Acessibilidade / Reportar erro

Métodos de analise dos danos da lagarta da espiga¹, em médias de gerações envolvendo IAC Maya e Zapalote Chico

Method for analysis of damage of the corn earworm heliothis zea in generation means from IAC Maya and Zapalote Chico

Resumos

O milho Zapalote Chico 2451 (ZC 2451), referido na literatura como a melhor fonte de resistência à lagarta da espiga, Heliothis zea (Boddie, 1850), e o IAC Maya XII foram observados em condições de campo, juntamente com as gerações F1, e F2 resultantes do cruzamento de ambos, bem como os respectivos retrocruzamentos da população F1, para cada um dos pais, a fim de estudar métodos de análises de dados obtidos através da escala de dano revista por WIDSTROM e, conseqüentemente, fornecer subsídios para trabalhos de estudo da herança da resistência envolvendo esse cruzamento. Para analisar os dados, dividiram-se as notas de dano em quatro classes distintas agrupadas duas a duas, zero mais 1 e > 2, e zero e > 1, e aplicou-se o método do quiquadrado (c2) para verificar qual divisão melhor se ajustava. Os resultados revelaram que o grupo das classes zero mais 1 e > 2 apresentou melhor uniformidade dos dados entre as repetições dentro de cada tratamento. A análise da variância para cada classe de dano, separadamente, apresentou valores de F altamente significativos para as classes zero e zero mais 1, enquanto para as classes > 1 e > 2, os mesmos não permitiram diferenciar os tratamentos. Entre as classes zero e zero mais 1, esta última revelou maior significância e melhor precisão dos dados. O milho ZC 2451, quando comparado com a variedade IAC Maya XII, exibiu boa resistência à lagarta da espiga nas condições de Campinas (SP), resistência essa relacionada com fatores de não preferência e/ou antibiose, devido ã maior porcentagem de espigas não danificadas do ZC 2451.


The line Zapalote Chico 2451 (ZC 2451) resistant to the corn earworm, Heliothis zea, the commercial synthetic Brazilian variety IAC Maya XII, the F1 and F2 obtained with their cross, and the two back crosses between the F1 and both parents, were planted in the field in a randomized block with 10 replications. The earworm damage done to the ears was graded utilizing the revised scale described by WIDSTROM (27). The data obtained was analised by two different ways. The grades were distributed at first in two different classes: grades 0 and 1 and grades > 2. The grades were afterwards distributed in the following two classes: grades 0 and grades > 1. The chi-square test was applied to verify which of the two types of classes adjusts better with their respective expected ratios. The results showed that when the grades were divided in the classes 0+1 and > 2 the data were more uniform within each treatment. The analysis of variance for each damage class separately, presented F values highly significant for the classes zero and zero plus one, whereas for the classes > 1 and > 2 the damage averages were very similar and the F values were not significant. The class zero plus one had F value higher and the coefficient of variation smaller than the class zero. The ZC 2451 corn compared to the variety IAC Maya XII, exibited good resistance to the corn earworm, under the field conditions of Campinas, State of São Paulo, Brazil. This resistance is of the type non preference and or antibiosis, because there was a higher percentage of ears of ZC 2451 free of earworm damage.


ARTIGOS

Métodos de analise dos danos da lagarta da espiga1 1 Lepidoptera: Noctuidae. , em médias de gerações envolvendo IAC Maya e Zapalote Chico2 2 Trabalho parcialmente financiado pela FINEP, contrato n.° 409/CT.

Method for analysis of damage of the corn earworm heliothis zea in generation means from IAC Maya and Zapalote Chico

Jorge Alberto Marques RezendeI, 3 3 Com bolsa de aperfeiçoamento do CNPq. ; Luiz Torres de MirandaII; Carlos Jorge RossettoIII

ISeção de Entomologia Fitotécnica, IAC

IISeção de Milho e Cereais Diversos, IAC

IIISeção de Entomologia Fitotécnica, Instituto Agronômico, IAC

RESUMO

O milho Zapalote Chico 2451 (ZC 2451), referido na literatura como a melhor fonte de resistência à lagarta da espiga, Heliothis zea (Boddie, 1850), e o IAC Maya XII foram observados em condições de campo, juntamente com as gerações F1, e F2 resultantes do cruzamento de ambos, bem como os respectivos retrocruzamentos da população F1, para cada um dos pais, a fim de estudar métodos de análises de dados obtidos através da escala de dano revista por WIDSTROM e, conseqüentemente, fornecer subsídios para trabalhos de estudo da herança da resistência envolvendo esse cruzamento. Para analisar os dados, dividiram-se as notas de dano em quatro classes distintas agrupadas duas a duas, zero mais 1 e > 2, e zero e > 1, e aplicou-se o método do quiquadrado (c2) para verificar qual divisão melhor se ajustava. Os resultados revelaram que o grupo das classes zero mais 1 e > 2 apresentou melhor uniformidade dos dados entre as repetições dentro de cada tratamento. A análise da variância para cada classe de dano, separadamente, apresentou valores de F altamente significativos para as classes zero e zero mais 1, enquanto para as classes > 1 e > 2, os mesmos não permitiram diferenciar os tratamentos. Entre as classes zero e zero mais 1, esta última revelou maior significância e melhor precisão dos dados. O milho ZC 2451, quando comparado com a variedade IAC Maya XII, exibiu boa resistência à lagarta da espiga nas condições de Campinas (SP), resistência essa relacionada com fatores de não preferência e/ou antibiose, devido ã maior porcentagem de espigas não danificadas do ZC 2451.

SUMMARY

The line Zapalote Chico 2451 (ZC 2451) resistant to the corn earworm, Heliothis zea, the commercial synthetic Brazilian variety IAC Maya XII, the F1 and F2 obtained with their cross, and the two back crosses between the F1 and both parents, were planted in the field in a randomized block with 10 replications.

The earworm damage done to the ears was graded utilizing the revised scale described by WIDSTROM (27).

The data obtained was analised by two different ways. The grades were distributed at first in two different classes: grades 0 and 1 and grades > 2. The grades were afterwards distributed in the following two classes: grades 0 and grades > 1. The chi-square test was applied to verify which of the two types of classes adjusts better with their respective expected ratios. The results showed that when the grades were divided in the classes 0+1 and > 2 the data were more uniform within each treatment.

The analysis of variance for each damage class separately, presented F values highly significant for the classes zero and zero plus one, whereas for the classes > 1 and > 2 the damage averages were very similar and the F values were not significant. The class zero plus one had F value higher and the coefficient of variation smaller than the class zero.

The ZC 2451 corn compared to the variety IAC Maya XII, exibited good resistance to the corn earworm, under the field conditions of Campinas, State of São Paulo, Brazil.

This resistance is of the type non preference and or antibiosis, because there was a higher percentage of ears of ZC 2451 free of earworm damage.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação a 6 de agosto de 1980.

  • 1. AYALA OSUNA J.; LARA, F. M.; DE BORTOLI, S. A.; MOBIGLIA, J. L. Avaliação de família de meios-irmãos do composto dentado de milho para características agronômicas e resistência à Heliothis zea (Boddie, 1850). Anais da S. E. B., Piracicaba, 7(2):183-191, 1978.
  • 2. BENNETT, S. E.; JOSEPHSON, L. M.; BURGESS, E. E. Field and laboratory studies on resistance of corn to the earworm. Journal of Economic Entomology, 60(1):171-173, 1967.
  • 3. CAMERON, J. W. & ANDERSON, L. D. Husk tightness, earworm egg numbers, and starchiness of kernels in relation to resistance of corn earworm. Journal of Economic Entomology, 59(3):556-558, 1966.
  • 4. CARVALHO, R. P. L. Danos e flutuação populacional de Heliothis zea (Boddie, 1850) e suscetibilidade de diferentes genótipos de milho. Jaboticabal, F.M.V.A.A.R.J. UNESP, 1977. 107p. (Tese de Livre-Docência)
  • 5. COELHO, M. L. V. S. & MAIA, N. G. Intensidade de graus de infestação de Diatraea saccharalis Fabr. e Heliothis zea Boddie, em 12 cultivares de milho. Veranópolis, RS, IPAGRO, Estação Experimental, 1976. 12p.
  • 6. CORSEUIL, E. Incidência da lagarta da espiga do milho. In: REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 22. E DO SORGO GRANÍFERO, 4., Porto Alegre RS, 1975. Ata. p. 67-69.
  • 7. FENNELL, D. I.; LILLEHOJ, E. B.; KWOLEK, W. F. Aspergillus flavus and other fungi associated with insect-damaged field corn. Cereal Chemistry, 52(3) :314-321 1975.
  • 8. FENNELL, D. I.; KWOLEK, W. F.; LILLEHOJ, E. B.; ADAMS, G. L.; BOTHAST, R. J.; ZUBER, M. S.; CALVERT, O. H.; GUTHRIE, W. D.; BACKHOLT, A. J.; MANWILLER, A.; JELLUM, M. D. Aspergillus flavus presence in silks and insects from developing and mature corn ears. Cereal Chemistry, 54(4) :770-778, 1977.
  • 9. __________; LILLEHOJ, E. B.; KWOLEK, W. F.; GUTHRIE, W. D.; SHEELEY, R.; SPARKS, A. N.; WIDESTROM, N. W.; ADAMS, G. L. Insect larval activity on developing corn ears and subsequent aflatoxin contamination of seed. Journal of Economic Entomology, 71(4):624-628, 1978.
  • 10. FERREIRA, E. Características do milho associadas com a resistência à lagarta da espiga Helicoverpa zea (Boddie, 1850). Piracicaba, ESALQ USP, 1974. 124p. (Tese de Mestrado)
  • 11. GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B. Manual de entomologia agrícola. São Paulo, Ceres, 1978, 531p.
  • 12. JOSEPHSON, L. M.; BENNETT, S. E.; BURGESS, E. E. Methods of artificially infesting corn with the corn earworm and factors influencing resistance. Journal of Economic Entomology, 59(6):1322-1324, 1966.
  • 13. LEIDERMAN, L. Observações sobre a suscetibilidade de cinco variedades de milho ao ataque de Hellothis zea (Fabr., 1793) e Diatraea sp. O Biológico, São Paulo, 20(5):73-77, 1954.
  • 14. LILLEHOJ, E. B.; FENNELL, D. I.; KWOLEK, W. P. Aspergillus flavus and aflatoxin in Iowa corn before harvest. Science, 193(4252):495-496, 1976.
  • 15. LINK, D. & PIGNATARO, I. A. Infestação do milho no campo pelo complexo de pragas da espiga. Revista do Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, 1(3):47-60, 1971.
  • 16. LUCKMANN, W. H.; RHODES, A. M.; WANN, E. V. Silk balling an other factors associated with resistance of corn to corn earworm. Journal of Economic Entomology, 57(5):778-779, 1974.
  • 17. McMILLIAN, W. W. & WISEMAN, B. R. Host plant resistance: A twentieth century look at the relationship betwen Zea mays L. and Heliothis zea (Boddie). Univ. of Florida, 1972, 131p. (Monograph Serv. 2)
  • 18. __________; WILSON, D. M.; WIDSTROM, N. W. Insect damage Aspergillus flavus ear mold, and aflatoxin contamination in South Georgia corn field in 1977. Journal of Environmental Quality, 7(4):564-565, 1978.
  • 19. ORLANDO, A. Observações dos hábitos de Hellothis obsoleta (Fabr.) como praga das espigas de milho e a eliminação dos estilos-estigmas como processo de combate (Lep. Noct.) Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, 13(18) :191-207, 1942.
  • 20. REZENDE, J. A. M. & POMMER, C. V. Efeito da seleção para produção e qualidade protéica no grau de dano da lagarta da espiga, Heliothis zea em populações de milho opaco. Bragantia, Campinas, 38(21):195-202, 1979.
  • 21. __________; ROSSETTO, C. J.; SILVA, W. J.; MIRANDA, L. T. de. Avaliação do comportamento de milhos resistentes à lagarta da espiga Heliothis zea. Ciência e Cultura, São Paulo, 32(3):345-348, 1980.
  • 22. SCHALK, J. M. & RATCLIFPE, R. H. Evaluation of ARS program on alternative methods of insect control: Host plant resistance to insect. Bulletin of the Entomological Society of America, 22(1):7-10, 1976.
  • 23. STARKS, K. S. & McMILLIAN, W. W. Resistance in corn to the corn earworm and fall armyworm. II Types of field resistance to the corn earworm. Journal of Economic Entomology, 60(4):920-923, 1967.
  • 24. STRAUB, R. W. & FAIRCHILD, M. L. Laboratory studies of resistance in corn to the corn earworm. Journal of Economic Entomology, 63(6) :1901-1903, 1970.
  • 25. STRAUB, R. W.; FAIRCHILD, M. L.; ZUBER, M. S.; KEASTER, A. J. Transmission of corn earworm resistance from Zapalote Chico to topcross progenies. Journal of Economic Entomology, 66(2):434-436, 1973.
  • 26. WAISS JR., A. C.; CHON, B. G.; ELLIGER, C. A.; WISEMAN, B. R.; McMILLIAN, W. W.; WIDSTROM, N. W.; ZUBER, M. S.; KEASTER, A. J. Maysin, a aflavone glycoside from corn with antibiotic activity toward corn earworm. Journal of Economic Entomology, 72(2):256-258, 1979.
  • 27. WIDSTROM, N. W. An evaluation of methods for measuring corn earworm injury. Journal of Economic Entomology, 60(3):791-794, 1967.
  • 28. __________; LILLEHOJ, E. B.; SPARKS, A. N.; KWOLEK, W. P. Corn earworm damage and aflatoxin Bl on corn ears protected with inseticides. Journal of Economic Entomology, 69(5):677-679, 1976.
  • 29. WISEMAN, B. R.; McMILLIAN, W. W.; WIDSTROM, N. W. Feeding of corn earworm in the laboratory on excised silks of selected corn entries with notes on Orius insidiosus Florida Entomologist, 59(3) :305-308, 1976.
  • 30. __________; WIDSTROM, N. W.; McMILLIAN, W. W. Ear characteristics and mechanisms of resistance among selected corns to corn earworm. Florida Entomologist, 60(2):97-103, 1977.
  • 31. __________; __________; __________ Movement of corn earworm larvae on ears of resistance and susceptible corns. Environmental Entomology, 7(5):777-779, 1978.
  • 1
    Lepidoptera: Noctuidae.
  • 2
    Trabalho parcialmente financiado pela FINEP, contrato n.° 409/CT.
  • 3
    Com bolsa de aperfeiçoamento do CNPq.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Dez 2007
    • Data do Fascículo
      1982

    Histórico

    • Recebido
      06 Ago 1980
    Instituto Agronômico de Campinas Avenida Barão de Itapura, 1481, 13020-902, Tel.: +55 19 2137-0653, Fax: +55 19 2137-0666 - Campinas - SP - Brazil
    E-mail: bragantia@iac.sp.gov.br