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Estimulação magnética transcraniana

CORRESPONDÊNCIA

Estimulação magnética transcraniana

José Carlos Dias Ferreira

Médico Coordenador Neurofisiologia Clínica Rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor 70335-901 Brasília DF - Brasil

Senhor Editor - O artigo intitulado ''Estimulação Magnética Transcraniana'' publicado na Revista 61(1):146-152 traz informações relevantes não só quanto aos aspectos técnicos, mas também quanto à aplicabilidade deste método na investigação e seguimento de doenças neurológicas. Os autores enfatizaram o valor do potencial evocado motor para fins de pesquisa em todo o mundo e sua utilização para fins clínicos na Europa e nos EUA.

Entretanto, cumpre ressaltar que, no Brasil, este exame já vem sendo realizado de rotina, com finalidades clínicas desde 1995, na Rede "SARAH" de Hospitais de Reabilitação sob a direção do Dr. Aloysio Campos da Paz e coordenação do Setor de Neurofisiologia Clínica do Dr. José Carlos Dias Ferreira. São seis unidades hospitalares: Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, São Luiz e Rio de Janeiro. Em toda a rede foram realizados em torno de 4500 exames e, só em Brasília, 3250 exames até esta data.

O Potencial Evocado Motor tem contribuído na investigação de várias doenças neurológicas como acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson, mielopatias, ataxias e paraparesia espástica de etiologias diversas. Salienta-se, também, a sua importância na decisão cirúrgica em pacientes com envolvimento medular e o seu valor no acompanhamento e resultado destas intervenções.

É oportuno informar que, tendo por base a experiência e casuística deste serviço, foram desenvolvidos duas dissertações de Mestrado que definiram e padronizaram os valores de referência da latência e tempo de condução centrais e do período inibitório da estimulação magnética transcraniana em pacientes adultos, atendidos na Rede SARAH. Atualmente vem sendo desenvolvido trabalho com o uso do Potencial Evocado Motor e afecções do sistema neuro-motor, bem como a casuística das unidades hospitalares.

Fica registrado que este procedimento é praticado entre nós, de longa data, na Rede SARAH, demonstrando uma experiência própria na comprovação da eficácia desta técnica.

REFERÊNCIA

1. Brasil-Neto JP, Boechat-Barros R, da Mota-Silveira DA. O uso da estimulação magnética transcraniana de baixa frequência no tratamento da depressão no Hospital Universitário de Brasília: achados preliminares. Arq Neuropsiquiatr 2003;61:83-86.

Resposta dos Autores - As aplicações clínicas da estimulação magnética transcraniana são de grande interesse. Nós revisamos aspectos gerais dos usos e limitações da estimulação magnética transcraniana em nosso artigo e gostaríamos de estimular a divulgação da técnica no Brasil. Foi com grande satisfação que vimos o interessante trabalho do Dr. Joaquim Brasil-Neto1, relacionado ao tratamento de depressão através da estimulação magnética repetitiva no mesmo número de ''Arquivos de Neuropsiquiatria'' no qual nossa revisão foi publicada. Nós agradecemos ao Dr. José Carlos D. Ferreira por seus comentários construtivos que enfatizaram a experiência com estimulação magnética transcraniana em populações brasileiras.

Adriana B. Conforto,

Suely K.N. Marie,

Leonardo G. Cohen,

Milberto Scaff

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Abr 2004
  • Data do Fascículo
    Mar 2004
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