Diagnóstico e tratamento em neurologia infantil
Diagnosis and treatment in pediatric neurology
Magda Lahorgue Nunes 1 1 Magda Lahorgue Nunes - Profª Adjunta do Departamento de Pediatria e Medicina Interna/Neurologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. , José Luiz Dias Gherpelli 2 2 José Luiz Dias Gherpelli - Livre-docente em Neurologia Infantil pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Médico Assistente do Serviço de Neurologia Infantil e responsável pelos Ambulatórios de Neurologia do Desenvolvimento e de Cefaléias na Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas da FMUSP, São Paulo, SP. Neuropediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP.
O suplemento Diagnóstico e tratamento em neurologia infantil trata de temas que são de grande importância para o pediatra. A prevalência dos assuntos abordados evidencia a freqüência com que estes devem ser encontrados na prática pediátrica diária.
Admitindo-se que os dados epidemiológicos sejam comparáveis, a despeito de variações que ocorrem dependendo de regiões e etnias estudadas, e frente à persistente ausência de dados da população pediátrica brasileira no que concerne a diversos dos temas revisados, é possível estimar que a prevalência de cefaléias é de 40% em crianças abaixo de 10 anos de idade, as convulsões febris, de 3-4%, o transtorno do déficit de atenção, de 5-15%, a paralisia cerebral, de 0,5%, a epilepsia, de 1%, a deficiência mental (freqüentemente associada a síndromes disgenéticas), de 1%, e os distúrbios do sono, de 3-7%. Além disso, o trauma craniencefálico e o primeiro episódio isolado de crise convulsiva persistem sendo importante causa de consulta nas emergências pediátricas. O correto encaminhamento para o diagnóstico e tratamento destas patologias é fundamental, tanto em nível de emergência ou ambulatorial, para que estas crianças tenham uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
As doenças neuromusculares, apesar de relativamente mais raras quando comparadas às anteriormente citadas, foram abordadas devido ao avanço significativo das técnicas empregadas para o seu diagnóstico. Como a maioria delas apresenta etiologia genética, a sua correta identificação é fundamental para o pediatra estar capacitado a orientar a família quanto a aspectos prognósticos, terapêuticos e aconselhamento genético.
As epilepsias de difícil controle medicamentoso, que correspondem a mais ou menos 20% das epilepsias em geral, tiveram seu panorama modificado com os avanços nas técnicas de neuroimagem e neurocirúrgicas, possibilitando uma nova alternativa terapêutica com excelentes resultados em casos selecionados.
Foi nosso objetivo, ao selecionar temas e autores para este suplemento, proporcionar ao pediatra uma atualização didática sobre temas prevalentes e que necessitam de pronto reconhecimento e atuação em nível de cuidados primários terciários.
Sobe
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
20 Ago 2008 -
Data do Fascículo
Ago 2002