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Perspectivas no cotrole da infecção hospitalar

CARTA AO EDITOR

Perspectivas no cotrole da infecção hospitalar

Joyce MacedoI; Marina T. RodriguesI; Cristiana M.C. Nascimento-CarvalhoII

IEstudantes do sexto ano da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

IIProfessora Adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFBA, Membro do Núcleo Gerencial do Departamento de Infectologia da SBP

Prezado editor,

A infecção hospitalar (IH), atualmente, tem despertado grande interesse no meio científico, não só em decorrência da substancial contribuição para a morbimortalidade dos pacientes, mas também devido à relativa simplicidade do procedimento mais importante para o seu controle: a higiene manual (HM)1. Estima-se que o recém-nascido hospitalizado em unidade de terapia intensiva tenha um risco de 15% a 25% de adquirir IH, enquanto crianças fora do período neonatal tenham risco de 14% quando em unidade de tratamento intensivo, e de 5% quando tratadas em enfermaria2.

Vários fatores de risco para a aquisição de IH já foram identificados, tais como a permanência hospitalar superior a 24 horas, a realização de procedimentos invasivos e a baixa taxa do número de profissionais de enfermagem por paciente dia3,4. Este último fator parece influenciar na taxa de IH por propiciar quebra na assepsia dos procedimentos para assistência ao paciente, ou diminuição da HM4. O uso de sabão comum e água, seguido da adequada secagem das mãos com papel toalha ou toalha para uso único, é suficiente para a HM na maioria dos hospitais5. No entanto, em situações em que os recursos são limitados para a sistemática lavagem das mãos, antes e após o contacto com cada paciente pelo profissional de saúde, ou quando tal procedimento é inexeqüível, o uso de agentes não dependentes de água e capazes de higienizar as mãos se faz necessário6.

Estudos recentes a respeito da introdução de novos métodos de higienização das mãos mostraram que o uso do álcool gel aumentou a adesão à HM7,8. As grandes vantagens deste método é de consumir menos tempo e poder estar disponível entre cada um dos leitos hospitalares7. No entanto, no estudo realizado por Harbarth et al., foi relatada a importância de intervenções educativas de modo concomitante à disponibilidade do álcool gel para a satisfatória adesão ao seu uso8. É esperado que a combinação da lavagem das mãos com água e sabão, conforme a disponibilidade de pias bem posicionadas, entre o profissional de saúde e o paciente, e dispensadores de álcool gel, aliada a programas de informação sobre a importância da IH e da HM, venham a ser medidas a contribuir para o melhor controle da infecção hospitalar.

Referências bibliográficas

1. Pittet D. Improving compliance with hand hygiene in hospitals. Infect Control Hosp Epidemiol 2000; 21:381-6.

2. Donowitz LG. Preface. In: Donowitz LG, editor. hospital acquired infection in the pediatric patient. Baltimore: Williams and Wilkins; 1988.p.vii.

3. Benjamin DK Jr, Miller W, Garges H, Benjamin DK, Mckinney REJr, Cotton M, et al. Bacteremia, central catheters, and neonates: when to pull the live. Pedriatrics 2001; 107:1272-6.

4. Archibald LK, Manning ML, Bell LM, Banerjei S, Jarvis WR. Patient density, nurse-to-patient ratio and nosocomial infection risk in a padriatric cardiac intensive care unit. Pediatr Infect Dis J 1997; 16:1045-8.

5. Boyce JM, Pittet D. Guideline for Hand Hygiene in Health-Care Settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. Infect Control Hosp Epidemiol 2002; 23(12 Suppl): S3-40.

6. Huskins WC, Goldmann DA. Prevention and control of nosocomial infections in hospitalized children. In: Feigin RD, Cherry JD, editors. Textbook of Pediatric Infectious Diseases. 4th ed. Philadelphia: WB Saunders; 1998.p.2590.

7. Hugonnet S, Perneyer TV, Pittet D. Alcohol-based handrub improves compliance with hand hygiene in intensive care units. Arch Intern Med 2002; 162:1037-43.

8. Harbarth S, Pittet D, Grady L, Zawacki A, Potter-Bynoe G, Samore MH, et al. Interventional study to evaluate the impact of an alcohol-based hand gel in improve hand hygiene compliance. Pediatr Infect Dis J 2002;21:489-95.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Nov 2003
  • Data do Fascículo
    Jun 2003
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