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Construindo uma rede de sustentabilidade da implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Enfermagem

EDITORIAL

Construindo uma rede de sustentabilidade da implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Enfermagem

Milta Neide Freire Barron Torrez

Diretora de Educação - ABEn - gestão 2001-2004

A implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Graduação em Enfermagem mais do que uma regulamentação legal no âmbito da reforma educacional, desencadeada formalmente na década de 90, está sendo alvo do mais abrangente interesse das instituições, profissionais, alunos, gestores e gerentes que atuam nos mais variados campos de interesse social. O desejo de que o perfil dos egressos - os enfermeiros e enfermeiras - possa ser um dos componentes das forças propulsoras de mudanças políticas, organizacionais, sociais, técnicas e pedagógicas, vem alimentando, há pelo menos duas décadas, as reflexões e iniciativas sobre propostas pedagógicas críticas, currículos integrados à realidade de cada lugar, articulações profundas e conseqüentes com os interesses da população nas comunidades, famílias, escolas, fábricas, reconhecidos como espaços da promoção da saúde, indo além dos indispensáveis serviços de saúde e dos seus profissionais.

O projeto de Sustentabilidade para a implantação das DCNs dos cursos de graduação em enfermagem está sendo desenvolvido pela ABEn em parceria com o Ministério da Saúde, com a participação das Instituições de Ensino Superior, por meio dos Cursos de Enfermagem que constituem os Fóruns Estaduais de Escolas, e é responsável pela viabilização desta edição temática. O objetivo do projeto é fortalecer e impulsionar o movimento de mudança na formação, na produção de conhecimento e na prestação de serviços, evidente ou latente em cada curso, no qual os enfermeiros e enfermeiras sejam compreendidos como atores conscientes do modelo de atenção a saúde, organizadores de sujeitos coletivos atuantes na proposição e implantação de políticas públicas de educação e saúde, norteados pela defesa da qualidade de vida, que pode ser socialmente produzida e alimentada pela justiça social. Assim, acreditam que a saúde que desejamos promover pode ser fruto das condições, escolhas, intenções e gestos que a sociedade valoriza, dá poder, promove e realmente requer.

Os artigos generosamente compartilhados nesta edição vêm cumprir o compromisso anunciado no editorial da REBEn número 5, de setembro/outubro de 2002, e demonstram o acolhimento de muitos que acreditam que compartilhar é preciso, é solidário. E, certamente, coerente com o discurso que reinvidica que a educação em enfermagem não pode abrir mão da característica humanizadora - compreendida como o desenvolvimento da capacidade de pensar-agir, formular-executar, sonhar-realizar, receber-doar, ensinar-aprender -, necessária à dignificação do cuidado em saúde prestados por estes profissionais.

Agradecemos a todos que lerão, divulgarão, discutirão, discordarão e superarão, as reflexões, debates, sugestões, experiências aqui apresentadas, mas que não deixarão de constituir uma rede de sustentabilidade para tais mudanças, a partir do desafio de implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais. Desejamos a todos(as) uma prazerosa, instigante e "sustentável" leitura.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Set 2011
  • Data do Fascículo
    Ago 2003
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