítulo concernente à morfologia do encéfalo idoso. Finalmente Selkoe e Shelanski, da Harvard, enfrentam outro tema apaixonante e atual: a neuroquímica do envelhecimento. A nosso ver, esta última secção constitui um dos pontos altos da obra, a qual já é consagrada, através de suas edições equivalentes anteriores, por todos neurologistas.

ROBERTO MELARAGNO FILHO

THE CEREBRAL VESSEL WALL. J. CERVÓS-NAVARRO, E. BETZ, F. MATAKAS & R. WULLENWEBER, editores. Um volume (16x24) encadernado com 273 páginas. Raven Press, New York, 1976.

Este livro constitui o Relatório de Neurologia apresentado ao Congresso de Psiquiatria e Neurologia de Língua Francesa, realizado em Limoges, em junho de 1977. O assunto e sua delimitação já vêm especificados no título, sendo excluídas as embolias cerebrais e os acidentes vasculares dependentes: de alterações da coagulação sanguínea, pois os autores se restringem às doenças das paredes dos vasos cerebrais em si e não das alterações de seu conteúdo. As arteriopatias são classificadas em cinco tipos que constituem as secções em que o livro foi dividido: 1 — Arterites infecciosas; 2 — Arterites granulomatosas de origem desconhecida; 3 — Arterites pouco ou não inflamatórias; 4 — Arteriopatias ligadas a fatores exógenos; 5 — Arteriopatias supostamente displásicas. As arterites infecciosas são, de acordo com a respectiva etiologia, classificadas em sifilíticas, tuberculosas, decorrentes de meningites bacterianas, de recktsioses, as micóticas e as maláricas. No grande e pouco preciso capítulo das arterites granulosas de origem desconhecida são analisadas, sucessivamente, aquelas dependentes do lupus eritematoso sistematizado, da pan-arterite nodosa e doenças afins, a doença de Takayasu, a arterite de Horton, a angeite granulomatosa a célula gigantes do sistema nervoso central e outras angeites granulomatosas. Sem traçar fronteiras intransponíveis, essas diversas formas de arterites infecciosas foram agrupadas em três modalidades: as arterites do lupus eritematoso disseminado, em função da nítida individualização clínica dessa afecção; as arterites necro-simpáticas e colinérgicas da própria parede do vaso cerebral. Alterações dessa inervação prejudicam, pelo menos em parte, a regulação da circulação encefálica. Outros mecanismos, ainda não esclarecidos, parecem desempenhar também papel ativo nessas mesmas funções autoreguladoras. Perfeitamente con-çatenados com estes estudos, uma série de capítulos compõe a terceira parte do volume: a inervação dos vasos cerebrais. Finalisa o livro, a secção correspondente à permeabilidade dos vasos cerebrais pois qualquer dano nas paredes capilares afeta primariamente a permeabilidade e, nessas condições, a barreira hemato-cerebral pode ser reversivelmente alterada. Apesar da maior parte dos capítulos focalizarem o estudo das paredes das artérias cerebrais, devemos nos lembrar que as veias são comprometidas na vigência da redução do fluxo sangüíneo cerebral, de modo talvez mais intenso do que as paredes arteriais. Os processos inflamatórios podem se concentrar sobre vênulas cerebrais, ocasionando alterações na sua capacidade de drenagem, assim como sua dilatação, pode ser fonte de edema cerebral.

Em resumo, trata-se de um livro de interesse prático para os neurologistas, constituindo base para seu conhecimento sobre os processos fundamentais da patologia dos vasos cerebrais.

ROBERTO MELARAGNO FILHO

L'ATTEINTE DU SYSTÈME NERVEUX AU COURS DES ARTERIOPATHIES NON ARTERIOSCLEREUSES DE L'ADULTE. J. PERRET & J. PELLAT. Um volume com 315 páginas. Masson et Cie., Paris, 1977.

Este livro contêm os relatórios apresentados ao Simppósio Erwin Riesch, realizado em Berlin, em março de 1975. Seguramente, o estudo da vasculatura cerebral é assunto fascinante pois as paredes dos vasos cerebrais não têm estrutura uniforme, formadas como são por várias camadas, envolvidas em diferentes bainhas intimamente correlacionadas com a função do vaso. Além disso, não é suficiente considerar os vasos separadamente pois artérias e arteriolas, veias e vênulas constituem, sob alguns aspectos, tubuladuras completamente diferentes entre si, cuja função específica é reflexo de suas peculiaridades estruturais; cada segmento é eventualmente lesado diversamente em condições anatomo-patológicas diferentes. No livro, os temas foram agrupados em quatro partes. Na primeira é estudada a morfologia normal e patológica dos vasos cerebrais, enfocados pelas microscopias óptica e eletrônica, quer no homem quer em animais de laboratório. A maior parte das alterações morfológicas das artérias cerebrais é dependente da arteriosclerose; embora suficientemente conhecidos seus aspectos morfológicos, pouco dela se sabe no que concerne aos mecanismos de seu desenvolvimento. A segunda parte é destinada ao estudo da reatividade das paredes vasculares cerebrais, da resistência cerebro-vascular e, em decorrência, do fluxo sanguíneo cerebral. São consideradas as evidências proporcionadas pela fluorescência e pela microscopia eletrônica no estudo da rica inervação de fibras representadas pela pan-arterite nodosa e várias outras angeites de base alérgica ou de hipersensibilidade; as arterites giganto-celulares, incluindo a moléstia de Takayasu e a arterite de Horton. No capítulo das arterites pouco ou não inflamatórias, é estudada primeiramente a doença de Winiwarter-Buerger cerebral, aliás uma afecção cuja entidade nosográfica é contestada. A seguir, é considerada a doença de Degos, afecção com as características da colagenose, com determinações sistêmicas múltiplas; todavia, falta qualquer característica histológica do tipo inflamatório, para justificar sua inclusão entre as do capítulo precedente. Finalmente, é estudada uma síndrome angiográfica de estenoses múltipla das artérias cerebrais, com redes supletivas do tipo moya-moya; trata-se de afecção muito mais frequente na criança do que no adulto, cujo aspecto angiográfico é bastante característico e que empresta, à afecção, uma denominação ambígua. No quarto capítulo são consideradas as arteriospatias ligadas a um fator exógeno, cuja ação na determinação do quadro é bastante evidente, sendo analisados os papéis desempenhados pelos traumatismos principalmente ao nível da artéria carótida interna, pela radioterapia e, finalmente, pelos contraceptivos orais. A esse respeito, é interessante assinalar que a maioria dos acidentes correlacionados ao uso de anticoncepcionais se situa no território carotídeo e, mais raramente, no território vertebral e, nestes últimos casos, o lado direito é mais frequentemente atingido, ao contrário do que se observa com a etiologia ateromatosa. Além da ação hormonal, a ação desempenhada por medicamentos e por tóxicos é considerada. Entre as arteriopatias supostamente displásicas, é analisada, em primeiro lugar, a displasia fibro-muscular, isto é, uma afecção arterial plurifocal, caracterizada por uma modificação da arquitetura da parede, com alterações de fibras elásticas e hiperplasia fibrosa ou fibrosa-muscular: habitualmente, as modificações estão sediadas na túnica média mas também podem ser encontradas em outras camadas (íntima e sub-advendicial). Outras anormalidades dependentes de possíveis malformações são consideradas: as hipoplasias arteriais e as dólico-mega-artérias. Finalmente, são analisadas as conjuntivo-displasias. assim como as doenças ligadas a um erro inato do metabolismo. Destas, as primeiras são determinadas por perturbações do desenvolvimento do tecido conjuntivo que vai interessar as paredes arteriais.

ROBERTO MELARAGNO FILHO

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Ago 2012
  • Data do Fascículo
    Jun 1978
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