Acessibilidade / Reportar erro

Periphery as a work eccentric modernities and lusophone-tropical rearrangements

A periferia como obra modernidades excêntricas a re-arranjos Luso-tropicalistas

Abstracts

The last decade theoretical accumulation on peripheries has turned this concept into a fundamental tool to approach contemporaneity. It has become an effective key to rethink the complex morphology of modernities, in particular when the modernization processes don't seem completely to entail the diversities of the generated modern forms. After a synoptic genealogy of peripheral thoughts, inscribed in the synthetic categorial circle of Periferic, the concept key is adopted to draft the very particular profile of Portuguese colonialism, historically grounded on a paradoxical "weak force" that fed a mythology of exceptionalism of the Portuguese Overseas case. In this sense, a modern peripheral discourse may become an international work of articulation of fake forms and narratives. Such a rethorical and ideological device, defined by the ideology of Luso-Tropicalism - set up in Brazil, that is in an ex-colony with the decisive contribution of Gilberto Freyre, but after recycled by the contemporary metropolis, Portugal and the Salazarian regime, in order to justify the maintenance of the African colonies - shows a crucial but hidden aspect and risk of the postcolonial theories. If it isn't assumed with a particular ethics of discourse care, uncritical postcolonial arguments may be turned as a exceptional colonial alibi to feed the immagination of a necessary colonial relation. Therefore, postcolonial theory has to keep a very strict link to the metacritcal dimension of the discourse.

Modern peripheries; Portuguese Colonialism; Exceptionalism and Luso-Tropicalism; Postcolonial; Ethics of the discourse; Lusophone Postcolonialism


A acumulação teórica das últimas décadas sobre as "periferias" atualizou o conceito clássico, que hoje é chave para repensar as morfologias complexas do moderno. Com tal conceito, esboça-se, aqui, o perfil do colonialismo português, baseado historicamente numa paradoxal "força débil" que alimenta uma mitologia de excepcionalismo. Assim, um discurso moderno periférico pode se articular no plano internacional a narrativas falsas. Tal dispositivo ideológico, presente na ideologia do Luso-tropicalismo - constituído no Brasil por Gilberto Freyre, e reciclado pela metrópole - mostra um aspecto encoberto nas teorias pós-coloniais. Ao não se cuidar de uma particular ética do discurso, formulações acríticas pós-coloniais podem se converter em álibi colonial alimentando a imaginação de uma colonização necessária. Portanto, a teoria pós-colonial deve manter um elo estreito com a dimensão metacrítica do discurso.

Periferias modernas; colonialismo português; excepcionalismo e Luso- -tropicalismo; ética do discurso pós-colonial; pós-colonialismo situado


  • 1
    1 SARLO, Beatriz. Una modernidad periférica: Buenos Aires 1920 y 1930. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión, 1988, p. 29.
  • 3 ŽIŽEK, Slavoj. The Sublime Object of Ideology London-New York: Verso, 1989.
  • 4 BERMAN, Marshall. L'esperienza della modernità Italian translation. Bologna: Il Mulino, 1985, chapter IV.
  • 5 ALTHUSSER, Louis. Sull'ideologia Italian translation. Bari: Dedalo Libri, 1976, p. 37.
  • 6 TROTSKY, Leon. The History of the Russian Revolution, English translation. London: Pluto Press, 1977, p. 26 and 27.
  • 7 BLOCH, Ernst. Nonsynchronism and the Obligation to Its Dialectics. New German Critique, n. 11, 1977, p. 22.
  • 9 MORETTI, Franco. Opere mondo Saggio sulla forma epica dal Faust a Cent'anni di solitudine. Torino: Einaudi, 1994, p. 47.
  • 10 WALLERSTEIN, Immanuel. La cultura come campo di battaglia ideologico del sistema-mondo moderno. In: _______. Alla scoperta del sistema mondo Roma: manifestolibri, 2003, p. 294 and 302.
  • 11 LOURENÇO, Eduardo. Portugal - Identidade e imagem. In: _______. Nós e a Europa ou as duas razões Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1990, p. 22.
  • 12 SANTOS, Boaventura de Sousa. O Estado, as Relações Salariais e o Bem-estar Social na Semiperiferia: o Caso Português". In: _______. (ed.). Portugal um Retrato Singular Porto: Afrontamento, 1993, p. 20.
  • 13 RIBEIRO, Margarida Calafate. Uma História de Regressos: Império, Guerra colonial e Pós-Colonialismo. Porto: Edições Afrontamento, 2004, p. 15.
  • 14 GRAMSCI, Antonio. Quaderno I (XVI) 1929-1939. In: _______. Quaderni del Carcere, Gerratana V. (ed.), Torino: Einaudi, 1975, v. I, p. 70.
  • 15 SAID, Edward. Cultura e imperialismo Letteratura e consenso nel progetto coloniale dell'Occidente. Italian translation. Roma: Gamberetti, 1998, p. 75.
  • 17 ORLANDO, Francesco, L'intimità e la storia Lettura del Gattopardo. Torino: Einaudi, 1998, p. 121 and 122.
  • 18 GARRETT, João Baptista da Silva Leitão Almeida. Portugal na balança da Europa. Do que tem sido e do que ora lhe convém ser na nova ordem de coisas do mundo civilizado. Lisboa: Horizonte, 2005, p. 63.
  • 20 In such a perspective cfr APPADURAI, Arjun. Modernity at Large Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis-London: University of Minnesota Press, 1996, p. 179 and 180.
  • 21 HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil 18. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984, p. 131.
  • 24 Cf. FREYRE, Gilberto. Um brasileiro em terras portuguesas Introdução a uma possível lusotropicologia, acompanhada de conferências e discursos proferidos em Portugal e em terras lusitanas e ex-lusitanas da Ásia, da África e do Atlântico. Recife-São Paulo: Fundação Gilberto Freyre - É Realizações Editora, 2010.
  • 26 CASTELO, Cláudia. O modo português de estar no mundo. In: _______. O luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961). Porto: Afrontamento, 1998.
  • 27 AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer Il potere sovrano e la nuda vita. Torino: Einaudi, 1995, p. 27.
  • And on this topic see VECCHI, Roberto. Excepção atlântica Pensar a literatura da guerra colonial. Porto: Afrontamento, 2010, p.184.

Publication Dates

  • Publication in this collection
    27 June 2014
  • Date of issue
    June 2014

History

  • Received
    04 Nov 2013
  • Accepted
    22 Apr 2014
Instituto de Estudos Brasileiros Espaço Brasiliana, Av. Prof. Luciano Gualberto, 78 - Cidade Universitária, 05508-010 São Paulo/SP Brasil, Tel. (55 11) 3091-1149 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revistaieb@usp.br