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Contribuição para o estudo dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). III: Oxyommata Zajciw, 1970 e novo gênero oriundo da divisão de Xenocrasis Bates, 1873

Resumos

Oxyommata Zajciw, 1970 e O. collaris (Audinet-Serville, 1833) são redescritos e comentados. Um novo gênero proveniente da divisão de Xenocrasis Bates, 1873 é descrito e três espécies alocadas nele: X. fulvicollis(Lacordaire, 1868); X. pubipennis (Fisher, 1952); e X. vestitipennis Zajciw, 1963. É apresentada chave para as espécies do novo gênero.

Novo gênero; Revisão; Taxonomia


Oxyommata Zajciw, 1970 and O. collaris (Audinet-Serville, 1833) are redescribed and commented uppon. A new genus from the division of Xenocrasis Bates, 1873 is described, and three species are allocated in to it: X. fulvicollis (Lacordaire, 1868); X. pubipennis (Fisher, 1952); and X. vestitipennis Zajciw, 1963. A key to the species of the new genus is added.

New genus; Revision; Taxonomy


Contribuição para o estudo dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). III. Oxyommata Zajciw, 1970 e novo gênero oriundo da divisão de Xenocrasis Bates, 1873

Antonio Santos-SilvaI,IV; Robin O. S. ClarkeII; Ubirajara R. MartinsI,III

IMuseu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42.494, CEP 04218-970, São Paulo, SP, Brasil

IIHotel Flora & Fauna, Casilla 2097, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia. E-mail: hotelfandf@hotmail.com

IIIPesquisador do CNPq. E-mail: urmsouza@usp.br

IVE-mail: toncriss@uol.com.br

RESUMO

Oxyommata Zajciw, 1970 e O. collaris (Audinet-Serville, 1833) são redescritos e comentados. Um novo gênero proveniente da divisão de Xenocrasis Bates, 1873 é descrito e três espécies alocadas nele: X. fulvicollis(Lacordaire, 1868); X. pubipennis (Fisher, 1952); e X. vestitipennis Zajciw, 1963. É apresentada chave para as espécies do novo gênero.

Palavras-Chave: Novo gênero; Revisão; Taxonomia.

ABSTRACT

Oxyommata Zajciw, 1970 and O. collaris (Audinet-Serville, 1833) are redescribed and commented uppon. A new genus from the division of Xenocrasis Bates, 1873 is described, and three species are allocated in to it: X. fulvicollis (Lacordaire, 1868); X. pubipennis (Fisher, 1952); and X. vestitipennis Zajciw, 1963. A key to the species of the new genus is added.

Key-Words: New genus; Revision; Taxonomy.

INTRODUÇÃO

Uma das maiores dificuldades no estudo dos Rhinotragini refere-se à localização dos tipos, particularmente aqueles pertencentes a coleções antigas. Em geral, as descrições sumárias de autores dos séculos XVIII e XIX não permitem o reconhecimento das espécies, o que torna obrigatório o exame dos tipos ou, no mínimo, de fotografias desses espécimes.

Nesta terceira parte da série de trabalhos visando uma revisão geral dos Rhinotragini, tratamos de um gênero baseado em identificação duvidosa da espécie-tipo: Oxyommata Zajciw, 1963.

Como consequência da identificação duvidosa de Oregostoma collaris Audinet-Serville, 1833 e da presença de espécimes identificados como tal nas coleções do BMNH e ISNB (vide lista de acrônimos abaixo), fomos obrigados a antecipar o estudo de Xenocrasis Bates, 1873, o que só deveria ocorrer após o término da revisão de todos os gêneros que constavam como subgêneros de Ommata White, 1855 em Monné (2005).

MATERIAL E MÉTODOS

Não foram examinados espécimes de Xenocrasis pubipennis (Fisher, 1952) e Xenocrasis vestitipennis Zajciw, 1963. A alocação dessas espécies no novo gênero baseou-se nas descrições originais e fotografias dos tipos. Reproduzimos as descrições originais, eliminando os caracteres que foram utilizados na descrição do gênero.

Os acrônimos utilizados no texto correspondem às seguintes instituições: AMNH, American Museum of Natural History, Nova York; BMNH, The Natural History Museum, Londres; DZUP,, Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba; FIOC, Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro; ISNB, Institute Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Bruxelas; MNRJ, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; MZUSP, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

As referências bibliográficas sob cada táxon correspondem à descrição original, citação do catálogo de Monné (2005), sinonímias, novas combinações e acréscimos posteriores a esse catálogo.

No item "Distribuição geográfica" das espécies, a obra indicada após o país/estado, refere-se à primeira citação.

Oxyommata Zajciw, 1970

Ommata (Oxyommata) Zajciw, 1970:153; Monné, 2005:494 (cat.).

Oxyommata; Martins & Santos-Silva, 2010:393.

Espécie-tipo: Oregostoma collare Audinet-Serville, 1833.

Diagnose: Assemelha-se a Lygrocharis Melzer, 1927 pela forma e escultura dos élitros, mas difere pela clava dos metafêmures não abruptamente espessada em relação ao pedúnculo (abrupta em Lygrocharis).

Comprimento pequeno (ca. 10,0 mm). Corpo estreito (maior largura ca. 0,17 vezes o comprimento), não deprimido. Tegumento não metálico.

Fêmea: Cabeça não prolongada atrás dos olhos (margem posterior dos olhos, na área de junção dos lobos oculares, muito próxima da borda anterior do protórax); rostro moderadamente longo (comprimento de 0,4 a 0,7 vezes a altura dos lobos oculares inferiores em vista frontal). Olhos grandes, fortemente emarginados. Lobos oculares superiores nitidamente mais estreitos do que os inferiores; ápice atinge o nível do ápice dos tubérculos anteníferos; distância entre os lobos igual à aproximadamente 0,35 vezes a largura de um lobo. Distância entre os lobos oculares inferiores de 1,20 a 1,45 vezes a largura de um lobo. Base dos tubérculos anteníferos distantes entre si; ápice destacado e estreitamente arredondado. Labro transversal, mais curto do que a metade da largura. Antenas unicolores, escuras, gradualmente engrossadas do antenômero III até o ápice do VII, a partir do qual com o mesmo espessamento. Comprimento das antenas igual a aproximadamente 1,3 vezes o comprimento elitral; escapo, pedicelo e antenômeros III-VII com pelos longos, grossos e moderadamente abundantes nas faces dorsal e ventral, mas sempre gradativamente mais curtos e esparsos em direção aos segmentos apicais e mais esparsos na face dorsal; extremo apical da face ventral dos antenômeros VIII-IX com alguns pelos longos e grossos; antenômero III de 1,2 a 1,4 vezes mais longo que o escapo; antenômeros III-VII filiformes; antenômeros VIII-XI submoniliformes, principalmente IX-X.

Protórax globoso, um pouco comprimido dorso-ventralmente; mais largo na base do que no ápice, sem tubérculos laterais. Disco do pronoto com pontos rasos, moderadamente abundantes e grossos; pubescência muito curta, entremeada por pelos longos e esparsos. Prosterno com pontos grossos, bem marcados, moderadamente esparsos, exceto no terço mais próximo da cabeça que é liso; pubescência pouco distinta, entremeada por pelos esparsos e moderadamente longos. Cavidades procoxais fechadas. Processo prosternal, quase horizontal em toda extensão, notavelmente estreitado na região mediana e distintamente alargado no ápice, que é fracamente escavado. Processo mesosternal elevado na base; carenas laterais inconspícuas; metade apical cordiforme. Mesepisterno fracamente intumescido, parcialmente visível dorsalmente acima dos úmeros. Metasterno não fortemente elevado próximo das metacoxas; pontuação moderadamente grossa e abundante nas laterais. Metepisternos moderadamente estreitos e distintamente estreitados para o ápice; pontuação grossa, bem marcada e abundante.

Escutelo fracamente pubescente, longitudinal-mente côncavo (a concavidade pode ser notavelmente acentuada). Élitros não cobrem totalmente o abdome (apenas ultrapassam o meio do terceiro segmento abdominal), notavelmente estreitados para o ápice que é subaguçado, divergentes a partir do terço apical; dois terços basais planos no disco, elevados junto à sutura, lateralmente quase verticais (inclinação gradualmente menos acentuada, até tornar-se nula, em direção ao ápice do terço médio); terço apical subplano; superfície com pontuação grossa, bem marcada e abundante, pubescente e com pelos longos e esparsos na metade basal (pelos mais abundantes e longos no terço basal); cada élitro com uma carena lateral larga e pouco marcada.

Pernas anteriores e medianas mais curtas do que as posteriores; medianas mais curtas do que as posteriores. Pro- e mesocoxas sem espículo. Fêmures clavados; superfície inferior sem grânulos; ápice dos metafêmures ultrapassa nitidamente o ápice elitral. Metatíbias sem tufo de pelos. Metatarsômero I pouco mais longo que II-III reunidos.

Abdome estreito e alongado, não curvado para baixo; margens laterais fracamente alargadas na região mediana (aspecto vespiforme). Processo abdominal sub-horizontal. Urosternitos em nível nitidamente mais baixo do que o da superfície do metasterno; metade centro-apical do urosternito V não deprimida, sem elevação nas laterais; urosternitos pubescentes e pontuados lateralmente.

Espécie incluída: Oxyommata collaris (Audinet-Serville, 1833).

Distribuição geográfica: Brasil (Espírito Santo).

Discussão: Vide discussão sobre Oxyommata collaris (Audinet-Serville, 1833).

Oxyommata collaris (Audinet‑serville, 1833)

(Fig. 1)



Oregostoma collare Audinet-Serville, 1833:553. Ommata (Oxyommata) collaris; Monné, 2005:494 (cat.).

Fêmea (Fig. 1): Tegumento castanho-escuro; protórax (exceto extremo distal, que é acastanhado), mesosterno (exceto nas laterais) e procoxas (pelo menos na maior parte) vermelho-alaranjados; cabeça inteiramente preta ou com áreas acastanhadas ou castanho-avermelhadas; escapo, pedicelo e antenômeros basais pretos; élitros enegrecidos.

Dimensões em mm (♀): Comprimento total, 9,8-10,8; comprimento do protórax, 1,9-2,1; largura anterior do protórax, 1,3-1,4; largura posterior do protórax, 1,4-1,6; largura umeral, 1,6-2,0; comprimento elitral, 5,3-6,0. Macho: "Long. 5 lignes" (Audinet-Serville, 1833).

Discussão/Tipo, localidade-tipo: A descrição original de Oregostoma collare é extremamente reduzida e não permite a identificação da espécie, principalmente, porque se adéqua perfeitamente a muitas espécies.

O holótipo de Oregostoma collare, originalmente, pertencia à Coleção Dejean. Santos-Silva & Shute (2009) registraram: "Chevrolat acquired the Dejean cerambycid collection after 1845"; e "The Chevrolat collection was divided and sold before his death with the cerambycids coming to the BM(NH) via J. Bo-wring in 1863".

De acordo com Sharon Shute (com. pess.): "We have a number of ancient specimens standing over the name O. collaris Serv. None are reliably determined. There is a Fry specimen labelled "fulvicolle" Dejean, and a Dejean specimen labelled "fulvicolle" Buquet. There is also a specimen labelled "collaris ?" Serv. nec Dejean"; "Regarding the Ommata collaris we [BMNH] definitely do not have the type material. There is no Dejean specimen determined as "collare"; e finalmente, "...I have also included photos of three specimens of "collaris" (?): 2 ex. Dejean coll., one via Laferte ex. Fry coll. (this specimen has no Dejean label), one via Bowring with Dejean det. label "fulvicolle Buquet", and one from the Fry collection which has det. label "collaris? nec. Dejean" and the Fry det. label "fulvicolle Dejean Cat.".

Em Dejean (1835), constam "Oregostoma Fulvicolle. Dej." e "Oregostoma Collare Dej.". Em Dejean (1836) as duas espécies também estão listadas no gênero Oregostoma, mas a primeira aparece atribuída a Buquet: "Fulvicolle. Buquet". Acreditamos que não há dúvida de que esse espécime seja aquele fotografado por Sharon Shute no BMNH (Fig. 7) e que entrou nessa coleção via Bowring em 1863 ("is a Dejean specimen that he obtained from Buquet; the registration nº 1863-47 is for the whole of the Bowring/Chevrolat collection" – Sharon Shute, com. pess.). Com relação ao espécime proveniente da coleção Fry, que possui um rótulo indicando que teria origem na coleção Dejean ("Ex. Mus. Dejean") (Fig. 9), é impossível saber seu status e se realmente provém da coleção Dejean, principalmente porque, como indicado acima, esse espécime não tem etiqueta do Dejean. Finalmente, o único espécime presente no BMNH e que possui rótulo de identificação como O. collaris (Fig. 8), aparentemente, não tem origem na Coleção Dejean ("is the only specimen that has a det. label with the name on, the registration 1855-56 says purchased from Stevens (dealer)" – Sharon Shute, com. pess.).




Esses três espécimes depositados no BMNH como Oregostoma collaris, fotografados por Sharon Shute, são fêmeas de uma mesma espécie. De acordo com Audinet-Serville (1833), o único exemplar de O. collaris examinado por ele era um macho e pertencia à coleção Dejean. Aparentemente, O. collaris e O. fulvicolle sensu Dejean e/ou Buquet não são a mesma espécie, porque Dejean manteve as duas nos seus catálogos de 1835 e 1836. Além disso, se os espécimes estivessem presentes na coleção Dejean quando Audinet-Serville examinou-a, é provável que tivesse percebido que pertenciam à mesma espécie, caso realmente esse fosse o caso. No entanto, existem duas possibilidades que poderiam explicar porque Audinet-Serville não teria comentado nada sobre "Fulvicolle": a primeira seria que esse(s) espécime(s) teria(m) entrado na Coleção Dejean após a descrição da espécie e/ou exame da Coleção; a segunda seria que Audinet-Serville (e posteriormente, também Dejean) não teria percebido que "Fulvicolle" era a fêmea de "Collare".

A hipótese de que O. fulvicolle Dejean/Buquet não é sinônima de O. collaris é reforçada por um detalhe fornecido por Audinet-Serville (1833), que separou Oregostoma em três grupos, dos quais, O. collaris foi incluída naquele no qual os élitros são "acuminées postérieurement". As quatro fêmeas de O. fulvicolle aqui figuradas (Figs. 6-9) apresentam o ápice elitral distintamente arredondado, o que também ocorre no macho dessa espécie (Fig. 3).

White (1855) transferiu, em dúvida, Oregostoma collare para Rhinotragus Germar, 1824. Como os três espécimes presentes atualmente na coleção do BMNH, identificados como O. collaris, não estavam nessa coleção em 1855, aparentemente, White (op. cit.) baseou a alocação dessa espécie em Rhinotragus seguindo a sinonímia total de Oregostoma com esse gênero, estabelecida por ele.

Para complicar, Lacordaire (1868), ao tratar de Ommata White, 1855, transferiu parte das espécies originalmente descritas em Oregostoma para esse gênero (O. nigripes, O. collare e O. discoideum) e registrou: "En outre de toutes ces espèces, il y en a plusieurs autres dans les collections, entre autres les Oregost. annulatum, clavicorne, dimidiaticorne et pulchellum de Dejean, toutes du Brésil. Chez une, connue sous le nom de fulvicolle, le pygidium et le dernier segment abdominal réunis forment un cône allongé. Il y en a même chez lesquelles les élytres ne recouvrent plus complétement l'abdomen". O texto de Lacordaire (1868) sugere que "O. fulvicolle" pertencia à coleção Dejean, que ele conhecia pessoalmente, conforme foi atestado em Lacordaire (1830): "...que M. Latreille et M. Le comte Dejean ont bien voulu me donner. Ce dernier a eu non-seulement la bonté de vérifier et de nommer tous les insectes que j'ai rapportés, mais encore son immense collection et as bibliothèque ont été à ma disposition toutes les fois que j'en ai eu besoin". Nesse caso, os dois espécimes (duas fêmeas) depositados no ISNB, que portam etiqueta de "type" de Ommata fulvicolle Lacordaire, 1868, não seriam verdadeiros tipos. O verdadeiro holótipo seria o espécime depositado no BMNH (Fig. 9), proveniente da coleção Dejean. É muito provável que esse, efetivamente, seja o caso, principalmente, porque os espécimes depositados no ISNB correspondem perfeitamente aos espécimes depositados no BMNH com o mesmo rótulo de identificação ("Fulvicolle"). Infelizmente, o texto de Lacordaire (1868) não deixa explicito que "fulvicolle" pertencia a Coleção Dejean.

Zajciw (1963) descreveu Xenocrasis obscuripennis que foi sinonimizada por Monné & Martins (1974) com Ommata fulvicolle Lacordaire, 1868 e esta, transferida para o gênero Xenocrasis Bates, 1873. Monné & Martins (1974) também designaram como lectótipo uma das fêmeas depositadas no ISNB. Dessa forma, os três espécimes depositados no BMNH seriam X. fulvicollis e não Oregostoma collaris.

Zajciw (1970) erigiu Ommata (Oxyommata) para alocar Oregostoma collare Audinet-Serville, baseado em um espécime coletado no Brasil (Espírito Santo). É possível que a verdadeira Oregostoma collare não corresponda a Oxyommata collaris. No entanto, sem o exame do holótipo não é possível ter certeza e, dessa forma, julgamos coerente manter conforme proposto por Zajciw (1970).

Zajciw (1970) escreveu sobre a escultura elitral: "superfície dos élitros finamente chagrinada, com pontos finos, não muito densos...". Na verdade, a pontuação elitral é grossa, bem marcada e abundante.

Zajciw (op. cit.) registrou ainda: "Localidade típica: Brasil, Estado do Espírito Santo, município Linhares, Reserva Biológica «Soóretama »"; e "Alótipo fêmea X.67 (F.M. Oliveira leg.), na coleção Campos Seabra". Essas duas designações não são permitidas pelo ICZN (1999) e, igualmente, não eram permitidas pelo ICZN (1964), vigente na época das designações e, portanto, são atos nulos.

Noël Mal (ISNB) enviou-nos fotografias de três espécimes depositados no ISNB, identificados como Ommata collaris. Esses três espécimes são fêmeas que correspondem perfeitamente a Xenocrasis fulvicollis (Lacordaire, 1868). É provável que esses espécimes sejam provenientes da ex-Coleção Lacordaire, mas infelizmente, eles portam apenas rótulo de procedência: "Brésil".

Material examinado: BRASIL, Espírito Santo: Linhares (Parque Soóretama), 1 ♀ ("alótipo"), X.1967, F.M. Oliveira col. (MNRJ, ex-Coleção Campos Seabra); 1 ♀, X.1972, P.C. Elias col. (MZUSP).

Notas sobre a autoria de Oregostoma

Lacordaire (1830) foi o primeiro a mencionar o gênero Oregostoma, atribuindo sua autoria a Lepeletier & Audinet-Serville e sinonimizando como ele parte do gênero Stenopterus Illiger, 1804:120: "Les Oregostoma ressemblent, à la première vue, à de petits Stenopterus, et se trouvent assez communément au Brésil, sur les feuilles et le tronc des arbres. Leur démarche est très-agile, et ils volent bien, surtout pendant la grande chaeleur du jour. Ils produisent um bruit aigu avec le corcelet. O. bi-notata, nigripes, annulata, maculicornis, ejusd., N. Sp.".

Oregostoma não havia sido utilizado formalmente em nenhum trabalho anterior, conforme Lacordaire (1830) indicou: "Je suivrai, pour les genres, les coupes nombreuses créées par MM. Lepelletier [sic] de Saint-Fargeau et Serville, qui sont spécialment occupés de ces insectes; et, comme leur travail est encore inédit, je rapporterai tous ces genres à ceux du Catalogue de M. Le comte Dejean, lorsque cela sera possible". Como em Lacordaire (1830) o gênero não foi associado a nenhuma espécie previamente conhecida na época e não foram fornecidas características morfológicas do gênero, ou seja, uma descrição do táxon, Oregostoma não pode ser atribuído a esse autor [ICZN (1999: Artigo 12)], conforme ocorre com outros gêneros nessa obra (Bousquet, 2008; Bousquet et al. 2009).

Das espécies mencionadas por Lacordaire (1830) (O. bi-notata, nigripes, annulata, maculicornis), apenas Oregostoma nigripes Audinet-Serville, 1833 foi formalmente descrita. Apesar de Lacordaire (1830) ter registrado que os nomes genéricos utilizados correspondiam, sempre que possível, aqueles do catálogo de Dejean, Oregostoma não aparece na primeira edição do catálogo de Dejean (1821). Nesse catálogo, os nomes "bi-notata" e "nigripes" aparecem associados ao gênero Leptura Linnaeus, 1758, "maculicornis" relacionada à Leptura e Saperda Fabricius, 1775 e o nome "annulata" não aparece associado a nenhum gênero de Cerambycidae. No entanto, todos esses nomes aparecem em Dejean (1835, 1836) associados à Oregostoma e atribuídos ao próprio Dejean: "Binotatum; Nigripes; Annulatum; Maculicorne". Em Dejean (1835) foram incluídas duas espécies em Oregostoma, ambas provenientes do Brasil, mas das quais não conseguimos obter nenhuma informação, ou seja, aparentemente não formalmente descritas: "Gracile. Falderman" e "Fasciatum. Mannerheim".

Em vista do exposto, Oregostoma deve ser atribuído a Audinet-Serville (1833), embora permaneça uma dúvida: onde Lacordaire (1830) obteve o nome que atribuiu a Lepeletier & Audinet-Serville.

Laedorcari gen. nov.

Etimologia: Anagrama do nome de Lacordaire (Jean Theodore). Gênero feminino.

Espécie-tipo: Ommata fulvicolle Lacordaire, 1868.

Diagnose: Laedorcari gen. nov. difere de Xenocrasis Bates, 1873, principalmente, pelos élitros sem área vítrea e pubescentes (com área vítrea e pubescentes em Xenocrasis). Difere de Stenopseustes Bates, 1873 pelos olhos dos machos maiores e com os lobos oculares inferiores subcontíguos. Em Stenopseustes os olhos dos machos são menores e os lobos oculares inferiores são distintamente afastados.

Comprimento moderadamente pequeno (11,0-16,5 mm). Corpo estreito (maior largura ca. 0,2 vezes o comprimento), não deprimido. Tegumento não metálico.

Macho: Cabeça não prolongada atrás dos olhos (margem posterior dos olhos, na área de junção dos lobos oculares, muito próxima da borda anterior do protórax); rostro moderadamente curto (ca. 0,5 vezes a altura dos lobos oculares inferiores em vista frontal). Olhos grandes, fortemente emarginados. Lobos oculares inferiores subcontíguos. Lobos oculares superiores muito mais estreitos do que os inferiores; borda interna atinge o nível do ápice dos tubérculos anteníferos; distância entre os lobos maior do que o quádruplo da largura de um lobo. Base dos tubérculos anteníferos moderadamente próximas entre si; ápice arredondado. Labro transversal, aproximadamente tão longo quanto a metade da largura. Antenas filiformes, um pouco engrossadas a partir do antenômero VII; comprimento igual a aproximadamente 1,5 vezes o comprimento elitral; face ventral do pedicelo e antenômeros III-VI com pelos longos, grossos e moderadamente abundantes, mas sempre mais esparsos em direção ao ápice da antena; antenômero III mais longo do que o escapo e do que o antenômero IV; escapo, pedicelo e antenômero III, escuros; antenômeros IV-XI com coloração variável.

Protórax subcilíndrico, mais estreito na base do que no ápice ou com largura subigual nas duas extremidades; fracamente alargado lateralmente, sem tubérculos laterais; pubescência muito curta que reveste toda a superfície, exceto uma faixa transversal, junto à cabeça, lisa e glabra. Disco do pronoto com uma quilha centro-longitudinal, mais larga e mais nítida na metade basal. Cavidades procoxais abertas. Processo prosternal estreitado na região mediana e truncado e alargado no ápice, que é obliquamente inclinado (inclinação pouco acentuada). Processo mesosternal fracamente elevado na base; carenas laterais inconspícuas; terço apical longitudinalmente sulcado e ápice emarginado. Mesepisterno fracamente intumescido, mas quase invisível dorsalmente acima dos úmeros. Metasterno um pouco elevado próximo das metacoxas; pontuação fina e abundante. Metepisternos distintamente estreitados para o ápice.

Escutelo pubescente, fracamente alongado, longitudinalmente côncavo. Élitros não cobrem totalmente o abdome; margens laterais estreitadas na região mediana; superfície fracamente convexa até quase o meio, subplana desse ponto até o quinto apical, onde há uma gibosidade; área vítrea ausente; carenas elitrais inconspícuas; ápice arredondado, sem espinhos; sutura um pouco divergente no quarto apical; superfície finamente reticulada, pubescente e com alguns pelos curtos e esparsos.

Pernas anteriores e medianas nitidamente mais curtas do que as posteriores. Pro- e mesocoxas sem espículo. Fêmures clavados; superfície inferior sem grânulos; ápice dos metafêmures ultrapassa nitidamente o ápice elitral. Metatíbias sem tufo de pelos. Metatarsômero I mais longo do que II-III reunidos.

Abdome estreito e alongado, não curvado para baixo. Processo abdominal um pouco inclinado em relação à superfície do urosternito I. Urosternitos em nível nitidamente mais baixo do que o da superfície do metasterno; laterais do urosternito V (Fig. 4) fortemente elevadas e projetadas para trás; urosternitos pubescentes.

Fêmea: As principais diferenças em relação aos machos são: distância entre os lobos oculares inferiores subigual a largura de um lobo; antenas pouco mais curtas do que no macho; élitros tão ou menos estreitados lateralmente do que nos machos; sutura elitral divergente ou não no quarto apical; abdome proporcionalmente mais largo; processo abdominal com o ápice fracamente inclinado para baixo; urosternitos não fortemente rebaixados em relação ao nível do metasterno; urosternito V não elevado nas laterais.

Espécies incluídas: Laedorcari fulvicollis (Lacordaire, 1868), comb. nov.; L. pubipennis (Fisher, 1952), comb. nov.; L. vestitipennis (Zajciw, 1963), comb. nov.

Chave para as espécies de Laedorcari

1.

Antenômeros apicais claros (Fig. 2). Brasil (Rio de Janeiro) .......L. vestitipennis (Zajciw, 1963) Antenômeros apicais escuros........................2

2(1).

Élitros, no mínimo, escuros na maior parte (Fig. 3). Peru, Colômbia, Brasil (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas)................L. fulvicollis (Lacordaire, 1868) Élitros claros (Fig. 5).

Peru...........................................................L. pubipennis (Fisher, 1952)

Laedorcari vestitipennis (Zajciw, 1963), comb. nov.

(Fig. 2)

Xenocrasis vestitipennis Zajciw, 1963:252; Monné, 2005:508 (cat.).

"♂. Negro; cabeça e protórax amarelo-alaranjados, escutelo, élitros, a parte das pernas anteriores, coxas e bases dos fêmures amarelos; ápices dos élitros amarelo-pálidos; antennas na base, prosterno meso e metatórax, pernas e abdômen ferrugíneo-escuros ou negros; revestimento na face superior amarelo, na face inferior gríseo-escuro, nas antenas e pernas negro.

Variação: Antenas e pernas dos ♂♂ podem variar em côres, sendo mais ou menos escurecidas; os élitros dos ♂♂, amarelos totalmente ou um pouco escurecidos no meio, apresentam um contraste bem aparente com a área amarela apical; ♀♀ são em geral de tamanho maior que os ♂♂ e têm antenas totalmente escuras ou os últimos quatro artículos claros, mesmo branco-sujos".

Tipos, localidade-tipo: Zajciw (1963) registrou: "Localidade típica: Brasil, Est. da Guanabara, Rio de Janeiro, Corcovado e Est. do Rio de Janeiro, Itatiaia". Na verdade, a localidade-tipo, que só pode ser uma (ICZN, 1964 e 1999), é Rio de Janeiro (Corcovado). O alótipo ♀ e os parátipos (2 ♂ e 8 ♀), depositados no MNRJ, são provenientes da mesma localidade do holótipo. Um parátipo ♀ está depositado no FIOC.

Distribuição: Brasil (Rio de Janeiro) (Zajciw, 1963).

Discussão: O aspecto geral desta espécie (Fig. 2) lembra aquele das espécies de Stenopseustes. No entanto, a forma dos olhos nos machos (grandes e com lobos oculares inferiores subcontíguos), difere notavelmente daquele dos machos de Stenopseustes (moderadamente pequenos e com lobos oculares inferiores distintamente afastados entre si).

Laedorcari fulvicollis (lacordaire, 1868), comb. nov.

(Figs. 3, 4, 6-10 )

Ommata fulvicolle Lacordaire, 1868:503 (nota). Xenocrasis fulvicollis; Monné & Martins, 1974:22; Monné, 2005:508 (cat.).

Xenocrasis obscuripennis Zajciw, 1963:254; Monné & Martins, 1974:37 (syn.).

Descrição original (Lacordaire, 1868:503): "En outre de toutes ces espèces, il y em a plusieurs autres dans les collections, entre autres les Oregost. Annulatum, clavicorne, dimidiaticorne et pulchellum de Dejean, toutes Du Brésil. Chez une, connue sous le nom de fulvicolle, le pygidium et le dernier segment abdominal réunis forment un cône allongé. Il y em a même chez lesquelles les élytres ne recouvrent plus complétement l'abdomen".

Macho (Fig. 3): Tegumento alaranjado. Cabeça inteiramente castanho-avermelhada ou acastanhada com áreas alaranjadas (principalmente na área dorsal atrás dos olhos). Escapo, pedicelo e antenômero III castanhos ou castanho-escuros; antenômeros IV-V ou IV-VI castanho-avermelhados na base e gradual-mente mais escuros em direção ao ápice; antenômeros VI-XI ou VII-XI acastanhados. Élitros castanhos, exceto a região circum-escutelar que é alaranjada e, às vezes, a área da gibosidade apical que é alaranjada ou castanho-avermelhada. Pro- e meso fêmures castanho-avermelhados. Metafêmures com os dois terços basais do pedúnculo castanho-avermelhado e o terço apical e a clava castanho-claros. Tíbias e tarsos castanhos (às vezes, a base das protíbias é alaranjada). Distância entre os lobos oculares superiores de 4,1 a 5,2 vezes a largura de um lobo.

Genitália: lobos laterais (Fig. 10 ) não divergentes e com pelos curtos no ápice e na superfície dorsal; lobo médio pouco arqueado de perfil e com o lobo ventral aguçado no ápice e o dorsal arredondado.

Fêmea (Figs. 6-9): Tegumento castanho-escuro. Cabeça alaranjada, exceto a área entre os olhos, o rostro e parte das genas, que são enegrecidos (às vezes, parte da área hipostomal também é acastanhada). Antenas castanhas, mais escura no escapo, pedicelo e antenômero III e um pouco mais clara nos demais antenômeros. Protórax alaranjado. Mesosterno alaranjado na região central e acastanhado lateral-mente. Mesepimero alaranjado na área mais próxima do protórax e do mesosterno, gradualmente acastanhado no restante. Escutelo castanho-avermelhado ou alaranjado. Élitros inteiramente castanho-escuros ou com pequena (raramente mais extensa) área circum-escutelar alaranjada ou castanho-avermelhada (às vezes, um pouco projetada ao longo da sutura). Pernas castanho a castanho-escuras, em geral, com as tíbias e tarsos mais escuros do que os fêmures e a base do pedúnculo do metafêmur mais clara.

Dimensões em mm (♂/♀): Comprimento total (do ápice da cabeça ao ápice elitral), 9,6-9,9/11,0-13,9; comprimento do protórax, 2,0/1,9-2,6; largura anterior do protórax, 1,5-1,6/1,7-2,3; largura posterior do protórax, 1,5/1,7-2,3; largura umeral, 1,8-1,9/2,0-2,8; comprimento elitral, 6,3-6,7/7,4-9,9.

Tipos, localidades-tipo: De Ommata fulvicolle: Lectótipo e paralectótipo fêmeas, provenientes do Brasil (ex-Coleção Lacordaire), designados por Monné & Martins (1974), depositados no ISNB.

De Xenocrasis obscuripennis: Holótipo ♂, proveniente do Brasil (Rio de Janeiro, Corcovado), depositado no MNRJ (ex-coleção Zajciw). Quatorze parátipos ♀♀ e seis ♂♂, todos provenientes do Brasil (Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina), depositados no MNRJ (ex-coleções Zajciw e Campos Seabra).

Distribuição: Peru (novo registro), Colômbia (novo registro) Brasil (Lacordaire, 1868); Brasil [Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina (Zajciw, 1963)].

Discussão: Vide discussão sobre Oxyommata collaris.

Material examinado: PERU, Junin: Satipo, 1 ♀, III.1941, sem nome do coletor (MZUSP). COLÔMBIA, Amazonas: Parque Nacional Natural Amacayacu San Martín (03º23'S, 70º06'W, 150 m, Malaise), 1 ♀, 26.II-12.III.2001, D. Chota col. (MZUSP). BRASIL, Amazonas: Benjamin Constant (Rio Javari), 1 ♀, XI.1960, Dirings (MZUSP); Reserva Ducke (AM 010, km 26), 1 ♀, 20.IX.1977, J. Arias col. (MZUSP). Espírito Santo: Conceição da Barra, 1 ♀, VII.1971, P.C. Elias col. (MZUSP); Barra do São Francisco (Córrego Ita), 1 ♂, 3 ♀♀, XI.1956, W. Zikán col. (MZUSP); 1 ♂, IX.1957, A. Almeida col. (DZUP); Alegre (Fazenda Jerusalém), 1 ♀, 13.XI.1914, J.F. Zikán col. (MZUSP).

Laedorcari pubipennis (Fisher, 1952), comb. nov.

(Fig. 5)

Ommata (Rhopalessa) pubipennis Fisher, 1952:16. Xenocrasis pubipennis; Monné & Giesbert, 1992:251(comb. nov.); Monné, 2005:508 (cat.).

"Male: Elongate, opaque; pronotum reddish yellow; elytra and under side of body brownish yellow, the former with lateral margins narrowly dark brown along middles; antennae and legs reddish black".

Tipo, localidade-tipo: Holótipo ♂, coletado no Peru (Junin, Satipo), depositado no AMNH.

Distribuição: Peru (Fisher, 1952).

Discussão: Fisher (1952) descreveu esta espécie em Ommata (Rhopalessa) e registrou: "This species differs from all described species of Rhopalessa in having the nearly uniform brownish yellow elytra, and the upper surface of the body opaque and nearly concealed by the exceedingly short pubescence". Na verdade, L. pubipennis difere das espécies de Rhopalessa Bates, 1873 pelas cavidades procoxais abertas (fechadas em Rhopalessa) e pela presença de gibosidade no quarto apical dos élitros (ausente em Rhopalessa). Monné & Giesbert (1992) transferiram-na para Xenocrasis Bates, 1873.

AGRADECIMENTOS

A Miguel A. Monné (MNRJ) pelo empréstimo do "alótipo" de Ommata (Oxyommata) collaris. A Noël Mal (ISNB) pela execução das fotografias do lectótipo e do paralectótipo de Ommata fulvicolle e O. collaris, depositados no ISNB. A Alain Drumont (ISNB) pelo auxílio na localização dos espécimes fotografados por Noël Mal.

Recebido em: 09.10.2010

Aceito em: 22.03.2011

Impresso em: 30.06.2011

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Ago 2011
    • Data do Fascículo
      2011

    Histórico

    • Aceito
      22 Mar 2011
    • Recebido
      09 Out 2010
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