Acessibilidade / Reportar erro
Este documento está relacionado com:

Resposta dos autores: manifestações atípicas do vírus de Epstein-Barr: alerta vermelho para imunodeficiências primárias Como citar este artigo: Bolis V, Karadedos C, Chiotis I, Chaliasos N, Tsabouri S. Authors' reply: Atypical manifestations of Epstein-Barr Virus: red alert for primary immunodeficiencies. J Pediatr (Rio J). 2016;92:540-1.

A imunodeficiência primária (IDP) em humanos é conhecida como uma doença em que as mutações em genes de um único sistema imunológico predispõem as pessoas a certos agentes infecciosos. O herpesvírus humano é um desafio de competência imune, pois grande parte desses agentes é disseminada na população, são comumente adquiridos de forma silenciosa ou com sintomas leves na infância e, então, carregados durante a vida como infecções latentes assintomáticas. Os pacientes com IDP são, portanto, propensos à exposição a esses vírus de forma relativamente precoce na vida e terão de lidar com a infecção primária e com um desafio persistente.11 Palendira U, Rickinson AB. Primary immunodeficiencies and the control of Epstein-Barr virus infection. Ann N Y Acad Sci. 2015;1356:22-44. Para pessoas que são imunocomprometidas, devido a uma imunodeficiência genética ou à terapia medicamentosa com imunossupressor, as infecções virais poderão resultar em complicações graves e até uma doença fatal.22 Dropulic LK, Cohen JI. Severe viral infections and primary immunodeficiencies. Clin Infect Dis. 2011;53:897-909.

A IDP é considerada uma doença rara com uma incidência geral de 4,6 casos de IDPs por 100.000 pessoas/ano nos últimos 35 anos.33 Joshi AY, Iyer VN, Hagan JB, St Sauver JL, Boyce TG. Incidence and temporal trends of primary immunodeficiency: a population-based cohort study. Mayo Clin Proc. 2009;84:16-22. Contudo, nem a incidência real nem a prevalência real da IDP são conhecidas. Considerando que há estimativas desses parâmetros de estudos geograficamente limitados, essas estimativas tiveram como base apenas casos diagnosticados. Portanto, a IDP pode ser muito mais comum do que o estimado anteriormente. As pesquisas sugerem taxas de prevalência para IDP diagnosticada em de 1 em 2.000 crianças, 1 em 1.200 em todas as pessoas e 1 em 600 famílias.44 Boyle JM, Buckley RH. Population prevalence of diagnosed primary immunodeficiency diseases in the United States. J Clin Immunol. 2007;27:497-502.

As mutações genéticas específicas em pacientes com IDP são responsáveis pela susceptibilidade às infecções por vírus de Epstein-Barr (VEB), conforme destacado na carta ao editor do Jornal de Pediatria intitulada "Manifestações atípicas do vírus de Epstein-Barr: alerta vermelho para imunodeficiências primárias". Apesar de as IDPs e as complicações atípicas da infecção por VEB não serem muito comuns, os pediatras devem de fato correlacionar essas duas condições conforme mencionado na carta anterior, pois o VEB infecta mais de 95% da população adulta em todo o mundo.55 Parvaneh N, Filipovich AH, Borkhardt A. Primary immunodeficiencies predisposed to Epstein-Barr virus-driven haematological diseases. Br J Haematol. 2013;162:573-86. A incidência de IDPs tem aumentado nas últimas décadas33 Joshi AY, Iyer VN, Hagan JB, St Sauver JL, Boyce TG. Incidence and temporal trends of primary immunodeficiency: a population-based cohort study. Mayo Clin Proc. 2009;84:16-22. e os pacientes com imunodeficiência são os mais expostos a complicações atípicas de VEB entre a população saudável.

A variável preditora mais forte de uma pessoa ter imunodeficiência primária é o histórico familiar. Ademais, quando há suspeita de imunodeficiência, o exame laboratorial inicial deve incluir um hemograma completo com diferencial e mensuração da imunoglobulina sérica e dos níveis de complemento.66 Reust CE. Evaluation of primary immunodeficiency disease in children. Am Fam Physician. 2013;87:773-8.

  • Como citar este artigo: Bolis V, Karadedos C, Chiotis I, Chaliasos N, Tsabouri S. Authors' reply: Atypical manifestations of Epstein-Barr Virus: red alert for primary immunodeficiencies. J Pediatr (Rio J). 2016;92:540-1.

References

  • 1
    Palendira U, Rickinson AB. Primary immunodeficiencies and the control of Epstein-Barr virus infection. Ann N Y Acad Sci. 2015;1356:22-44.
  • 2
    Dropulic LK, Cohen JI. Severe viral infections and primary immunodeficiencies. Clin Infect Dis. 2011;53:897-909.
  • 3
    Joshi AY, Iyer VN, Hagan JB, St Sauver JL, Boyce TG. Incidence and temporal trends of primary immunodeficiency: a population-based cohort study. Mayo Clin Proc. 2009;84:16-22.
  • 4
    Boyle JM, Buckley RH. Population prevalence of diagnosed primary immunodeficiency diseases in the United States. J Clin Immunol. 2007;27:497-502.
  • 5
    Parvaneh N, Filipovich AH, Borkhardt A. Primary immunodeficiencies predisposed to Epstein-Barr virus-driven haematological diseases. Br J Haematol. 2013;162:573-86.
  • 6
    Reust CE. Evaluation of primary immunodeficiency disease in children. Am Fam Physician. 2013;87:773-8.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep/Oct 2016
Sociedade Brasileira de Pediatria Av. Carlos Gomes, 328 cj. 304, 90480-000 Porto Alegre RS Brazil, Tel.: +55 51 3328-9520 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: jped@jped.com.br