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Desafio para a Enfermagem brasileira: criar uma aliança nacional entre suas organizações

EDITORIAL

Diretora da REBEn. Presidente da ABEn (2007-2010)

A Associação Brasileira Enfermagem (ABEn), a partir das experiências vividas principalmente nos últimos 20 anos e ciente de sua responsabilidade na condução das questões éticas, técnicas, científicas e políticas da Enfermagem brasileira, buscou durante o período da gestão 2007-2010 articular novas estratégias de ação para o reconhecimento e a visibilidade da profissão no contexto social brasileiro e mundial.

Uma estratégia adotada foi a de anunciar, em todas as oportunidades públicas, que, dentre as quatorze profissões existentes, a Enfermagem é a maior força de trabalho na saúde, presente em todas as instituições assistenciais e atuando na rede hospitalar nas 24 horas dos 365 dias do ano, intentando demonstrar com estes dados e características que uma assistência de qualidade depende diretamente da qualidade das ações desenvolvidas pela Enfermagem.

Outra estratégia foi a definição e elaboração de uma Agenda Política de Entendimentos entre a autarquia federal e as entidades civis da Enfermagem, com inúmeras reuniões e atividades na busca do diálogo e para dar transparência dos fatos à categoria, às instituições de saúde, de ensino, ao Parlamento e à Justiça.

Formalmente, a partir de 11 de março de 2008, diversas ações foram articuladas com impacto na prática, na ação política, na educação e, em especial, na defesa dos interesses da população brasileira, após dezessete anos de rompimento institucional entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), autarquia federal, e a ABEn, entidade da sociedade civil, propiciando um caminho à unidade e ao trabalho conjunto em prol do desenvolvimento da profissão.

Destacam-se como resultado dessas ações a instalação da sede do Cofen na Capital Federal, desde julho de 2008; a aprovação de novo Código Eleitoral para o Sistema Cofen/Conselhos Regionais; o registro formal, junto ao Conselho Internacional de Enfermeiras, sobre a situação vivida pela Enfermagem brasileira nestas duas décadas e os avanços consideráveis no processo de saneamento de irregularidades no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais.

Dar conhecimento dos fatos à comunidade internacional da Enfermagem foi resgatar a verdade e a dignidade na relação entre as organizações, enaltecendo o que as lideranças brasileiras, contemporaneamente, buscam para um novo modo de convivência que prime pela unidade e fortalecimento da Enfermagem brasileira.

Hoje é possível para as organizações da Enfermagem, de forma colegiada, harmoniosa e com respeito ao caráter, natureza e finalidades de cada uma, apreciarem conjuntamente propostas de interesse da profissão, nos campos do trabalho, educação, pesquisa e assistência de Enfermagem.

É possível, sobretudo, resgatando a experiência do passado com o Fórum Nacional das Entidades de Enfermagem, e a partir da Agenda Política de Entendimentos em andamento, a criação da Aliança Nacional das Organizações de Enfermagem (ABEn, Cofen e FNE), denominação alinhada a uma das modalidades de filiação ao Conselho Internacional de Enfermeiras e desejo da Enfermagem brasileira de ter representações fortes e competentes na defesa de seus interesses, do Sistema Único de Saúde e de um país justo, livre e democrático.

  • Desafio para a Enfermagem brasileira: criar uma aliança nacional entre suas organizações

    Maria Goretti David Lopes
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Jan 2011
    • Data do Fascículo
      Dez 2010
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