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Nota Editorial: Política e Fluxo Editorial da DADOS* * Esta nota contou com a inestimável colaboração de Marcia Rangel Candido, assistente editorial de DADOS, responsável pela compilação e organização dos dados.

Em nota editorial publicada recentemente em DADOS (no1, vol. 59, 2016), celebrávamos a simbólica publicação do número cento e cinquenta e anunciávamos algumas mudanças, bem como atividades e novidades relacionadas à comemoração, este ano, do seu quinquagésimo aniversário. Nesta nova edição, apresentamos um breve panorama das principais alterações realizadas na política editorial, e alguns dados e informações sobre o fluxo e o perfil dos artigos recebidos durante os últimos 12 meses (número de artigos submetidos; distribuição da autoria por titulação acadêmica, gênero e lugar de origem). Na esteira do que vem sendo estimulado pelo SciELO Brasil e feito – ainda de maneira incipiente – por algumas revistas, o objetivo é socializar com a comunidade acadêmica indicadores sobre o procedimento de avaliação, com o intuito de gerar maior transparência do processo editorial.

Soma-se a isso outra motivação: fomentar um diálogo sobre as práticas editoriais das revistas nacionais em ciências sociais, oferecendo subsídios para a geração de um mapa mais abrangente da produção científica, a compreensão das especificidades dos periódicos e a discussão de experiências e desafios que podem enriquecer o debate sobre políticas públicas no âmbito da editoração científica. Isto se torna importante devido à centralidade dos periódicos nos últimos anos. Além de serem um rápido veículo de divulgação dos resultados das pesquisas, são um instrumento fundamental da avaliação da pós-graduação brasileira e do desempenho individual de pesquisadores de boa parte do mundo; servem como um bom “termômetro” da trajetória e da produção acadêmica nas ciências sociais, inclusive convertendo-se em recorte empírico privilegiado de muitos estudos recentes sobre os temas e enfoques da sociologia e da ciência política nacional; e, afinal, vivem um momento de reconfiguração profunda tendo em vista as transformações mais amplas, internas e externas, relacionadas ao campo de atuação da revista.

Todavia, apesar do crescente protagonismo dos periódicos, ainda são muitos os desafios para avançar rumo à autonomia financeira, à profissionalização, ao aperfeiçoamento da divulgação e impacto e ao reconhecimento dos editores e dos pareceristas. Pouco se conhece também sobre a dinâmica interna dos periódicos e seus indicadores. Espera-se que ao revelar alguns destes dados sobre a política e o fluxo editorial de DADOS possamos contribuir a agregar elementos para esta empreitada coletiva.

Aumento da Demanda e Ajustes na Política Editorial

O número de artigos recebidos pela editoria de DADOS aumentou exponencialmente durante os últimos anos, levando a um incremento das taxas globais de rejeição e, consequentemente, a uma maior dificuldade em controlar o tempo médio de processamento dos manuscritos. Em 2012, foram recebidos 170 artigos, dos quais foram publicados 29; em 2013, recebemos 372 artigos, dos quais 30 foram publicados; já em 2014, registramos o recebimento recorde de 495 submissões, havendo sido publicados 36 manuscritos originais.

A principal hipótese explicativa para o incremento significativo dos artigos em 2013 consiste no fato de que, a partir daquele ano, o espanhol também passou a ser idioma oficial da revista. Desde então, o número de submissões provenientes de países hispanofalantes aumentou vertiginosamente, como veremos mais adiante. Mesmo que este seja um dado positivo em termos de internacionalização da revista, a editoria notou, contudo, que a grande maioria dos artigos recebidos do exterior não se adequava ao escopo do periódico. Isso talvez se explique pelo fato de que boa parte dos autores estrangeiros sejam mobilizados a submeter suas contribuições a DADOS mais pelo fato de estarmos indexados nas principais bases internacionais (entre elas Scopus e ISI – Thomson Reuters) do que por sintonia ao perfil editorial da revista.

Tendo em conta este cenário, o Conselho de Redação passou a discutir a adoção de alguns ajustes na política editorial e nos procedimentos de avaliação e gestão dos artigos, implementados a partir de 2015, a saber: i) reformulação do escopo e da política editorial; ii) redefinição do fluxo editorial; iii) adoção de um novo sistema de gestão online de manuscritos. Vejamos com mais detalhes estas três mudanças.

Em primeiro lugar, no início do ano passado, novas normas foram publicadas na página de DADOS no SciELO. Adotamos uma política editorial mais estrita, direcionando o escopo a “artigos inéditos no campo das Ciências Sociais que contribuam para a inovação teórica, metodológica e/ou análise empírica”. Em rigor, esta sempre foi a missão da revista: publicar artigos de ponta e fomentar o pluralismo temático, disciplinar e conceitual, através de contribuições inovadoras, pioneiras e de interesse acadêmico e político-social. No entanto, tornou-se importante explicitá-la de forma mais enfática, já que, conforme mencionado anteriormente, o aumento expressivo da demanda – também derivado da pressão crescente em publicar – nem sempre significou que as submissões encaixassem na política editorial da revista. Relatos de caso, resenhas, traduções, relatórios de pesquisa, comunicações breves e outros documentos eram recebidos, mesmo não se adequando ao seu perfil. Por outro lado, vários artigos formalmente passíveis de avaliação devido aos temas e ao formato apresentavam importantes limitações teórico-metodológicas, perfis meramente descritivos ou se restringiam a revisar a literatura.

Em segundo lugar, outra forma de tornar o processo seletivo mais rigoroso foi tornar mais rígido o primeiro e o segundo filtro de avaliação de DADOS. Os artigos recebidos passam por um triplo filtro: o primeiro deles, realizado pelo Editor com o apoio da Assistente de Redação, é de caráter estritamente formal e avalia se o texto segue as normas editoriais e de apresentação. O segundo, realizado pelo Conselho de Redação, com apoio do Conselho Editorial, em reuniões mensais, decide se o artigo se adequa ou não ao escopo de DADOS. Em caso negativo, elabora uma carta explicando os motivos da rejeição. Em caso positivo, indica nomes de avaliadores ad hoc com reconhecida expertise no tema. Finalmente, o terceiro filtro é feito a partir de avaliações sempre anônimas, e auxilia o Editor na tomada da decisão final, comunicada mediante carta decisória.

O aumento da taxa de rejeição no primeiro e no segundo filtro, perceptível na Tabela 1, ajuda a compreender os motivos do aumento das taxas globais de rejeição que incluem, portanto, as rejeições liminares formais filtradas inicialmente pelo Editor, as rejeições de caráter teórico-metodológico e de escopo editorial realizadas, no segundo filtro, pelo Conselho de Redação e, finalmente, aquelas rejeições realizadas no terceiro e último filtro. Deste modo, se em 2012 mais da metade dos artigos recebidos eram enviados para avaliadores externos, em 2013 e em 2014 menos de 30% foram enviados para pareceristas ad hoc, cujos nomes são divulgados em uma lista publicada por DADOS no último número de cada ano desde 1986.

Tabela 1
Artigos Recebidos/Publicados e Taxa de Rejeição (2012 a 2014)

Finalmente, em abril de 2015, adotamos a Plataforma ScholarOne Manuscripts como forma de submissão de novos manuscritos com o objetivo de maximizar a eficiência do processo de avaliação. Tendo em vista o volume de submissões, a gestão dos artigos por e-mail tornou-se uma tarefa inviável. Um ano após a adoção do ScholarOne, os primeiros resultados são animadores, conquanto mais lentos do que gostaríamos. É possível constatar uma diminuição no tempo de processamento dos artigos, um maior dinamismo na seleção dos pareceristas ad hoc, ganhos em termos de segurança, transparência e facilidade para a gestão dos manuscritos e, também, uma maior facilidade para a geração de estatísticas relativas ao processo de avaliação. Dentre os desafios a serem superados para o pleno rendimento da nova Plataforma, encontram-se dificuldades com pareceristas ainda reativos ao sistema online, o desfecho de algumas submissões recebidas antes do início de sua utilização e o aperfeiçoamento do controle da rotina editorial. Esperamos que até o final de 2016, e este é o nosso compromisso público, todos os artigos submetidos a DADOS estejam inteiramente incorporados ao novo sistema.

Enquanto completamos esta transição nos próximos meses e trabalhamos tanto na maximização das possibilidades oferecidas pela plataforma online como na construção de novas estatísticas envolvendo séries históricas mais longas e diversos detalhes do processo de avaliação (tais como o número de manuscritos rejeitados em cada filtro de avaliação, as disciplinas e as áreas temáticas), podemos oferecer, desde já, à comunidade acadêmica alguns dados relevantes.

Origem e Perfil dos Artigos e dos/as Autores/as durante o Último Ano

Entre abril de 2015 e abril de 2016 foram recebidos 315 artigos na Plataforma ScholarOne, de acordo com a frequência mensal estabelecida no Gráfico 1. Para além dos artigos submetidos pelo sistema online, recebemos 97 e-mails durante o último ano de autores que, antes de submeterem suas propostas pela plataforma, realizaram consultas sobre se o seu texto se encaixaria ou não no escopo de DADOS. Alguns deles (19) acabaram submetendo seus artigos após superarem o filtro formal, mas a grande maioria (78) não prosseguiu com o processo de submissão, seja por serem desencorajados pelo teor do artigo ou por outros motivos. Destarte, neste período de transição para a nova plataforma, o e-mail ainda serviu para a realização do primeiro filtro de avaliação, sendo a demanda real bruta equivalente a 393 artigos recebidos durante o período em questão.

Gráfico 1
Artigos Submetidos por Meses (abril de 2015 a abril de 2016)

A diminuição do número de artigos recebidos durante o último ano provavelmente esteja relacionada aos ajustes realizados na política editorial, agora mais estrita. Em nota editorial futura, pretendemos publicar o tipo de decisões tomadas em cada filtro de avaliação e a duração das etapas de processamento dos manuscritos. No momento, não contamos com dados que permitam ainda a comparação anual e, desse modo, uma compreensão mais aprofundada sobre os efeitos da adoção do sistema online. Seja como for, estamos manejando um tempo médio entre a submissão e a notificação aos autores entre 6 e 9 meses, pretendendo estabilizar estas datas a partir do próximo ano, quando também adotaremos, de forma regular, o sistema Ahead of Print para evitar a demora excessiva entre a aprovação dos textos e sua publicação.

Nesse ínterim, compartilhamos dados raramente disponibilizados pelas revistas de ciências sociais e humanas sobre autoria por grau da titulação acadêmica, gênero, coautoria e lugar de procedência.

Se contabilizarmos as quatro edições do volume 57 (ano 2014) e do volume 58 (ano 2015), assim como a primeira do volume 59 (ano 2016), publicaram em DADOS 109 autores, dos quais 89 são doutores e 20 mestres e/ou doutorandos. Isso significa que 81,65% dos autores que publicaram nos últimos dois anos na revista são doutores, muitos dos quais com vários anos de doutoramento. Neste sentido, embora se confirme uma tendência já constatada por alguns estudos que analisaram a produção de nossa revista de que a grande maioria dos autores que publicam em DADOS sejam doutores, observa-se também um quadro plural de submissões por nível formativo, no qual o número de doutores que submetem propostas é relativamente menor ao de autores. Autores experientes possuem, assim, maiores chances de êxito. Embora precisássemos acompanhar o desdobramento do processamento dos artigos dispostos no Gráfico 2 e suas taxas de rejeição e aprovação para calcular o índice exato de êxito dos doutores comparativamente com outras titulações, o cálculo retroativo aqui realizado reforça uma inclinação já observada em anos anteriores.

Gráfico 2
Titulação Acadêmica dos/as Autores/as que Submeteram Artigos (abril de 2015 a abril de 2016)

Se a titulação acadêmica é uma variável amplamente utilizada na análise dos periódicos, a recíproca não é verdadeira para o gênero. Observa-se, de acordo com o Gráfico 3, que durante o último ano, 6 de cada 10 autores são do gênero masculino. A variação de artigos publicados e submetidos por gênero ao longo dos últimos anos não permite conclusões com os dados que dispomos, mas esperamos que nos próximos anos, com uma base de dados mais ampla, possamos realizar algumas comparações longitudinais. Outro dado interessante se refere ao modo como os trabalhos são elaborados, de maneira colaborativa ou individual. Como apresentado no Gráfico 4, de um total de 565 autores no período analisado, os artigos de autoria individual masculina representam o maior percentual de submissões (33%), seguido pela coautoria mista, entre homens e mulheres, que totaliza 32%. A autoria individual feminina (15%), por sua vez, excede o trabalho em coautoria tanto entre homens (12%), como entre mulheres (8%).

Gráfico 3
Autoria dos Artigos por Gênero (abril de 2015 a abril de 2016)

Gráfico 4
Artigos Submetidos por Coautoria (abril de 2015 a abril de 2016)

Para além da disposição dos artigos por titulação, gênero e autoria, outra variável relevante é o lugar de procedência do autor, entendido aqui como seu vínculo principal em termos de filiação institucional. Este dado está divido nos Gráficos 5 e 6, respectivamente, por estados brasileiros e por países.

Gráfico 5
Autores por Estado de Origem – Brasil (abril de 2015 a abril de 2016)

Gráfico 6
Autores por País (abril de 2015 a abril de 2016)

Como era de se esperar, tendo em vista a conhecida assimetria regional da produção científica brasileira e a concentração de autores que publicam em DADOS na região Sudeste, observa-se que os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais concentram mais da metade do total de artigos de origem nacional. A região Sul, por sua vez, é responsável por 19% das submissões nacionais, seguida de 14% do Nordeste, 10% do Centro-Oeste e somente 2% do Norte.

Os dados são mais chamativos, entretanto, quando olhamos para a procedência institucional dos autores por país. Sobressaem no Gráfico 6 duas tendências principais: a primeira delas, o número bastante elevado de artigos submetidos por autores afiliados a instituições estrangeiras (47% do total), que, inclusive, poderia causar estranheza àqueles leitores que observam como a maioria dos artigos publicados correspondem a autores radicados no Brasil; a segunda, a notória concentração no espaço ibero-americano, com destaque para 21% dos autores provenientes da Espanha e de Portugal, 18% oriundos de países latino-americanos (Chile, Argentina, Colômbia, México e Equador) e ainda 8% de outros países, com até cinco autores, nos quais incluem-se também Costa Rica, Cuba, Peru, República Dominicana e Uruguai. Do total de artigos recebidos neste período, 62% foram submetidos em português, 30% em espanhol e 8% em inglês.

Estes dados podem ser lidos de muitas maneiras. Em primeiro lugar, supõe-se – como já sugerido – que o grau de conhecimento dos autores estrangeiros sobre as exigências da revista seja menor que o dos autores nacionais, onde a DADOS é amplamente conhecida. Isso poderia explicar, ao menos parcialmente, o desajuste entre o alto número de artigos submetidos provenientes do exterior e a baixa taxa de aprovação dos mesmos, inclusive quando nota-se nos últimos três anos um crescimento considerável do número de artigos de autores filiados a instituições localizadas fora do Brasil.

Em segundo lugar, confirma-se o espaço ibero-americano como o principal, embora não exclusivo, âmbito geocultural de internacionalização da revista. Isto não é uma novidade. De fato, já no primeiro número de DADOS, publicado em 1966, é possível localizar várias contribuições seminais ao debate latino-americano da época, em que artigos de intelectuais brasileiros como Leôncio Martins Rodrigues, Maria da Conceição Tavares ou Hélio Jaguaribe dividiam espaço com um texto do argentino Torcuato Di Tella. É verdade que, naquele momento, inclusive boa parte dos autores brasileiros que publicaram nos primeiros números, e colaboravam frequentemente com a revista, residiam no exterior, seja pelo exílio ou por estadias formativas e profissionais. A despeito de transformações posteriores, DADOS esteve aberta, desde sua fundação, aos principais debates internacionais das ciências sociais, embora a internacionalização estivesse mediada sempre por um processo de internalização destas referências ao âmbito interno/nacional.

Trata-se de um desafio central nos dias de hoje, quando boa parte das políticas atuais de estímulo à internacionalização dos periódicos são pouco sensíveis às trajetórias históricas, às tradições nacionais/regionais e à diversidade linguística e de políticas editoriais, impondo a publicação em inglês, independente do perfil e do escopo do periódico. Critérios multidimensionais parecem mais adequados para uma internacionalização autônoma e diversificada. É isso o que tem buscado fazer a revista DADOS ao priorizar o espanhol como segundo idioma, sem negar a publicação em inglês, que passa a ser possível agora dependendo do teor do artigo e da decisão final do Conselho de Redação, que poderá sugerir a publicação simultânea em português e em inglês; estimular que autores com afiliação estrangeira submetam artigos dentro do escopo da revista; aumentar o número de pareceristas estrangeiros (hoje aproximadamente 20% do total); e realizar uma divulgação mais ampla em outros países, de tal forma a aumentar sua visibilidade e impacto internacional.

Em terceiro lugar, se cruzarmos as informações de coautoria apresentadas no Gráfico 4 com os dados de filiação institucional dos autores por país, observamos que um 6% dos artigos submetidos são fruto de cooperação internacional. Destas coautorias que envolvem diferentes países, as mais habituais ao longo do último ano foram as realizadas entre Brasil/Portugal e Brasil/Espanha.

Vistos isoladamente, os indicadores aqui apresentados sobre os autores e os artigos submetidos dizem pouco. Lidos globalmente e em perspectiva comparada (com outras revistas científicas, com os artigos publicados na própria DADOS ou, mais adiante – assim que dispusermos de mais dados – com outros anos) permitem compor uma radiografia e uma geopolítica mais acurada da produção científica, contribuindo também para a democratização do conhecimento.

Enfim, as mudanças das dinâmicas editoriais, do papel das revistas científicas e, de maneira mais geral, da própria configuração do campo intelectual e da estruturação das ciências sociais, têm exigido dos periódicos um exercício contínuo de adaptação e inovação. A adequação às novas tecnologias de informação e comunicação e às novas ferramentas de divulgação científica é somente um dos muitos desafios abertos, ao qual DADOS somou-se recentemente, a partir da criação de perfil próprio nas redes sociais Facebook (www.facebook.com/revistadados) e Twitter (@DadosRevista). Outras medidas e novidades, que buscam manter a identidade, a qualidade e o profissionalismo da revista, serão anunciadas no bojo das atividades comemorativas dos cinquenta anos de DADOS ao longo do segundo semestre. A partir de 2017, uma nota editorial semelhante a esta, embora com maior grau de detalhamento, será publicada, sempre no primeiro número do ano, com as estatísticas e dados relativos ao ano anterior.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2016
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