CARTA AO EDITOR
Realidade aumentada: poderá enriquecer a prática da anestesiologia?
Ana Sofía Del CastilloI; Norma S. SardiII
IMédica Anestesiologista, Hospital del Niño, Cidade do Panamá, Panamá
IIMédica Patologista, Hospital Santo Tomás, Cidade do Panamá, Panamá
O termo realidade aumentada, criado em 1992 por Tom Caudell, é usado para definir uma visão direta ou indireta de um entorno físico do mundo real, cujos elementos estão combinados com elementos virtuais para a criação de uma realidade mista em tempo real. Os dispositivos de realidade aumentada normalmente constam de um headset (fones de ouvido com microfones), que incorpora um sistema de GPS, e de um sistema de display para mostrar ao usuário a informação virtual que é acrescentada de fato à realidade. A realidade aumentada oferece infinitas novas possibilidades de interação e faz com que esteja presente em muitos âmbitos. Na medicina, o exemplo mais palpável poderia ser o do hospital Brigham and Women's, em Boston, Massachusetts1, que dispõe de um laboratório de planos cirúrgicos, especificamente na área da neurocirurgia, no qual empregou a tecnologia da realidade aumentada em 200 casos, aproximadamente.
Em Anestesiologia, a aplicação atual da realidade aumentada está representada pelos casos de realidade virtual já conhecidos, como o HMD (Head-mounted display). Esses dispositivos superpõem imagens geradas por computadores no campo visual real2. Os HMDs permitem sobrepor os sinais vitais do paciente sobre o campo de visão do anestesiologista sem importar a localização do monitor, o que, a princípio, ajudaria o anestesiologista na monitoração dos sinais vitais e na detecção de "incidentes intraoperatórios" com maior rapidez do que no sistema tradicional3.
Os estudos realizados em Anestesiologia com o uso da realidade aumentada são escassos, com uma amostra bem pequena de anestesiologistas e sob condições simuladas, mas mesmo assim com resultados promissores3,4. Embora na atualidade o uso da realidade aumentada em Anestesiologia tenha limitações, representa um ponto de partida para futuros ensaios clínicos no uso dos dispositivos HMD para a monitoração intraoperatória por parte do anestesiologista e oferece toda a informação do paciente em uma tela virtual com visão global e centrada.
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1Disponível em: http://groups.csail.mit.edu/vision/medical-vision/links.html
» link - 2. Liu D, Jenkins SA, Sanderson PM - Patient Monitoring with head.mounted displays. Curr Opin Anaesthesiol, 2009;22:796-803.
- 3. Sanderson PM, Watson MO, Russel WJ et al. - Advanced auditory displays and head-mounted displays: advantages and disadvantages for monitoring by the distracted anesthesiologist. Anesth Analg, 2008;106:1787-1797.
- 4. Liu D, Jenkins SA, Sanderson PM, Fabian P, Russell WJ - Monitoring with head-mounted displays in general anesthesia: a clinical evaluation in the operating room. Anesth Analg, 2010;110:1032-1038.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
06 Dez 2012 -
Data do Fascículo
Dez 2012