Ocorrência de glicoalcalóides e esverdeamento em tubérculos de batata recém-colhidos e armazenados

Spoladore, Dayse S.; Teixeira, João Paulo F.; Zullo, Marco Antônio T.; Teixeira, Paulo R. M.; Coelho, Sônia M. B. M.; Miranda Filho, Hilário S.

doi:10.1590/S0006-87051983000100020

Resumos

Foram analisados 36 dos cultivares de batata (Solanum tuberosum L.) existentes no Instituto Agronômico, quanto ao teor de glicoalcalóides totais (TGA) na porção superficial dos tubérculos, e quanto à sua capacidade de esverdeamento, duas características importantes na comercialização do produto. As determinações foram feitas para tubérculos recém-colhidos, armazenados na ausência e na presença de luz, ambos por 25 dias. Os teores de TGA situaram-se na faixa de 3-24mg/100g de peso fresco. Tanto as condições de armazenamento quanto os cultivares influenciaram o teor de TGA e a capacidade de esverdeamento. Encontrou-se uma correlação linear significativa entre o teor de TGA e a capacidade de esverdeamento, independentemente de tratamentos e cultivares, negativa, porém, para tubérculos recém-colhidos. Os dados obtidos sugerem que ambos os fatores são influenciados por características genéticas peculiares a cada cultivar.

Thirty-six cultivars of potatoes were studied with respect to the total glycoalkaloids (TGA) content and greening capacity of the tuber. The determinations were made in the superficial portion of both newly harvested and tubers stored in the presence or absence of light during 25 days. The TGA content ranged betwen 3-24mg/100g of fresh weight. Both the storage conditions and the cultivars influenced the TGA content and greening capacity. There was a negative correlation between TGA content and the 440nm absorbance of a chloroform extract for newly harvested tubers. This correlation, however, was positive for the stored tubers. The present data suggest that both the TGA content and the greening capacity of the tubers were influenced by genetic characteristícs of each cultivar.

ARTIGOS

Ocorrência de glicoalcalóides e esverdeamento em tubérculos de batata recém-colhidos e armazenados¹ 1 Trabalho parcialmente financiado com recursos do Convênio IAC/EMBRAPA. Resultados parciais apresentados durante a 334 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Salvador (BA), de 8 a 15 de julho de 1981, e durante a 344 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Campinas (SP), 6 - 14 de julho de 1982.

Occurrence of glycoalkaloids and greening in newly harvested and stored potato tubers

Dayse S. Spoladore^I; João Paulo F. Teixeira^I; Marco Antônio T. ZulloI, ^² 2 Com bolsa de suplementação do CPNq. ; Paulo R. M. TeixeiraII, ^² 2 Com bolsa de suplementação do CPNq. , ³ 3 Atualmente, no Banco do Brasil, Alfenas (MG). ; Sônia M. B. M. CoelhoII, ^² 2 Com bolsa de suplementação do CPNq. ; Hilário S. Miranda Filho^II

^ISeção de Fitoquímica, IAC

^IISeção de Raízes e Tubérculos, Instituto Agronômico, IAC

RESUMO

Foram analisados 36 dos cultivares de batata (Solanum tuberosum L.) existentes no Instituto Agronômico, quanto ao teor de glicoalcalóides totais (TGA) na porção superficial dos tubérculos, e quanto à sua capacidade de esverdeamento, duas características importantes na comercialização do produto. As determinações foram feitas para tubérculos recém-colhidos, armazenados na ausência e na presença de luz, ambos por 25 dias. Os teores de TGA situaram-se na faixa de 3-24mg/100g de peso fresco. Tanto as condições de armazenamento quanto os cultivares influenciaram o teor de TGA e a capacidade de esverdeamento. Encontrou-se uma correlação linear significativa entre o teor de TGA e a capacidade de esverdeamento, independentemente de tratamentos e cultivares, negativa, porém, para tubérculos recém-colhidos. Os dados obtidos sugerem que ambos os fatores são influenciados por características genéticas peculiares a cada cultivar.

SUMMARY

Thirty-six cultivars of potatoes were studied with respect to the total glycoalkaloids (TGA) content and greening capacity of the tuber. The determinations were made in the superficial portion of both newly harvested and tubers stored in the presence or absence of light during 25 days.

The TGA content ranged betwen 3-24mg/100g of fresh weight. Both the storage conditions and the cultivars influenced the TGA content and greening capacity. There was a negative correlation between TGA content and the 440nm absorbance of a chloroform extract for newly harvested tubers.

This correlation, however, was positive for the stored tubers. The present data suggest that both the TGA content and the greening capacity of the tubers were influenced by genetic characteristícs of each cultivar.

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Recebido para publicação a 13 de maio de 1982.

1. AMERICAN POTATO JOURNAL. Name of potato variety Lenape with drawn. New Brunswick, New Jersey, 47:103, 1970.
2. AKELEY, R. V.; MILLS, W. R.; CUNNINGHAM, C. E.; WATTS, J. Lenape: a new potato variety with high solids and chipping quality. American Potato Journal, 45:142-145, 1968.
3. BEUKEMA, H. P. & ZAAG, D. E. van der. Nutritive value and quality characteristics. In: POTATO improvement, some factors and facts. Wageningen, International Agricultural Centre (I.A.C.), 1979. 224p.
4. BOGORAD, L. The biosynthesis of chlorophylls. In: VERNON, L. P. & SEELY, G. R. The chlorophylls. New York, Academic Press, 1966. Chap. 15, p. 481-510.
5. BURTON, W. G. Requirements of the users of ware potatoes. Potato Reserch, 17:374-409, 1974.
6. FITPATRICK, T. J.; HERB, S. F.; OSMAN, S. F.; McDERMOTT, J. A. Potato glycoalkaloids: Increases and variations of rations in aged slices over prolonged storage. American Potato Journal, 54:539-544, 1977.
7. GULL, D. D. & ISENBERG, F. M. Chlorophyll and solanine content and distribution in four varieties of potato tubers. Proceedings of the American Society for Horticultural Science, 75:545-556, 1960.
⁸
^__________ & ^__________ Light burn and off-flavor development in potato tubers exposed to fluorescent lights. Proceedings of the American Society for Horticultural Science, 71:446-454, 1958.
9. SCHREIBER, K. Steroid alkaloids: The Solanum group. In: MANSKE, R. H. F. The alkaloids. 1968. v. 10, p. 1-192.
10. SINDEN, S. L. & WEBB, R. L. Efect of environment on glycoalkalod content of six potato varieties at 39 locations. U. S. Dep. Agric, 1974. 30p. (Technical Bulletin, 1472)
11. SMITH, J. H. C. Protochlorophyll, precursor of chlorophyll. Archives of Biochemistry, 19:449-454, 1948.
12. SPOLADORE, D. S.; ZULLO, M. A. T.; TEIXEIRA, J. P. F. Extração e isolamento de a-solanina de brotos de batata. Bragantia, Campinas, 42: 253-255, 1983. (Nota, 5)
13. TORRES, J. di P. Conseqüências dos distúrbios fisiológicos na batata. O Estado de São Paulo, 25 dez. 1979, supl. agric. 1248:4.
14. VERBIST, J. F. & MONNET, R. A propos de la teneur en solanine des petits tubercules nouveaux de pomme de terre (Solanum tuberosum L.), Potato Research, 22:239-244, 1979.
15. WANG, S. L.; BEFORD, C. L.; THOMPSON, N. R. Determination of glycoalkaloids in potatoes (S. tuberosum) with a bisolvent extraction method. American Potato Journal, 49:302-308, 1972.
16. ZITNAK, A. The occurrence and distribution of free alkaloid solanidine in netted gem potatoes. Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, 39:1257-1265, 1961.

1

Trabalho parcialmente financiado com recursos do Convênio IAC/EMBRAPA. Resultados parciais apresentados durante a 334 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Salvador (BA), de 8 a 15 de julho de 1981, e durante a 344 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Campinas (SP), 6 - 14 de julho de 1982.

2

Com bolsa de suplementação do CPNq.

3

Atualmente, no Banco do Brasil, Alfenas (MG).

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
17 Dez 2007
Data do Fascículo
1983

Histórico

Recebido
13 Maio 1982

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[1] 1. AMERICAN POTATO JOURNAL. Name of potato variety Lenape with drawn. New Brunswick, New Jersey, 47:103, 1970.

[2] 2. AKELEY, R. V.; MILLS, W. R.; CUNNINGHAM, C. E.; WATTS, J. Lenape: a new potato variety with high solids and chipping quality. American Potato Journal, 45:142-145, 1968.

[3] 3. BEUKEMA, H. P. & ZAAG, D. E. van der. Nutritive value and quality characteristics. In: POTATO improvement, some factors and facts. Wageningen, International Agricultural Centre (I.A.C.), 1979. 224p.

[4] 4. BOGORAD, L. The biosynthesis of chlorophylls. In: VERNON, L. P. & SEELY, G. R. The chlorophylls. New York, Academic Press, 1966. Chap. 15, p. 481-510.

[5] 5. BURTON, W. G. Requirements of the users of ware potatoes. Potato Reserch, 17:374-409, 1974.

[6] 6. FITPATRICK, T. J.; HERB, S. F.; OSMAN, S. F.; McDERMOTT, J. A. Potato glycoalkaloids: Increases and variations of rations in aged slices over prolonged storage. American Potato Journal, 54:539-544, 1977.

[7] 7. GULL, D. D. & ISENBERG, F. M. Chlorophyll and solanine content and distribution in four varieties of potato tubers. Proceedings of the American Society for Horticultural Science, 75:545-556, 1960.

[8] ⁸
^__________ & ^__________ Light burn and off-flavor development in potato tubers exposed to fluorescent lights. Proceedings of the American Society for Horticultural Science, 71:446-454, 1958.

[9] 9. SCHREIBER, K. Steroid alkaloids: The Solanum group. In: MANSKE, R. H. F. The alkaloids. 1968. v. 10, p. 1-192.

[10] 10. SINDEN, S. L. & WEBB, R. L. Efect of environment on glycoalkalod content of six potato varieties at 39 locations. U. S. Dep. Agric, 1974. 30p. (Technical Bulletin, 1472)

[11] 11. SMITH, J. H. C. Protochlorophyll, precursor of chlorophyll. Archives of Biochemistry, 19:449-454, 1948.

[12] 12. SPOLADORE, D. S.; ZULLO, M. A. T.; TEIXEIRA, J. P. F. Extração e isolamento de a-solanina de brotos de batata. Bragantia, Campinas, 42: 253-255, 1983. (Nota, 5)

[13] 13. TORRES, J. di P. Conseqüências dos distúrbios fisiológicos na batata. O Estado de São Paulo, 25 dez. 1979, supl. agric. 1248:4.

[14] 14. VERBIST, J. F. & MONNET, R. A propos de la teneur en solanine des petits tubercules nouveaux de pomme de terre (Solanum tuberosum L.), Potato Research, 22:239-244, 1979.

[15] 15. WANG, S. L.; BEFORD, C. L.; THOMPSON, N. R. Determination of glycoalkaloids in potatoes (S. tuberosum) with a bisolvent extraction method. American Potato Journal, 49:302-308, 1972.

[16] 16. ZITNAK, A. The occurrence and distribution of free alkaloid solanidine in netted gem potatoes. Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, 39:1257-1265, 1961.