Melhoramento da mamoneira transferência do caráter indeiscência para o cultivar 'IAC-38' de mamoneira

Banzatto, N. V.; Rocha, J. L. V.; Canecchio Filho, V.

doi:10.1590/S0006-87051963000100023

Resumos

No Estado de São Paulo cultiva-se quase que exclusivamente o cultivar de mamoeira 'IAC-38', que possui porte pequeno, grande vigor, chegando a dar 2000 kg de sementes por hectare e 41% de óleo. Tem, porém, o inconveniente de apresentar frutos deiscentes, resultando na necessidade de várias colheitas por ano, o que encarece o produto. Em 1957 realizaram-se hibridações visando transferir o caráter indeiscência do cultivar 'Cimarron' para o 'IAC-38'. Das numerosas progênies estudadas até F5, duas se destacaram e deram origem a promissoras linhagens de frutos indeiscentes. Após a análise destas duas seleções em ensaios comparativos de produção, aproveitou-se a melhor delas para multiplicação. Essa linhagem constituiu o cultivar 'Campinas'. Além de ter produção comparável à do 'IAC-38' e de apresentar frutos in-deiscentes, tem ainda a vantagem do porte médio e de possuir o teor de 46% de óleo nas sementes.

The castor bean crop in São Paulo has been expanding in recent years and reached about 30,000 tona of seed annually. The IAC-38 cultivar is the most planted It has a dwarf size, a cycle of 180 to 200 days, and yields about 2,000 tons of seed per hectare. Its seed oil content is 41%. It is an outstanding cultivar, but has the disadvantage of having dehiscent fruit. This requires a great number of harvests and consequently increases the labor costs. Hybrids between IAC-38 and the non-shattering cultivar Cimarron were made in 1957. After five generations of successive selfings and individual selection testings, a progeny was found that associates good vegetative characters with high yield and indehiscent capsules. Plants representative of this new selected cultivar have medium height, erect branches, and a cycle of 140 to 150 days. They show a partial defoliation at hervest time. The yield is comparable to that of the IAC-38 and its seed oil content is better (46%). The new cultivar that has been named Campinas will probably be released to farmers in the next two years.

Melhoramento da mamoneira transferência do caráter indeiscência para o cultivar 'IAC-38' de mamoneira¹ 1 Trabalho apresentado à IX Reunião da Sociedade Brasileira de Genética, realizada em Curitiba, Paraná, de 8 a 14 de julho de 1962.

Castor bean breeding. Incorporation of the non-shattering character in the IAC-38 cultivar

N. V. Banzatto^I; J. L. V. Rocha^II; V. Canecchio Filho^II

^IEngenheiro-agrônomo, Seção de Genética,

^IIEngenheiros-agrônomos, Seção de Oleaginosas, Instituto Agronômico

RESUMO

No Estado de São Paulo cultiva-se quase que exclusivamente o cultivar de mamoeira 'IAC-38', que possui porte pequeno, grande vigor, chegando a dar 2000 kg de sementes por hectare e 41% de óleo. Tem, porém, o inconveniente de apresentar frutos deiscentes, resultando na necessidade de várias colheitas por ano, o que encarece o produto.

Em 1957 realizaram-se hibridações visando transferir o caráter indeiscência do cultivar 'Cimarron' para o 'IAC-38'. Das numerosas progênies estudadas até F₅, duas se destacaram e deram origem a promissoras linhagens de frutos indeiscentes. Após a análise destas duas seleções em ensaios comparativos de produção, aproveitou-se a melhor delas para multiplicação. Essa linhagem constituiu o cultivar 'Campinas'. Além de ter produção comparável à do 'IAC-38' e de apresentar frutos in-deiscentes, tem ainda a vantagem do porte médio e de possuir o teor de 46% de óleo nas sementes.

SUMMARY

The castor bean crop in São Paulo has been expanding in recent years and reached about 30,000 tona of seed annually. The IAC-38 cultivar is the most planted It has a dwarf size, a cycle of 180 to 200 days, and yields about 2,000 tons of seed per hectare. Its seed oil content is 41%. It is an outstanding cultivar, but has the disadvantage of having dehiscent fruit. This requires a great number of harvests and consequently increases the labor costs.

Hybrids between IAC-38 and the non-shattering cultivar Cimarron were made in 1957. After five generations of successive selfings and individual selection testings, a progeny was found that associates good vegetative characters with high yield and indehiscent capsules. Plants representative of this new selected cultivar have medium height, erect branches, and a cycle of 140 to 150 days. They show a partial defoliation at hervest time. The yield is comparable to that of the IAC-38 and its seed oil content is better (46%).

The new cultivar that has been named Campinas will probably be released to farmers in the next two years.

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LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em: 17 de janeiro de 1963.

1. GURGEL, J, T. A. Estudos sôbre a mamoneira (R. communis L.). Piracicaba, E. S. A. "Luiz de Queiroz", 1945. 70 p.
2. KRUG, C. A. & MENDES, P. T. Melhoramento da mamoneira (R. communis L.) I: Plano Geral dos trabalhos em execução nas Secções de Genética e Plantas Oleaginosas do Instituto Agronômico do Estado de S. Paulo. Bragantia 2:129-154. 1942.
3. ___________ ____________, Melhoramento da mamoneira (R. communis L.) II: Observações gerais sôbre a variabilidade do gênero Ricinus. Bragantia 2:155-197. 1942.
4. ___________ ___________& SOUZA, O. F. DE. Melhoramento da mamoneira (R. communis L.). III: Primeira série de ensaios de variedades (1937/38, 1938/39). Bragantia 3:85-122. 1943.
5. MENDES, P. T. A mamoneira - generalidades, instruções para a sua cultura. Campinas, Instituto Agronômico, 1938. 28 p. (Bol. n.° 19).
6. ____________ & SOUZA, O. F. DE. Melhoramento da mamoneira (R communis L.). IV: Segunda e terceira séries de ensaios de variedades anãs (1940/41, 1941/42). Bragantia 5:351-358. 1945.
7. ZIMMERMAN, L. H. Castorbeans: a new oil crop for mechanized production. Advane. Agron. 10:258-288. 1958.

1

Trabalho apresentado à IX Reunião da Sociedade Brasileira de Genética, realizada em Curitiba, Paraná, de 8 a 14 de julho de 1962.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
23 Fev 2010
Data do Fascículo
1963

Histórico

Recebido
17 Jan 1963

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[1] 1. GURGEL, J, T. A. Estudos sôbre a mamoneira (R. communis L.). Piracicaba, E. S. A. "Luiz de Queiroz", 1945. 70 p.

[2] 2. KRUG, C. A. & MENDES, P. T. Melhoramento da mamoneira (R. communis L.) I: Plano Geral dos trabalhos em execução nas Secções de Genética e Plantas Oleaginosas do Instituto Agronômico do Estado de S. Paulo. Bragantia 2:129-154. 1942.

[3] 3. ___________ ____________, Melhoramento da mamoneira (R. communis L.) II: Observações gerais sôbre a variabilidade do gênero Ricinus. Bragantia 2:155-197. 1942.

[4] 4. ___________ ___________& SOUZA, O. F. DE. Melhoramento da mamoneira (R. communis L.). III: Primeira série de ensaios de variedades (1937/38, 1938/39). Bragantia 3:85-122. 1943.

[5] 5. MENDES, P. T. A mamoneira - generalidades, instruções para a sua cultura. Campinas, Instituto Agronômico, 1938. 28 p. (Bol. n.° 19).

[6] 6. ____________ & SOUZA, O. F. DE. Melhoramento da mamoneira (R communis L.). IV: Segunda e terceira séries de ensaios de variedades anãs (1940/41, 1941/42). Bragantia 5:351-358. 1945.

[7] 7. ZIMMERMAN, L. H. Castorbeans: a new oil crop for mechanized production. Advane. Agron. 10:258-288. 1958.