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Anestesia tópica associada à sedação para facoemulsificação: experiência com 312 pacientes

CARTAS AO EDITOR

Anestesia tópica associada à sedação para facoemulsificação. Experiência com 312 pacientes

Sra. Editora,

Sobre o artigo científico "Anestesia Tópica Associada à Sedação para Facoemulsificação. Experiência com 312 Pacientes", o autor apresenta resultados conflitantes que, a meu ver, comprometem parte da discussão e das conclusões apresentadas.

Na metodologia, tomamos conhecimento que após a sedação com midazolam 1 mg e a instilação do colírio anestésico os pacientes receberam ainda 125 µg de alfentanil EV imediatamente antes do início da cirurgia e que a mesma quantidade em bolus seria repetida sempre que necessário em casos de dor ou desconforto (termo eufêmico para dor leve). A seguir, é informado que apenas 13,5% dos pacientes queixaram-se de dor durante a cirurgia. No entanto, se analisarmos a Tabela IV, percebemos de imediato que 303 pacientes (97,1%) receberam doses adicionais de alfentanil, ou seja, queixaram-se de dor durante a cirurgia, e 275 (32%) precisaram de 500 µg ou mais desse analgésico, chegando a um máximo de 1.250 µg.

Fica claro, portanto, que a eficiência da anestesia tópica é baixa, sendo indispensável a complementação analgésica venosa, com seus inconvenientes conhecidos. Não quero, nem posso aqui, entrar no mérito das vantagens e limitações desse tipo de anestesia para cirurgias de facoemulsificação do cristalino, mas acho que a discussão e as conclusões em cima de uma rica casuística como essa devem se basear em resultados corretamente apresentados, sob pena de se tornarem sem efeito se de outra maneira for.

Antônio Márcio S. Arantes Pereira, TSA

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Out 2011
  • Data do Fascículo
    Ago 2008
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