Acessibilidade / Reportar erro

Réplica

Prezado Editor,

Agradecemos os comentários do professor Daniel Volquind11. Volquind D. Comentário a: Anestesia para craniotomia em paciente acordado: relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 2014;64:374. e seu interesse por nosso trabalho.22. Bolzani ND, Junqueira DOP, Ferrari PAF, et al. Anestesia para craniotomia em paciente acordado: relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 2013;63:500-3. Esclarecemos abaixo as dúvidas suscitadas. Usamos a técnica da ventilação espontânea, mantida durante a intervenção, com a oxigenação por meio de máscara facial e modulação da sedação. Para pacientes candidatos apropriados, a ventilação espontânea com sedação que usa propofol, remifentanil e um bloqueio do escalpo é uma opção atrativa.33. Amorim RL, Almeida AN, Aguiar PH, et al. Cortical stimulation of language fields under local anesthesia: optimizing removal of brain lesions adjacent to speech areas. Arq Neuropsiquiatr. 2008;66:534-8.77. Wolff DL, Naruse R, Gold M. Nonopioid anesthesia for awake craniotomy: a case report. AANA J. 2010;78:29-32. Esse protocolo vem sendo usado em nosso hospital sem intercorrências e apresenta vários relatos na literatura médica.44. Hans P, Bonhomme V, Born JD, et al. Target-controlled infusion of propofol and remifentanil combined with bispectral index monitoring for awake craniotomy. Anaesthesia. 2000;55:255-9.77. Wolff DL, Naruse R, Gold M. Nonopioid anesthesia for awake craniotomy: a case report. AANA J. 2010;78:29-32.

Finalmente, as características físicas do paciente (jovem, ASA 1) permitiram o uso das doses propostas neste relato sem comprometimento ventilatório. Quando existe uma indicação operatória a equipe de neurocirurgia é confrontada com um dilema: ressecção ampla da lesão, mas também aumento do risco de comprometimento funcional, que pode prejudicar seriamente a qualidade de vida do paciente. Quando regiões motoras estão em causa, o mapeamento da região cortical apresenta interesse para delimitar a abordagem cirúrgica.33. Amorim RL, Almeida AN, Aguiar PH, et al. Cortical stimulation of language fields under local anesthesia: optimizing removal of brain lesions adjacent to speech areas. Arq Neuropsiquiatr. 2008;66:534-8.,88. Maertens DN, Born JD, Hans P, et al. Intraoperative localization of the primary motor cortex using single electrical stimuli. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1996;60:442–4. No nosso paciente, o mapeamento cortical foi feito por meio de eletroestimulação. O mapeamento e a participação "ativa" do paciente permitiram-nos observar possíveis alterações motoras e verbais e delimitar a exérese cirúrgica.

Concordamos com o professor Volquind que fármacos anestésicos promovem grande interferência em determinadas monitorações. No entanto, em nosso conhecimento, não existe a droga ideal para anestesia em cirurgia vígil. A escala de Ramsay é amplamente usada e simples de aplicar.99. Ramsay MA, Savege TM, Simpson BR, et al. Controlled sedation with alphaxalone-alphadolone. Br Med J. 1974;22:656-9.Baseia-se em seis estágios. No estágio 2 o paciente está cooperativo, orientado, tranquilo; e no 3, sonolento, mas atende aos comandos. Mantemos o paciente no 3 quando a cabeça foi presa com fixador de Mayfield e na abordagem do escalpo. No restante do procedimento, o paciente é mantido no 2 e permanece orientado e cooperativo quando solicitado.

Gostaríamos de realçar que a técnica descrita no nosso relato de caso é viável e segura, mas depende da habilidade do anestesiologista na titulação farmacológica, bem como da sua sensibilidade para manter contato psicoemocional estreito com o paciente durante todo o ato cirúrgico.

References

  • 1
    Volquind D. Comentário a: Anestesia para craniotomia em paciente acordado: relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 2014;64:374.
  • 2
    Bolzani ND, Junqueira DOP, Ferrari PAF, et al. Anestesia para craniotomia em paciente acordado: relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 2013;63:500-3.
  • 3
    Amorim RL, Almeida AN, Aguiar PH, et al. Cortical stimulation of language fields under local anesthesia: optimizing removal of brain lesions adjacent to speech areas. Arq Neuropsiquiatr. 2008;66:534-8.
  • 4
    Hans P, Bonhomme V, Born JD, et al. Target-controlled infusion of propofol and remifentanil combined with bispectral index monitoring for awake craniotomy. Anaesthesia. 2000;55:255-9.
  • 5
    Johnson KB, Egan TD. Remifentanil and propofol combination for awake craniotomy: case report with pharmacokinetic simulations. J Neurosurg Anesthesiol. 1998;10:25-9.
  • 6
    Sung B, Kim HS, Park JW, et al. Anesthetic management with scalp nerve block and propofol/remifentanil infusion during awake craniotomy in an adolescent patient—a case report. Korean J Anesthesiol. 2010;59:S179-82.
  • 7
    Wolff DL, Naruse R, Gold M. Nonopioid anesthesia for awake craniotomy: a case report. AANA J. 2010;78:29-32.
  • 8
    Maertens DN, Born JD, Hans P, et al. Intraoperative localization of the primary motor cortex using single electrical stimuli. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1996;60:442–4.
  • 9
    Ramsay MA, Savege TM, Simpson BR, et al. Controlled sedation with alphaxalone-alphadolone. Br Med J. 1974;22:656-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Oct 2014
Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjan@sbahq.org