Trabalho x doente mental: percepção da família

Monteiro, Ana Ruth Macedo; Barroso, Maria Grasiela Teixeira

doi:10.1590/S0034-71671999000100013

Resumos

A relação família x doente mental, muito mais presente na reforma psiquiátrica, constitui a possibilidade de criar novos caminhos em busca de compreender como a família percebe a relação trabalho x doente mental. É considerado, nesta pesquisa, como elemento fundamental o discurso dos componentes da família do doente, em razão da sua experiência vivida. Na relação doente mental e trabalho, a família descreve várias dificuldades, onde a ociosidade está presente, revelando a incapacidade do seu componente para o trabalho, ou indigitando-lhe uma ocupação diferenciada adaptado a sua condição de doente, não percebendo o possível estado depressivo que possa estar vivenciando, como manifestação de sua patologia.

trabalho; doente mental; família

The relationship family x mental ill, much more present in the psychiatric reform, constitutes a possibility to create new ways of understanding how the family percieves the relationship work x mental ill. It is considered as a fundamental element in this research, the speech of the components of the family, due to their experience. In relationship mental ill x work, the family describes several difficulties, where the idleness is present, revealing the inhability of his component for work, or apointting him a different occupation, adapted to his condition of sick, without percieving the possible depression felt as a consequence of his pathology.

work; mental ill; family

La relación familia x enfermo mental, mucho más presente en la reforma siquiátrica, constituye la posibilidad de crear nuevos caminos buscando comprender como la familia percibe la relación trabajo x enfermo mental. Es considerado como elemento fundamental en esta pesquisa, el discurso de los componentes de la familia del enfermo en razón de su experiencia vivida. En la relación enfermo mental y trabajo, la familia describe varias dificultades, donde el ocio está presente, revelando la incapacidad de ese componente para el trabajo, o señalándole una ocupación diferenciada, adaptada a su condición de enfermo, no percibiendo el posible estado depresivo que puede estar viviendo como manifestación de su patología.

trabajo; enfermo mental; familia

ARTIGOS

Trabalho x doente mental: percepção da família

Work x mental ill: family's perceptions

Trabajo x enfermo mental: percepcion de la familia

Ana Ruth Macedo Monteiro^I; Maria Grasiela Teixeira Barroso^II

^IEnfermeira, Doutoranda em Enfermagem/UFC. Professora Adjunta da Universidade Estadual do Ceará. Enfermeira do Hospital de Messejana/SUS

^IIEnfermeira Livre Docente. Professora Titular da Universidade Federal do Ceará

RESUMO

A relação família x doente mental, muito mais presente na reforma psiquiátrica, constitui a possibilidade de criar novos caminhos em busca de compreender como a família percebe a relação trabalho x doente mental. É considerado, nesta pesquisa, como elemento fundamental o discurso dos componentes da família do doente, em razão da sua experiência vivida. Na relação doente mental e trabalho, a família descreve várias dificuldades, onde a ociosidade está presente, revelando a incapacidade do seu componente para o trabalho, ou indigitando-lhe uma ocupação diferenciada adaptado a sua condição de doente, não percebendo o possível estado depressivo que possa estar vivenciando, como manifestação de sua patologia.

Palavras-chave: trabalho, doente mental, família

ABSTRACT

The relationship family x mental ill, much more present in the psychiatric reform, constitutes a possibility to create new ways of understanding how the family percieves the relationship work x mental ill. It is considered as a fundamental element in this research, the speech of the components of the family, due to their experience. In relationship mental ill x work, the family describes several difficulties, where the idleness is present, revealing the inhability of his component for work, or apointting him a different occupation, adapted to his condition of sick, without percieving the possible depression felt as a consequence of his pathology.

Keywords: work, mental ill, family.

RESUMEN

La relación familia x enfermo mental, mucho más presente en la reforma siquiátrica, constituye la posibilidad de crear nuevos caminos buscando comprender como la familia percibe la relación trabajo x enfermo mental. Es considerado como elemento fundamental en esta pesquisa, el discurso de los componentes de la familia del enfermo en razón de su experiencia vivida. En la relación enfermo mental y trabajo, la familia describe varias dificultades, donde el ocio está presente, revelando la incapacidad de ese componente para el trabajo, o señalándole una ocupación diferenciada, adaptada a su condición de enfermo, no percibiendo el posible estado depresivo que puede estar viviendo como manifestación de su patología.

Palavras llave: trabajo, enfermo mental, familia.

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Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
19 Set 2014
Data do Fascículo
Mar 1999

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[1] BASSIT, Wiliam. A família e a doença mental. In: D' INCAO.M. A.(Org.). Doença mental e sociedade: uma discussão interdisciplinar. Florianópolis: Graal, 1992.

[2] BERENSTEIN, Isidoro. Família e doença mental. São Paulo: Escuta, 1988

[3] BRASIL. Projeto de lei nÂº 3.657, setembro de 1989 . Dispõe sobre a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por outros recursos assistenciais e regulamenta a internação psiquiátrica compulsória. Brasília, Câmara dos deputados, 1989.

[4] CEARÁ. Lei nÂº 12.151, julho de 1993. Dispõe sobre a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos e sua substituição por outros recursos assistenciais, regulamenta a internação psiquiátrica compulsória, e dá outras providências. Diário Oficial, Fortaleza, 12 de ago. de 1993.

[5] COOPER, David. Psiquiatria e antipsiquiatria. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1989.

[6] COSTA, Jurandir Freire. Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

[7] ELSEN, Ingrid. Saúde familiar: a trajetória de um grupo. In______. Marcos para a prática de enfermagem com famílias. Florianópolis: UFSC, 1994.

[8] GARANHANI, Maria Lúcia. O significado da cirurgia para a criança. Ribeirão Preto,1993. Dissertação(Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 1993.

[9] MARTINS, Joel.; BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. 2. ed. São Paulo: Moraes, 1994.

[10] PATRÍCIO, Zuleica Maria. O cuidar/cuidado com família de adolescentes grávidas - aplicação de um marco conceitual de enfoque sócio-cultural. In: ELSEN, Ingrid et al. Marcos para a prática de enfermagem com famílias. Florianópolis: UFSC, 1994.

[11] PITTA, Ana Maria Fernandes; DALLARI, Gandolfi. A Cidadania dos doentes mentais no sistema de saúde do Brasil. Saúde em Debate, n. 36, p.19-23, out. 1992.

[12] PRADO, Danda. O que é família. São Paulo: Brasiliense, 1991.

[13] RACAMIER, P.C. Perversão narcísica na família do psicótico. In: VILHENA, Júnia de. Escutando a família: uma abordagem psicanalítica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1991.

[14] ROTELLI, Franco, LEONARDIS; Ota de, MAURI; Diana. Desisntitucionalização: uma outra via. In: NICÁCIO, Fernanda (Org.). Desinstitucionalização. São Paulo: Hucitec, 1990.

[15] SOIFER, Raquel. Psicodinamismos de família com crianças: terapia familiar com técnicas de jogo. Petrópolis: Vozes, 1982.

[16] SONENREICH, Carol. A família e o espaço psicológico. In: D' INCAO, M. A.(Org) Doença mental e sociedade: uma discussão interdisciplinar. Rio de Janeiro: Graal. 1992.

[17] SORDI, Rudyard Emerson. Reação da família ao retorno de um de seus membros após uma primeira internação psiquiátrica: estudo de dez casos. In: ZIMMERMANN, David (Coor.). Temas de psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1980.

[18] VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Avaliação dos avanços recentes em legislação psiquiátrica no plano internacional: uma contribuição ao debate sobre a reforma da lei psiquiátrica no Brasil. J. Bras. Psiq., v. 39, n. 5, p. 228-235, set./out. 1990.

[19] VILHENA, Junia de. De uma solidão a outra: a palavra exilada. Uma história familiar. In: VILHENA, Júnia de. Escutando a família: uma abordagem psicanalítica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1991.