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Cerebral aneurism and HIV

CORRESPONDÊNCIA

CEREBRAL ANEURISM AND HIV

Gostaria de esclarecer um ponto importante no trabalho publicado no número 1 do volume 59 de Arquivos de Neuropsiquiatria1. O referido artigo é o relato de caso de um paciente de 1 mês de vida com diagnóstico de HIVestabelecido por 3 ELISA e 1 Western-Blot +, apesar de apresentar níveis séricos de CD4/ CD8 dentro dos padrões normais e o PCR para HIV negativo.

De acordo com o consenso americano de infecção pediátrica pelo HIV 2, o diagnóstico de HIV só é estabelecido com o PCR ele deverá ser confirmado após um segundo teste virológico, o mais rápido que possível,após o primeiro teste ter sido liberado. Pavia e Christenson 3 afirmam que a cultura viral é o método-ouro para estabelecer o diagnóstico do HIV, todavia, é lento, trabalhoso e caro, sendo indicado o PCR por DNA como método de escolha no diagnóstico do HIV em crianças. Afirmam que "... o p24 ... não é recomendado para diagnóstico de HIV neonatal pois é um método menos sensível que o PCR e a cultura, e falso-positivos podem acontecer".

Ainda, o paciente não apresentava déficit imunológico tendo em vista serem o CD4 e CD8 normais (34,7% e 44,7%, respectivamente).

Sendo assim, é mais cômodo, lógico e aceitável pensar que a paciente acima não apresentava imunossupressão, nem nativa nem adquirida e que ainda não se podia estabelecer diagnóstico de HIV baseando-se apenas em ELISA positivo,já que o mesmo representaria anticorpos adquiridos da mãe, sabidamente HIV, sendo o diagnóstico definitivo apenas estabelecido após dois testes de PCR positivos. Nesse caso, apenas um teste havia sido realizado e ele mostrava-se negativo.

REFERÊNCIAS

1. Nunes MH, Pinho PS, Sfoggia A. Cerebral aneurysmal dilatation in na infant with perinatally acquired HIV infection and HSV encephalitis. Arq Neuropsiquiatr 2001;59:116- 118.

2. Working Group on Antiretroviral Therapy and Medical Management of HIV-Infected Children. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2000;51:1-59.

3. Pavia AT, Christenson JC. Pediatric AIDS. In Sande MA, Volberding PA.The medical management of AIDS. 6.Ed. Philadelphia: Saunders, 1999: 525- 535.

Thiago D. Gonçalves-Colho

Médico Residente de Segundo Ano

Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo

RESPOSTA DOS AUTORES

Em resposta a correspondência recebida, referente a artigo de nossa autoria publicado nos Arquivos de Neuro-Psiaquiatria (Aneurisma cerebral sintomático precoce em lactente com infecção congênita por HIV e encefalite herpética , Arq Neuropsiquiatr 200;59:116-118), acho que fica claro na discussão (primeiro parágrafo) como foi realizada a suspeita diagnostica e na referencia 11 como foi validado o diagnóstico. Como o lactente evoluiu rapidamente para óbito, não houve tempo de observação suficiente que justificasse a repetição dos exames. Concordo com o colega que os exames deveriam ser repetidos, caso o paciente tivesse sobrevivido, para confirmação diagnóstica.

Magda Lahorgue Nunes

Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas, Porto Alegre

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Out 2001
  • Data do Fascículo
    Set 2001
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