Acessibilidade / Reportar erro

Ressonância magnética na esclerose múltipla: análise de 270 casos

Magnetic resonance imaging in multiple sclerosis: analysis of 270 cases

Resumos

O autor apresenta 270 casos de pacientes com história clínica e imagens de ressonância magnética compatíveis com esclerose múltipla. São feitas considerações sobre a incidência quanto ao sexo, grupos etários e localização das lesões. Por se tratar de doença considerada rara nos países tropicais, o autor tece considerações didáticas sobre os critérios clínicos e de imagem úteis na prática radiológica e alerta os neurologistas para o significado desta doença na capital (Curitiba) de um estado brasileiro (Paraná) situado entre os paralelos 22º e 30º Sul.

esclerose múltipla; esclerose múltipla no Brasil; ressonância magnética na esclerose múltipla


The author report a retrospective study of 270 cases of clinically proved MS and MRI in a State of Brazil (Parana) which is localized between the parallels 22º a 30º South. Comments are made about the age of the patients, number and localization of the lesions in the brain and spinal cord.

multiple sclerosis in Brazil; magnetic resonance imaging in MS


RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA ESCLEROSE MÚLTIPLA

Análise de 270 casos

Guilberto Minguetti11Serviços de Neurologia do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Paraná e de Ressonância Magnética do CETAC - Centro de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, Curitiba PR, Brasil:Professor Adjunto do Departamento de Clínica Médica da UFPR e Diretor do CETAC, PhD (Londres), Neurorradiologista.

RESUMO - O autor apresenta 270 casos de pacientes com história clínica e imagens de ressonância magnética compatíveis com esclerose múltipla. São feitas considerações sobre a incidência quanto ao sexo, grupos etários e localização das lesões. Por se tratar de doença considerada rara nos países tropicais, o autor tece considerações didáticas sobre os critérios clínicos e de imagem úteis na prática radiológica e alerta os neurologistas para o significado desta doença na capital (Curitiba) de um estado brasileiro (Paraná) situado entre os paralelos 22º e 30º Sul.

PALAVRAS-CHAVE: esclerose múltipla, esclerose múltipla no Brasil, ressonância magnética na esclerose múltipla.

Magnetic resonance imaging in multiple sclerosis: analysis of 270 cases

ABSTRACT - The author report a retrospective study of 270 cases of clinically proved MS and MRI in a State of Brazil (Parana) which is localized between the parallels 22º a 30º South. Comments are made about the age of the patients, number and localization of the lesions in the brain and spinal cord.

KEY WORDS: multiple sclerosis in Brazil, magnetic resonance imaging in MS.

Esclerose múltipla (EM) é a mais comum das doenças desmielinizantes1,2, sendo caracterizada pela localização de múltiplas placas de desmielinização na substância branca encefálica e medular. Estas lesões causam sinais e sintomas neurológicos intermitentes que, com a evolução da doença, podem agravar-se progressivamente. Foi Robert Carswell, professor de anatomia patológica de Londres quem primeiro publicou, em 1837, um caso de anomalias cerebrais coincidentes com quadro clínico de esclerose múltipla. Em 1838, Jean Cruveilhier, professor de anatomia patológica em Paris, publicou quatro casos associando os achados histopatológicos aos achados clínicos dos pacientes e já chamando a atenção para a característica intermitente da doença, com crises de exacerbação e remissão que ela produzia. Foi, porém, Jean-Martin Charcot quem, em 1870, através de uma série de casos, descreveu os critérios clínicos da EM e estabeleceu o caráter flutuante da sintomatologia desta doença. Ele também incluiu a neurite óptica, os envolvimentos bulbar e medular como parte do complexo da esclerose múltipla. Charcot também descreveu em detalhes os achados histológicos, dando ênfase à desmielinização das fibras nervosas encontradas nas placas, infiltrado peri-vascular de células plasmáticas, linfócitos e macrófagos3. Em 1932 Pete e Chaltemberg deram um passo na elucidação da etiologia das placas de desmielinização. Através de um modelo animal, eles observaram que elas se associavam a um processo de natureza imunológica3. Em 1942, Cabot descreveu aumento de imunoglobulina (IgG) no líquor dos pacientes com esclerose múltipla. Era a primeira vez que a doença apresentava correlação com uma alteração laboratorial. O aumento da imunoglobulina liquórica permitiu aos pesquisadores reconhecer em 1960 que a esclerose múltipla se associava a uma gamopatia oligoclonal do líquor e que o aumento da IgG no líquor era devido a sua alta produção no sistema nervoso central3.

Em 1970, a técnica do Potencial Evocado (visual, somatosensorial e do tronco cerebral) passou a ser utilizada, porém de forma limitada, pois a ausência ou lentidão das ondas de resposta indica uma lesão no complexo anatômico-fisiológico estudado, mas não que ela seja devida à esclerose múltipla. Estes testes só são úteis quando se buscam lesões subclínicas do sistema nervoso central nos casos suspeitos de esclerose múltipla. A tomografia computadorizada dos anos setenta não contribuiu significativamente para o diagnóstico da doença. Mais tarde, com o uso de dose dupla de contraste e com exame em dois tempos, estes índices sofreram uma pequena melhora. Com o advento da ressonância magnética, graças a sua sensibilidade em demonstrar lesões na substância branca, particularmente nas seqüências ponderadas em T2, ocorreu uma mudança completa no enfoque desta doença. A ressonância magnética revolucionou o diagnóstico e conseqüentemente abriu novos horizontes para o tratamento precoce da EM.

É consenso na literatura mundial que a incidência da EM tem relação com grupos étnicos e com a região do globo terrestre habitada por estes grupos. A doença é mais freqüente entre os habitantes do norte europeu e entre seus descendentes americanos, canadenses, australianos e sul-africanos. É considerada rara nos povos asiáticos e praticamente inexistente na população negra da África. Além disso, estudos populacionais sugerem que algum fator ambiental tenha participação direta na ocorrência desta doença nas diferentes partes do mundo. Ela é mais freqüente entre as populações localizadas nas zonas temperadas e frias, situadas aproximadamente entre 40 e 60 graus de latitude norte e sul, particularmente no norte. Nas áreas próximas ao Equador da Terra, sua ocorrência é quase nula. Na Europa Ocidental, podem ser consideradas duas áreas de maior concentração da doença. A primeira mostra a existência de 50 a 60 casos para cada 100 mil habitantes entre os paralelos 43 e 65 graus de latitude norte. A outra faixa, de média freqüência, apresenta a prevalência de 15 casos para cada 100 mil habitantes e fica entre os paralelos 38 e 46 graus de latitude norte. A predominância da esclerose múltipla no norte dos E.U.A. e Canadá é semelhante àquela observada no norte europeu. Porém, no sul dos E.U.A, entre os paralelos 12 e 18 graus, a prevalência é de cerca de 5 casos para cada 100 mil habitantes3. Na América do Sul, não existem dados estatísticos que possam assegurar a real prevalência da esclerose múltipla. No Brasil, presume-se que a incidência seja baixa, isto é, inferior a 5 casos para cada 100 mil habitantes. Contudo, os neurologistas, particularmente aqueles do Sudeste e Sul do Brasil, têm-se deparado com um número cada vez maior destes casos, talvez porque estejam cada vez mais influenciados pelos critérios clínicos já bem mais divulgados e discutidos no meio médico4-6, bem como pela crescente e mais rotineira aplicação dos exames para-clínicos, em particular a ressonância magnética que se definiu como o método de imagem mais importante para o diagnóstico da EM7-9.

Com o objetivo de avaliar retrospectivamente os achados nos exames de ressonância magnética do encéfalo e medula espinhal em 270 pacientes, examinados num serviço que se situa na capital de um Estado localizado entre os paralelos 22º e 30º Sul, realizamos o presente estudo.

MÉTODO

Foram analisados os achados de ressonância magnética encefálica e/ou de medula espinhal em 270 pacientes com diagnóstico clínico compatível com esclerose múltipla5 atendidos no Serviço de Ressonância Magnética do CETAC (Curitiba-PR), no período de novembro de 1993 a agosto de 2000. Os exames foram realizados em aparelhos de 0,5 T e 1.5T (Philips International, Eindhoven, Holanda), utilizando-se as seqüências tradicionais ponderadas em T1 e T2 (SE ¾ Spin Echo, PD ¾ Proton Density, FFE ¾ Fast Field Echo, STIR ¾ Short T1 Inversion Recovery, FLAIR ¾ Fluid Attenuated Inversion Recovery e DIFUSÃO) e usando-se o contraste endovenoso (GADOLINIUM ¾ DTPA), na dose de 0,2 ml/kg de peso corporal (Figs 1 a 6).


RESULTADOS

Dos 270 pacientes examinados, 172 (63,7%) foram do sexo feminino e 98 (36,3%) foram do sexo masculino. 215 pacientes tiveram exames somente do encéfalo, 26 pacientes da medula espinhal e 29 pacientes tiveram exames do encéfalo e da medula espinhal. A idade dos pacientes variou bastante, porém 80,3% dos pacientes se situavam na faixa etária entre 21 e 50 anos. Abaixo dos 10 anos de idade, foi registrado apenas um caso (Gráfico 1).


DISCUSSÃO

A ressonância magnética é um método bastante sensível para detecção das lesões da esclerose múltipla, especialmente se comparada à tomografia computadorizada8,10,11. Anormalidades no exame de tomografia computadorizada são encontradas em apenas 30 a 52% dos pacientes com esclerose múltipla12-14, enquanto a RM detecta alterações em 87 a 100% dos pacientes8,10. Além disso, a ressonância magnética é mais confiável que a tomografia computadorizada pela melhor visibilização da fossa posterior, local em que são relativamente freqüentes placas de desmielinização11 e pela possibilidade de se obter cortes coronais e sagitais. Para a detecção de lesões desmielinizantes na medula espinhal, contudo, a RM é menos sensível. As placas de desmielinização encefálicas ou medulares que sofrem realce pelo contraste paramagnético são as placas agudas ou em reagudização e nestes casos elas podem ser confundidas com neoplasias ou doenças inflamatórias. As áreas de sinais hipointensos nas seqüências ponderadas em T1 e hiperintensas nas seqüências ponderadas em T2 nas quais não há realce após injeção endovenosa do contraste paramagnético, correspondem a placas crônicas de desmielinização e são resultantes da proliferação de astrócitos e conseqüente cicatrização. O realce da lesão pelo uso do contraste mostra que houve quebra da barreira hemato-cefálica e pode, portanto, medir a atividade da doença. Existem evidências clínicas e imaginológicas que mostram a coincidência do aumento do tamanho e número das lesões com os surtos clínicos da doença. É sabido também, por outro lado, que o tratamento com corticóides e com Interferon, que provoca neutralização dos anticorpos, diminui o tamanho e número das lesões15. Isto pode ser bem correlacionado com a RM; nos E.U.A. exames de monitorização de pacientes sob tratamento são recomendados a cada mês. No Brasil, talvez este índice esteja muito abaixo, face às dificuldades econômico-financeiras de nossa população e dos limites impostos pelos convênios médicos.

No que diz respeito à distribuição da doença quanto ao sexo, todos os trabalhos têm mostrado predominância no sexo feminino, havendo apenas diferenças de incidência de uma série para outra. Tylbery e col.16 encontraram 1:2,8; Lana e Lana17 1:2,3; Paty e col.18 1:2,0; Callegaro e col.19 1:1,6; Kuroiwa20 1:1,3; Leite e col.21 1:1,2. O presente trabalho mostrou uma predominância do sexo feminino sobre o sexo masculino numa proporção de 1:1,7. A faixa etária predominante dos nossos pacientes também está de acordo com outros trabalhos que mostram maior incidência da doença entre a 3ª e a 5ª décadas de vida17,19.

Com base em um trabalho realizado pelo autor em 199828, os achados de RM de encéfalo observados em nossos pacientes são semelhantes aos relatados por outros autores. Lesões na substância branca periventricular estão presentes em 86 a 96% dos pacientes22,23 e lesões nos centros semi-ovais e corpo caloso também são bastante comuns9,24,25. As lesões do corpo caloso são freqüentes devido à sua relação com o teto dos ventrículos laterais onde existe uma grande quantidade de pequenos vasos penetrantes. Desta forma, as placas de desmielinização aparecem perpendicularmente aos ventrículos e corpo caloso, seguindo o território destes pequenos vasos. Embora este não seja considerado um sinal de RM patognomônico de EM, a presença de pequenas áreas de sinais anômalos perpendiculares ao corpo caloso e teto dos ventrículos laterais reforça bastante o diagnóstico da doença. Lesões nos pedúnculos cerebelares, nos hemisférios cerebelares e no mesencéfalo são bastante específicas para EM, embora a freqüência dessas lesões seja menor26. Síndromes da medula espinhal são apresentações relativamente comuns18. As lesões podem ser múltiplas e encontradas em qualquer nível da medula espinhal, mas são bem mais freqüentes na região cervical27.

Algumas considerações devem ser feitas quando ao diagnóstico diferencial entre as placas de desmielinização e outras patologias que se assemelham às mesmas, quando observadas pela ressonância magnética. Anormalidades multifocais da substância branca periventricular podem ser vistas em indivíduos normais e sem nenhum significado patológico. O achado destas áreas de sinais anômalos aumenta com a idade. Acima dos 60 anos cerca de 30% dos indivíduos podem apresentar tais alterações da substância branca periventricular29.

No diagnóstico diferencial com os vários tipos de vasculites, são particularmente importantes o lúpus eritematoso sistêmico, a síndrome de Behcet e a poliarterite nodosa30. O quadro clínico destas entidades é freqüentemente consistente com doença multifocal do sistema nervoso central, podendo evoluir com episódios de remissão e exacerbação, tal qual a EM. É claro que, com a doença completamente estabelecida, cada uma delas tem seu quadro clínico clássico facilmente reconhecido, mas, se no início a apresentação é neurológica, pode haver dúvida quanto ao diagnóstico correto. Tanto o lúpus eritematoso sistêmico, como a síndrome de Behcet e a periarterite nodosa podem mostrar lesões com sinais hiperintensos nas seqüências ponderadas em T2 e hipointensas nas seqüências ponderadas em T1 na substância branca peri-ventricular e profunda dos lobos temporais, centros semi-ovais, ponte e mesmo no nervo óptico, indistinguíveis daquelas observadas na EM.

Das síndromes vasculares não inflamatórias, chama a atenção a doença de Binswanger ou demência subaguda aterosclerótica. Esta doença provoca múltiplos pequenos infartos associados à hipertensão arterial ou alterações difusas e simétricas de sinais da substância branca peri-ventricular com projeção para as demais áreas da substância branca. Estas pequenas lesões se confundem com as placas de desmielinização da EM31. Clinicamente, a doença não deve ser confundida com EM, a não ser nos casos em que a EM é suspeitada em pacientes com demência.

A característica patológica da sarcoidose é a de um granuloma não caseoso. O envolvimento do sistema nervoso central ocorre em aproximadamente 5% dos casos e se caracteriza por depósito de substância granulomatosa no parênquima encefálico e/ou nas meninges e por infartos secundários à oclusão de pequenos vasos. O envolvimento das meninges é particularmente importante nas regiões basais provocando envolvimento dos pares cranianos e hidrocefalia. Miller e col.32 chamam a atenção para a similaridade entre a neurosarcoidose e a EM em alguns casos nos quais ocorrem alterações difusas e simétricas da substância branca peri-ventricular com discretas lesões focais regionais. A causa de tais alterações de sinais periventriculares seria a presença do tecido de granulação da sarcoidose na região subependimária, o que já foi provado histo-patologicamente, e pequenas áreas de infarto secundários a microangiopatia difusa causada pela doença.

Outro importante grupo de doença que pode ser confundido com a EM clínica e laboratorialmente é o grupo das encefalites. Destas, a que mais chama a atenção é a encefalomielite aguda disseminada33. A encefalomielite aguda disseminada (EMAD) é uma resposta imunológica a uma infecção viral prévia ou à vacinação, particularmente à vacinação contra a raiva, difeteria, tétano, sarampo e varicela. Os focos de desmielinização são devidos a um fenômeno autoimune mediado por complexos antígeno-anticorpo, provocando múltiplos infiltrados inflamatórios peri-vasculares, a exemplo da esclerose múltipla. A EMAD pode ocorrer em todas as idades, mas é mais comum na infância e em adultos jovens. Na RM observam-se múltiplos focos de áreas de sinais hiperintensos nas seqüências ponderadas em T1 e hiperintensos nas seqüências ponderadas em T2 em ambos hemisférios cerebrais, mas de forma assimétrica, as quais dificilmente podem ser realçadas após injeção endovenosa do contraste paramagnético. Ao contrário da EM, lesões do corpo caloso são raras.

Finalmente, as leucodistrofias que atingem os grupos etários da adolescência e da idade adulta devem também ser lembradas no diagnóstico diferencial, pois, tal qual na EM, elas apresentam alterações de sinais nas regiões periventriculares.

Com o objetivo de aumentar a sensibilidade do exame de RM, alguns critérios diagnósticos têm sido propostos. Paty e col.14,18 usam o termo RM fortemente sugestiva de esclerose múltipla para exames que tenham pelo menos 4 lesões hiperintensas ou 3 lesões incluindo pelo menos uma periventricular. Fazekas e col.24 propõem uma sistemática diferente na qual é necessária a presença de pelo menos 2 dos 3 itens a seguir para o diagnóstico de esclerose múltipla: 1) lesão maior do que 6mm, 2) lesão periventricular, 3) lesão na fossa posterior. Ambos os critérios diagnósticos têm sensibilidade e especificidade ao redor de 90%24,26.

Um dos pontos mais importantes a ser ressaltado no presente trabalho é o alto número de pacientes dessa casuística, sabendo-se ser o Brasil um país eminentemente tropical onde até há bem pouco tempo (antes do advento da RM) o diagnóstico desta entidade clínica era bastante difícil e raro. Com o uso freqüente da RM, vários trabalhos mostrando pacientes com EM têm sido relatados no Brasil nos últimos anos16,17,19,21.

Recebido 29 Novembro 2000, recebido na forma final 8 Março 2001. Aceito 23 Março 2001.

Dr. Guilberto Minguetti - Rua Padre Ildefonso 105 - 80240-160 Curitiba PR - Brasil.

  • 1. Alter M, Halpern L, Bornstein B, Leibowitz U, Silberstein J. Multiple sclerosis in Israel: prevalence among immigrants and native inhabitants. Arch Neurol 1962;7:253-263.
  • 2. Kurtzke JF, Beebe GW, Dagler B, Auth TL, Kurland LT, Defzger MD. Studies on the natural history of multiple sclerosis: clinical and laboratorial findings at first diagnoses. Acta Neurol Scand 1972;48:16-46.
  • 3. Farlow MR, Bonnin JM. Clinical and neuropathological features of multiple sclerosis. Neuroimaging Clin North Am 1993;3:213-228.
  • 4. Schumacher GA, Beebe G, Kibler RF, et al. Problems of experimental trials of therapy in multiple sclerosis: Report of the panel of evaluation of experimental trials in MS. Ann NY Acad Sci 1968;122:552-568.
  • 5. Rose AS, Ellinson GW, Myers LW, et al. Criteria for the clinical diagnosis of multiple sclerosis. Neurology 1976;Part 2:20-22.
  • 6. McAlpine D, Lumsden CE, Adheson ED. Multiple sclerosis reappraisal. Edinburgh: Churchill Livingston, 1972.
  • 7. Simon JH. Neuroimaging in multiple sclerosis. Neuroimaging Clin North Am 1993;3:229-246.
  • 8. Gebarski SS, Gabrielsen TO, Gilman S, Knake JE, Latack JT, Aisen AM. The initial diagnosis of multiple sclerosis: clinical impact of magnetic resonance imaging. Ann Neurol 1985;17:469-474.
  • 9. Simon JH, Schiffer RB, Rudick RA, et al. Quantitative determination of MS-induced corpus callosum atrophy in vivo using MR imaging. AJNR Am J Neuroradiol 1987;8:599-604.
  • 10. Lukes SA, Crook LE, Aminoff MJ, et al. Nuclear magnetic resonance imaging in multiple sclerosis. Ann Neurol 1983;13:592-601.
  • 11. Francis GS, Evans AC, Arnold DL. Neuroimaging in multiple sclerosis. Neurol Clin 1995;13:147-171.
  • 12. Wang AM, Morris JH, Hickley WF, Hammerschlag SB, O'Reilly GV, Rumbaugh CL. Abnormal CT pattern of multiple sclerosis. AJNR Am J Neuroradiol 1983;4:47-50.
  • 13. Reese L, Carr TJ, Nicholson RL, Lepp EK. Magnetic resonance imaging for detecting lesions of multiple sclerosis: comparison with computed tomography and clinical assessment. Can Med Assoc J 1986;135:639-643.
  • 14. Paty DW, Oger JJF, Kastrukoff LF, et al. MRI in the diagnosis of multiple sclerosis: a prospective study with comparison of clinical evaluation, evoked potentials, oligoclonal banding and CT. Neurology 1988;38:180-185.
  • 15. The IFNB Multiple Sclerosis Study Group: University of British Columbia MS/MRI Analysis Group: Interferon beta ž 1b in treatment of multiple sclerosis: Final outcome of the randomized, controlled trial. Neurology 1995;45:1277-1285.
  • 16. Tilbery CP, Felipe E, Baldauf CM, Peres MFP. Esclerose múltipla: análise clínica e evolutiva de 214 casos. Arq Neuropsiquiat 1995;53:203-207.
  • 17. Lana-Peixoto MA, Lana-Peixoto MI. Is multiple sclerosis in Brazil and Asia alike? Arq Neuropsiquiat 1992;50:419-425.
  • 18. Paty DW, Poser CM. Clinical symptoms and signs in multiple sclerosis. In Poser CM, Paty DW, Scheinberg L, et al. (eds): The diagnosis of multiple sclerosis. New York: Thieme-Stratton, 1984:27-43.
  • 19. Callegaro D, Lolio CA, Radvany J, Tilbery CP, Mendonça RA, Melo ACP. Prevalence of multiple sclerosis in the city of Săo Paulo, Brazil, in 1990. Neuroepidemiology 1992;11:11-14.
  • 20. Kuroiwa Y. Nationwide survey of MS in Japan. Neurology 1975; 25:845-851.
  • 21. Leite ACCB, Andrade C, Novis S. Esclerose múltipla no Rio de Janeiro: apresentaçăo clínica em 51 casos. Arq Neuropsiquiat 1990;48(Supl):66A.
  • 22. Horowitz AL, Kaplan RD, Grewe G, et al. The ovoid lesion: a new MR observation in patients with multiple sclerosis. AJNR Am J Neuroradiol 1989;10:303-305.
  • 23. Ormerod IEC, Miller DH, McDonald WI, et al. The role of NMR imaging in the assessment of multiple sclerosis and isolated neurological lesions. Brain 1987;110:1579-1616.
  • 24. Fazekas F, Offenbacher H, Fuchs S, et al. Criteria for an increased specificity of MRI interpretation in elderly subjects with suspected multiple sclerosis. Neurology 1988;38:1822-1825.
  • 25. Simon JH, Holtas SL, Schiffer RB, et al. Corpus callosum and subcallosal-periventricular lesions in multiple sclerosis: detection with MR. Radiology 1986;160:363-367.
  • 26. Offenbacher H, Fazekas F, Schmidt R, et al. Assesment of MRI criteria for diagnosis of MS. Neurology 1993;43:905-909.
  • 27. Oppenheimer DR. The cervical cord in multiple sclerosis. Neuropath Appl Neurobiol 1978;4:151-162.
  • 28. Minguetti G, Iwamoto FM, Yanai D. Ressonância magnética na esclerose múltipla: análise de 107 casos. Rev Imagem 1998;20:51-56.
  • 29. Brant-Zawadskin, Fein G, van Dyke C, Kiernan R, Davemport L, de Groot J. MR imaging of the aging brain: patchy white-matter lesions and dementia. AJNR Am J Neuroradiol 1985;6:675-682.
  • 30. Miller DH, Ormerod IEC, Gibson A, du Boulay EPGH, Rudge P, McDonald WI. Mr brain scanning in patients with vasculitis: differentiation from multiple sclerosis. Neuroradiology 1987;29:226-231.
  • 31. Román GC. Senile dementia of the Binswanger type: a vascular form of the dementia in the elderly. J Am Med Ass 1987;258:1782-1788.
  • 32. Miller DH, Kendall BE, Barter S, Johnson G, Mac-Manus DG, Logsdail SJ, Ormerod IEC, McDonald WI. Magnetic resonance imaging in central nervous system sarcoidosís. Neurology 1988;38:378-383.
  • 33. Kesselring J, Miller DH, Robb SA. Acute disseminated encephalomyelitis - MRI findings and the distinction from multiple sclerosis. Brain 1990;113:291-302.
  • 1
    Serviços de Neurologia do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Paraná e de Ressonância Magnética do CETAC - Centro de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, Curitiba PR, Brasil:
    Professor Adjunto do Departamento de Clínica Médica da UFPR e Diretor do CETAC, PhD (Londres), Neurorradiologista.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Set 2001
    • Data do Fascículo
      Set 2001

    Histórico

    • Aceito
      23 Mar 2001
    • Recebido
      29 Nov 2000
    • Revisado
      08 Mar 2001
    Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revista.arquivos@abneuro.org