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Pesquisa em enfermagem nas Américas

Investigación en enfermería en las Américas

Nursing research in the Americas

Resumos

O artigo teve como objetivo identificar as problemáticas, desafios e estratégias recomendadas nos textos e analisar a aplicabilidade das recomendações nas produções de 2005-2008. Implementou-se a análise dos textos completos levantados a partir da base LILACS. O desenvolvimento da pesquisa em enfermagem articulou-se com o modelo econômico neoliberal e globalizante, o sistema de saúde local, as demandas da população e da profissão de enfermagem. O crescimento da pós-graduação resultou do maior esforço de internacionalização dos programas brasileiros, do aumento no número de pesquisadores e de centros produtores de conhecimento. Conclusão: a produção cientifica inserida na esfera acadêmica continua afastada dos serviços, exercendo pouca influência na formulação de políticas públicas de saúde. As organizações de Enfermagem e afins precisam continuar envidando esforços de superação dos velhos desafios e construir novos sentidos para a pesquisa em enfermagem.

Enfermagem; Pesquisa; Educação em enfermagem


Esto artículo tuvo como objetivo identificar las problemáticas, desafíos y estrategias recomendadas en los textos y analizar la aplicabilidad de las recomendaciones en las producciones de 2005-2008. Fue implementado el análisis temático de los textos completos levantados a partir de la base LILACS. El desarrollo de la investigación en enfermería se articuló con el modelo económico neoliberal y globalizante, el sistema de salud local, las demandas de la población y de la profesión de enfermería. El crecimiento de la postgraduación fue resultado del mayor esfuerzo de internacionalización de los programas brasileños, del aumento en el número de investigadores y de centros productores de conocimiento. La producción científica incluida en la esfera académica continúa alejada de los servicios y ejerció poca influencia en la formulación de políticas públicas de salud. Las organizaciones de enfermería y afines precisan continuar envidando esfuerzos para superar los viejos desafíos y construir nuevos sentidos para la investigación en enfermería.

Enfermería; Investigación en enfermería; Educación en enfermería


The purpose of the article was to identify a problematic, challenges and strategies recommended in those texts and analysis the applicability of such recommendations reflected on papers published from 2005-2008. A thematic analysis was applied to the full texts available on LILACS data base. Results showed that the development of nursing research was articulated to the neoliberal and globalization economic system, the national health system, the healthcare demands of population, and nursing profession. The post-graduation expansion in Latin America was a result of the international efforts of the Brazilian post-graduation programs, and the increase number of nurse researchers as well as Center of Nursing Research. Because the scientific production is inserted on academic field, the research findings do not become healthcare policy yet. Nursing organizations and their partners need to continue making efforts to overcome old challenges and to build new meanings for nursing research.

Nursing; Nursing research; Education, nursing


REVISÃO

Pesquisa em enfermagem nas Américas

Nursing research in the Americas

Investigación en enfermería en las Américas

Ivone Evangelista Cabral; Maria Antonieta Rubio Tyrrel

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Anna Nery de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ

RESUMO

O artigo teve como objetivo identificar as problemáticas, desafios e estratégias recomendadas nos textos e analisar a aplicabilidade das recomendações nas produções de 2005-2008. Implementou-se a análise dos textos completos levantados a partir da base LILACS. O desenvolvimento da pesquisa em enfermagem articulou-se com o modelo econômico neoliberal e globalizante, o sistema de saúde local, as demandas da população e da profissão de enfermagem. O crescimento da pós-graduação resultou do maior esforço de internacionalização dos programas brasileiros, do aumento no número de pesquisadores e de centros produtores de conhecimento. Conclusão: a produção cientifica inserida na esfera acadêmica continua afastada dos serviços, exercendo pouca influência na formulação de políticas públicas de saúde. As organizações de Enfermagem e afins precisam continuar envidando esforços de superação dos velhos desafios e construir novos sentidos para a pesquisa em enfermagem.

Descritores: Enfermagem; Pesquisa; Educação em enfermagem.

ABSTRACT

The purpose of the article was to identify a problematic, challenges and strategies recommended in those texts and analysis the applicability of such recommendations reflected on papers published from 2005-2008. A thematic analysis was applied to the full texts available on LILACS data base. Results showed that the development of nursing research was articulated to the neoliberal and globalization economic system, the national health system, the healthcare demands of population, and nursing profession. The post-graduation expansion in Latin America was a result of the international efforts of the Brazilian post-graduation programs, and the increase number of nurse researchers as well as Center of Nursing Research. Because the scientific production is inserted on academic field, the research findings do not become healthcare policy yet. Nursing organizations and their partners need to continue making efforts to overcome old challenges and to build new meanings for nursing research.

Key words: Nursing; Nursing research; Education, nursing.

RESUMEN

Esto artículo tuvo como objetivo identificar las problemáticas, desafíos y estrategias recomendadas en los textos y analizar la aplicabilidad de las recomendaciones en las producciones de 2005-2008. Fue implementado el análisis temático de los textos completos levantados a partir de la base LILACS. El desarrollo de la investigación en enfermería se articuló con el modelo económico neoliberal y globalizante, el sistema de salud local, las demandas de la población y de la profesión de enfermería. El crecimiento de la postgraduación fue resultado del mayor esfuerzo de internacionalización de los programas brasileños, del aumento en el número de investigadores y de centros productores de conocimiento. La producción científica incluida en la esfera académica continúa alejada de los servicios y ejerció poca influencia en la formulación de políticas públicas de salud. Las organizaciones de enfermería y afines precisan continuar envidando esfuerzos para superar los viejos desafíos y construir nuevos sentidos para la investigación en enfermería.

Descriptores: Enfermería; Investigación en enfermería; Educación en enfermería.

INTRODUÇÃO

Dois aspectos são centrais na delimitação da problemática que fundamenta a análise da situação da pesquisa em enfermagem na região das Américas. A primeira diz respeito a um contexto mais geral, ou seja, a que América nós estamos nos referindo. Uma região das Américas marcada por diferentes níveis de desenvolvimento econômico e por uma diversidade geográfica, cultural, linguística, política, econômica e social. Consequentemente, com demandas de investigações que acompanham a realidade das nações que formam e conformam distintamente, as Américas do Norte, Central e Caribe, e do Sul. A segunda envolve um contexto mais específico de situação da enfermagem como uma prática social e cultural politicamente engajada com a luta pela melhoria das condições de vida e de saúde da população. A enfermagem, como parte da totalidade social, e comprometida com a ética, a justiça e a qualidade de vida das pessoas, põe a serviço da população uma política de geração de conhecimento, que pretende ser transformadora da prática social e cultural do cuidado.

No Brasil, a participação do enfermeiro no desenvolvimento da pesquisa de enfermagem se deu a partir da criação da carreira universitária em 1963, evoluindo sobremaneira com o início do primeiro curso de mestrado em enfermagem, a partir de 1972, na Escola Anna Nery de Enfermagem, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aquele ano se constituiu num marco do crescimento dessa produção, dando inicio aos cursos de pós-graduação em enfermagem na América Latina. Desde então, a pesquisa passou a ser institucionalmente assumida como um compromisso da enfermagem, vinculada ao sistema de ensino e a carreira universitária, mas pouco articulada com o sistema assistencial. O incremento as produções deveu-se primariamente à produção acadêmica, tendo como fonte de produção científica principal as instituições de ensino(1).

Essa problemática também foi observada na análise da formação de pesquisadores na América Latina, em que 52,8% dos pesquisadores eram oriundos do ensino e 13,1% do serviço(2).

O pioneirismo do Brasil na instituição da pesquisa de enfermagem na América Latina, não se deu somente com o início da pós-graduação em enfermagem, mas também com o crescimento da produção científica. Nesse sentido, compreendemos que há relações diretas entre a pesquisa e o reconhecimento da organização científica da enfermagem estreitamente vinculada às instituições universitárias e os centros formadores de pesquisadores.

Questiona-se, então, qual é a situação da pesquisa de enfermagem nas Américas, tomando-se como base três publicações. A primeira - "La investigacion em Enfermeria em América Latina"; nela, Manfredi(3) contextualiza a problemática do desenvolvimento da pesquisa de enfermagem na América Latina. A segunda - "Os desafios para as enfermeiras e o sistema de saúde em Quebéc (Canadá) frente às tendências neoliberais e a globalização na época pós-moderna"(4). A última - "Políticas e estratégias para o desenvolvimento da pós-graduação em Enfermagem nas Américas"(5).

As problemáticas e desafios apontados por esses textos foram relacionados com produções publicadas entre 2005-2008, no sentido de se buscar os pontos de superação ou manutenção. Verificou-se nas recomendações desses textos, quais estratégias contribuíram para o desenvolvimento e o status da pesquisa em enfermagem nas Américas. Portanto, teve-se por objetivos identificar as problemáticas, desafios e estratégias apontados nos documentos diagnósticos da situação da pesquisa na região das Américas de 1991 (I Jornada de Investigación em Enfermería. Venezuela, 1991) e 1998 (VI Colóquio Pan-Americano de Investigação em Enfermagem. Brasil); analisar como as problemáticas e desafios foram superadas ou mantidas e que resultados foram produzidos com as estratégias recomendadas. nas produções de 2005-2008 sobre pesquisa em enfermagem na América Latina, disponíveis na base de dados LILACS,

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática secundária de três textos, sendo um publicado em 1991 e dois em 1998, inspirada na metodologia da metasíntese(6). Foram objeto da análise os seguintes pontos: o que os autores apontaram como problemática e desafios para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem; e, quê estratégias foram indicadas para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem na região das Américas.

Com base nesses achados procedeu-se a leitura crítica de cinco textos completos publicados entre 1993 e 2007 disponiveis na base de dados LILACS, cujo foco principal é a discussão sobre competências para a formação de pesquisadores de enfermagem. Nesses textos, buscou-se analisar do que foi apontado como problemática e desafios, quais foram os pontos de superação e de manutenção; e em relação às estratégias, o que foi implementado e produziu resultados ou não.

A busca das palavras-chave "enfermagem", "pesquisa", "América Latina" e "doutorado" na base de dados LILACS trouxe resultados de publicação em dois periódicos: Revista Latino-Americana de Enfermagem, Revista Brasileira de Enfermagem, Texto & Contexto em Enfermagem. Os textos completos dos artigos foram submetidos à análise temática(7).

RESULTADOS

Em La investigación en enfermería en America Latina, apresentado na Jornada de Investigación em Enfermería (Venezuela),destacou-se que apesar de os avanços quantitativos de enfermeiras com grau de mestrado, a investigação em enfermagem no início dos anos de 1990 apresentava problemas de natureza qualitativa(3). A pesquisa "era limitada, restrita em sua capacidade de generalização, pobremente apoiada e divulgada"(3). A análise da problemática da investigação em enfermagem se deu em três esferas: a da produção, da difusão e utilização dos resultados.

Em relação a produção da pesquisa, destacou-se que havia maior ênfase na pesquisa clínica, como reflexo do modelo de formação profissional que privilegiava a prática hospitalar em detrimento da prática na comunidade. O sujeito de pesquisa mais comum era o individuo, deixando a família e a comunidade para um segundo plano. A utilização de materiais e tecnologias nas pesquisas era incipiente. As investigações apresentavam um caráter mais descritivo, o que se constituía numa área crítica e explicava o desenvolvimento inicial em que se encontrava a busca e a compreensão do objeto da enfermagem. Sofria uma influência marcante da corrente positivista de investigação e daquelas que englobavam a conceitualização dominante no campo da saúde. Embora os enfermeiros/as investigassem bastante a sua própria prática, o faziam de modo individual; a participação de outros profissionais era pequena e quando ocorria se dava em função do apoio ao processo de pesquisar, como a estatística, por exemplo. Quanto ao financiamento das pesquisas, 72,7% eram autofinanciadas(3).

Na esfera da difusão dos resultados, havia uma limitação no processo de institucionalização e sistematização da produção científica em enfermagem, o que refletia sobre a publicação. Muitos estudos não eram publicados, mantendo-se inéditos e desconhecidos.

A falta de divulgação e/ou a divulgação das pesquisas em espaços restritos inviabilizava o acesso dos profissionais e a utilização dos resultados na prática profissional.

A problemática delineada por Manfredi foi destacada no texto "A Pesquisa na Enfermagem"(3), situando o Brasil no contexto da América Latina. Ao mesmo tempo em que denunciava os pontos de vulnerabilidades da enfermagem como ciência do cuidado, anunciava desafios para a pesquisa de enfermagem relacionada não somente a produção, divulgação e utilização, mas também para o consumo e a transformação dos resultados em política pública e de cuidado.

O anúncio pode ser identificado, quando Manfredi(3) aponta perspectivas de mudança da problemática, tais como: inclusão da investigação de enfermagem nas agendas técnico-científicas dos países; a definição e desenvolvimento de uma política de investigação de enfermagem; a definição de áreas ou linhas de pesquisa; o fomento a institucionalização das pesquisas de enfermagem; a formação de pesquisadores; disseminação e uso dos resultados das pesquisas; financiamento, avaliação e orientação das pesquisas desenvolvidas.

Entre as estratégias para o desenvolvimento da pesquisa destacam-se: a formação de pesquisadores de enfermagem preparados para formar núcleos e grupos de pesquisa uni ou multidisciplinar; a utilização dos Centros Colaboradores da OPS/OMS e outros centros de pesquisa na formação de enfermeiros na área de metodologia da pesquisa bem como na elaboração, execução e no seguimento dos projetos; a inserção da comunidade científica de enfermagem nos organismos nacionais e internacionais de pesquisa para que os projetos apresentados recebessem a avaliação de pares e o financiamento indispensável a sua execução; a subvenção institucional de recursos para o desenvolvimento de projetos emergentes das linhas de pesquisa previamente definidas e que permitam a inserção de pesquisadores nas diferentes áreas propostas.

Além de defender a criação de infra-estrutura local, nacional, e internacional que servisse de base para o desenvolvimento da produção científica da profissão, incluindo os serviços, espaços e cenários onde a prática de enfermagem acontece. Isso cria possibilidades de atuação dos núcleos e grupos de pesquisa que tenham como finalidade primordial a coordenação, o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de estudos em colaboração. Também ressaltou a necessidade de desenvolvimento de metodologias de investigação que permitissem investigar os problemas, abordando-os de acordo com a visão de mundo do investigador, a seleção de metodologias, os recursos existentes e a factibilidade dos projetos.

Apoiar grupos de pesquisas emergentes da realidade do trabalho de enfermagem, assim como aqueles que através de um enfoque crítico analisem os aspectos tecnológicos da prestação de serviços. Favorecer o desenvolvimento de programas inovadores de pós-graduação nos países da região que conduzem a formação acadêmica de enfermagem utilizando, por exemplo, o estabelecimento de convênios entre universidades, centros colaboradores e instituições de serviço. Fortalecer mecanismos que favoreçam o intercâmbio e a difusão da produção científica a nível local, regional, e internacional. A necessidade de desenvolver estudos que : identifiquem os meios de difusão existentes em cada país com relação a sua cobertura, tipo, quantidade de material publicado e a infra-estrutura utilizada. Almejar a organização de fóruns nacionais e internacionais de pesquisa em enfermagem que permita o intercâmbio e o enriquecimento da produção gerada pela profissão.

Westrupp, Carraro e Souza(8) destacam os seguintes desafios a serem superados: despreparo do enfermeiro para elaborar pesquisas e aplicar os resultados dessas pesquisas na prática; pouca ênfase no ensino de metodologia da pesquisa nos currículos dos cursos de graduação em enfermagem; ausência de cursos de curta duração sobre metodologia da pesquisa para enfermeiros de serviço e docentes; interrupção de determinadas pesquisas em andamento e consequente fragmentação do corpo de conhecimento próprio da enfermagem. Nesse sentido, as autoras recomendavam para a prática assistencial, que os enfermeiros utilizassem o espaço de sua prática clínica como um laboratório social de pesquisa, incentivando a escrever sobre essa prática. Ao mesmo tempo, a prática clínica funcionaria como campo de produção da pesquisa e de retorno dos achados dessas pesquisas para transformar a prática assistencial. Que houvesse envolvimento dos enfermeiros nos processos institucionais de pesquisa, e que esses cenários de pesquisa fossem campos de formação dos enfermeiros. O ensinar e o aprender a pesquisar pesquisando.

Em relação a formação do enfermeiro como pesquisador, defenderam a formação básica para a pesquisa nos cursos de graduação e em programas de educação continuada. Uma formação que contribuísse para a participação em projetos de investigação coletivos, trabalho em grupos multiprofissionais e pesquisas transdisciplinares. Preparar enfermeiros para gerenciar projetos de pesquisa, propor, executar e gerir projetos de pesquisa que respondam aos desafios no contexto da enfermagem e da sociedade.

Sobre a divulgação e consumo de pesquisa em enfermagem, consideraram a necessidade de a Enfermagem conhecer melhor e aplicar o marketing no cotidiano de sua prática. O conhecimento e aplicação desse marketing permitiriam ampliar o reconhecimento do valor da Enfermagem no contexto social ampliando as oportunidades da Enfermagem como algo sistemático e de responsabilidade social. Consequentemente, a incorporação do consumo de pesquisa no cotidiano.

No que diz respeito ao financiamento da pesquisa, recomendaram(8) que o investimento da pesquisa fosse parte de uma política institucional e não individual. A compreensão da prática da pesquisa como um investimento social, com retorno para a sociedade no contexto do desenvolvimento científico e tecnológico. Os enfermeiros que são pesquisadores precisam lidar com o compromisso de mudança, de modo a inserir a enfermagem no conjunto das diferentes áreas do saber no que se refere a contribuição ao desenvolvimento cientítico e tecnológico.

As recomendações apontadas se dão em um contexto sóciopolítico marcado pelas tendências neoliberais e de globalização no âmbito da América Latina, conforme destacado no segundo texto, objeto da metasíntese: "Os desafios para as enfermeiras e o sistema de saúde em Quebéc (Canada) frente às tendências neoliberais e a globalização na época pós-moderna"(4). Particularizando o caso do Quebéc, ressalta que a influência das dinâmicas neoliberal e da globalização influencia a lógica da produção em saúde e do processo de trabalho em enfermagem em um ambiente de Sistema Único de Saúde. Nesse texto, o autor destaca que as enfermeiras devem enfrentar desafios culturais das sociedades super modernas para cuidar e pesquisa, e sabem que as condições sociais influenciam mais a saúde do que as características individuais. Nesse sentido, as pessoas que vivem em situação de pobreza, portanto o aspecto nuclear que une os povos nas Américas, e que têm bons hábitos de vida, apresentam, mesmo assim, mais problemas de saúde do que as pessoas mais favorecidas com os mesmos hábitos.

Para ele, o estado de saúde se deteriora mais quando as pessoas vivem sem possibilidades de fazer escolhas, e isto independe do nível de renda e de escolaridade. A ênfase nesses dois indicadores - nível de renda e escolaridade - nos leva a refletir sobre a impossibilidade de se realizar escolhas diante da situação de pobreza, analfabetismo funcional em saúde e baixo acesso a escolaridade. Três condições que mantém o sujeito na situação de desigualdade social, em posição alienada e com poucas possibilidades de negociação.

Os povos das Américas, sujeitos do processo de pesquisa e de cuidar dos enfermeiros, apresentam como pontos em comum essas três condições, portanto suas vulnerabilidades sociais. A dimensão social da saúde e da doença no contexto neoliberal e de globalização contribui para manter a prática social da pesquisa em Enfermagem marcada por uma problemática metodológica e epistemológica, apontada por Manfredi(3), e sócio-histórica demarcada por Perreault(4).

Perreault(4) argumenta que nossa cultura é ainda orientada para uma concepção individual da doença e da saúde, e os valores assumidos pela maior parte dos modelos de intervenção repousam sobre concepções biomédicas totalmente individualizantes. A visão preventiva, que circula atualmente, acentua essa individualização.

A globalização e a ideologia neoliberal nesta era super-moderna implica, portanto, em grandes desafios culturais, sociais e econômicos para as enfermeiras do Québec e quiçá para todas as enfermeiras da região das Américas. As variações que podemos observar entre as Américas, dizem respeito, sobretudo, à situação interna hoje: enquanto o Québec já possui um sistema público, universal e gratuito, orientado cada vez mais para a promoção da saúde da população; outros países se encontram em situações em que os sistemas de saúde são híbridos, com maior ênfase na cura de doenças.

Nesse sentido, percebemos que o jogo de força das relações sociais se inscreve em uma situação econômica particular, o da indústria privada da saúde que assegura uma grande margem de lucro. A saúde e a doença como moeda de troca interfere no processo de cuidar e pesquisar.

O texto "Políticas e estratégias para o desenvolvimento da pós-graduação em enfermagem nas Américas"(5) destaca a necessidade de se promover ações que fortaleçam uma política de pós-graduação internacional para a região das Américas. A autora defende a criação de redes formadoras de doutores em Enfermagem na América Latina, de modo a formar massa crítica capaz de ao concluir o curso de doutorado iniciar os cursos de doutorado em seus países.

DISCUSSÃO

A análise das produções disponíveis na base de dados LILACS, que tratam de competências para a formação de pesquisadores e a pesquisa em enfermagem na América Latina, apontou para publicações do gênero relato de experiência, artigos de reflexão, relatórios de oficinas e grupos de trabalho e editoriais.

A política dos Centros Colaboradores da OMS fortaleceu o desenvolvimento da pesquisa em Enfermagem na medida em que fomentou as parcerias interinstitucionais e as redes globais. O Centro Colaborador (CC) se constitui em um espaço em que a OMS pode exercer sua liderança na formulação da agenda de saúde internacional, incluindo aí a capacitação do enfermeiro para o desenvolvimento da pesquisa. Por outro lado, a designação como centro colaborador da OMS dá as instituições maior visibilidade e reconhecimento das autoridades nacionais, chamando a atenção do público para as questões de saúde a que se dedicam. Abre mais oportunidades de intercâmbio de informação e cooperação técnica com outras instituições, particularmente no nível internacional e mobiliza recursos adicionais dos parceiros. A função principal é dar apoio estratégico a Organização para que esta satisfaça suas necessidades: implementar seus mandatos e objetivos, e desenvolver e fortalecer capacidade institucional nos paises e regiões. Os Centros Colaboradores da OMS formam uma rede de parcerias e apoio mútuo(9-11).

O Brasil conta com um Centro Colaborador para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, designado em 1989(1). Em 2000, foi criada entre outras redes, a Global Network of WHO Collaborating Centres for Nursing and Midwifery (Centros Colaboradores para o Desenvolvimento da Enfermagem e Obstetrícia). No ano de 2008. Em toda Região das Américas, a do Norte concentra o maior número de Centros Colaboradores ativos (141), a América Latina conta com 45 e a Central e Caribe, com 10.

Em 2008, havia 35 WHO Collaborating Centre for Nursingand Midwifery no mundo, sendo que 13 localizavam-se na região das Américas: EUA possui 09, Canadá 1, Colômbia, 1, Jamaica 1 e Brasil 1. As áreas técnicas desses CC são: desenvolvimento da enfermagem, atenção primaria em saúde, desenvolvimento da obstetrícia, prática clínica e cuidado domiciliar, pesquisa em enfermagem etc(12-18).

Os esforços internacionais empreendidos pela Organização Mundial de Saúde/Organização Panamericana de Saúde (OPS) culminaram numa mudança dos quantitativos dos cursos de pós-graduação. Os cursos de doutorado (117) assumem a função social de formar pesquisadores, posição anteriormente ocupada pelos cursos de mestrado, que possuíam um duplo papel; qualificação para o exercício do ensino e incremento da pesquisa.

Nos programas de doutorado, busca-se a formação avançada de pesquisadores, do desenvolvimento da profissão e da disciplina(19). Na década de 1930 surgiu o primeiro curso de doutorado na América do Norte (EUA). Em 1981 foi criado, na América do Sul (Brasil) o primeiro curso de doutorado, o doutorado interunidades Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP). Em 2005, a situação dos cursos de doutorado era a seguinte: EUA, 80 cursos; Brasil, sete; Venezuela, Chile, México, Perú e Colômbia, com um em cada país; Argentina com um de enfermagem e três multidisciplinares.

Sobre o desenvolvimento da pesquisa, outra faceta importante é a existência dos centros de pesquisa mais avançados que promovem a geração de conhecimento e os instrumentos metodológicos essenciais para a pesquisa de enfermagem. De todos os países da Américas, os Estados Unidos contam com mais centros estruturados para essa finalidade. Nas últimas décadas, quase todos os países da Região têm criado núcleos de desenvolvimento da pesquisa. Os colóquios sobre investigación en enfermería na América Latina e as atividades de caráter nacional têm se constituído em um novo espaço instituticional da pesquisa em enfermagem, a aplicação de seus resultados e a definição de temas e prioridades.

Na América Latina, têm-se os Colóquios Panamericanos de Investigación en Enfermería, cuja primeira versão ocorreu em 1988. Trata-se de um evento bienal promovido pelos Centros Colaboradores da OMS. Até o ano de 2006 foram realizadas 10 versões.

No que diz respeito aos veículos de divulgação do conhecimento produzido em enfermagem, a Revista Brasileira de Enfermagem e a Revista Latino-americana de Enfermagem têm assumido um papel importante na liderança da difusão do conhecimento de enfermagem na América Latina.

A Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), é o órgão oficial de divulgação da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), criada em 1932, inicialmente com o nome de Annaes de Enfermagem. Tem por finalidade divulgar a produção científica das diferentes áreas do saber que sejam de interesse da enfermagem, incluindo a que expressa o projeto político da Associação. Tem periodicidade bimestral, em versão eletrônica a partir de 2007, e na impressa com tiragem de 1000 exemplares, multilingüe para o português, inglês e espanhol. Integra a Biblioteca Virtual em Saúde - Enfermagem, no Portal de Revistas de Enfermagem (RevEnf) da Biblioteca Regional de Medicina, vinculada à OPAS - Organização Panamericana de Saúde. Referência na área de periódicos no país para a publicação dos pesquisadores da Enfermagem, canalizando ainda a divulgação das discussões e demandas da categoria. Considera-se relevante o papel deste periódico para a divulgação científica da enfermagem brasileira. Em junho de 2007 a REBEn foi aprovada para integrar a Coleção SciELO Brasil (Scientific Electronic Library Online), e está indexada nas seguintes bases de dados: BDENF - Base de Dados de Enfermagem; LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), CUIDEN (Base de Dados de Enfermeria), ULRICH´s (International Periodicals Directory), PERIÓDICA (Índice de Revistas Latinoamericanas em Ciências), CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), LATINDEX (Índice Latinoamericano de Publicações Científicas Seriadas), MEDLINE (International Nursing Index) e SCOPUS(20).

O segundo periódico, a partir de 2000, mudou a sua política editorial para legitimar a profissão de enfermagem na Região da América Latina. Passou a publicar artigos multilingüe (inglês, espanhol e português), com periodicidade bimestral, ampliou o corpo editorial internacional e adotou a norma de Vancouver em suas publicações. Tudo isso com o propósito de atingir os padrões internacionais para indexação em base de dados internacionais, dinamizando a publicação das pesquisas produzidas no Brasil e na América Latina(10).

Outra contribuição importante da Associação Brasileira de Enfermagem para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem acontece através do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn), criado em 17 de julho de 1971. O Centro destina-se a incentivar o desenvolvimento e a divulgação da pesquisa em enfermagem, organizar e preservar documentos históricos da profissão. Possui o maior banco de teses e dissertações na área de enfermagem no Brasil, com mais de 6000 produções registradas em seu acervo, além de possuir a coleção da maioria dos periódicos brasileiros de enfermagem. O CEPEn é responsável pelas edições dos Seminários Nacionais de Pesquisa em Enfermagem (SENPE), um valioso fórum de discussão da enfermagem científica no Brasil e América Latina. É um evento itinerante, realizado pela ABEn em parceria com as sessões e regionais(21).

Um panorama da pesquisa em enfermagem na América Latina durante a década de 1988 a 1998 foi investigado a partir de informações dos Colóquios Panamericanos de Pesquisa em Enfermagem. Na análise secundária dessa fonte, concluiu-se que a maior parte das pesquisas foi produzida no Brasil, o único país com programa de doutorado em enfermagem na América Latina nos anos noventa. Os temas de pesquisa incluíam tópicos de saúde pública, estudos clínicos (normalmente de adultos), estudos do processo de assistência de enfermagem, comunicação terapêutica e assuntos administrativos, tais como normas de cuidado e qualidade. O desenho mais comum foi o estudo quantitativo descritivo, mas também encontramos vários estudos qualitativos. A análise oferece direções para futuras pesquisas e indicam áreas de preocupação, especialmente a necessidade de pesquisas de enfermagem com fundamentação teórica(2).

A análise de 263 trabalhos científicos, pelas autoras(2), demonstrou que o maior número de apresentadores de trabalhos científicos procedia do Brasil, Panamá, Venezuela e Chile (Tabela 1). Mais da metade (53%) dos pesquisadores pertencia a instituições de ensino, 13% eram enfermeiros de serviço, 5% de outras áreas. Várias universidades foram representadas, sendo as mais frequentes a de Concepción e Católica (Chile), Ribeirão Preto (Brasil), Carabobo (Argentina), Trujillo (Peru) e Antioquia (Colombia). Os métodos usados nas pesquisas incluíam, em ordem de frequência, os surveys, entrevistas, triangulação, observação, escalas e estudos de revisão. Esses métodos foram adotados em 79% dos estudos. Os participantes da pesquisa consistiam de usuários de serviços de saúde (35%), profissionais de saúde (33%), outros (13%), documentos (11%) e populações de risco (8%). Foram realizados mais estudos de saúde pública (32%) do que de recursos humanos (23%) ou em ambientes clínicos (14%) ou outros cenários (31%). Os estudos de saúde pública eram de natureza epidemiológica, saúde ocupacional, prevenção, educação em saúde, saúde comunitária e saúde mental. Observou-se uma ênfase considerável nos estudos sobre recursos humanos que abordavam a educação de enfermagem. Os estudos clínicos foram mais freqüentes na saúde da criança, enquanto poucos tratavam sobre o adolescente e idoso. Os estudos de enfermagem focalizavam o processo de enfermagem, cuidado terapêutico, comunicação terapêutica, padrões de cuidado e planos de cuidado. Na administração, o enfoque recaia sobre pessoal, qualidade de cuidado e avaliação de programas. Os estudos qualitativos incluíam os fenomenológicos sobre uma variedade de assuntos tais como: doença crônica, terceira idade, gravidez, sexualidade e AIDS. Com o decorrer dos anos houve um aumento no numero de apresentações e no quantitativo de países participantes. A maioria dos estudos veio de pesquisadores acadêmicos. As pesquisas foram conduzidas quase que exclusivamente por enfermeiras mas não incluía outros membros da equipe multidisciplinar e colaboradores. Embora os estudos fossem predominantemente quantitativo havia poucos estudos qualitativos brasileiros e chilenos. As teorias de enfermagem não foram referenciadas em nenhuma das apresentações. Havia poucos registros de financiamento ou apoio institucional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise das múltiplas estratégias apontadas pelas publicações de 1991 e 1998 indicou um crescimento da pós-graduação em enfermagem na Região das Américas, um maior esforço de internacionalização dos programas, um aumento no número de pesquisadores e de centros produtores de conhecimento de enfermagem. Há articulação entre a problemática e os desafios para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem com o modelo econômico neoliberal e globalizante; o sistema de serviço de saúde e as demandas de saúde da população e da própria profissão de enfermagem. Tudo isso contribuiu para o fortalecimento da enfermagem como prática social e cultural cientificamente estruturada. Entretanto, novas recomendações se configuram como novos desafios para a definição do estatuto epistemológico do saber de enfermagem, a necessidade de se estabelecer uma cultura de solidariedade intelectual entre os pesquisadores e de superação de práticas endogênicas de produção, divulgação e consumo do conhecimento. Nessa direção, os resultados apontaram para a necessidade de realizar investigações sobre os problemas na prestação de serviços de qualidade e atenção de enfermagem, usar os resultados de pesquisa em saúde para modificar as práticas em benefício da clientela, capacitar os enfermeiros de serviço em pesquisa para que possam incorporar a prática da pesquisa no serviço e assumir responsabilidades com o ensino e fazer com que os resultados de pesquisa cheguem aos profissionais para além das publicações e eventos científicos.

Apesar de os limites epistemológicos e metodológicos decorrentes do recorte temporal e da seleção aleatória dos textos, acreditamos que a análise sistemática contribui para que a Associação Brasileira de Enfermagem, estabeleça uma agenda de compromisso para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem com a comunidade científica da enfermagem brasileira. A elaboração da agenda precisa levar em consideração os desafios aqui delineados, as demandas da academia na formação de pesquisadores, o consumo e disseminação do conhecimento de enfermagem, e a transformação dos resultados de pesquisa em políticas de cuidado e políticas publicas de saúde, no sentido de reduzir a distância entre os campos de formação acadêmica/produção científica e a prática assistencial.

Submissão: 10/11/2008

Aprovação: 10/012010

AUTOR CORRESPONDENTE: Ivone Evangelista Cabral. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, Rua Afonso Cavalcanti, 275. Cidade Nova. CEP 20211-110. Rio de Janeiro, RJ.

  • 1. Mendes IAC, Gir E, Trevizan MA. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Unviersidade de São Paulo: Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde. Rev Latino-am Enfermagem 1993;1(esp): 53-68.
  • 2. Ailinger RL, Najera RM, Castrillón MC, Manfredi M. Nursing research in Latin America: 1988-1998. Rev Latino-am Enfermagem 2005; 13(6): 925-8.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Mar 2010
  • Data do Fascículo
    Fev 2010

Histórico

  • Recebido
    10 Nov 2008
  • Aceito
    10 Jan 2010
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