Acessibilidade / Reportar erro

Índice de intensidade de infecção adaptado ao estudo de manchas de sementes de arroz

Index of infection intensity adapted for the study of spotted rice seeds

Resumos

A avaliação de manchas em amostras de sementes de arroz (Oryza sativa L.) tem sido feita mediante o cálculo de porcentagem de sementes manchadas, o que não dá informação quantitativa sobre sua incidência. Com o objetivo de obter dados quantitativos de manchas de sementes de arroz, procurou-se adaptar o índice de intensidade de infecção proposto por Amaral e exemplificado por Silva, comparando-se os dois métodos. Foram utilizadas 128 amostras de 5g de sementes provenientes de ensaios conduzidos nos municípios paulistas de Jaboticabal e Pindorama, no ano agrícola de 1982/83, e compostos de 16 cultivares de arroz-de-sequeiro, com quatro repetições. Para calcular o índice de intensidade de infecção, cada amostra foi separada visualmente em quatro categorias: n0 = sem manchas; n1 = poucas manchas (até 5%); n2 = muitas manchas (6-25%), e n3 = extremamente manchadas (acima de 25% da superfície com manchas). A mesma amostra foi separada em sementes com e sem manchas, independente da quantidade de manchas que cada semente apresentasse, calculando-se a porcentagem das manchadas. A comparação da análise da variância e da correlação entre ambas as avaliações revelou que o índice de intensidade de infecção, denominado pelos autores de índice de intensidade de manchas, proporcionou maior discriminação entre os tratamentos que a porcentagem de sementes manchadas, sugerindo-o para a avaliação quantitativa de manchas de sementes de arroz.

arroz; Oryza sativa L.; manchas de sementes; método de avaliação de manchas; índice de intensidade de manchas


The evaluation of spots in rice seeds has been performed through the calculation of the percentage of spotted seeds. However this measurement is not quantitative. The objective of this experiment was to compare the percentage of spotted seeds with an index of infection intensity, which gives a more precise quantitative information about the extension of the seed surface area infected. For this comparison, 5g-rice-seed samples from two field trials, carried out in Jaboticabal and Pindorama, in the State of São Paulo, Brazil, in 1982/83, were used. Each trial had the same 16 cultivars with four replications, totalizing 64 samples per site. Seeds of each sample were visually separated in one of four categories: n0 = spotless seeds; n1 = up to 5% of the seed surface spotted; n2 = from 6 to 25% of seed surface spotted; and n3 = over 25% of the seed surface spotted. The number of seeds was counted in each category in order to calculate the index of infection intensity. The same seed samples were separated in two groups: spotted and spotless seeds, independently of the surface area attacked. The number of seeds in each group was counted in order to calculate the percentage of spotted seeds. After the statistical analysis (F test and correlation) performed, the results showed highly significant correlation between both methods, and the so called "spot intensity index" presented better discrimination among cultivars than the percentage of spotted seeds. The authors suggest the use of the new index for selection of rice cultivars aiming to less spotted seeds.

rice; Oryza sativa L.; seed spots; methodology of seed spot evaluation; spot intensity index


III. FITOPATOLOGIA

Índice de intensidade de infecção adaptado ao estudo de manchas de sementes de arroz1 1 Trabalho apresentado no XIX Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado em Brasília (DF), 13-18 de julho de 1986. Pesquisa parcialmente subvencionada pela EMBRAPA.

Index of infection intensity adapted for the study of spotted rice seeds

Jaciro SoaveI, 2 2 Com bolsa de pesquisa do CNPq. ; Maria Thereza de Toledo RicciI, III; Luiz Ernesto AzziniII, 2 2 Com bolsa de pesquisa do CNPq.

ISeção de Microbiologia Fitotécnica, Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13001 Campinas, SP

IISeção de Genética, IAC

IIIEstagiária bolsista da FAPESP

RESUMO

A avaliação de manchas em amostras de sementes de arroz (Oryza sativa L.) tem sido feita mediante o cálculo de porcentagem de sementes manchadas, o que não dá informação quantitativa sobre sua incidência. Com o objetivo de obter dados quantitativos de manchas de sementes de arroz, procurou-se adaptar o índice de intensidade de infecção proposto por Amaral e exemplificado por Silva, comparando-se os dois métodos. Foram utilizadas 128 amostras de 5g de sementes provenientes de ensaios conduzidos nos municípios paulistas de Jaboticabal e Pindorama, no ano agrícola de 1982/83, e compostos de 16 cultivares de arroz-de-sequeiro, com quatro repetições. Para calcular o índice de intensidade de infecção, cada amostra foi separada visualmente em quatro categorias: n0 = sem manchas; n1 = poucas manchas (até 5%); n2 = muitas manchas (6-25%), e n3 = extremamente manchadas (acima de 25% da superfície com manchas). A mesma amostra foi separada em sementes com e sem manchas, independente da quantidade de manchas que cada semente apresentasse, calculando-se a porcentagem das manchadas. A comparação da análise da variância e da correlação entre ambas as avaliações revelou que o índice de intensidade de infecção, denominado pelos autores de índice de intensidade de manchas, proporcionou maior discriminação entre os tratamentos que a porcentagem de sementes manchadas, sugerindo-o para a avaliação quantitativa de manchas de sementes de arroz.

Termos de indexação: arroz, Oryza sativa L., manchas de sementes, método de avaliação de manchas, índice de intensidade de manchas.

SUMMARY

The evaluation of spots in rice seeds has been performed through the calculation of the percentage of spotted seeds. However this measurement is not quantitative. The objective of this experiment was to compare the percentage of spotted seeds with an index of infection intensity, which gives a more precise quantitative information about the extension of the seed surface area infected. For this comparison, 5g-rice-seed samples from two field trials, carried out in Jaboticabal and Pindorama, in the State of São Paulo, Brazil, in 1982/83, were used. Each trial had the same 16 cultivars with four replications, totalizing 64 samples per site. Seeds of each sample were visually separated in one of four categories: n0 = spotless seeds; n1 = up to 5% of the seed surface spotted; n2 = from 6 to 25% of seed surface spotted; and n3 = over 25% of the seed surface spotted. The number of seeds was counted in each category in order to calculate the index of infection intensity. The same seed samples were separated in two groups: spotted and spotless seeds, independently of the surface area attacked. The number of seeds in each group was counted in order to calculate the percentage of spotted seeds. After the statistical analysis (F test and correlation) performed, the results showed highly significant correlation between both methods, and the so called "spot intensity index" presented better discrimination among cultivars than the percentage of spotted seeds. The authors suggest the use of the new index for selection of rice cultivars aiming to less spotted seeds.

Index terms: rice, Oryza sativa L., seed spots, methodology of seed spot evaluation, spot intensity index.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 21 de abril de 1987 e aceito em 27 de outubro de 1988.

  • AMARAL, E. Novo índice de intensidade de infecção. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 4:1-2, 1969.
  • ATKINS, J.G. Rice disease of the Americas: a review of literature. Washington, U.S. Dept. of Agricultura, 1974. 106p. (Agriculture Handbook, 448)
  • DOUGLAS, W.A. & TULLIS, E.C. Insects and fungi as causes of pecky rice. Washington, U.S. Dept. of Agriculture, 1950.20p. (Technical Bulletin, 1015)
  • LASCA, C.C.; AMARAL, R.E.M. & MALAVOLTA, V.M.A. Sanidade de sementes de arroz produzidas no Estado de São Paulo. In: REUNIÃO DE TÉCNICOS EM RIZICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1., Campinas, 1979. Anais. Campinas, CATI, 1979. p.123-124.
  • LEÃO, M.F.; LASCA, C.C. & AMARAL, R.E.M. Ocorrência de fungos em sementes de arroz no Estado de Mato Grosso. In: REUNIÃO DE TÉCNICOS EM RIZICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1., Campinas, 1979. Anais. Campinas, CATI, 1979. p.107-114.
  • OU, S.H. Rice diseases. Kew, Surrey, England, Commonwealth Mycological Institute, 1972. 368p.
  • RIBEIRO, A.S. Doenças do arroz irrigado. Pelotas, EMBRAPA/UEPAE, 1979. 44p. (Circular Técnica, 3)
  • __________& MARIOT, C. Condições fitossanitárias das sementes de arroz no Rio Grande do Sul. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, 272:4852, 1974.
  • SILVA, J.G.C. Análise estatística de um novo índice de intensidade de infecção. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 4:3-7, 1969.
  • SOAVE, J.; PIZZINATTO, M.A.; USBERTI FILHO, J.A.; AZZINI, L.E.; CAMARGO, O.B.A.; VILLELA, O.V. & GALLO, P.B. Comportamento de cultivares de arroz irrigado em relação a fungos manchadores de semente Bragantia, Campinas, 44(1):331-346, 1985
  • SOAVE, J.; PIZZINATTO, M.A.; USBERTI FILHO CAMARGO, O.B.A. & VILLELA, O.V. Selection of rice cultivars resistant to some pathogens using seed health testing. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 19(4)1449-453, 1984.
  • TAUBENHAUS, J.J.; ALTSTATT, G.E. & WYCHE, R.H. Black Kernel of rice. ANNUAL REPORT. Texas Agricultural Experiment Station, n.48:94, 1935.
  • TISDALE, W.H. Seedling blight and stack-burn of rice and the hot-water seed treatment. Washington, U.S. Dept. of Agriculture, 1922. 11p. (Bulletin, 1116)
  • URBEN, A.F. & WETZEL, M.M.V.S. Ocorrência, sobrevivência e controle de Phyllosticta oryzae em sementes de arroz produzidas nas condições dos cerrados. Fitopatologia Brasileira, Brasília, 5:462, 1980. (Resumo)
  • 1
    Trabalho apresentado no XIX Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado em Brasília (DF), 13-18 de julho de 1986. Pesquisa parcialmente subvencionada pela EMBRAPA.
  • 2
    Com bolsa de pesquisa do CNPq.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Nov 2007
    • Data do Fascículo
      1988

    Histórico

    • Aceito
      27 Out 1988
    • Recebido
      21 Abr 1987
    Instituto Agronômico de Campinas Avenida Barão de Itapura, 1481, 13020-902, Tel.: +55 19 2137-0653, Fax: +55 19 2137-0666 - Campinas - SP - Brazil
    E-mail: bragantia@iac.sp.gov.br