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UNIDADE METABÓLICA, ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO

INTRODUÇÃO

A desnutrição e o baixo nível sócio-econômico e cultural são causas determinantes dos altos índices de mortalidade e morbidade infantil para os quais estão voltados interesses particulares, empresariais, entidades governamentais e dos profissionais ligados a área de saúde.

Estudos quantitativos e qualitativos da ingestão protéica são essenciais para a avaliação de novas fórmulas infantis lançadas no mercado, quer para crianças normais com para aquelas carentes ou incapazes de aceitar dietas comuns ou com exigências excepcionais. Á industrialização e comercialização de produtos alimentares tão amplamente difundidos em nosso meio e a trágica realidade da desnutrição infantil levam pesquisadores principalmente no campo da nutrição, à análise mais específica das necessidades protéico-calórica infantis e da complementação dietética através do melhoramento do valor nutritivo de alguns alimentos.

Segundo FOMON (1967)FOMON, Samuel J. - Collection of urine and jeus and metabólica balance studica In: Infant Nutricional. Phalidelphia, Saunders, 1967. a utilização de estudos metabólicos é indicada no mínimo em três áreas de pesquisa:

- Comparação das propriedades nutricionais de alimentos suplementados ou não, em grupo de pessoas ou animais de experimentação sob condições padronizadas.

- Comparação entre indivíduos normais ou animais de laboratório com aqueles que apresentam anormalidades metabólicas.

- Comparação do efeito de dois regimes dietéticos administrados em sujeitos normais.

No Brasil estes trabalhos vêm sendo desenvolvidos na Unidade Metabólica de Ribeirão Preto, através de estudos realizados em animais de laboratório, crianças desnutridas, crianças normais e adultos.

I - ESTUDO DA QUALIDADE PROTÉICA

1 - Estudo Experimental:

A qualidade da proteína depende de sua capacidade para suprir aminoácidos essenciais em quantidades suficientes para o preenchimento dos requerimentos necessários à manutenção e crescimento.

Os métodos mais usados na avaliação da qualidade de uma proteína são: coeficente de utilização protéica (CUP ou PER), Valor Biológico (BV), Digestibilidade correta (D), Utilização protéica líquida (NPU), Balanço Vitropenado, Cromatografia e Método Micro-biológico.

Idealmente, a proteína para ser usada na alimentação deveria ser avaliada em sujeitos normais; entretanto a realização de experimento perfeito é excepcionalmente difícil e grande parte das pesquisas são levadas a efeito em animais de laboratório. Visto que o crescimento humano se assemelha ao crescimento do rato na utilização metabólica de alimentos protéicos, numerosos testes de qualidade protéica tem sido desenvolvidos em ratos com ensaio animal.

O método mais freqüentemente usado para determinar a qualidade protéica em animais é o PER que relata o valor do ganho de peso em ratos sobre a quantidade de proteína consumida sob condições estandardizadas.


Entre alguns fatores conhecidos que influenciam a taxa de crescimento dos ratos estão a quantidade de alimento ingerido, nível de proteína da dieta, idade, sexo, linhagem e duração do período de análise. O teste é estandardizado pelo uso de ratos alimentados com caseína como controle.

2 - Balanço de Nitrogênio

O Balanço de Nitrogênio é afetado por vários fatores incluindo idade, estado de saúde, nitrogênio contido na dieta, deficiência de aminoácido, ingestão calórica, etc.

No balanço de nitrogênio, o estudo é realizado durante um período de 5 dias ou uma semana onde a quantidade de nitrogênio nos alimentos consumidos e nas excreções (urinaria, fecal e às vezes na transpiração) é determinada.

É necessário pesar todos os alimentos e tirar uma alíquota para analisar quanto ao nitrogênio, coletar todas as excreções e analisar as amostras representativas. Podemos esquematizar assim:

Balanço = ingestão - excreção

O método químico usado para determinação do nitrogênio é o Kjendahl.

II - BALANÇO METABÓLICO

Para a realização de estudos metabólicos é necessário local apropriado que ofereça condições adequadas ao desenvolvimento de pesquisas, bem como pessoal especializado para observação da ingestão alimentar, excreção dos metabólicos, cuidados médicos e de enfermagem.

A avaliação nutricional do sujeito requer coleta de urina e fezes por um período de 48 a 72 horas de balanço metabólico com análise da ingestão alimentar, assim como da excreção urinaria e fecal.

1 - Leito Metabólico

Leitos metabólicos são usados para possibilitar a coleta de urina e fezes das crianças durante o período de balanço. Estas permanecem no leito com restrição de alguns movimentos através do uso de jaquetas de brim impedindo que haja perda de material excretado.

Uma cuba é colocada sob um orifício existente no leito e colchão, onde as fezes são coletadas. A urina é coletada separadamente em um frasco de coletores plásticos aderidos aos genitais.

III - UNIDADE METABÚLICA DE RIBEIRÃO PRETO

Vários estudos metabólicos estão sendo realizados no Brasil desde 1S63. Foram iniciados pelo Dr. Dutra de Oliveira e colaboradores* em animais de experimentação, crianças desnutridas e normais. Os estudos em crianças desnutridas foram desenvolvidos em Unidades Metabólicas junto à Clínica Pediátrica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. As crianças permaneciam em leito metabólico, utilizando a técnica preconizada por FOMON.

A técnica da coleta de material, administração e cuidados gerais durante o período de balanço foram orientadas e supervisionadas por uma enfermeira responsável pela execução dos trabalhos.

Os exames de laboratórios e as dosagens de fezes, urina, sangue e a dieta durante o balanço foram analisadas nos Laboratórios de Nutrição da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Com a finalidade de desenvolver estudos metabólicos em crianças normais e adultos essa Unidade Metabólica foi transferida para as dependências de um Parque Infantil da Prefeitura Municipal, tendo em vista a dificuldade de manter crianças normais em ambiente hospitalar. As crianças maiores tem atividade normais e não ficam presas ao leito metabólico, mas, são orientadas e vigiadas quanto a coleta de fezes e urina, sendo que os lactentes vão para o leito metabólico.

1. Organização e planejamento de uma Unidade Metabólica

Na organização e planejamento de uma Unidade Metabólica, para assegurar sua adequada realização, temos que considerar:

1.1 Local

A U.M. poderá funcionar anexo a Hospitais, Centros de Saúde, Creches, Parques Infantis ou locais independentes. Deverá ter necessariamente as seguintes dependências: - Enfermaria com banheiro anexo, cozinha, despensa e sanitário para funcionários.

1.2 Provisão de material

Recomenda-se aproveitar ao máximo o material que outras entidades poderão oferecer para a instalação da U. M.

A provisão do material deverá ser feita de acordo com o número de leitos, a área e com o planejamento da pesquisa a ser realizada.

- Material para enfermaria: leitos, colchões, roupas (cama, banho, pessoal: short, camisas, pijamas, fraldas). É necessário um congelador que comporte cubas com fezes, frascos de urina.

- Material para lactário e cozinha - geladeira, com congelador para guarda de dietas, fogão, balanças de precisão, armários e utensílios para preparo de dieta.

- Preparo de fichas e papéis para o prontuário médico e observação de enfermagem.

- Materiais diversos: medicamentos, seringas, sondas, brinquedos, esterilizador, centrífuga, etc.

- Material para escritório: arquivo, máquina de escrever.

- Material de limpeza.

1.3 Elaboração de rotinas quanto:

- Admissão e observação do indivíduo - Anexo I ANEXO 1 ADMISSÃO DOS SUJEITOS NA UNIDADE METABÔLICA Identificação completa dos sujeitos Nome Sexo Cor Idade Data do nascimento Procedência Endereço detalhado Verificar TP e PA, Peso, Perímetro Craneano, Toráxico, Braqueal e Estatura (se os sujeitos forem crianças). Banho - verificar lesões da pele e higiene. Anotar hábitos e costumes (para a alimentação, sono e repouso e de excreção). Identificar pasta, papaleta, leito. Executar prescrição médica. Iniciar colheita de urina e fezes de 24 horas. Colher fezes para exame parasitológico. Providenciar material para colheita de exames. - Hematológico,, uréia, creatinina, eletroforese de proteínas e outros, se necessário à pesquisa. Observação dos sujeitos - condições gerais - peso - temperatura, pulso e pressão arterial - evoluções e características das fezes - urina - volume e micções - alimentação - tipo de dieta, aceitação, recusa, quantidades - assinalar se está em balanço - vômito - número - características - reposição alimentar durante o balanço - outras observações (diarréias, perda de urina e fezes) e de sintomas apresentados.

- Colheita de material durante o balanço - Anexo II ANEXO II INSTRUÇÕES PARA COLHEITA DE MATERIAL E CUIDADOS DURANTE O BALANÇO METABÓLICO I - Programação Todo sujeito admitido na Unidade Metabólica seguirá o seguinte esquema: 1. Colheita de material de rotina e para o balanço, fezes, urina, sangue, colheita de urina e fezes de 24 horas. 2. Após o sorteio da dieta - iniciar a alimentação. 3. O sujeito permanecerá durante 4 dias em treinamento para guardar fezes e receber a dieta a ser dosada durante o balanço. 4. No 5.º dia - início do 1.º balanço. - dar carvão vegetal - 100mg - VO. - iniciar colheita de urina. - iniciar colheita de fezes após o aparecimento da marca do carvão nas fezes. - guardar urina colhida parceladamente cada 24 horas em frasco contendo 0,5ml de ácido acético glacial. - as fezes deverão ser colhidas em recipiente único durante os 3 dias. Todo frasco deverá ser rotulado com: - nome e registro - dieta com especificação - dia e hora do início da coleta Os restos alimentares serão guardados em recipientes especiais devidamente rotulados e conservados em congelador. Cuidado especial para não haver mistura da urina com as fezes. Vômito eventual deverá ser desprezado ,mas assinalado quando ocorrerem. Assinalar a reposição do alimento e quantidade reposta. Após o 3.º dia do 1.º balanço: Início do 29 balanço - dar carmim - 100mg dissolvido em água - observar o aparecimento da marca do carmim nas fezes - continuar colhendo fezes até o aparecimento da marca de carmim (guardar junto com material do 1.º balanço). - iniciar colheita de urina em frasco separado rotulando-o devidamente (2.º balanço). - iniciar colheita de fezes após o aparecimento do carmim (2.º balanço) - iniciar colheita de fezes após o aparecimento do carmim (2.º balanço) - continuar colhendo fezes e urina durante mais 3 dias - continuar com a dieta -observando os devidos cuidados No 6º dia - dar carvão 100mg - colher sangue - observar o aparecimento da marca de carvão nas fezes - após o aparecimento da marca encerrará a colheita de fezes - encaminhar todo material para o laboratório, para ser analisado.

- Rotinas para o serviço de enfermagem. Escalas mensais de trabalho das funcionárias.

1.4 Funções do pessoal

Administrativo - médico-chefe, pediatria, enfermeira, nutricionista. Pessoal Auxiliar - Atendentes, Auxiliar de Nutrição e Secretária (Anexo III ANEXO III FUNÇÃO DO PESSOAL QUE TRABALHA NA UNIDADE METABÓLICA 1. Médico chefe da Unidade Metabólica - Organizar critério de seleção para o trabalho a ser desenvolvido; - Elaborar critérios gerais de admissão dos sujeitos; - Determinar as composições das dietas a serem utilizadas; - Determinar as normas específicas para o desenvolvimento do balanço; - Marcar e presidir reuniões periódicas com os demais membros da equipe; - Supervisionar e orientar o pessoal encarregado dos serviços da Unidade Metabólica; - Autorizar pedidos que sejam necessários para alimentação e materiais diversos da Unidade Metabólica; - Supervisionar pessoal técnico do laboratório; - Estabelecer normas de dispensa para os exames exigidos pelo balanço. 2. Médico clínico - Analisar as condições físicas dos sujeitos, segundo o critério de admissão fixado pelo supervisor; - Fazer exames clínicos diários dos sujeitos com o objetivo de controlar sua evolução e detectar o aparecimento de qualquer sintoma patológico; - Instruir tratamento no caso de manifestação patológica; - Fazer relatório da evolução clínica no final dos balanços; - Verificar as condições físicas dos sujeitos para entrada nos estudos a serem realizados; - Participar das reuniões programadas pelo chefe da Unidade Metabólica. 3. Enfermeira chefe - Funções gerais: Esta será responsável pela: supervisão e trabalho do pessoal auxiliar; definição das normas gerais para o bom funcionamento do trabalho da U.M.; definição das atribuições das atendentes, auxilia-res de nutrição, serviçal, além de promover trabalho educativo junto aos sujeitos ou às mães (se os sujeitos forem crianças). - Admitir os sujeitos para o trabalho; - Elaborar a programação específica para o trabalho a ser desenvolvido; - Supervisionar a execução do balanço; - Colher material para exames de acordo com pedido médico e exigências próprias do período de balanço metabólico; - Observar cuidados prestados aos sujeitos, com o objetivo de detectar qualquer manifestação patológica; - Manter o médico informado sobre as condições físicas dos sujeitos; - Manter o chefe da U.M. informado sobre as condições de realização do balanço de cada sujeito; - Participar das reuniões com os demais membros da equipe; - Fazer provisão de materiais necessários para os trabalhos; - Encaminhar ao chefe da U.M. para autorização dos pedidos de compras de materiais necessários; - Treinar e supervisionar pessoal auxiliar - Sortear a dieta a ser administrada segundo as normas do trabalho; - Manter a nutricionista informada sobre a dieta sorteada; - Responsabilizar-se pelo cuidado e conservação dos diversos materiais da Unidade Metabólica; - Elaborar normas específicas da enfermeira; - Elaborar escalas do pessoal auxiliar; - Elaborar relatórios mensais para o médico chefe da U.M.; - Observar o material colhido para o balanço, sua conservação o encaminhamento para o laboratório; - Encaminhar periodicamente ao laboratório amostra das dietas em uso na Unidade Metabólica; 4. Funções da nutricionista - Estudar juntamente com o responsável pela TJM. os tipos de dietas e ser utilizado no balanço; - Padronizar os tipos de dietas em estudo; - Treinar e supervisionar pessoal auxiliar de nutrição no preparo das dietas; - Verificar quando da admissão do sujeito, a dieta indicada, providenciando seu preparo; - Participar de reuniões com os demais membros da equipe; - Fazer previsão de materiais utilizados no lactário e cozinha; - Encaminhar ao médico chefe da U.M. para sua autorização, os pedidos de materiais necessários; - Fornecer relatório de atividades e contas correntes mensais. 5. Funções do Atendente - Cuidados de enfermagem e atenção especial na administração da alimentação; - Identificar os sujeitos e efetuar o preenchimento do prontuário; - Executar os cuidados gerais aos sujeitos, higiene, hidratação, alimentação; - Executar anotações de enfermagem e controle hídrico; - Executar segundo ordens da enfermeira as programações exigidas para o balanço; - Administrar medicamentos segundo ordem médica - Observar os sujeitos com objetivo de detectar manifestação patológica (febres, diarréia, vômito); - Manter a enfermeira informada sobre as ocorrências; - Manter a ordem e limpeza da UM. 6. Auxiliar de Nutrição - Preparar as dietas a as fórmulas específicas de acordo com a programação feita pela nutricionista; - Receber instruções da nutricionista sobre as dietas a serem executadas; - Fazer previsão diária do material utilizado na alimentação e dietas específicas; - Manter a ordem no lactário e cozinha; - Lavar o material e esterilizar. ).

5. ESTIMATIVA DO CUSTO ANUAL DO PROGRAMA

Para o desenvolvimento do trabalho durante o ano de 1972, o gasto aproximado para a manutenção do programa foi de Cr$ 60.000,00 Gasto anual - Pessoal que trabalha na Unidade Metabólica.

A manutenção do laboratório e exames não se acham incluídos no custo do programa.

6. PESQUISAS REALIZADAS

No ano de 1972 a pesquisa realizada na Unidade Metabólica foi "Valor nutritivo da protéina de soja suplementada com metionina" - Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira. Foram internados 100 crianças, cada uma com 15 dias de internação e realização 35 balanços satisfatórios.

Outras pesquisas estão sendo realizadas com êxito, propiciando estudos de nutrição em adultos e também trabalho em equipe interprofissionais (médicos, enfermeiros, nutricionistas, agrônomos, biólogos, etc).

  • *
    Protein Efficienty Ratios (PER)
  • *
    Prof. Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira - Professor de Nutrição da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, Médico-Chefe da Unidade Metabólica.

ANEXO 1 ADMISSÃO DOS SUJEITOS NA UNIDADE METABÔLICA

  1. Identificação completa dos sujeitos Nome

    • Sexo

    • Cor

    • Idade

    • Data do nascimento

    • Procedência

    • Endereço detalhado

  2. Verificar TP e PA, Peso, Perímetro Craneano, Toráxico, Braqueal e Estatura (se os sujeitos forem crianças).

  3. Banho - verificar lesões da pele e higiene.

  4. Anotar hábitos e costumes (para a alimentação, sono e repouso e de excreção).

  5. Identificar pasta, papaleta, leito.

  6. Executar prescrição médica.

  7. Iniciar colheita de urina e fezes de 24 horas.

  8. Colher fezes para exame parasitológico.

  9. Providenciar material para colheita de exames.

    • - Hematológico,, uréia, creatinina, eletroforese de proteínas e outros, se necessário à pesquisa.

  10. Observação dos sujeitos

    • - condições gerais

    • - peso

    • - temperatura, pulso e pressão arterial

    • - evoluções e características das fezes

    • - urina - volume e micções

    • - alimentação - tipo de dieta, aceitação, recusa, quantidades

    • - assinalar se está em balanço

    • - vômito - número - características - reposição alimentar durante o balanço

    • - outras observações (diarréias, perda de urina e fezes) e de sintomas apresentados.

ANEXO II INSTRUÇÕES PARA COLHEITA DE MATERIAL E CUIDADOS DURANTE O BALANÇO METABÓLICO

I - Programação

Todo sujeito admitido na Unidade Metabólica seguirá o seguinte esquema:

1. Colheita de material de rotina e para o balanço, fezes, urina, sangue, colheita de urina e fezes de 24 horas.

2. Após o sorteio da dieta - iniciar a alimentação.

3. O sujeito permanecerá durante 4 dias em treinamento para guardar fezes e receber a dieta a ser dosada durante o balanço.

4. No 5.º dia - início do 1.º balanço.

- dar carvão vegetal - 100mg - VO.

- iniciar colheita de urina.

- iniciar colheita de fezes após o aparecimento da marca do carvão nas fezes.

- guardar urina colhida parceladamente cada 24 horas em frasco contendo 0,5ml de ácido acético glacial.

- as fezes deverão ser colhidas em recipiente único durante os 3 dias.

Todo frasco deverá ser rotulado com:

- nome e registro

- dieta com especificação

- dia e hora do início da coleta

Os restos alimentares serão guardados em recipientes especiais devidamente rotulados e conservados em congelador.

Cuidado especial para não haver mistura da urina com as fezes.

Vômito eventual deverá ser desprezado ,mas assinalado quando ocorrerem.

Assinalar a reposição do alimento e quantidade reposta. Após o 3.º dia do 1.º balanço: Início do 29 balanço

- dar carmim - 100mg dissolvido em água

- observar o aparecimento da marca do carmim nas fezes

- continuar colhendo fezes até o aparecimento da marca de carmim (guardar junto com material do 1.º balanço).

- iniciar colheita de urina em frasco separado rotulando-o devidamente (2.º balanço).

- iniciar colheita de fezes após o aparecimento do carmim (2.º balanço)

- iniciar colheita de fezes após o aparecimento do carmim (2.º balanço)

- continuar colhendo fezes e urina durante mais 3 dias

- continuar com a dieta -observando os devidos cuidados

No 6º dia

- dar carvão 100mg

- colher sangue

- observar o aparecimento da marca de carvão nas fezes

- após o aparecimento da marca encerrará a colheita de fezes

- encaminhar todo material para o laboratório, para ser analisado.

ANEXO III FUNÇÃO DO PESSOAL QUE TRABALHA NA UNIDADE METABÓLICA

1. Médico chefe da Unidade Metabólica

- Organizar critério de seleção para o trabalho a ser desenvolvido;

- Elaborar critérios gerais de admissão dos sujeitos;

- Determinar as composições das dietas a serem utilizadas;

- Determinar as normas específicas para o desenvolvimento do balanço;

- Marcar e presidir reuniões periódicas com os demais membros da equipe;

- Supervisionar e orientar o pessoal encarregado dos serviços da Unidade Metabólica;

- Autorizar pedidos que sejam necessários para alimentação e materiais diversos da Unidade Metabólica;

- Supervisionar pessoal técnico do laboratório;

- Estabelecer normas de dispensa para os exames exigidos pelo balanço.

2. Médico clínico

- Analisar as condições físicas dos sujeitos, segundo o critério de admissão fixado pelo supervisor;

- Fazer exames clínicos diários dos sujeitos com o objetivo de controlar sua evolução e detectar o aparecimento de qualquer sintoma patológico;

- Instruir tratamento no caso de manifestação patológica;

- Fazer relatório da evolução clínica no final dos balanços;

- Verificar as condições físicas dos sujeitos para entrada nos estudos a serem realizados;

- Participar das reuniões programadas pelo chefe da Unidade Metabólica.

3. Enfermeira chefe

- Funções gerais:

Esta será responsável pela: supervisão e trabalho do pessoal auxiliar; definição das normas gerais para o bom funcionamento do trabalho da U.M.; definição das atribuições das atendentes, auxilia-res de nutrição, serviçal, além de promover trabalho educativo junto aos sujeitos ou às mães (se os sujeitos forem crianças).

- Admitir os sujeitos para o trabalho;

- Elaborar a programação específica para o trabalho a ser desenvolvido;

- Supervisionar a execução do balanço;

- Colher material para exames de acordo com pedido médico e exigências próprias do período de balanço metabólico;

- Observar cuidados prestados aos sujeitos, com o objetivo de detectar qualquer manifestação patológica;

- Manter o médico informado sobre as condições físicas dos sujeitos;

- Manter o chefe da U.M. informado sobre as condições de realização do balanço de cada sujeito;

- Participar das reuniões com os demais membros da equipe;

- Fazer provisão de materiais necessários para os trabalhos;

- Encaminhar ao chefe da U.M. para autorização dos pedidos de compras de materiais necessários;

- Treinar e supervisionar pessoal auxiliar

- Sortear a dieta a ser administrada segundo as normas do trabalho;

- Manter a nutricionista informada sobre a dieta sorteada;

- Responsabilizar-se pelo cuidado e conservação dos diversos materiais da Unidade Metabólica;

- Elaborar normas específicas da enfermeira;

- Elaborar escalas do pessoal auxiliar;

- Elaborar relatórios mensais para o médico chefe da U.M.;

- Observar o material colhido para o balanço, sua conservação o encaminhamento para o laboratório;

- Encaminhar periodicamente ao laboratório amostra das dietas em uso na Unidade Metabólica;

4. Funções da nutricionista

- Estudar juntamente com o responsável pela TJM. os tipos de dietas e ser utilizado no balanço;

- Padronizar os tipos de dietas em estudo;

- Treinar e supervisionar pessoal auxiliar de nutrição no preparo das dietas;

- Verificar quando da admissão do sujeito, a dieta indicada, providenciando seu preparo;

- Participar de reuniões com os demais membros da equipe;

- Fazer previsão de materiais utilizados no lactário e cozinha;

- Encaminhar ao médico chefe da U.M. para sua autorização, os pedidos de materiais necessários;

- Fornecer relatório de atividades e contas correntes mensais.

5. Funções do Atendente

- Cuidados de enfermagem e atenção especial na administração da alimentação;

- Identificar os sujeitos e efetuar o preenchimento do prontuário;

- Executar os cuidados gerais aos sujeitos, higiene, hidratação, alimentação;

- Executar anotações de enfermagem e controle hídrico;

- Executar segundo ordens da enfermeira as programações exigidas para o balanço;

- Administrar medicamentos segundo ordem médica

- Observar os sujeitos com objetivo de detectar manifestação patológica (febres, diarréia, vômito);

- Manter a enfermeira informada sobre as ocorrências;

- Manter a ordem e limpeza da UM.

6. Auxiliar de Nutrição

- Preparar as dietas a as fórmulas específicas de acordo com a programação feita pela nutricionista;

- Receber instruções da nutricionista sobre as dietas a serem executadas;

- Fazer previsão diária do material utilizado na alimentação e dietas específicas;

- Manter a ordem no lactário e cozinha;

- Lavar o material e esterilizar.

BIBLIOGRAFIA

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  • DEPARTAMENTO DE NUTRICION - DIVISION DE EPIDEMIOLOGIA - DERECCION GENERAL DE SANIDAD PUBLICA, proyeto 16 - servicios de educacion y recuperacion nutricional. Guatemala, 1963.
  • DUTRA DE OLIVEIRA, J. E. - OLIVEIRA, Luiz Roberto - Estudo sobre o valor nutritivo de proteínas da soja suplementadas com metionina. Curso de Especialização em nutrição. Fac. de Medcina de Ribeirão Preto da USP, 1970 (trabalho não publicado).
  • FOMON, Samuel J. - Collection of urine and jeus and metabólica balance studica In: Infant Nutricional. Phalidelphia, Saunders, 1967.
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  • MINISTÉRIO DE SALUD PUBLICA INSTITUTO NACIONAL DE NUTRICION - Guia para la organizacion y funcinoamento de Centros de Recuperacion Nutricional. proyeto Bogotá, 1965.
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  • RETANA, O. G. y AQUILLAR, O. C. - Primer servicio de educacion y recuperacion nutricional "Maria Cristina Alvarez M". Boletin Sanitario de Guatemala Go, pg. 37-48, 1965.
  • ROMERO, E. R. - Los centros de recuperacion nutricional y el papel de la nutricionista em su organization u funcionamento. Bogotá, 1965.
  • RUSSA, Migual Octavio - Servicios de recuperacion nutritional - 2.º jornadas venezuelanos de nutrition, Caracas, 1966.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 1974
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