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Nova espécie de Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) em capítulos de Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae) para o Brasil

Resumos

Uma nova espécie de Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) para o Brasil, Dasineura occulta sp. nov., é descrita associada a Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae), uma espécie invasora e característica de ambientes antropizadas. Esta nova espécie foi encontrada ocupando capítulos e não há formação de galhas ou alterações no tecido das inflorescências que possam ser reconhecidas externamente. São apresentados desenhos de caracteres morfológicos de adultos (macho e fêmea), larva e pupa. Pranchas da ocupação do hospedeiro também são incluídas.

Controle biológico; Espécie invasora; Região Neotropical; Taxonomia


A new species of Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) from Brazil, Dasineura occulta sp. nov., is described associated with Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae), an invasive and common species in anthropic environments. This new species was found occupying capitula and does not form galls or any external modifications in inflorescence tissue that can be recognized externally. Drawings of adult morphological structures (male and female), larva and pupa are presented. Plates showing the host occupation are included.

Biological control; Invasive species; Neotropical Region; Taxonomy


Nova espécie de Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) em capítulos de Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae) para o Brasil

Alessandre Pereira-ColaviteI; Maria Virginia Urso-GuimarãesII

IUniversidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia, Curitiba, PR, Brasil. Caixa Postal 19.020, CEP 81531-980. E-mail:neneco@gmail.com

IIUniversidade Federal de São Carlos, CCTS, Departamento de Biologia. Rodovia João Leme dos Santos (SP 264), km 110, Bairro do Itinga, CEP 18052-780, Sorocaba, SP, Brasil. E-mail:virginia@ufscar.br

ABSTRACT

A new species of Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) from Brazil, Dasineura occulta sp. nov., is described associated with Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae), an invasive and common species in anthropic environments. This new species was found occupying capitula and does not form galls or any external modifications in inflorescence tissue that can be recognized externally. Drawings of adult morphological structures (male and female), larva and pupa are presented. Plates showing the host occupation are included.

Key-Words: Biological control; Invasive species; Neotropical Region; Taxonomy.

RESUMO

Uma nova espécie de Dasineura Rondani, 1840 (Diptera, Cecidomyiidae) para o Brasil, Dasineura occulta sp. nov., é descrita associada a Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae), uma espécie invasora e característica de ambientes antropizadas. Esta nova espécie foi encontrada ocupando capítulos e não há formação de galhas ou alterações no tecido das inflorescências que possam ser reconhecidas externamente. São apresentados desenhos de caracteres morfológicos de adultos (macho e fêmea), larva e pupa. Pranchas da ocupação do hospedeiro também são incluídas.

Palavras-Chave: Controle biológico; Espécie invasora; Região Neotropical; Taxonomia.

INTRODUÇÃO

Dasineura Rondani, 1840 é cosmopolita e conta com 472 espécies atualmente (Harris, 2009; Gagné, 2010; Maia, 2010; Dorchin & Adair, 2011; Jiao et al., 2011; Maia & Fernandes, 2011), sendo o maior gênero dentro dos Cecidomyiidae. É usualmente definido como um grande apanhado polifilético dentro dos Lasiopteridi, compartilhando certas características plesiomórficas e compreendendo em geral espécies que vivem livremente em flores ou provocam enrolamento foliar, mas também possuindo algumas formadoras de galhas. Embora conte com uma grande quantidade de espécies descritas, apenas 15 (Tabela 1) são conhecidas para a Região Neotropical, sendo dez com registro para o Brasil (Gagné, 2010; Maia, 2010). Os indivíduos de Dasineura encontram-se associados a 60 famílias vegetais por todas as regiões do mundo (Gagné, 2010; Maia & Fernandes, 2011), mas não apresentam predominância ou preferência à determinada família.

O conceito de Dasineura é muito abrangente, fazendo com que este táxon seja hoje um apanhado de várias categorias (Gagné, 1989). É tradicionalmente definido pelos seguintes caracteres: palpos com quatro segmentos; garras tarsais denteadas; R5 mais curta que ápice da asa; gonocoxitos parcialmente nus; oitavo tergito da fêmea dividido logitudinalmente; ovipositor alongado e protrusível; cercos da fêmea fundidos; espátula protorácica com dois dentes apicais e haste desenvolvida; larva com seis papilas laterais de cada lado da espátula e oito papilas terminais (Gagné, 1994). Gagné (1989; 1994) frisa que Dasineura possui grupos monofiléticos em seu interior, mas não sendo, no entanto, ele próprio um grupo monofilético. Maia (1993) chamou atenção para a necessidade de estudos filogenéticos que busquem esclarecer o real posicionamento dos táxons específicos em relação ao gênero.

O objetivo deste trabalho é descrever uma nova espécie de Dasineura para o Brasil ocupando Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae), em áreas antropizadas no campus da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil. Os adultos e larvas foram encontrados em capítulos de Hypochaeris chillensis, uma espécie latescente de hábito herbáceo e ciclo perene, caracterizada pela grande diversidade morfológica intraespecífica e popularmente conhecida como almeirão. Distribui-se da Colômbia até a Argentina, sendo encontrada no Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil (Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). Habitam campos limpos e sujos, terrenos pedregosos e ambientes úmidos, mas principalmente áreas antrópicas como cultivos, terrenos baldios, beiras de estradas, gramados, trilhas e jardins (Azevêdo-Gonçalves & Matzenbacher, 2007).

MATERIAL E MÉTODOS

Os capítulos florais contendo as larvas de cecidomiídeos foram coletados manualmente no campus da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil, em 06.VI.2006 (21º59'12"S, 47º52'41"W), 23.IX.2005 e 28.IX.2005 (ambas 21º58'59"S, 47º52'44"W). Estes foram levados para o laboratório, e acondicionados em recipientes plásticos (garrafas PET) contendo água e cobertos com um fino tecido de náilon para a emergência do adulto, conforme Maia (2001). Larvas e pupas foram obtidas através da dissecção dos capítulos florais da planta hospedeira com ajuda de lupa e estiletes. Indivíduos adultos e imaturos foram inicialmente preservados em vidros etiquetados contendo álcool 70%. A preparação de lâminas permanentes para estudos de estádios adultos e imaturos seguiu a técnica de Gagné (1994). Os desenhos foram feitos em microscópio equipado com câmara clara e contraste de fase, digitalizados e vetorizados. A terminologia para caracteres de adultos segue Cumming & Wood (2009), e caracteres de imaturos segue Gagné & Jaschhof (2009). Os espécimes-tipo serão depositados no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).

RESULTADOS

Dasineura occulta sp. nov. Pereira-colavite & urso-Guimarães (Figs. 1-5)


 








Holótipo: BRASIL, SP, São Carlos, Universidade Federal de São Carlos, 21º58'S 47º52'W; ♂, col. 23.IX.2005, em 07.X.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga; obtido em capítulos de Hypochaeris chillensis (Kunth) Britton (Asteraceae).

Diagnose: Palpos com três segmentos; 12 flagelômeros nas antenas, tanto em machos quanto em fêmeas; flagelômeros dos machos com haste desenvolvida (quase tão longa que o corpo do flagelômero) e poucos circunfilos; antenas das fêmeas com circunfilos destacados; R5 encontrando-se com C antes do ápice da asa; dente do gonóstilo esclerotizado, simples e pequeno; edeago alongado e afilado; hipoprocto masculino com microcerdas e bilobado; parâmeros completamente cobertos por microcerdas fortes; ovipositor alongado, afilado e protrátil; porção distal do ovipositor num lobo caudal arredondado e cercos fundidos; hipoprocto feminino diminuto, bilobado e recoberto por microcerdas; larva: espátula protorácica com dois dentes apicais e haste desenvolvida; quatro papilas terminais com cerda de cada lado do ânus; larva em capítulos de Hypochaeris chillensis.

Macho: Coloração: predominante amarelo-claro. Comprimento: corpo 2,4-2,5 mm; asas 2,0-2,2 mm, do árculo ao ápice. Cabeça: olhos com facetas circulares, levemente espaçadas na região ântero-frontal e muito unidas na região póstero-inferior; olhos não divididos no vértice e separados na região frontal; antena cerca de quatro vezes mais longa que a cabeça; escapo curto, com diâmetro ligeiramente maior que o comprimento; diâmetro do escapo uma vez e meia maior que dos flagelômeros; pedicelo levemente arredondado, com diâmetro ligeiramente maior que o comprimento, e diâmetro semelhante ao dos flagelômeros; antenas com 12 flagelômeros cilíndricos com hastes longas, quase tanto como o corpo do flagelômero (Fig. 1A); primeiro flagelômero com três quartos do comprimento do escapo; flagelômeros ornados com numerosas estruturas sensoriais, principalmente na região mediana; cerdas emergindo das regiões basal e apical; circunfilos fracos e curtos; último flagelômero com processo apical com 0,5 vezes o comprimento do corpo do flagelômero; palpos com três artículos (Fig. 1B); primeiro curto sem cerdas, com largura medindo dois terços do próprio comprimento; segundo arredondado, com comprimento e largura iguais entre si; terceiro medindo três quintos do comprimento do palpo, cerca de seis vezes mais longo que largo e afilando a partir da metade de seu comprimento até o ápice; occipício com muitas cerdas e cobrindo todo o quarto posterior da cabeça. Tórax: escuto coberto com escamas escuras na região dorso-central e laterais; anepímero, anepisterno e catepisterno com cerdas. Asas (Fig. 1C): coberta por microtríquias escuras pequenas e abundantes; R5 encontrando-se com C antes do ápice da asa. Pernas: garras tarsais desenvolvidas com um pequeno dente na base, curvadas após sua metade; empódio ultrapassando a curvatura das garras. Abdômen: muitas cerdas escuras cobrindo a região dorsal e ventral; tergitos e esternitos dos segmentos I-VII esclerotizados, retangulares e com muitas cerdas; espiráculos localizados nos tergitos; tergito VIII bem esclerotizado e estreito. Terminália (Figs. 1D, 1E): gonocoxitos com cerdas longas após a metade de seu comprimento, totalmente recoberto por microcerdas; gonóstilo três vezes mais longo que largo, com a região proximal uma vez e meia mais longa que a distal, com poucas papilas e poucas cerdas; dente do gonóstilo esclerotizado, simples e pequeno, não ultrapassando o limite da largura do gonóstilo; cercos fundidos apenas na base (Fig. 1E), com poucas cerdas, uma vez e meia mais longo que largo; edeago alongado e afilado, com ápice rombudo, mais longo que o hipoprocto e cercos; hipoprocto duas vezes mais longo que largo, com microcerdas, bilobado, com uma cerda destacada no ápice de cada lobo; parâmeros completamente cobertos por microcerdas fortes.

Fêmea (diferindo no que segue): Coloração: amarelo-claro, com abdômen levemente alaranjado. Comprimento: corpo 2,5-2,7 mm (com abdômen retraído); asas 2,2-2,3 mm, do árculo ao ápice. Cabeça: antena cerca de três vezes mais longa que a cabeça, com 12 flagelômeros cilíndricos, sem hastes; primeiro flagelômero do mesmo comprimento do escapo; flagelômeros com poucas papilas e poucas cerdas; muitos circunfilos curtos e muito próximos aos flagelômeros (Fig. 2A). Terminália (Fig. 2B): ovipositor alongado e afilado, quando estendido cerca de cinco vezes e meia o comprimento do segmento VII, protrátil, não esclerotinizado, estriado e coberto por microcerdas, algumas cerdas destacadas na região mediana dorsal; porção distal do ovipositor num lobo caudal arredondado, cercos fundidos e com oito cerdas na região distal; hipoprocto diminuto, bilobado, recoberto por microcerdas, comprimento oito vezes a largura.


Larva: Coloração: primeiro e segundo ínstares brancos, terceiro ínstar laranja. Comprimento: 2,2-2,7 mm. Morfologia: corpo achatado dorso-ventralmente; espátula protorácica com dois dentes apicais, com lobos apicais pouco proeminentes e fortemente esclerotinizados nas extremidades, e haste desenvolvida (Fig. 3A); dois pares de papilas laterais à espátula; quatro pares de papilas terminais com cerda (dois pares de cada lado) (Fig. 3B); ânus ventral em fenda vertical.


 






Pupa (Figs. 3C, 3D): Coloração: laranja. Comprimen-da face; dois pares de papilas verticais com cerdas. Tóto: 2,1-2,5 mm, 1,0 mm de largura na região meta-rax: espiráculo protorácico esclerotinizado, basicônitorácica anterior. Morfologia: Região cefálica: chifres co, curvo e afilando em direção à extremidade com antenais ausentes; espessamento na margem superior 0,6 mm de comprimento. Abdômen: espinhos dorsais destacados dos segmentos II ao VII; poucos espinhos nos segmentos I e VIII; primeiro, segundo e terceiro pares de pernas se estendendo até o IV, entre VI e V, e V segmentos abdominais respectivamente; asas se estendendo até o III segmento abdominal; segmento terminal arredondado em machos e fêmeas, porém mais estreitos nos machos.

Dados de biologia: A fêmea utiliza o seu longo ovipositor para perfurar a planta hospedeira e depositar seus ovos no interior dos tecidos. Foram observados até 38 indivíduos por botão floral e no máximo, quatro ovos no interior do mesmo capítulo. As larvas desenvolvem-se dentro dos capítulos florais, sem provocar neles quaisquer modificações morfológicas (Figs. 4A, 4B). Por várias vezes foram encontradas até quatro larvas dividindo o mesmo capítulo (Fig. 5A), mas estas em geral se dispersavam para as regiões mais interiores, possivelmente numa tentativa de diminuir a competição (Fig. 5B). A emergência dos indivíduos adultos dá-se junto à abertura do botão floral. Não foram encontrados parasitoides.



Etimologia: O epíteto específico designa o desenvolvimento oculto dos estádios imaturos, uma vez que não há formação de galhas e assim os indivíduos não podem ser percebidos por visualização externa.

Material analisado: Parátipos. Idem holótipo, exceto por: 1 ♂, col. 23.IX.2005, em 07.X.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 2 ♂ e 1 ♀, col. 06.VI.2005, em 09.VI.2005, M. Almeida col.; 12 exúvias de pupa, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 10 exúvias, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 4 exúvias de pupa, col. 06.VI.2005, M. Almeida col.; 4 exúvias de pupa, col. 23.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.; 5 larvas, col. 28.IX.2005, A. Pereira-Colavite & G. Raga col.

DISCUSSÃO

Dasineura apresenta caracteres amplos em sua definição, deixando sua diagnose muito abrangente. Por esta razão, há espécies onde a extensão da R5 é bastante curta, enquanto em outras a R5 estende-se até próximo do ápice da asa, como é o caso de Dasineura occulta sp. nov. O ovipositor longo, flexível e com cercos fundidos formando um lobo caudal, garras curvas em sua metade e com um dente, espátula protorácica com dois dentes apicais e haste desenvolvida e segmento terminal da larva com oito papilas cerdosas confirmam a identificação desta espécie nova no gênero Dasineura. No entanto, ao contrário da tradicional definição de Dasineura com quatro segmentos nos palpos (Gagné, 1994), a espécie aqui descrita apresenta apenas três, tanto em machos quanto em fêmeas.

Dasineura occulta sp. nov. compartilha também algumas características similares às outras espécies de Dasineura neotropicais. Possui 12 flagelômeros nas antenas similarmente às fêmeas de D. byrsonimae Maia, D. chilensis Kieffer & Herbst e D. corollae Gagné (que varia de 12 a 13), diferentemente dos 15 flagelômeros tradicionais para Dasineura neotropical (Gagné, 1994). O número de flagelômeros nos indivíduos analisados também se demonstrou constante nos machos e fêmeas, ao contrário de outras espécies que demonstram grande variação, como D. globosa Maia que possui machos com 15 flagelômeros e fêmeas variando entre 19 e 21, e a já citada D. corollae Gagné. Enquanto a maioria das espécies neotropicais de Dasineura possuem palpos com quatro segmentos (Gagné, 1994), Dasineura occulta sp. nov. possui machos e fêmeas com três segmentos, característica também compartilhada por D. byrsonimae Maia. As duas espécies podem facilmente ser diferenciadas pelos seguintes caracteres: machos com 12 flagelômeros nas antenas, empódio ultrapassando a curvatura das garras, tergito VIII bem esclerotizado, parâmeros completamente cobertos por microcerdas fortes, espátula protorácica com papilas laterais destacadas, quatro pares de papilas anais nas larvas, presença de papilas verticais nas pupas, e por desenvolver-se em capítulos de Hypochaeris chillensis.

Hypochaeris chillensis tem sido reportada como uma espécie invasora, sendo hoje encontrada no sudeste dos Estados Unidos da América (Bogler, 2006) e em Taiwan (Jung et al., 2010), mas possivelmente já presente em outras partes do mundo. Como forma de combate a plantas invasoras altamente competitivas têm-se empregado cecidomiídeos galhadores como agentes de controle biológico, em particular espécies de Dasineura (Tabela 2). Embora Dasineura occulta sp. nov. não ocasione o desenvolvimento de galhas e aparentemente não comprometa o crescimento vegetativo da planta hospedeira, estudos futuros poderão investigar os impactos da ocupação dos capítulos quanto a supressão do vigor reprodutivo do vegetal, podendo assim avaliar a efetividade de Dasineura occulta sp. nov. no controle biológico de Hypochaeris chillensis. A investigação de outras espécies de Asteraceae (Emilia fosbergii e Sonchus oleraceus) coabitando o mesmo ambiente de estudo revelou que as mesmas não foram utilizadas como hospedeiras por Dasineura occulta sp. nov., sugerindo a especificidade do cecidomiídeo quanto à planta hospedeira.

AGRADECIMENTOS

À Dra. Ana Lucia Benfatti Gonzalez Peronti (Universidade Federal de São Carlos) pelas críticas e sugestões ao trabalho original. Ao Prof. Dr. Mário Almeida Neto (Universidade Federal de Goiás) pela identificação da planta hospedeira. À bióloga Gabriela Raga pela ajuda na coleta do material. APC agradece o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de estudos (proc. 140754/2011-3).

Aceito em: 18/12/2012

Impresso em: 31/03/2013

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Mar 2013
  • Data do Fascículo
    2013

Histórico

  • Recebido
    18 Dez 2012
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