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Reflexões concernentes ao conceito trabalho na cotidianidade ( em Agnes Heller e Michel MAffesoli)

Resumos

Ensaio sobre os escritos de Agnes HELLER acerca da categoria trabalho, com a intenção de marcar paralelos entre os pensamentos desta autora e os de Michel MAFFESOLI. Fica evidenciado que em ambos são manifestas as análises da vida cotidiana, espaço histórico do desenvolvimento individual e social. HELLER trabalha esta categoria - cotidiano - dentro de uma abordagem "construtivista-dialética", onde o sujeito da história é visualizado em sua temporalidade (passado, presente e futuro), dentro do processo de transformação individual e coletiva. Já a abordagem de MAFFESOLI contém um núcleo "fenomenológico-compreensivo", onde o sujeito da história é perseguido na dimensão do presente ("vida comum/vida banal").

Filosofia; Trabalho


Synopsis about writings of Agnes Heller concening the work category, with the purpose to point out parallel between her opinions and Michel Maffesoli's. There is evidence that in both are manifests the analsis of daily life, historic space of individual and social development. Heller works this category - daily - into an approaching "constructivist - dialectic", where the subject of historic is visualized in its temporality (past, present and future) into the process of individual and collective changes. The aproaching of Maffesoli has a nucleus "phenomenological Comprehensive", where the historic subject is persued in the dimension of present ("usual life/banal life).

Philosophy; Work


ARTIGOS

Reflexões concernentes ao conceito trabalho na cotidianidade ( em Agnes Heller e Michel MAffesoli)* * Trabalho apresentado à disciplina Cotidiano II do Curso de Doutorado em Filosofia da Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e vinculado ao Núcleo de Pesquisa Educação e Trabalho em Enfermagem (NEPETE) - REPENSUL do Curso de Enfermagem da Universidade do Rio Grande URG, e como Tema Livre no 46º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Porto Alegre, 30 de outubro a 4 de novembro de 1994. 1 O imaginário faz parte do dado social, " ... a parte do imaginário é importante naquilo que chamamos de minúsculas situações da vida cotidiana (...) o fantástico e a ficção não possuem outro sentido senão organizar um espaço vital, formado o cotidiano aceitável". (5, p. 65-67) 2 Ao analisar o "fantástico cotidiano" Maffesoli expressa: "Ao lado da direção linear e segura que a gestão política e econômica oficial tenta organizar, existe um processo rico em acasos, feito de moleza e passividade, que avança ao ritmo das paixões, encontros (...) Aqui não existe porquê; a causalidade é praticamente sem efeito" . (5. p.66) 3 Para detalhamentos sobre os significados de valor de troca , valor de uso e tem po socialmente necessário ver o cap. referente a mercadoria em O Capital (7, p. 41-93) "A diferença entre o cotidiano e não cotidiano não constitueem absoluto em fenômeno da alienação por princípio, se não um produto da específica dialética entre reprodução social e individual". Sobre esta afirmação ver "A heterogeneidade da vida cotidiana ". (3, p. 93-118) 4 "Mas não há nenhum homem (nem nenhuma comunidade) que conheça ou seja capaz de conhecer o outro indivíduo em todas as suas relações. Tanto as pessoas quanto as comunidades podem conhecer ou captar, sempre, tão somente aspectos isolados da personalidade, da essência dos indivíduas. Mas isso não implica de nenhum modo, em uma contraposição necessária entre "essência íntima" e manifestação exterior, Por outro lado , todo homem pode - mediante suas experiências sociais e individuais - obter um conhecimento do homem q ue lhe permita averiguar se um terminado indivíduo se manifestou num ato importante, decisivo... (2, p. 92), ao ponto de expressarem alguma coisa de sua essência.

Marta Regina Cezar Vaz

Enfermeira, Docente do Curso de Enfermagem da URG

RESUMO

Ensaio sobre os escritos de Agnes HELLER acerca da categoria trabalho, com a intenção de marcar paralelos entre os pensamentos desta autora e os de Michel MAFFESOLI. Fica evidenciado que em ambos são manifestas as análises da vida cotidiana, espaço histórico do desenvolvimento individual e social. HELLER trabalha esta categoria - cotidiano - dentro de uma abordagem "construtivista-dialética", onde o sujeito da história é visualizado em sua temporalidade (passado, presente e futuro), dentro do processo de transformação individual e coletiva. Já a abordagem de MAFFESOLI contém um núcleo "fenomenológico-compreensivo", onde o sujeito da história é perseguido na dimensão do presente ("vida comum/vida banal").

Unitermos: Filosofia - Trabalho

ABSTRACT

Synopsis about writings of Agnes Heller concening the work category, with the purpose to point out parallel between her opinions and Michel Maffesoli's. There is evidence that in both are manifests the analsis of daily life, historic space of individual and social development. Heller works this category - daily - into an approaching "constructivist - dialectic", where the subject of historic is visualized in its temporality (past, present and future) into the process of individual and collective changes. The aproaching of Maffesoli has a nucleus "phenomenological Comprehensive", where the historic subject is persued in the dimension of present ("usual life/banal life).

Keywords: Philosophy-Work

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Recebido para publicação em 20.1.1995.

Aprovada para publicação em 22.4.1995.

  • 1. ETGES, Norberto J. Trabalho e conhecimento. Educação e Realidade, Porto Alegre, v.18, n.1, p. 5-24, jan./jun. 1993.
  • 2. HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, 121 p.
  • 3. HELLER, Agnes. Sociologia de la vida cotidiana. 3. ed, Barcelona: Península, 1991. 424p.
  • 4. KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, 230p.
  • 5. MAFFESOLI, Michel. Conquista do presente. Rio de Janeiro: Rocco, 1984, 167p,
  • 6. ______ A superação do indivíduo. Rev. Fac. de Educ., São Paulo, v. 1 2, n. 1 /2, p. 325-353, jan./jun. 1985.
  • 7. MARX, Karl. O capital. Crítica da economia política. 10. ed . São Paulo: Difel, 1985, 579p. Livro I, v. 1.
  • *
    Trabalho apresentado à disciplina Cotidiano II do Curso de Doutorado em Filosofia da Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e vinculado ao Núcleo de Pesquisa Educação e Trabalho em Enfermagem (NEPETE) - REPENSUL do Curso de Enfermagem da Universidade do Rio Grande URG, e como Tema Livre no 46º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Porto Alegre, 30 de outubro a 4 de novembro de 1994.
    1 O imaginário faz parte do dado social, " ...
    a parte do imaginário é importante naquilo que chamamos de minúsculas situações da vida cotidiana (...) o fantástico e a ficção não possuem outro sentido senão organizar um espaço vital, formado o cotidiano aceitável".
    (5, p. 65-67)
    2 Ao analisar o "fantástico cotidiano" Maffesoli expressa: "Ao lado da direção linear e segura que a gestão política e econômica oficial tenta organizar, existe um processo rico em acasos, feito de moleza e passividade, que avança ao ritmo das paixões, encontros (...) Aqui não existe porquê; a causalidade é praticamente sem efeito" .
    (5. p.66)
    3 Para detalhamentos sobre os significados de valor de troca , valor de uso e tem po socialmente necessário ver o cap. referente a mercadoria em O Capital
    (7, p. 41-93) "A diferença entre o cotidiano e não cotidiano não constitueem absoluto em fenômeno da alienação por princípio, se não um produto da específica dialética entre reprodução social e individual". Sobre esta afirmação ver "A heterogeneidade da vida cotidiana ".
    (3, p. 93-118)
    4 "Mas não há nenhum homem (nem nenhuma comunidade) que conheça ou seja capaz de conhecer o outro indivíduo em todas as suas relações. Tanto as pessoas quanto as comunidades podem conhecer ou captar, sempre, tão somente aspectos isolados da personalidade, da essência dos indivíduas. Mas isso não implica de nenhum modo, em uma contraposição necessária entre "essência íntima" e manifestação exterior, Por outro lado , todo homem pode - mediante suas experiências sociais e individuais - obter um conhecimento do homem q ue lhe permita averiguar se um terminado indivíduo se manifestou num ato importante, decisivo...
    (2, p. 92), ao ponto de expressarem alguma coisa de sua essência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Fev 2015
    • Data do Fascículo
      Jun 1995

    Histórico

    • Aceito
      22 Abr 1995
    • Recebido
      20 Jan 1995
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