Acessibilidade / Reportar erro

Utilização do propofol em recém-nascidos e crianças: é segura? Uma revisão sistemática Como citar este artigo: Mekitarian Filho E, Riechelmann MB. Propofol use in newborns and children: is it safe? A systematic review. J Pediatr (Rio J). 2020;96:289-309. ,☆☆ ☆☆ Estudo vinculado a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo, SP, Brasil.

Resumo

Objetivos:

Determinar as principais indicações e examinar os eventos adversos mais comuns com uso do hipnótico propofol na maioria dos cenários clínicos pediátricos.

Fontes:

Realizada revisão sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, Scielo, Cochrane e EMBASE, aplicando-se filtros como máximo de cinco anos de publicação e/ou referências ou publicações relevantes em outras hipóteses com enfoque em ensaios clínicos envolvendo o propofol. Todos os artigos de maior relevância foram avaliados cegamente pelos dois autores, de acordo com o PRISMA Statement, observando os riscos de vieses e qualidades ou limitações dos estudos.

Resumo dos achados:

Através dos mecanismos de pesquisa, 417 artigos foram encontrados e separados logo após, de acordo com os critérios de inclusão. Um total de 69 artigos foram estudados. Destacam-se a produção científica crescente sobre o propofol em crianças, incluindo recém-nascidos, sendo a grande maioria dos trabalhos coortes retrospectivos ou prospectivos, bem como ensaios clínicos com o propofol nos principais cenários: endoscopia digestiva alta e ressonância magnética. Ampla gama de eventos adversos foi citada, mas a maioria dos trabalhos não as consideraram significativas.

Conclusões:

O propofol apresenta um seguro perfil de eficácia e segurança. Quando administrado por médicos não anestesistas, deve-se redobrar o cuidado para ação rápida em emergências, especialmente de vias aéreas. A aplicação do fármaco em outros contextos deve ser estudada em maior profundidade, a fim de dirimir a dificuldade do uso por pediatras.

PALAVRAS-CHAVE
Propofol; Pediatria; Eventos adversos; Crianças; Síndrome de infusão de propofol

Abstract

Objectives:

To determine the main indications and assess the most common adverse events with the administration of hypnotic propofol in most pediatric clinical scenarios.

Sources:

A systematic review of PubMed, SciELO, Cochrane, and EMBASE was performed, using filters such as a maximum of five years post-publication, and/or references or articles of importance, with emphasis on clinical trials using propofol. All articles of major relevance were blind-reviewed by both authors according to the PRISMA statement, looking for possible bias and limitations or the quality of the articles.

Summary of the findings:

Through the search criterion applied, 417 articles were found, and their abstracts evaluated. A total of 69 papers were thoroughly studied. Articles about propofol use in children are increasing, including in neonates, with the majority being cohort studies and clinical trials in two main scenarios: upper digestive endoscopy and magnetic resonance imaging. A huge list of adverse events has been published, but most articles considered them of low risk.

Conclusions:

Propofol is a hypnotic drug with a safe profile of efficacy and adverse events. Indeed, when administered by non-anesthesiologists, quick access to emergency care must be provided, especially in airway events. The use of propofol in other scenarios must be better studied, aiming to reduce the limitations of its administration by general pediatricians.

KEYWORDS
Propofol; Pediatrics; Adverse events; Children; Propofol infusion syndrome

Introdução

O propofol (2-6-diisopropilfenol) é um dos fármacos anestésicos de maior uso para diversos procedimentos. Suas propriedades anestésicas, primeiramente descritas em 1973, envolvem primariamente o aumento da tônus inibitório mediado pelo ácido gamaaminobutírico (GABA) em seus receptores GABA-A, causa aumento de influxo de cloreto nos neurônios pós-sinápticos e, desse modo, inibe a transmissão do impulso elétrico e níveis variados de sedação.11 Chidambaran V, Costandi A, D'Mello A. Propofol: a review of its role in pediatric anesthesia and sedation. CNS Drugs. 2018;32:873. Em pacientes adultos, o uso do propofol é rotineiro e baseado em evidências mais sólidas no que tange à segurança e eficácia.22 Smuszkiewicz P, Wiczling P, Przybyłowski K, Borsuc A, Trojanowska I, Paterska M, et al. The pharmacokinetics of propofol in ICU patients undergoing long-term sedation. Biopharm Drug Dispos. 2016;37:456-66. Desde o início da década de 1990, uma grande quantidade de publicações avaliou o uso em diversas doses do propofol em crianças de todas as idades, com uma ampla gama de resultados, inclusive potenciais eventos adversos graves ou grandes coortes de pacientes sem eventos adversos de importância, o que gerou desconfiança e dificuldade no uso do fármaco, principalmente entre pediatras não intensivistas.

Seu rápido início e término de ação, justificado pela alta lipossolubilidade e livre passagem pela barreira hematoencefálica, revestem o fármaco de grande interesse. Entretanto, seu grande volume de distribuição e potencial depósito no tecido adiposo podem prolongar o tempo de ação e eventos adversos, bem como em pacientes com disfunção hepática e/ou renal.33 Fuentes R, Cortínez LI, Contreras V, Ibacache M, Anderson BJ. Propofol pharmacokinetic and pharmacodynamic profile and its electroencephalographic interaction with remifentanil in children. Paediatr Anaesth. 2018;28:1078-86. Em pediatria, a diferença no clareamento (clearence) do propofol é extremamente importante na limitação da prescrição. Em recém-nascidos prematuros e de termo, o clareamento é de apenas 10 a 38% do fármaco em sua forma ativa, quando comparados aos valores em adultos. Esse fato também restringe muito a prescrição de propofol, particularmente em recém-nascidos44 Michelet R, Van Bocxlaer J, Allegaert K, Vermuelen A. The use of PBPK modeling across the pediatric age range using propofol as a case. J Pharmacokinet Pharmacodyn. 2018;45:765-85. (RNs).

Liberado para o uso em crianças pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos em 1989, a infusão do propofol em nosso meio é quase exclusivamente limitada à manutenção de anestesia geral intravenosa ou mista, é raro o uso contínuo dentro das Unidades de Terapia Intensiva pelos potenciais eventos adversos graves, como hipotensão, depressão miocárdica, anafilaxia e a síndrome da infusão do propofol (SIP), cujos sinais e sintomas podem ser de extrema gravidade.55 Hemphill S, McMenamin L, Bellamy MC, Hopkins PM. Propofol infusion syndrome: a structured literature review and analysis of published case reports. Br J Anaesth. 2019;122:448-59. Assim, a quantidade de estudos que atestam a segurança do propofol em crianças, principalmente em RNs, é pequena, tendo em vista a dificuldade de fazer ensaios clínicos nessa população.

Assim, o objetivo deste artigo é avaliar as principais indicações para a prescrição de propofol em todas as faixas etárias pediátricas e avaliar a hipótese que o uso adequado do propofol em crianças é seguro, bem como verificar, como desfecho principal, os principais eventos adversos (EAs) relacionados em diversos cenários para sedação pediátrica, através de metodologia de revisão sistemática da literatura.

Métodos

Usamos o checklist do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)66 Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLoS Med. 2009;6:e1000100. para a obtenção e análise dos artigos avaliados. Adotamos o método de revisão sistemática da literatura, através das bases de dados do PubMed, Scielo (descritores da Biblioteca Virtual em Saúde), Embase e Cochrane, com os seguintes descritores, respectivamente, no PubMed (Medical Subject Headings - MeSH): propofol, child, pediatrics, neonatology, drug-related side effects e adverse reactions; na BVS, propofol, pediatria, neonatologia e efeitos colaterais e reações adversas relacionadas a medicamentos; na Cochrane: propofol, children e adverse reactions. Além disso, tendo em vista que a SIP é evento adverso grave, porém pouco descrito em crianças, usamos uma pesquisa paralela com os descritores propofol, propofol infusion syndrome e children, ambos listados de maneira idêntica nas duas bases de dados. Para o melhor entendimento dos eventos adversos do propofol em RNs, da mesma maneira fizemos uma pesquisa paralela com os descritores, respectivamente do MeSH: propofol e neonatology.

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos na revisão artigos que descreveram as principais indicações do propofol e/ou seus eventos adversos em pacientes até 20 anos incompletos, bem como referências importantes dos artigos revisados. Referências bibliográficas relevantes encontradas em revisões clássicas ou sistemáticas, bem como ensaios clínicos e estudos somente feitos em humanos, também foram consideradas. Como critérios de exclusão, retiramos editoriais, cartas ao editor, relatos de casos, artigos em idioma diferente de português, inglês ou espanhol e artigos apresentados após a pesquisa, mas que não guardavam relação com o escopo do trabalho e/ou não puderam ser recuperados em sua totalidade. No momento da pesquisa, foram aplicados como filtros no PubMed para obtenção de dados mais atuais e aplicáveis: data de publicação até 5 anos, clinical trials, clinical conferences, comparative studies, congress, guideline, historical article, journal article, meta-analyses, multicenter study, observational study, practice guideline, todos os artigos com financiamento americano governamental ou não, review, humans e sistematic review. A última busca foi feita em 25 de março em 2019.

Dessa maneira, obtivemos os seguintes resultados:

  • - Critério A - propofol e children, aplicados os filtros, apresentaram os seguintes detalhes de pesquisa: ((“propofol”[MeSH Terms] OR “propofol”[All Fields]) AND (“child”[MeSH Terms] OR “child”[All Fields] OR “children”[All Fields])) AND (“2014/03/25”[PDat]: “2019/03/25”[PDat] AND “humans”[MeSH Terms]) - 346 artigos

  • - Critério B - propofol e drug-related side effects and adverse reactions - detalhes de pesquisa: ((“propofol”[MeSH Terms] OR “propofol”[All Fields]) AND (“drug-related side effects and adverse reactions”[MeSH Terms] OR (“drug-related”[All Fields] AND “side”[All Fields] AND “effects”[All Fields] AND “adverse”[All Fields] AND “reactions”[All Fields]) OR “drug-related side effects and adverse reactions”[All Fields] OR (“drug”[All Fields] AND “related”[All Fields] AND “side”[All Fields] AND “effects”[All Fields] AND “adverse”[All Fields] AND “reactions”[All Fields]) OR “drug related side effects and adverse reactions”[All Fields])) AND (“2014/03/25”[PDat]: “2019/03/25”[PDat] AND “humans”[MeSH Terms]) - 30 artigos

  • - Critério C - propofol e neonatology - ((“propofol”[MeSH Terms] OR “propofol”[All Fields]) AND (“neonatology”[MeSH Terms] OR “neonatology”[All Fields])) AND (“2014/03/27”[PDat]: “2019/03/25”[PDat]) - 15 artigos

  • - Critério D - propofol, children e propofol infusion syndrome - ((“propofol infusion syndrome”[MeSH Terms] OR (“propofol”[All Fields] AND “infusion”[All Fields] AND “syndrome”[All Fields]) OR “propofol infusion syndrome”[All Fields]) AND (“child”[MeSH Terms] OR “child”[All Fields] OR “children”[All Fields])) AND (“2014/03/27”[PDat]: “2019/03/25”[PDat]) - 18 artigos

  • - Critério E (Scielo) - propofol infusion syndrome - um artigo; propofol infusion syndrome e children; bem como quaisquer das combinações acima com os descritores da BVS: não encontrados artigos.

  • - Critério F (Cochrane) - propofol, children e Cochrane evidence - 4 artigos.

Usamos o PRISMA Statement como checklist para os itens obrigatórios e, dentro desses, aqueles plausíveis para aplicar ao trabalho. O item 4 do PRISMA individualiza o acrônimo PICOS, que será, abaixo, individualizado para nossa revisão:

  • - Participantes do estudo: faixa etária pediátrica, dos recém-nascidos ao término da adolescência (20 anos), de acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde;

  • - Intervenção: uso do propofol na maioria dos contextos pediátricos de sedação, sem intuito de comparação em relação à segurança e eficácia com outros fármacos hipnóticos;

  • - Comparações com os demais estudos: as tabelas 1-3 demonstram todos os estudos encontrados. Durante a discussão, tópicos mais relevantes em cenários diferentes de sedação foram comparados entre um ou mais autores;

    Tabela 1
    Níveis de evidência para estudos prognósticos77 Burns PB, Rohrich RJ, Chung KC. The Levels of evidence and their role in evidence-based medicine. Plast Reconstr Surg. 2011;128:305-10.

    Tabela 2
    Sumário dos artigos que envolvem o uso de propofol em recém-nascidos
    Tabela 3
    Sumário dos artigos que envolveram o uso de propofol em pediatria
  • - Outcomes (desfechos): eficácia (com ênfase na porcentagem de sedações bem sucedidas com o propofol), segurança (com ênfase no relato de eventos adversos) e avaliação das situações clínicas nas quais o propofol foi usado;

  • - Study designs (tipos de estudo): colocados individualmente em cada tabela.

Para bem definir os níveis de evidência de cada artigo, adaptamos a classificação de acordo com o artigo de Burns et al.,77 Burns PB, Rohrich RJ, Chung KC. The Levels of evidence and their role in evidence-based medicine. Plast Reconstr Surg. 2011;128:305-10. mais precisamente o que se encontra na tabela 1 deste artigo. Descrevemos no corpo do artigo a definição de cada grau e, assim, acrescentamos uma coluna adicional em cada tabela com o devido grau de evidência. Assim, propomos recomendações de maneira mais científica.

Resultados

De acordo com os mecanismos de busca acima descritos, foram identificados 417 possíveis publicações. Cada uma foi separadamente analisada pelos dois autores através de seus resumos. Após aplicados os critérios de exclusão acima explicitados, 69 artigos (16,5% do total inicial) foram vistos em sua totalidade e incluídos nas tabelas ou em outras partes do artigo. Muitos artigos foram encontrados em duplicata e/ou triplicata de acordo com os mecanismos de busca, motivo pelo qual estão incluídos nas tabelas apenas artigos que guardavam direta relação com os objetivos do estudo. Essa redundância nos achados foi quase total quando verificamos os artigos citados pela Embase.

O processo de seleção dos artigos, bem como a leitura de todos os resumos e a inclusão nos resultados, foi feito de maneira independente e separada entre os dois autores. Do mesmo modo, ambos os autores avaliaram juntamente os níveis de evidência apresentados nos artigos para os quais eles se aplicam, de acordo com a tabela 1. A metodologia para a seleção dos artigos está resumida na figura 1.

Figura 1
Fluxograma de avaliação e seleção de artigos (novo fluxograma).

A grande maioria dos artigos avaliou o uso do propofol em procedimentos fora do centro cirúrgico, especialmente endoscopias digestivas altas e ressonâncias magnéticas, ou incluíram o propofol como braços de ensaios clínicos com outros hipnóticos e/ou sedativos para avaliação de segurança e eficácia.

Devido ao grande número de artigos encontrados, optamos por dividir o conteúdo dos resultados da pesquisa em três grandes tabelas, que abordam diferentes aspectos do uso do propofol em pediatria. As tabelas foram divididas em colunas de acordo com o PRISMA Statement, observaram-se os tipos de estudos, bem como seus resultados, implicações clínicas e para pesquisa futura, além de possíveis vieses encontrados.

Discussão

Até o presente momento, de acordo com nosso conhecimento, não encontramos uma revisão sistemática que aborde o uso do propofol em diversos cenários pediátricos. Outras revisões ou metanálises abordaram aspectos específicos, como uso em endoscopia digestiva ou exames de imagem, com uma quantidade muito menor de artigos a serem examinados.

Chama a atenção a quantidade de trabalhos publicados nos últimos anos sobre o tema, o que reflete a “universalização” do uso do propofol, como acima demonstrado, principalmente fora do centro cirúrgico e por profissionais não anestesistas. Acreditamos que se trata de um ganho enorme pela eficácia e segurança desse hipnótico, atestado nas mais variadas situações de acordo com as tabelas. Após a descontinuidade de hipnóticos como o hidrato de cloral e a pequena disponibilidade da dexmedetomidina (opções eficazes de sedação não parenteral),88 Abulebda K, Patel VJ, Ahmed SS, Tori AJ, Lutfi R, Abu-Sultaneh S. Comparison between chloral hydrate and propofol-ketamine as sedation regimens for pediatric auditory brainstem response testing. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:32-6. o uso da via parenteral tem aumentado, o que leva à necessidade de maior conhecimento de manejo emergencial dos potenciais eventos adversos associados ao propofol e que aparecem em menor quantidade com outros fármacos hipnóticos ou sedativos.

Recomendações baseadas em evidências

Apesar de o escopo deste trabalho ser apenas uma revisão sistemática com análise crítica dos textos selecionados, através da avaliação dos graus de evidência de cada artigo, elaboramos conclusões abaixo relacionadas.

Uso em neonatologia

Sumário das recomendações

  • - Não há recomendações para o uso rotineiro de propofol para instilação rápida de surfactante na sala de parto. O único estudo encontrado não contém grupo controle (Nível II);

  • - Não há dose ideal recomendada de propofol na sala de parto para o mesmo objetivo acima, altas doses são correlacionadas a piores desfechos clínicos. Do mesmo modo, doses muito heterogêneas foram usadas também em pequenos procedimentos cirúrgicos, o que limita sua prescrição (Nível II/III);

  • - O propofol, em combinação com a cetamina, está relacionado a um menor número de intubações pós-cirurgias de pequeno porte quando comparado aos anestésicos inalatórios (Nível II);

  • - Não é recomendado o uso rotineiro de propofol como hipnótico pré-eletroencefalograma, bem como não há definição em relação à dose adequada (Nível I);

  • - O uso de propofol em RNs, de maneira geral, deve ser cuidadosamente avaliado, a equipe tem de ser treinada adequadamente para manejar os eventos adversos, principalmente respiratórios, que podem chegar a 50% das sedações (Nível I).

A sedação em recém-nascidos (RNs), historicamente, é um paradigma a ser quebrado. Felizmente, vivemos em uma época de transição na qual é mais evidente a necessidade de sedoanalgesia em RNs, por questões humanitárias e para garantir segurança e eficácia de diversos procedimentos.

Em relação aos 11 artigos citados no campo da neonatologia, as indicações, doses e EAs causados pelo propofol foram muito diversos. Doses de 1 mg/kg foram mais encontradas; entretanto, doses até 4,5 mg/kg foram relatadas (tabela 2). A prática do uso do propofol para RNs fora do centro cirúrgico é muito rara, dado o temor relacionado à SIP e à baixa experiência em geral dos neonatologistas com o fármaco; de fato, há relatos de SIP com única dose de propofol em RNs.99 Michel-Macías C, Morales-Barquet DA, Reyes-Palomino AM, Machuca-Vaca JA, Orozco-Guillén A. Single dose of propofol causing propofol infusion syndrome in a newborn. Oxf Med Case Reports. 2018;18:omy023. A maioria dos estudos apresentou como limitação o pequeno tamanho amostral, bem como a ausência de dose pré-estabelecida para uso nessas faixas etárias; do mesmo modo, os estudos versaram sobre sedação para IOT, cirurgias para correção de retinopatia da prematuridade ou pequenos procedimentos dentro da UTI neonatal. Com as técnicas de administração de surfactante para RNs prematuros, alguns grupos questionam a necessidade de sedoanalgesia nesse grupo de pacientes. Isso foi observado em importante artigo de Dekker et al.,1010 Dekker J, Lopriore E, van Zanten HA, Tan RN, Hooper SB, Te Pas AB. Sedation during minimal invasive surfactant therapy: a randomised controlled trial. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2019;104:F378-83. em que um grupo controle não recebeu medicação para a administração de surfactante via sonda e os dois grupos (o outro grupo recebeu propofol em dose mínima de 1 mg/kg) não apresentaram morbidade estatisticamente significativa. Anos antes, o mesmo grupo holandês liderado por Dekker et al.1111 Dekker J, Lopriore E, Rijken M, Rijntjes-Jacobs E, Smits-Wintjens V, Te Pas A. Sedation during minimal invasive surfactant therapy in preterm infants. Neonatology. 2016;109:308-13. demonstrou que a técnica de instilação rápida de surfactante foi mais fácil em crianças que receberam propofol.1212 Ulgey A, Güneş I, Bayram A, Aksu R, Biçer C, Uĝur G, et al. Decreasing the need for mechanical ventilation after surgery for retinopathy of prematurity: sedoanalgesia vs. general anesthesia. Turk J Med Sci. 2015;45:1292-9. Apesar desses resultados, é altamente questionável o uso de um grupo controle em um procedimento como o citado.

Outros estudos, entretanto, e com a mesma finalidade, apresentaram números referentes aos EAs relacionados ao propofol que preocupam. Destacam-se a hipotensão (até 50%), hipoxemia transitória (10-11%), além de condições desfavoráveis para IOT quando foi usado o propofol como hipnótico único para IOT de RNs prematuros em doses de até 2 mg/kg na indução.1111 Dekker J, Lopriore E, Rijken M, Rijntjes-Jacobs E, Smits-Wintjens V, Te Pas A. Sedation during minimal invasive surfactant therapy in preterm infants. Neonatology. 2016;109:308-13.,1212 Ulgey A, Güneş I, Bayram A, Aksu R, Biçer C, Uĝur G, et al. Decreasing the need for mechanical ventilation after surgery for retinopathy of prematurity: sedoanalgesia vs. general anesthesia. Turk J Med Sci. 2015;45:1292-9. Entre os estudos revisados, não houve evento sentinela decorrente do uso do propofol.

Propofol e neurotoxicidade

Durante muito tempo, uma certa “resistência” ao uso do propofol em RNs foi oriunda de estudos feitos em animais, nos quais a toxicidade cerebral, principalmente por benzodiazepínicos, vigorou por muito tempo. Jia, um dos maiores autores no assunto, usou o propofol em diferentes modelos. Em um estudo de monócitos e macrófagos de ratos submetidos in vitro ao uso do propofol, houve redução da proporção de citocinas pró-inflamatórias, como interleucinas 6 e 8, além do fator de necrose tumoral.1313 Jia J, Sun Y, Hu Z, Li Y, Ruan X. Propofol inhibits the release of interleukin-6, 8 and tumor necrosis factor-α correlating with high-mobility group box 1 expression in lipopolysaccharides-stimulated RAW 264.7 cells. BMC Anesthesiol. 2017;17:148. Em publicação posterior, Tu et al. demonstraram que o estresse oxidativo celular, bem como a lesão mitocondrial induzida por citocinas, como as acima citadas, diminuiu com a exposição ao propofol.1414 Tu Y, Liang Y, Xiao Y, Lv J, Guan R, Xiao F, et al. Dexmedetomidine attenuates the neurotoxicity of propofol toward primary hippocampal neurons in vitro via Erk1/2/CREB/BDNF signaling pathways. Drug Des Devel Ther. 2019;13:695-706. Neste artigo, a apoptose de neurônios hipocampais foi reduzida in vitro com a exposição simultânea à dexmetomidina, fato já descrito por outros autores. Em outros grupos específicos, como adultos com encefalopatia hepática em hemodiafiltração, bem como RNs com disfunção renal aguda e o efeito de bolus de propofol maternos durante partos cesáreos de emergência, não houve ocorrência de EAs nos pacientes.1515 Leite TT, Macedo E, Martins Ida S, Neves FM, Libório AB. Renal outcomes in critically Ill patients receiving propofol or midazolam. Clin J Am Soc Nephrol. 2015;10:1937-45.

16 Montandrau O, Espitalier F, Bouyou J, Laffon M, Remérand F. Thiopental versus propofol on the outcome of the newborn after caesarean section: an impact study. Anaesth Crit Care Pain Med. 2019;38:631-5.
-1717 Hoetzel A, Ryan H, Schmidt R. Anesthetic considerations for the patient with liver disease. Curr Opin Anaesthesiol. 2012;25:340-7. Em artigo mais recente, Olutoye et al.1818 Olutoye OA, Baker BW, Belfort MA, Olutoye OO. Food and drug administration warning on anesthesia and brain development: implications for obstetric and fetal surgery. Am J Obstet Gynecol. 2018;218:98-102. colocam que a real incidência de dano neuronal com qualquer tipo de sedoanalgésico em seres humanos ainda é desconhecida. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA), os principais agentes envolvidos nesse tópico são os gases inalatórios, como o sevoflurano e o isoflurano, e os benzodiazepínicos com ou sem propofol.

Os autores sugerem que outras opções, como opioides, alfa-2 agonistas (clonidina ou dexmedetomidina) e a minimização da exposição em gestantes no terceiro trimestre de gestação ou em crianças abaixo de 3 anos. Outro artigo que versa sobre o assunto foi publicado por Jiang et al.1919 Jiang S, Liu Y, Huang L, Zhang F, Kang R. Effects of propofol on cancer development and chemotherapy: Potential mechanisms. Eur J Pharmacol. 2018;831:46-51. em uma revisão que abordou diversos mecanismos pelos quais o propofol pode levar à neurotoxicidade. A indução de fatores geradores de hipóxia tecidual (RNA de cadeias longas) e a imunomodulação que ocorre pelo propofol pode até reduzir a resposta quimioterápica de pacientes com expressão de alguns genes e/ou proteínas de supressão tumoral.

A tabela com os principais textos sobre o propofol em neonatos, e não detalhados na discussão, encontra-se na tabela 2,1010 Dekker J, Lopriore E, van Zanten HA, Tan RN, Hooper SB, Te Pas AB. Sedation during minimal invasive surfactant therapy: a randomised controlled trial. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2019;104:F378-83.

11 Dekker J, Lopriore E, Rijken M, Rijntjes-Jacobs E, Smits-Wintjens V, Te Pas A. Sedation during minimal invasive surfactant therapy in preterm infants. Neonatology. 2016;109:308-13.
-1212 Ulgey A, Güneş I, Bayram A, Aksu R, Biçer C, Uĝur G, et al. Decreasing the need for mechanical ventilation after surgery for retinopathy of prematurity: sedoanalgesia vs. general anesthesia. Turk J Med Sci. 2015;45:1292-9.,2020 Smits A, Theiwessen L, Caicedo A, Naualaueres G, Allegart K. Propofol-dose-finding to reach optimal effects for (semi-)elective intubation in neonates. J Pediatr. 2016;179:54-60.

21 Grunwell JR, Travers C, Stormorken AG, Scherrer PD, Chumpitazi CE, Stockwell JA, et al. Pediatric procedural sedation using the combination of Ketamine and Propofol outside of the emergency department: a report from the Pediatric Sedation Research Consortium. Pediatr Crit Care Med. 2017;18:e353-63.

22 Piersigilli F, Di Pede A, Catena G, Lozzi S, Auriti C, Bersani I, et al. Propofol and fentanyl sedation for laser treatment of retinopathy of prematurity to avoid intubation. J Matern Fetal Neonatal Med. 2019;32:517-21.

23 Durrmeyer X, Breinig S, Claris O, Turneoux P, Alexandre C, Saliba C, et al. Effect of atropine with propofol vs atropine with atracurium and sufentanil on oxygen desaturation in neonates requiring nonemergency intubation: a randomized clinical trial. JAMA. 2018;319:1790-801.

24 Thewissen L, Caicedo A, Dereymaeker A, Van Huffel S, Naulares G, Allegaert K, et al. Cerebral autoregulation and activity after propofol for endotracheal intubation in preterm neonates. Pediatr Res. 2018;84:719-25.

25 Boonmak S, Boonmak P, Laopaiboon M. Deliberate hypotension with propofol under anaesthesia for functional endoscopic sinus surgery (FESS). Cochrane Database Syst Rev. 2013;6:CD006623.

26 Schraag S, Pradelli L, Alsaleh AJ, Bellone M, Ghetti G, Chung TL, et al. Propofol vs. inhalational agents to maintain general anaesthesia in ambulatory and in-patient surgery: a systematic review and meta-analysis. BMC Anesthesiol. 2018;18:162.
-2727 de Kort EH, Andriessen P, Reiss IK, Van Dijk M, Simons SH. Evaluation of an Intubation Readiness Score to Assess Neonatal Sedation Before Intubation. Neonatology. 2019;115:43-8. alguns já foram aqui descritos.

Na tabela 2 está o sumário dos artigos que envolvem o uso de propofol em recém-nascidos.

Principais indicações clínicas do propofol em crianças

Sumário das recomendações:

  • - O propofol, em doses de 1-2 mg/kg para procedimentos fora do centro cirúrgico, é seguro e bem tolerado para a maioria das situações clínicas (Nível II);

  • - A equipe que usa o propofol deve ter material necessário e experiência para lidar com emergências cardiopulmonares, após compararem-se as taxas de EAs com propofol em relação aos demais hipnóticos e sedativos (Nível I);

  • - O propofol demonstrou, em diversos estudos, ser o fármaco mais indicado para controle da agitação de emergência (AE) pós-sevoflurano e deve ser fortemente considerado nessas situações (Nível II);

  • - De acordo com metanálise publicada pelo Cochrane em 2013,2525 Boonmak S, Boonmak P, Laopaiboon M. Deliberate hypotension with propofol under anaesthesia for functional endoscopic sinus surgery (FESS). Cochrane Database Syst Rev. 2013;6:CD006623. em mais de 14.045 crianças, o propofol foi confirmadamente indicado para a prevenção da AE acima mencionada;

  • - O uso de propofol em infusão contínua fora do centro cirúrgico é contraindicado, tendo em vista os potenciais graves EAs mostrados em estudos citados na tabela 3 (Nível I);

  • - A dexmedetomidina parece ser mais segura e protetora do tônus das vias aéreas quando comparada ao propofol, especialmente para procedimentos que requerem apenas sedação, como em ressonância magnética (Nível II);

  • - Devido à alta heterogeneidade das doses usadas de propofol com ou sem outros agentes indutores concomitantes em procedimentos de emergência, não é possível atestar o benefício da administração conjunta de propofol com midazolam ou cetamina, com mais de 11% de EAs com as misturas (Nível I);

  • - O propofol como adjuvante na sedação pré-operatória parece seguro nas doses de 1-2 mg/kg, facilita a indução anestésica e a manutenção da anestesia intraoperatória (Nível II).

Não há dúvidas que um dos maiores representantes da medicina translacional encontra-se aqui: a grande maioria dos trabalhos apresentados nas tabelas acima versa sobre o uso do propofol como adjuvante para endoscopia e broncoscopia, a exemplo do que acontece há anos com adultos. Com grande número de trabalhos, esses pacientes já foram avaliados em metanálises, com resultados bem determinados. A revisão mais recente, datada de julho de 2018,2626 Schraag S, Pradelli L, Alsaleh AJ, Bellone M, Ghetti G, Chung TL, et al. Propofol vs. inhalational agents to maintain general anaesthesia in ambulatory and in-patient surgery: a systematic review and meta-analysis. BMC Anesthesiol. 2018;18:162. demonstrou em seis estudos com 273 crianças que receberam propofol que a odds ratio para EAs cardiopulmonares demonstrou ser maior nos pacientes que usaram propofol (1,87; IC 95% 1,09-3,20; p = 0,02). Em 2012, um grupo de Amsterdã2727 de Kort EH, Andriessen P, Reiss IK, Van Dijk M, Simons SH. Evaluation of an Intubation Readiness Score to Assess Neonatal Sedation Before Intubation. Neonatology. 2019;115:43-8. revisou 182 artigos em busca da melhor opção para sedação para EDA, inclusive 11 ensaios clínicos, com a conclusão de que o propofol era o agente padrão-ouro para EDA, comparado a todos os demais.

A necessidade de discussão sobre o melhor sedativo veio da inconclusiva metanálise de 2016 publicada pela Cochrane,2828 Conway A, Rolley J, Sutherland JR. Midazolam for sedation before procedures. Cochrane Database Syst Rev. 2016;5:CD009491. cujo objetivo era avaliar o midazolam como sedativo para procedimentos, concluiu que não era superior em relação à eficácia e segurança após análise de todos os artigos. Juntamente, como já colocado anteriormente, a retirada do hidrato de cloral, importante hipnótico, aumentou a necessidade da substituição da sedação com segurança. Hong et al.2929 Hong H, Hahn S, Choi Y, Jang MJ, Kim S, Lee JH, et al. Propofol for procedural sedation/anaesthesia in neonates. Evaluation of propofol in comparison with other general anesthetics for surgery in children younger than 3 years: a systematic review and meta-analysis. J Korean Med Sci. 2019;34:e124. publicaram em abril desse ano uma metanálise que comparou o propofol a diversos outros regimes de sedação para procedimentos em 249 crianças oriundas de seis metanálises. Apesar de ter provocado maior proporção de hipotensão, sem necessidade de intervenções além de infusão de pequenas alíquotas de solução cristaloide, gerou a mesma proporção de EAs e foi tão eficaz quanto procedimentos feitos com outros fármacos.

O propofol foi examinado pela Cochrane pela última vez em 2011,3030 Shah PS, Shah VS. Propofol for procedural sedation/anaesthesia in neonates. Cochrane Database Syst Rev. 2011;3:CD007248. mais especificamente em RNs. Como visto na tabela 2, a grande maioria dos trabalhos é posterior a essa data. Essa metanálise envolveu apenas um ensaio clínico com 66 RNs e na época os autores concluíram que não havia recomendação para o uso rotineiro do propofol nessa população.

Scheiermann et al.3131 Scheiermann P, Herzog F, Siebenhofer A, Strametz R, Weberschock T. Intravenous versus inhalational anesthesia for pediatric inpatient surgery - A systematic review and meta-analysis. J Clin Anesth. 2018;49:19-25. publicaram metanálise que comparou anestésicos inalatórios com intravenosos para cirurgias pediátricas. Os autores colocam que os resultados podem ter sido enviesados pela heterogeneidade dos artigos selecionados e que a ocorrência de náuseas e vômitos no período pós-operatório foi menor no grupo que recebeu anestesia intravenosa (OR 0,68; IC 95% 0,48-0,98, com p = 0,04). Schaefer et al.3232 Schaefer MS, Kranke P, Weibel S, Kreysing R, Ochel J, Kienbaum P. Total intravenous anesthesia vs single pharmacological prophylaxis to prevent postoperative vomiting in children: a systematic review and meta-analysis. Paediatr Anaesth. 2017;27:1202-9. avaliaram igualmente 558 pacientes com náuseas e vômitos nesse contexto (devido a reflexos oculovagais) durante cirurgias para estrabismo, em dois grupos - um recebeu propofol como único sedativo - e em pacientes que apenas receberam profilaxia antiemética no período pré-operatório. Não houve diferença nos EAs em ambos os grupos.

Na tabela 3 está o sumário dos artigos que envolvem o uso de propofol em crianças.3333 Chiaretti A, Benini F, Pierri F, Vecchiato K, Ronfani L, Agosto C, et al. Safety and efficacy of Propofol administered by paediatricians during procedural sedation in children. Acta Paediatr. 2014;103:182-7.

34 Koriyama H, Duff JP, Guerra GG, Chan AW. Sedation withdrawal and analgesia team. Is propofol a friend or a foe of the pediatric intensivist? Description of propofol use in a PICU. Pediatr Crit Care Med. 2014;15:e66-71.

35 Costi D, Ellwood J, Wallace A, Ahmed S, Waring L, Cyna A. Transition to propofol after sevoflurane anesthesia to prevent emergence agitation: a randomized controlled trial. Paediatr Anaesth. 2015;25:517-23.

36 Zhang F, Wang Z, Xin TT, Zi HLV. Treatment of different-aged children under bispectral index monitoring with intravenous anesthesia with propofol and remifentanil. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2015;19:64-9.

37 Jager MD, Aldag JC, Deshpande GG. A presedation fluid bolus does not decrease the incidence of propofol-induced hypotension in pediatric patients. Hosp Pediatr. 2015:85-91.

38 Kang R, Shin YH, Gil NS, Kim KY, Yeo H, Jeong JS. A comparison of the use of propofol alone and propofol with midazolam for pediatric magnetic resonance imaging sedation - a retrospective cohort study. BMC Anesthesiol. 2017;17:138.

39 Scheier E, Gadot C, Leiba R, Shavit I. Sedation with the combination of ketamine and propofol in a pediatric ED: a retrospective case series analysis. Am J Emerg Med. 2015;33:815-7.

40 Louvet N, Rigouzzo A, Sabourdin N, Constant I. Bispectral index under propofol anesthesia in children: a comparative randomized study between TIVA and TCI. Paediatr Anaesth. 2016;26:899-908.

41 Watt S, Sabouri S, Hegazy R, Gupta P, Heard C. Does dexmedetomidine cause less airway collapse than propofol when used for deep sedation?. J Clin Anesth. 2016;35:259-67.

42 Ozturk T, Acikel A, Yilmaz O, Topcu I, Cevikkalp E, Yuksel H. Effects of low-dose propofol vs ketamine on emergence cough in children undergoing flexible bronchoscopy with sevoflurane-remifentanil anesthesia: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Clin Anesth. 2016;35:90-5.

43 Sriganesh K, Saini J, Theerth K, Venkataramaiah S. Airway dimensions in children with neurological disabilities during dexmedetomidine and propofol sedation for magnetic resonance imaging study. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2018;46:214-21.

44 Jain A, Gombar S, Ahuja V. Recovery profile after general anaesthesia in paediatric ambulatory surgeries: desflurane versus propofol. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2017;46:21-7.

45 Bhatt M, Johnson DW, Chan J, Taljaard M, Barrowman N, Farion KJ, et al. Risk factors for adverse events in emergency department procedural sedation for children. JAMA Pediatr. 2017;171:957-64.

46 Indra S, Haddad H, OʼRiordan MA. Short-term Propofol infusion and associated effects on serum lactate in pediatric patients. Pediatr Emerg Care. 2017;33:e118-21.

47 Karacaer F, Biricik E, Inginel M, Küçükbingöz Ç, Ağın M, Tümgör G, et al. Remifentanil-ketamine vs. propofol-ketamine for sedation in pediatric patients undergoing colonoscopy: a randomized clinical trial. Rev Bras Anestesiol. 2018;68:597-604.

48 Kang P, Jang YE, Kim EH, Lee JH, Kim JT, Kim HS. Safety and efficacy of propofol anesthesia for pediatric target-controlled infusion in children below 3 years of age: a retrospective observational study. Expert Opin Drug Saf. 2018;17:983-9.

49 Narula N, Masood S, Shojaee S, McGuinness B, Sabeti S, Buchan A. Safety of propofol versus nonpropofol-based sedation in children undergoing gastrointestinal endoscopy: a systematic review and meta-analysis. Gastroenterol Res Pract. 2018:6501215.

50 Kang R, Shin BS, Shin YH, Gil NS, Oh YN, Jeong JS. Incidence of tolerance in children undergoing repeated administration of propofol for proton radiation therapy: a retrospective study. BMC Anesthesiol. 2018;18:125.

51 Kara D, Bayrak NA, Volkan B, Uçar C, Cevizci MN, Yılmaz S. Anxiety and salivary cortisol levels in children undergoing esophago-gastro-duodenoscopy under sedation. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018;68:3-6.

52 Biricik E, Karacaer F, Güleç E, Sürmelioğlu Ö, Ilgınel M, Özcengiz D. Comparison of TIVA with different combinations of ketamine-propofol mixtures in pediatric patients. J Anesth. 2018;32:104-11.

53 Hayes J, Matava C, Pehora C, El-Beheiry H, Jarvis S, Finkelstein Y. Determination of the median effective dose of Propofol in combination with different doses of ketamine during gastro-duodenoscopy in children: a randomised controlled trial. Br J Anaesth. 2018;121:453-61.

54 Kocaturk O, Keles S. Recovery characteristics of total intravenous anesthesia with propofol versus sevoflurane anesthesia: a prospective randomized clinical trial. J Pain Res. 2018;11:1289-95.

55 Karanth H, Raveendra US, Shetty RB, Shetty P, Thalanjeri P. Comparative evaluation between sevoflurane and propofol for endotracheal intubation without muscle relaxants in pediatric cleft surgeries. Anesth Essays Res. 2018;12:434-9.

56 Koch S, Rupp L, Prager C, Mörgeli R, Kramer S, Wernecke KD, et al. Incidence of epileptiform discharges in children during induction of anaesthesia using propofol versus sevoflurane. Clin neurophysiol. 2018;129:1642-8.

57 Ramgolam A, Hall GL, Zhang G, Hegarty M, Ungern-Sternberg BS. Inhalational versus intravenous induction of anesthesia in children with a high risk of perioperative respiratory adverse events: a randomized controlled trial. Anesthesiology. 2018;128:1065-74.

58 Schmitz A, Weiss M, Kellenberger C, O'Gorman Tuura R, Klaghofer R, Scheer I, et al. Sedation for magnetic resonance imaging using propofol with or without ketamine at induction in pediatrics-a prospective randomized double-blinded study. Paediatr Anaesth. 2018;28:264-74.
-5959 Nagoshi M, Reddy S, Bell M, Cresencia A, Margolis R, Wetzel R, et al. Low-dose dexmedetomidine as an adjuvant to propofol infusion for children in MRI: a double-cohort study. Paediatr Anaesth. 2018;28:639-46.

Sumário das recomendações para exames de imagem

  • - Em pacientes pediátricos submetidos à RM com propofol e sevoflurano, a incidência de agitação de emergência é significativamente menor e deve ser fortemente encorajada (Nível I);

  • - Não há evidências de que o propofol, quando comparado ao midazolam, tem menor incidência de EAs respiratórios baseado na medição dos diâmetros das vias aéreas (Nível II);

  • - O uso de propofol, em doses de 1-2 mg/kg, demonstrou ser seguro para exames de imagem como RM e EDA, deve ser fortemente considerado pelo seu curto tempo de duração e baixa prevalência de EAs (Nível I);

  • - O uso de propofol em infusão contínua para procedimentos fora do centro cirúrgico deve ser limitado aos médicos anestesiologistas; em infusões em bolus, apenas por pessoal treinado e com equipamento para emergências prontamente disponível (Nível I);

  • - Na tabela 4 estão as principais indicações do uso de propofol de crianças, com ênfase em exames de imagem.3838 Kang R, Shin YH, Gil NS, Kim KY, Yeo H, Jeong JS. A comparison of the use of propofol alone and propofol with midazolam for pediatric magnetic resonance imaging sedation - a retrospective cohort study. BMC Anesthesiol. 2017;17:138.,4343 Sriganesh K, Saini J, Theerth K, Venkataramaiah S. Airway dimensions in children with neurological disabilities during dexmedetomidine and propofol sedation for magnetic resonance imaging study. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2018;46:214-21.,5858 Schmitz A, Weiss M, Kellenberger C, O'Gorman Tuura R, Klaghofer R, Scheer I, et al. Sedation for magnetic resonance imaging using propofol with or without ketamine at induction in pediatrics-a prospective randomized double-blinded study. Paediatr Anaesth. 2018;28:264-74.

    59 Nagoshi M, Reddy S, Bell M, Cresencia A, Margolis R, Wetzel R, et al. Low-dose dexmedetomidine as an adjuvant to propofol infusion for children in MRI: a double-cohort study. Paediatr Anaesth. 2018;28:639-46.

    60 Mitra S, Disher T, Pichler G, D'Souza B, Mccord H, Chayapathi V, et al. Delivery room interventions to prevent bronchopulmonary dysplasia in preterm infants: a protocol for a systematic review and network meta-analysis. BMJ Open. 2019;9:e028066.

    61 Bong CL, Lim E, Allen JC, Choo WL, Siow YN, Teo PB, et al. A comparison of single-dose dexmedetomidine or propofol on the incidence of emergence delirium in children undergoing general anaesthesia for magnetic resonance imaging. Anaesthesia. 2015;70:393-9.

    62 Heard C, Harutunians M, Houck J, Joshi P, Johnson K, Lerman J. Propofol anesthesia for children undergoing magnetic resonance imaging: a comparison with isoflurane, nitrous oxide, and a laryngeal mask airway. Anesth Analg. 2015;120:157-64.

    63 Moustafa AA, Abdelazim IA. Impact of obesity on recovery and pulmonary functions of obese women undergoing major abdominal gynecological surgeries. J Clin Monit Comput. 2016;30:333-9.

    64 Gemma M, Scola E, Baldoli C, Mucchetti M, Pontesilli S, De Vitis A, et al. Auditory functional magnetic resonance in awake (nonsedated) and Propofol-sedated children. Paediatr Anaesth. 2016;26:521-30.

    65 Kamal K, Asthana U, Bansal T, Dureja J, Ahlawat G, Kapoor S. Evaluation of efficacy of dexmedetomidine versus propofol for sedation in children undergoing magnetic resonance imaging. Saudi J Anaesth. 2017;11:163-8.
    -6666 Boriosi JP, Eickhoff JC, Klein KB, Hollman GA. A retrospective comparison of propofol alone to popofol in combination with dexmedetomidine for pediatric 3T MRI sedation. Paediatr Anaesth. 2017;27:52-9.

    Tabela 4
    Principais indicações do uso de propofol de crianças, com ênfase em exames de imagem

Este artigo tem algumas limitações. A principal delas é a enorme abrangência do assunto, com muitas publicações. Seria mais conciso separar um cenário clínico, como EDAs, por exemplo, para reduzir o número de artigos analisados. Entretanto, revisões sistemáticas de qualidade em cada um dos cenários analisados já foram publicadas em grande número. Além disso, mesmo com a leitura independente dos resumos dos artigos pelos dois autores, estabelece-se possível viés de seleção do artigo, o que pode tornar os achados e as conclusões finais incompletos.

Conclusão

O propofol, apesar de antigo hipnótico, tem sido estudado com interesse cada vez maior em crianças, diversos artigos atestam sua eficácia e segurança, especialmente para sedações de curta duração e cujo nível de consciência do paciente não possa deixar de ser avaliado por um tempo curto. Entretanto, recomendamos o uso por equipe pronta e treinada para atender aos diversos eventos adversos de potencial gravidade, principalmente as emergências de vias aéreas. Sua dose ideal, bem como as diversas aplicações, ainda é motivo de estudo e campo a ser explorado.

  • Como citar este artigo: Mekitarian Filho E, Riechelmann MB. Propofol use in newborns and children: is it safe? A systematic review. J Pediatr (Rio J). 2020;96:289-309.
  • ☆☆
    Estudo vinculado a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo, SP, Brasil.

References

  • 1
    Chidambaran V, Costandi A, D'Mello A. Propofol: a review of its role in pediatric anesthesia and sedation. CNS Drugs. 2018;32:873.
  • 2
    Smuszkiewicz P, Wiczling P, Przybyłowski K, Borsuc A, Trojanowska I, Paterska M, et al. The pharmacokinetics of propofol in ICU patients undergoing long-term sedation. Biopharm Drug Dispos. 2016;37:456-66.
  • 3
    Fuentes R, Cortínez LI, Contreras V, Ibacache M, Anderson BJ. Propofol pharmacokinetic and pharmacodynamic profile and its electroencephalographic interaction with remifentanil in children. Paediatr Anaesth. 2018;28:1078-86.
  • 4
    Michelet R, Van Bocxlaer J, Allegaert K, Vermuelen A. The use of PBPK modeling across the pediatric age range using propofol as a case. J Pharmacokinet Pharmacodyn. 2018;45:765-85.
  • 5
    Hemphill S, McMenamin L, Bellamy MC, Hopkins PM. Propofol infusion syndrome: a structured literature review and analysis of published case reports. Br J Anaesth. 2019;122:448-59.
  • 6
    Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLoS Med. 2009;6:e1000100.
  • 7
    Burns PB, Rohrich RJ, Chung KC. The Levels of evidence and their role in evidence-based medicine. Plast Reconstr Surg. 2011;128:305-10.
  • 8
    Abulebda K, Patel VJ, Ahmed SS, Tori AJ, Lutfi R, Abu-Sultaneh S. Comparison between chloral hydrate and propofol-ketamine as sedation regimens for pediatric auditory brainstem response testing. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:32-6.
  • 9
    Michel-Macías C, Morales-Barquet DA, Reyes-Palomino AM, Machuca-Vaca JA, Orozco-Guillén A. Single dose of propofol causing propofol infusion syndrome in a newborn. Oxf Med Case Reports. 2018;18:omy023.
  • 10
    Dekker J, Lopriore E, van Zanten HA, Tan RN, Hooper SB, Te Pas AB. Sedation during minimal invasive surfactant therapy: a randomised controlled trial. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2019;104:F378-83.
  • 11
    Dekker J, Lopriore E, Rijken M, Rijntjes-Jacobs E, Smits-Wintjens V, Te Pas A. Sedation during minimal invasive surfactant therapy in preterm infants. Neonatology. 2016;109:308-13.
  • 12
    Ulgey A, Güneş I, Bayram A, Aksu R, Biçer C, Uĝur G, et al. Decreasing the need for mechanical ventilation after surgery for retinopathy of prematurity: sedoanalgesia vs. general anesthesia. Turk J Med Sci. 2015;45:1292-9.
  • 13
    Jia J, Sun Y, Hu Z, Li Y, Ruan X. Propofol inhibits the release of interleukin-6, 8 and tumor necrosis factor-α correlating with high-mobility group box 1 expression in lipopolysaccharides-stimulated RAW 264.7 cells. BMC Anesthesiol. 2017;17:148.
  • 14
    Tu Y, Liang Y, Xiao Y, Lv J, Guan R, Xiao F, et al. Dexmedetomidine attenuates the neurotoxicity of propofol toward primary hippocampal neurons in vitro via Erk1/2/CREB/BDNF signaling pathways. Drug Des Devel Ther. 2019;13:695-706.
  • 15
    Leite TT, Macedo E, Martins Ida S, Neves FM, Libório AB. Renal outcomes in critically Ill patients receiving propofol or midazolam. Clin J Am Soc Nephrol. 2015;10:1937-45.
  • 16
    Montandrau O, Espitalier F, Bouyou J, Laffon M, Remérand F. Thiopental versus propofol on the outcome of the newborn after caesarean section: an impact study. Anaesth Crit Care Pain Med. 2019;38:631-5.
  • 17
    Hoetzel A, Ryan H, Schmidt R. Anesthetic considerations for the patient with liver disease. Curr Opin Anaesthesiol. 2012;25:340-7.
  • 18
    Olutoye OA, Baker BW, Belfort MA, Olutoye OO. Food and drug administration warning on anesthesia and brain development: implications for obstetric and fetal surgery. Am J Obstet Gynecol. 2018;218:98-102.
  • 19
    Jiang S, Liu Y, Huang L, Zhang F, Kang R. Effects of propofol on cancer development and chemotherapy: Potential mechanisms. Eur J Pharmacol. 2018;831:46-51.
  • 20
    Smits A, Theiwessen L, Caicedo A, Naualaueres G, Allegart K. Propofol-dose-finding to reach optimal effects for (semi-)elective intubation in neonates. J Pediatr. 2016;179:54-60.
  • 21
    Grunwell JR, Travers C, Stormorken AG, Scherrer PD, Chumpitazi CE, Stockwell JA, et al. Pediatric procedural sedation using the combination of Ketamine and Propofol outside of the emergency department: a report from the Pediatric Sedation Research Consortium. Pediatr Crit Care Med. 2017;18:e353-63.
  • 22
    Piersigilli F, Di Pede A, Catena G, Lozzi S, Auriti C, Bersani I, et al. Propofol and fentanyl sedation for laser treatment of retinopathy of prematurity to avoid intubation. J Matern Fetal Neonatal Med. 2019;32:517-21.
  • 23
    Durrmeyer X, Breinig S, Claris O, Turneoux P, Alexandre C, Saliba C, et al. Effect of atropine with propofol vs atropine with atracurium and sufentanil on oxygen desaturation in neonates requiring nonemergency intubation: a randomized clinical trial. JAMA. 2018;319:1790-801.
  • 24
    Thewissen L, Caicedo A, Dereymaeker A, Van Huffel S, Naulares G, Allegaert K, et al. Cerebral autoregulation and activity after propofol for endotracheal intubation in preterm neonates. Pediatr Res. 2018;84:719-25.
  • 25
    Boonmak S, Boonmak P, Laopaiboon M. Deliberate hypotension with propofol under anaesthesia for functional endoscopic sinus surgery (FESS). Cochrane Database Syst Rev. 2013;6:CD006623.
  • 26
    Schraag S, Pradelli L, Alsaleh AJ, Bellone M, Ghetti G, Chung TL, et al. Propofol vs. inhalational agents to maintain general anaesthesia in ambulatory and in-patient surgery: a systematic review and meta-analysis. BMC Anesthesiol. 2018;18:162.
  • 27
    de Kort EH, Andriessen P, Reiss IK, Van Dijk M, Simons SH. Evaluation of an Intubation Readiness Score to Assess Neonatal Sedation Before Intubation. Neonatology. 2019;115:43-8.
  • 28
    Conway A, Rolley J, Sutherland JR. Midazolam for sedation before procedures. Cochrane Database Syst Rev. 2016;5:CD009491.
  • 29
    Hong H, Hahn S, Choi Y, Jang MJ, Kim S, Lee JH, et al. Propofol for procedural sedation/anaesthesia in neonates. Evaluation of propofol in comparison with other general anesthetics for surgery in children younger than 3 years: a systematic review and meta-analysis. J Korean Med Sci. 2019;34:e124.
  • 30
    Shah PS, Shah VS. Propofol for procedural sedation/anaesthesia in neonates. Cochrane Database Syst Rev. 2011;3:CD007248.
  • 31
    Scheiermann P, Herzog F, Siebenhofer A, Strametz R, Weberschock T. Intravenous versus inhalational anesthesia for pediatric inpatient surgery - A systematic review and meta-analysis. J Clin Anesth. 2018;49:19-25.
  • 32
    Schaefer MS, Kranke P, Weibel S, Kreysing R, Ochel J, Kienbaum P. Total intravenous anesthesia vs single pharmacological prophylaxis to prevent postoperative vomiting in children: a systematic review and meta-analysis. Paediatr Anaesth. 2017;27:1202-9.
  • 33
    Chiaretti A, Benini F, Pierri F, Vecchiato K, Ronfani L, Agosto C, et al. Safety and efficacy of Propofol administered by paediatricians during procedural sedation in children. Acta Paediatr. 2014;103:182-7.
  • 34
    Koriyama H, Duff JP, Guerra GG, Chan AW. Sedation withdrawal and analgesia team. Is propofol a friend or a foe of the pediatric intensivist? Description of propofol use in a PICU. Pediatr Crit Care Med. 2014;15:e66-71.
  • 35
    Costi D, Ellwood J, Wallace A, Ahmed S, Waring L, Cyna A. Transition to propofol after sevoflurane anesthesia to prevent emergence agitation: a randomized controlled trial. Paediatr Anaesth. 2015;25:517-23.
  • 36
    Zhang F, Wang Z, Xin TT, Zi HLV. Treatment of different-aged children under bispectral index monitoring with intravenous anesthesia with propofol and remifentanil. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2015;19:64-9.
  • 37
    Jager MD, Aldag JC, Deshpande GG. A presedation fluid bolus does not decrease the incidence of propofol-induced hypotension in pediatric patients. Hosp Pediatr. 2015:85-91.
  • 38
    Kang R, Shin YH, Gil NS, Kim KY, Yeo H, Jeong JS. A comparison of the use of propofol alone and propofol with midazolam for pediatric magnetic resonance imaging sedation - a retrospective cohort study. BMC Anesthesiol. 2017;17:138.
  • 39
    Scheier E, Gadot C, Leiba R, Shavit I. Sedation with the combination of ketamine and propofol in a pediatric ED: a retrospective case series analysis. Am J Emerg Med. 2015;33:815-7.
  • 40
    Louvet N, Rigouzzo A, Sabourdin N, Constant I. Bispectral index under propofol anesthesia in children: a comparative randomized study between TIVA and TCI. Paediatr Anaesth. 2016;26:899-908.
  • 41
    Watt S, Sabouri S, Hegazy R, Gupta P, Heard C. Does dexmedetomidine cause less airway collapse than propofol when used for deep sedation?. J Clin Anesth. 2016;35:259-67.
  • 42
    Ozturk T, Acikel A, Yilmaz O, Topcu I, Cevikkalp E, Yuksel H. Effects of low-dose propofol vs ketamine on emergence cough in children undergoing flexible bronchoscopy with sevoflurane-remifentanil anesthesia: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Clin Anesth. 2016;35:90-5.
  • 43
    Sriganesh K, Saini J, Theerth K, Venkataramaiah S. Airway dimensions in children with neurological disabilities during dexmedetomidine and propofol sedation for magnetic resonance imaging study. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2018;46:214-21.
  • 44
    Jain A, Gombar S, Ahuja V. Recovery profile after general anaesthesia in paediatric ambulatory surgeries: desflurane versus propofol. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2017;46:21-7.
  • 45
    Bhatt M, Johnson DW, Chan J, Taljaard M, Barrowman N, Farion KJ, et al. Risk factors for adverse events in emergency department procedural sedation for children. JAMA Pediatr. 2017;171:957-64.
  • 46
    Indra S, Haddad H, OʼRiordan MA. Short-term Propofol infusion and associated effects on serum lactate in pediatric patients. Pediatr Emerg Care. 2017;33:e118-21.
  • 47
    Karacaer F, Biricik E, Inginel M, Küçükbingöz Ç, Ağın M, Tümgör G, et al. Remifentanil-ketamine vs. propofol-ketamine for sedation in pediatric patients undergoing colonoscopy: a randomized clinical trial. Rev Bras Anestesiol. 2018;68:597-604.
  • 48
    Kang P, Jang YE, Kim EH, Lee JH, Kim JT, Kim HS. Safety and efficacy of propofol anesthesia for pediatric target-controlled infusion in children below 3 years of age: a retrospective observational study. Expert Opin Drug Saf. 2018;17:983-9.
  • 49
    Narula N, Masood S, Shojaee S, McGuinness B, Sabeti S, Buchan A. Safety of propofol versus nonpropofol-based sedation in children undergoing gastrointestinal endoscopy: a systematic review and meta-analysis. Gastroenterol Res Pract. 2018:6501215.
  • 50
    Kang R, Shin BS, Shin YH, Gil NS, Oh YN, Jeong JS. Incidence of tolerance in children undergoing repeated administration of propofol for proton radiation therapy: a retrospective study. BMC Anesthesiol. 2018;18:125.
  • 51
    Kara D, Bayrak NA, Volkan B, Uçar C, Cevizci MN, Yılmaz S. Anxiety and salivary cortisol levels in children undergoing esophago-gastro-duodenoscopy under sedation. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018;68:3-6.
  • 52
    Biricik E, Karacaer F, Güleç E, Sürmelioğlu Ö, Ilgınel M, Özcengiz D. Comparison of TIVA with different combinations of ketamine-propofol mixtures in pediatric patients. J Anesth. 2018;32:104-11.
  • 53
    Hayes J, Matava C, Pehora C, El-Beheiry H, Jarvis S, Finkelstein Y. Determination of the median effective dose of Propofol in combination with different doses of ketamine during gastro-duodenoscopy in children: a randomised controlled trial. Br J Anaesth. 2018;121:453-61.
  • 54
    Kocaturk O, Keles S. Recovery characteristics of total intravenous anesthesia with propofol versus sevoflurane anesthesia: a prospective randomized clinical trial. J Pain Res. 2018;11:1289-95.
  • 55
    Karanth H, Raveendra US, Shetty RB, Shetty P, Thalanjeri P. Comparative evaluation between sevoflurane and propofol for endotracheal intubation without muscle relaxants in pediatric cleft surgeries. Anesth Essays Res. 2018;12:434-9.
  • 56
    Koch S, Rupp L, Prager C, Mörgeli R, Kramer S, Wernecke KD, et al. Incidence of epileptiform discharges in children during induction of anaesthesia using propofol versus sevoflurane. Clin neurophysiol. 2018;129:1642-8.
  • 57
    Ramgolam A, Hall GL, Zhang G, Hegarty M, Ungern-Sternberg BS. Inhalational versus intravenous induction of anesthesia in children with a high risk of perioperative respiratory adverse events: a randomized controlled trial. Anesthesiology. 2018;128:1065-74.
  • 58
    Schmitz A, Weiss M, Kellenberger C, O'Gorman Tuura R, Klaghofer R, Scheer I, et al. Sedation for magnetic resonance imaging using propofol with or without ketamine at induction in pediatrics-a prospective randomized double-blinded study. Paediatr Anaesth. 2018;28:264-74.
  • 59
    Nagoshi M, Reddy S, Bell M, Cresencia A, Margolis R, Wetzel R, et al. Low-dose dexmedetomidine as an adjuvant to propofol infusion for children in MRI: a double-cohort study. Paediatr Anaesth. 2018;28:639-46.
  • 60
    Mitra S, Disher T, Pichler G, D'Souza B, Mccord H, Chayapathi V, et al. Delivery room interventions to prevent bronchopulmonary dysplasia in preterm infants: a protocol for a systematic review and network meta-analysis. BMJ Open. 2019;9:e028066.
  • 61
    Bong CL, Lim E, Allen JC, Choo WL, Siow YN, Teo PB, et al. A comparison of single-dose dexmedetomidine or propofol on the incidence of emergence delirium in children undergoing general anaesthesia for magnetic resonance imaging. Anaesthesia. 2015;70:393-9.
  • 62
    Heard C, Harutunians M, Houck J, Joshi P, Johnson K, Lerman J. Propofol anesthesia for children undergoing magnetic resonance imaging: a comparison with isoflurane, nitrous oxide, and a laryngeal mask airway. Anesth Analg. 2015;120:157-64.
  • 63
    Moustafa AA, Abdelazim IA. Impact of obesity on recovery and pulmonary functions of obese women undergoing major abdominal gynecological surgeries. J Clin Monit Comput. 2016;30:333-9.
  • 64
    Gemma M, Scola E, Baldoli C, Mucchetti M, Pontesilli S, De Vitis A, et al. Auditory functional magnetic resonance in awake (nonsedated) and Propofol-sedated children. Paediatr Anaesth. 2016;26:521-30.
  • 65
    Kamal K, Asthana U, Bansal T, Dureja J, Ahlawat G, Kapoor S. Evaluation of efficacy of dexmedetomidine versus propofol for sedation in children undergoing magnetic resonance imaging. Saudi J Anaesth. 2017;11:163-8.
  • 66
    Boriosi JP, Eickhoff JC, Klein KB, Hollman GA. A retrospective comparison of propofol alone to popofol in combination with dexmedetomidine for pediatric 3T MRI sedation. Paediatr Anaesth. 2017;27:52-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jun 2020
  • Data do Fascículo
    May-Jun 2020

Histórico

  • Recebido
    4 Maio 2019
  • Aceito
    26 Jul 2019
  • Publicado
    8 Jan 2020
Sociedade Brasileira de Pediatria Av. Carlos Gomes, 328 cj. 304, 90480-000 Porto Alegre RS Brazil, Tel.: +55 51 3328-9520 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: jped@jped.com.br