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Percepção da equipe multiprofissional sobre as competências do enfermeiro no transplante hepático

RESUMO

Objetivo:

descrever a percepção da equipe multiprofissional sobre as competências do enfermeiro no programa de transplante hepático.

Método:

estudo descritivo com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de questionário com participação de 12 profissionais da equipe do transplante hepático de um hospital de referência. Para interpretação dos resultados, utilizou-se a técnica de análise temática.

Resultados:

os profissionais avaliaram as competências desenvolvidas pelo enfermeiro como proativa, autônoma, criativa, humanizada, que sabe trabalhar em equipe, tomar decisões e administrar conflitos.

Conclusão:

este estudo possibilitou revelar que os membros da equipe multiprofissional percebiam o enfermeiro como um profissional capaz de articular e integrar os saberes "conhecer, fazer, ser e conviver", possibilitando uma assistência com qualidade ao candidato e ao receptor de transplante hepático, como também aos seus familiares e/ou cuidadores em todas as fases do perioperatório.

Descritores:
Equipe de Assistência ao Paciente; Transplante de Fígado; Enfermeiros; Papel do Profissional de Enfermagem; Competência Profissional

ABSTRACT

Objective

describe the multi-professional team's perception of nurses' competences in liver transplantation programs.

Method:

descriptive study with a qualitative approach. Data were collected through a questionnaire. Participants were 12 professionals of the liver transplantation team of a reference hospital. For result interpretation, the thematic analysis technique was employed.

Results:

the professionals assessed the competences employed by nurses as proactive, autonomous, creative, humanized, capable of teamwork, decision-making and conflict management.

Conclusion:

this study made it possible to demonstrate that members of the multi-professional team perceived nurses as professionals capable of coordinating and integrating the skills "knowing, doing, being and co-existing", enabling quality care for candidates and receivers of liver transplants, as well as for their families and/or caregivers in all perioperative phases.

Descriptors:
Patient Care Team; Liver Transplantation; Nurses; Nurse's Role; Professional Competence

RESUMEN

Objetivo:

describir la percepción del equipo multiprofesional sobre las competencias del enfermero en el programa de trasplante hepático.

Método:

estudio descriptivo, con abordaje cualitativo. Datos recolectados mediante cuestionario, con la participación de 12 profesionales del equipo de trasplante hepático de un hospital de referencia. Para la interpretación de resultados, se utilizó técnica de análisis temático.

Resultados:

los profesionales evaluaron las competencias desarrolladas por el enfermero como proactiva, autónoma, creativa, humanizada, que sabe trabajar en equipo, tomar decisiones y administrar conflictos.

Conclusión:

este estudio permitió revelar que los miembros del equipo multiprofesional percibían al enfermero como un profesional capaz de articular e integrar los saberes "conocer, hacer, ser y convivir", permitiendo una atención de calidad al candidato y al receptor de trasplante hepático, así como también a sus familiares y/o cuidadores en todas las fases del perioperatorio.

Descriptores:
Grupo de Atención al Paciente; Trasplante de Hígado; Enfermeros; Rol de la Enfermera; Competencia Profesional

INTRODUÇÃO

O transplante de órgão sólido é uma opção terapêutica para melhorar a qualidade de vida de indivíduos de qualquer faixa etária, que apresentam doença crônica de caráter irreversível e em estágio final(11 International Transplant Nurses Society (ITNS). Introduction to transplant nursing: core competencies. Pittsburg: International Transplant Nurses Society, ITNS; 2011.). O transplante de fígado é considerado um dos procedimentos mais complexos da cirurgia moderna, cujo sucesso depende de uma completa infraestrutura hospitalar, além de uma equipe multidisciplinar capacitada no atendimento de pacientes gravemente debilitados e imunossuprimidos(22 Pereira WA. Manual de Transplantes de Órgãos e Tecidos. 4 ed. Belo Horizonte: Coopmed; 2012.).

Um dos papéis dos enfermeiros nos processos de transplantes é integrar a equipe multiprofissional, colaborando na prestação da assistência. Assim, esses profissionais são constantemente estimulados a desempenhar cuidado de qualidade aos clientes submetidos a transplantes, contribuindo para o seu sucesso. A complexidade do cuidado tem se tornado cada vez maior e o tempo de hospitalização pós-transplante tem sido reduzido. Nesse sentido, os enfermeiros necessitam prover assistência de alto nível, tanto aos clientes quanto a seus familiares ou cuidadores, possibilitando a continuidade do tratamento no ambiente domiciliar(11 International Transplant Nurses Society (ITNS). Introduction to transplant nursing: core competencies. Pittsburg: International Transplant Nurses Society, ITNS; 2011.).

O enfermeiro é um elemento-chave para o estabelecimento de um programa de transplante de sucesso. Para tanto, necessita desenvolver competências essenciais para atuar nas diferentes fases do período perioperatório. Competência é definida como "a capacidade de aplicar conhecimentos específicos, habilidades, atitudes e valores para o padrão de desempenho exigido em contexto específico"(33 Australian Health Promotion Association's (AHPA). Core competencies for health promotion practitioners. Management Committee at their National Teleconference meeting on Thursday 5th February; Queensland, 2009.).

Na busca em bases de dados científicos, foi efetuada revisão nos acervos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) acerca da temática da pesquisa, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): "equipe de assistência ao paciente" and "transplante de fígado" and "enfermeiros", e não foram encontradas publicações. Quando mencionados na United States National Library of Medicine (PUBMED) os descritores "Patient Care Team" and "Liver Transplantation" and "Nurses" na versão Medical Subject Headings (MESH), foi localizado apenas um artigo que referia sobre a educação do paciente após transplante de fígado, no ano de 2007.

Portanto, o presente estudo justifica-se pela escassez de trabalhos voltados a essa temática e necessidade do reconhecimento do papel do enfermeiro no transplante perante a equipe, a instituição e a comunidade. O desenvolvimento desse estudo foi motivado pela necessidade de resposta à seguinte questão de pesquisa: "Qual a percepção da equipe multiprofissional sobre as competências desenvolvidas pelo enfermeiro no transplante hepático?" Partindo dessas considerações, o objetivo foi descrever a percepção da equipe multiprofissional sobre as competências do enfermeiro no programa de transplante hepático.

MÉTODO

Aspectos éticos

A presente pesquisa seguiu as orientações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, e teve seu início após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética. Todos os participantes foram esclarecidos sobre a pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A representação do nome dos sujeitos foi expressa pelo número, conforme ordem cronológica da entrega do questionário, seguida pela sigla EM, de equipe multiprofissional (1EM, 2EM, ..., 12EM), garantindo o sigilo e anonimato dos mesmos durante todo o processo de pesquisa.

Referencial teórico-metodológico e tipo de estudo

Estudo descritivo de abordagem qualitativa, que utilizou a Análise de Conteúdo como referencial teórico para análise dos dados(44 Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13a ed. São Paulo: Hucitec; 2013.).

Procedimentos metodológicos

Cenário do estudo

O estudo foi desenvolvido em hospital de referência em transplante hepático do Ceará.

Fonte de dados

A amostra foi composta por 12 profissionais que atuavam no serviço de transplante hepático. Participaram as categorias médico, nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, psicólogo e os residentes de serviço social e de fisioterapia que estavam cumprindo o Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar à Saúde, da área de concentração de assistência em transplante, no intuito de emitirem concepções sobre a atuação do enfermeiro no processo de transplante hepático.

Os critérios de inclusão para os membros da equipe multiprofissional e residentes foram pertencer ao serviço de transplante hepático e aceitar participar da pesquisa.

Coleta e organização dos dados

A coleta dos dados ocorreu no período de junho a agosto de 2014 por meio de resposta a um questionário com a seguinte questão norteadora: "O que você acha da atuação do enfermeiro no processo do transplante hepático? Descreva sua opinião enfatizando as potencialidades e fragilidades". Após autorização desses profissionais, foi entregue o instrumento a ser respondido e posteriormente devolvido ao pesquisador.

Análise dos dados

As respostas foram submetidas à análise temática, seguindo as fases de pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação(44 Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13a ed. São Paulo: Hucitec; 2013.). O processo de análise das informações fez emergir duas categorias: "Enfermeiro na equipe multiprofissional de transplante hepático: cuidado integrado por meio da habilidade de comunicação" e "Saberes e fazeres do enfermeiro no transplante hepático: potencialidades e fragilidades no olhar da equipe multiprofissional".

RESULTADOS

Com base nos depoimentos dos profissionais de saúde participantes da pesquisa, foram identificadas as competências do enfermeiro no serviço de transplante com duas categorias: "Enfermeiro na equipe multiprofissional de transplante hepático: cuidado integrado por meio da habilidade de comunicação" e "Saberes e fazeres do enfermeiro no transplante hepático: potencialidades e fragilidades no olhar da equipe multiprofissional".

Enfermeiro na equipe multiprofissional de transplante hepático: cuidado integrado por meio da habilidade de comunicação

De acordo com os sujeitos, o profissional enfermeiro era o grande responsável por articular o trabalho da equipe multidisciplinar, através da habilidade de comunicação aberta e transparente, na busca de atender com qualidade às distintas necessidades do indivíduo, com enfoque no cuidado holístico do cliente no seu contexto individual e coletivo, abrangendo a dimensão biopsicossocial.

Dentro da equipe multiprofissional, o enfermeiro é o profissional que caminha em todas as etapas do transplante, tanto junto aos pacientes quanto à equipe. Ele consegue "linkar" todos os profissionais para assistência do paciente tanto no pré e pós-transplante no âmbito ambulatorial, como também na assistência durante a internação. Junto à equipe, ele consegue estabelecer a comunicação e o elo dentro da mesma. (12EM)

O enfermeiro pode-se dizer que é o profissional que mais articula a comunicação com os demais membros da equipe, pois sempre conversa com fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, médico, farmacêutico e outros profissionais na busca de resolver os problemas encontrados no paciente. (3EM)

Percebeu-se, neste estudo, que a comunicação compartilhada entre os membros da equipe multiprofissional permitia que os profissionais trocassem informações relacionadas às condições saúde/doença do cliente, para adotar a conduta adequada de acordo com cada necessidade identificada. Dessa forma, o enfermeiro participava ativamente das reuniões e das condutas em conjunto com a equipe de saúde.

Os enfermeiros conseguem atuar considerando todas as áreas nas quais o paciente necessita de acompanhamento, contribuindo para o desenvolvimento de ações integrais. (7EM)

Os profissionais apresentam uma conduta interdisciplinar, atuando em consonância com as demais categorias. (9EM)

Acompanham e monitoram as intervenções feitas pelos demais profissionais: médico, assistente social, psicólogo, nutricionistas. [Em] todas as reuniões da equipe multiprofissional que acontecem na quinta-feira, o enfermeiro participa ativamente, ele sempre dá feedback das pendências que ficaram da reunião anterior, o que foi resolvido ou não durante a semana, isso ajuda muito para podermos dar continuidade na assistência. (10EM)

Durante as palestras e consultas de enfermagem os enfermeiros entregavam impressos informativos, possibilitando que os pacientes e familiares pudessem consultar as orientações fornecidas, caracterizando uma comunicação verbal por escrito.

Dependendo de cada consulta ou palestra da enfermagem, o enfermeiro entrega por escrito as orientações para família e paciente, pois são muitas informações para eles assimilarem, assim facilita. (5EM)

Em todo processo do transplante, o paciente recebe informações adequadas a sua cultura e entendimento. Também eles levam para casa tudo por escrito para tirar alguma dúvida caso precise. (8EM)

Os participantes relataram que o enfermeiro, ao ter contato com o paciente e/ou familiares, praticava a comunicação não verbal de forma acolhedora por meio de gestos de simpatia, equilíbrio, respeito, contato visual e escuta ativa, elementos essenciais para manter uma comunicação bem interpretada e valorizada, possibilitando que o paciente e seus familiares se sentissem confiantes e confortáveis em expressarem seus sentimentos e dúvidas.

Observei que os enfermeiros sabiam ouvir e falar na hora certa, demonstrando empatia e segurança no momento do acolhimento, palestras e consulta de enfermagem. (11EM)

O enfermeiro deixa os pacientes e familiares bem à vontade para dizer seus medos, os deixa falar tudo que sentiam e sabiam sobre o transplante; depois, o enfermeiro explicava todas as etapas da cirurgia de maneira afetiva e clara. Isso deixa o paciente confiante e calmo. (7EM)

Saberes e fazeres do enfermeiro no transplante hepático: potencialidades e fragilidades no olhar da equipe multiprofissional

Os sujeitos estudados foram unânimes ao declarar que o enfermeiro era o profissional da equipe de saúde que mais estava próximo ao cliente e familiar, desde sua inscrição na lista de espera até seu retorno após transplante. Dessa forma, propicia que o cliente, em todas as etapas - pré/trans/pós-operatório de transplante hepático -, receba assistência segura e humanizada por meio de orientações, acolhimento e consultas de enfermagem, no sentido de elucidar dúvidas e reduzir as ansiedades e medos.

Atuação do enfermeiro é muito importante, já que este é o profissional que fica 24 horas ao lado do paciente; monitorando, acolhendo, tornando cada passo do processo do transplante mais seguro e com menor prejuízo possível. Assegura uma maior qualidade no processo. (8EM)

Vejo que seu papel se torna também primordial no acolhimento dos pacientes desde o primeiro contato no nosso centro de transplantes. Esse acolhimento, principalmente aos pacientes procedentes de outros estados, faz a diferença para transmitir segurança, carinho, esclarecimento das dúvidas comuns dentro desse processo, orientações gerais e encaminhamentos. (12EM)

Então, a partir dos discursos dos sujeitos, a assistência direta do enfermeiro ao cliente estava direcionada à educação em saúde, favorecendo relacionamento de confiança e participativo. Consequentemente, contribuía para melhor recuperação pós-transplante, ajudando na conscientização do cliente na adesão ao tratamento, no empoderamento sobre o autocuidado, bem como na busca por motivar o familiar no cuidado domiciliar e na aceitação do novo estilo de vida.

Acredito que os enfermeiros desenvolvem papel de suma importância neste processo, pois se trata, talvez, do procedimento mais complexo da medicina. O enfermeiro deve atuar desde a parte assistencial, como no centro cirúrgico, captações, ambulatórios desde o processo de acolhimento, orientação e facilitação da aceitação e aderência ao transplante, assim, como no processo de gestão do serviço. (2EM)

O contato direto e cotidiano para o paciente e acompanhante permite o conhecimento amplo da realidade destes e quais demandas são prioridades. Trata-se de seu olhar aplicado ao usuário que ultrapassa o fisiologismo. (9EM)

Os profissionais da saúde estudados mencionaram que tanto o cuidado direto quanto a assistência indireta ao indivíduo são atribuições relevantes no ambiente de trabalho do enfermeiro, proporcionando o bom desempenho do transplante no âmbito administrativo e assistencial.

A equipe de enfermagem do ambulatório de transplante hepático carrega a importante tarefa de administrar o próprio ambulatório no cotidiano, tratando, não só da assistência ao paciente, mas também de toda a questão burocrática que envolve o transplante. (4EM)

A enfermagem também atua de forma importante no gerenciamento e na recepção dos pacientes receptores de fígado; na organização dos exames; assim como na enfermaria, no acompanhamento das visitas médicas e nas captações de órgãos. (6EM)

Dentre as atividades potenciais desenvolvidas pelo enfermeiro, a competência de ensino/pesquisa em serviço foi destacada pelos profissionais que compunham a equipe do transplante hepático como ação em saúde que valorizava os diversos saberes (conhecer, fazer, ser e conviver) do enfermeiro, visando o cuidado integral, compromissado e efetivo, em conjunto com os profissionais e residentes que estivessem envolvidos no processo de transplante.

É indispensável que este profissional obtenha capacitação para trabalhar com o transplantado. Vejo que o enfermeiro participa de congressos e promove treinamentos para alunos ou profissionais do próprio hospital ou de outros locais. (1EM)

O desenvolvimento das pesquisas na área de transplantes também depende do profissional de enfermagem no fornecimento de dados e na logística, para que possa ser desenvolvida pela equipe. Exerce também um papel educador junto aos pacientes e familiares, orientando-os sobre as legislações que regulamentam o transplante, os procedimentos de pré, trans e pós-transplante. Para isso, o enfermeiro precisa estar atualizado, capacitado. (12EM)

O enfermeiro também tem o compromisso de ensinar, acompanhar os profissionais como os residentes, alunos de outras instituições, repassando seus conhecimentos sobre o transplante, essa tão específica. (3EM)

Refletindo sobre os eventuais pontos frágeis apresentados no cotidiano do serviço e diante das inúmeras atividades gerenciais e assistenciais que competem ao enfermeiro, os profissionais da equipe multiprofissional mencionaram que a sobrecarga de trabalho, o cansaço físico e mental podem afetar a qualidade e a segurança do cuidado ao cliente.

Creio que a fragilidade é a grande carga de trabalho a que este se submete. (1EM)

Por se tratar de um procedimento de alta complexidade, o desgaste físico e mental passa a ser muito grande nos envolvidos, pois qualquer erro pode gerar um evento catastrófico. (2EM)

Sobre as fragilidades, acredito que a sobrecarga de trabalho impacta negativamente no desenvolvimento das atividades e na humanização da assistência, principalmente nas enfermarias. (7EM)

DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo mostraram que os enfermeiros desenvolviam a habilidade de comunicação em modo verbal e não verbal na busca da integração e melhor percepção das informações por parte da equipe, pacientes e familiares, potencializando o desempenho de suas tarefas administrativas e assistenciais, bem como promovendo um desfecho positivo em todo o processo do transplante hepático.

A comunicação é uma ferramenta imprescindível utilizada na assistência de enfermagem, ou seja, um instrumento que possibilita o relacionamento entre a equipe e usuários; não se podem imaginar as atividades de enfermagem sem mencionar a importância da comunicação, para o bem-estar e restabelecimento do paciente(55 Gaspar MRF, Massi GA, Gonçalves CGO, Willig MH. Nursing team and communication with tracheostomized patients. Rev CEFAC[Internet]. 2015[cited 2016 Apr 27];17(3):734-44. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v17n3/en_1982-0216-rcefac-17-03-00734.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v17n3/en...
). Assim, a comunicação configura-se como um instrumento básico essencial para o cuidado, funcionando como o alicerce das relações interpessoais. Para haver uma comunicação efetiva, a equipe precisa estar disposta e envolvida com vistas a estabelecer essa relação e entender que é primordial reconhecer o cliente como sujeito do cuidado(66 Broca PV, Ferreira MA. Equipe de enfermagem e comunicação: contribuições para o cuidado de enfermagem. Rev Bras Enferm[Internet]. 2012[cited 2015 Jul 10];65(1):97-103. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n1/14.pdf
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).

No tocante à comunicação entre os profissionais, o enfermeiro foi visto como o elo entre os demais profissionais e pacientes. O enfermeiro é visto como o elo entre clientes e profissionais de saúde, está no centro da comunicação e desempenha um papel fundamental para facilitar a comunicação profissional(77 Ghiyasvandian S, Zakerimoghadam M, Peyravi H. Nurse as a facilitator to professional communication: a qualitative study. Glob J Health Sci. 2015;7(2):294-303.). Em ambientes hospitalares, esta envolve os relacionamentos dos profissionais de saúde com os outros, bem como o seu intercâmbio de conhecimentos e habilidades para a tomada de decisões clínicas sábias sobre assistência ao cliente. Por outro lado, a comunicação profissional ineficaz pode comprometer a qualidade do atendimento.

Ainda neste âmbito, os participantes dessa pesquisa reconhecem que o enfermeiro é o profissional que está ao lado do paciente nas 24 horas, zelando pelo seu bem-estar e conforto, por meio de uma comunicação terapêutica e dessa forma é capaz de participar aos membros da equipe as reais necessidades do paciente. Comparando com outros profissionais da saúde, os enfermeiros têm o relacionamento mais coeso com os clientes, pois passam com estes a maior parte do tempo e, portanto, estão na vanguarda da comunicação, atuando como mediadores da relação paciente-médico; como elo entre os esses dois, podem influenciar nos processos de diagnóstico, tratamento e recuperação do cliente. Nesse sentido, enfermeiros, como membros-chave da equipe de saúde, necessitam estabelecer uma comunicação profissional eficaz com outros membros de saúde para a prestação de cuidados seguros e de qualidade(77 Ghiyasvandian S, Zakerimoghadam M, Peyravi H. Nurse as a facilitator to professional communication: a qualitative study. Glob J Health Sci. 2015;7(2):294-303.).

Os dados deste estudo demonstram de forma contundente que, dentre as diversas atuações do enfermeiro, encontra-se o exercício da educação em saúde que envolvia tanto o paciente como seus familiares, com foco em esclarecer todos os procedimentos que serão submetidos desde a inscrição na fila única até o acompanhamento ambulatorial pós-transplante, buscando a conscientização do paciente na aceitação do tratamento e empoderamento sobre autocuidado, bem como estimulando os familiares a comprometer-se de forma mais ativa na assistência em casa e melhor receptividade das transformações nos hábitos de vida acarretadas pelas condições saúde/doença vivenciadas pelo paciente.

Considera-se a educação em saúde uma das competências primordiais do enfermeiro em um serviço de transplante. Em estudo realizado no ambulatório de transplante de fígado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, foram identificadas como as principais necessidades de informações de candidatos a transplante os cuidados antes do transplante, as complicações e os cuidados necessários no pós-transplante(88 Mendes KDS, Rossin FM, Ziviani LC, Castro-e-Silva O, Galvão CM. Information needs of liver transplant candidates: the first step of the teaching-learning process. Rev Gaúcha Enferm[Internet]. 2012[cited 2016 Feb 24];33(4):94-102. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v33n4/en_12.pdf
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). A educação de um cliente de transplante é uma ação contínua e deve assistir usuários e familiares na desenvoltura do processo de transplante, relacionada a possíveis alterações no estilo de vida, fornecendo aos clientes e às famílias ferramentas para: tomar decisões de forma clara; mudar o comportamento em direção a um estilo de vida saudável; focar no bem-estar e em fins informativos. O envolvimento apropriado da família/acompanhantes no processo de aprendizado pode auxiliar no alívio da ansiedade e aprimorar o vínculo com o estado de saúde do cliente99 Ohler L, Cupples SA. Core Curriculum for Transplant Nurses. Philadelphia. Mosby Elsevier; 2013.).

As competências do enfermeiro clínico em transplante no período perioperatório envolvem conhecimentos e habilidades para: fornecer educação do paciente em relação aos procedimentos perioperatórios e recuperação pós-cirúrgica; participar no processo de transplante de acordo com o protocolo do centro de transplante; obter resultados necessários aos testes de pré-operatório; e colaborar com equipe de transplante no momento da admissão do paciente e sempre que necessário(1010 Natco The Organization for Transplant Professionals. Core Competencies for the Clinical Transplant Nurse. Natco; 2010.).

A educação do enfermeiro no transplante envolve educação de si, de outros provedores do cuidado de saúde e do público em geral. Para ensinar outras pessoas, os enfermeiros devem atualizar constantemente conhecimento, habilidades e atitudes, especialmente neste campo instável e complexo que é o transplante(99 Ohler L, Cupples SA. Core Curriculum for Transplant Nurses. Philadelphia. Mosby Elsevier; 2013.). A educação, no âmbito das organizações de saúde, deve ser estimulada por meio de estudos de caso, debates entre os profissionais, simulações e pelo acompanhamento dos enfermeiros novatos por enfermeiros competentes, proficientes e experts. Desse modo, os iniciantes da prática clínica teriam um profissional como referência na instituição, ao passo que os mais experientes seriam valorizados pelo seu nível de competência(1111 Numminen O, Meretoja R, Isoaho H, Leino-Kilpi H. Professional competence of practising nurses. J Clin Nurs[Internet]. 2013[cited 2015 Jul 10];22(9-10):1411-23. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2702.2012.04334.x/epdf
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).

Os enfermeiros são responsáveis por exercer inúmeras ações gerenciais e assistenciais no ambiente hospitalar. Em estudo realizado com enfermeiros de um Hospital Universitário na Finlândia, utilizando o instrumento Nurse Competence Scale (NCS), identificou-se que, dentre os 458 enfermeiros, destacaram-se com maiores médias de respostas as competências relativas ao papel de assistência (68,4) e gestão de situações (67,5)(1212 Patton D, Fealy G, McNamara M, Casey M, Connor TO, Doyle L, et al. Individual-level outcomes from a national clinical leadership development programme. Contemp Nurse[Internet]. 2013[cited 2015 Jul 10];45(1):56-63. Available from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.5172/conu.2013.45.1.56
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). Em um programa de desenvolvimento de liderança clínica desenvolvido na Irlanda, os participantes selecionaram como as principais competências necessárias para a função: qualidade e segurança, excelência clínica, autoconsciência, tomada de decisões e comunicação(1313 Mendes KDS, Roza BA, Barbosa SFF, Schirmer J, Galvão CM. Organ and tissue transplantation: responsibilities of nurses. Texto Contexto Enferm[Internet]. 2012[cited 2016 Feb 20];21(4):945-53. Available from: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n4/en_27.pdf
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). Nesse ponto de vista, o enfermeiro deve construir competências básicas a fim de preservar a qualidade dos procedimentos que abrangem o serviço de transplante hepático, promovendo maior controle e prevenção de eventos adversos.

A atuação do enfermeiro no serviço de transplante envolve diversas atividades de cuidado e gerenciais. Dessa forma, o enfermeiro que assume a função de coordenador de transplante precisa ter conhecimentos abrangentes para gerenciar as complexas situações que envolvem o cuidado ao paciente nas diferentes fases do transplante e para desenvolver habilidades: de avaliação clínica direcionadas aos sinais e sintomas de rejeição e infecção, complicações associadas aos transplantes, interações farmacológicas; de comunicação com pacientes, familiares e demais membros da equipe de transplante; de ensino-aprendizagem, organizacionais, de triagem, administrativas e de resolução de problemas(1414 Aued GK, Bernardino E, Peres AM, Lacerda MR, Dallaire C, Ribas EN. Clinical competences of nursing assistants: a strategy for people management. Rev Bras Enferm[Internet]. 2016[cited 2016 May 3];69(1):130-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n1/en_0034-7167-reben-69-01-0142.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n1/en_...
).

Nessa perspectiva, os enfermeiros que estão comprometidos com o cuidado do cliente devem participar de reuniões multiprofissionais administrativas e científicas das pesquisas de transplantes, nas quais são apresentados e discutidos temas relacionados à modalidade terapêutica sobre o estado geral do cliente, estratégias de ensino/pesquisa e demais assuntos(1111 Numminen O, Meretoja R, Isoaho H, Leino-Kilpi H. Professional competence of practising nurses. J Clin Nurs[Internet]. 2013[cited 2015 Jul 10];22(9-10):1411-23. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2702.2012.04334.x/epdf
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).

Diante disso, o enfermeiro atuante na área de transplantes, especialmente a do fígado, deve ter competências essenciais na promoção do cuidado eficaz e seguro. Por ser considerado o transplante hepático um procedimento de alto nível de complexidade, demanda-se que o profissional acompanhe as evoluções científicas e as novas tecnologias, e, para tanto, ele deve estar buscando continuamente as capacitações e atualizações indispensáveis no cumprimento de suas atividades cotidianas, bem como deve proporcionar o ensino-aprendizado para alunos, profissionais e comunidade, enfim para todos que revelem interesse sobre as questões relacionadas ao transplante.

Referente à fragilidade que envolve o contexto das tarefas efetuadas pelos enfermeiros, os participantes deste estudo referiram que a sobrecarga de trabalho, o desgaste mental e o físico poderiam levar a um rebaixamento na qualidade do serviço prestado. É imprescindível que todo profissional trabalhe com segurança, em perfeita harmonia consigo e com os outros; para tanto, necessita exercer suas funções em um ambiente adequado e salubre, cumprindo uma escala de trabalho em conformidade com as competências desenvolvidas e capacidade física.

Estudos confirmam que a maioria dos profissionais de enfermagem enfrentam dificuldades em seu cotidiano tais como sobrecarga de trabalho, ritmo laboral intenso, insuficiência quantitativa e qualitativa de material, déficit no quadro de pessoal, jornadas de trabalho prolongadas, cansaço físico e mental, dentre outras questões que impossibilitam o cumprimento adequado da assistência ao cliente que está sob sua responsabilidade(1515 Ramos EL, Souza NVDO, Gonçalves FGA, Pires AS, Santos DM. Quality of work life: repercussions for the health of nursing worker in intensive care. Rev Pesq: Cuid Fundam[Internet]. 2014[cited 2016 May 10];6(2):571-83. Available from: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/2833/pdf_1244
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuid...
).

No presente estudo, a sobrecarga de trabalho de profissionais de enfermagem foi apontada como fator de risco para a segurança do paciente, interferindo diretamente na qualidade da assistência prestada. Corroborando estes resultados, um estudo observacional, do tipo coorte, realizado em dois hospitais universitários de alta complexidade em Ribeirão Preto e na capital de São Paulo demonstrou que, em ambos hospitais participantes, houve sobrecarga de trabalho e que incidentes sem lesão e eventos adversos estavam associados à sobrecarga de trabalho do pessoal de enfermagem (p < 0,0001)(1616 Novaretti MCZ, Santos EV, Quitério LM, Daud-Gallotti RM. Sobrecarga de trabalho da Enfermagem e incidentes e eventos adversos em pacientes internados em UTI. Rev Bras Enferm[Internet] . 2014[cited 2016 Aug 16];67(5):692-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v67n5/0034-7167-reben-67-05-0692.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reben/v67n5/003...
).

O enfermeiro tem a responsabilidade de administrar um grande contingente de profissionais, e tem sido um desafio não só dimensionar a equipe de enfermagem, mas também distribuí-la de acordo com a necessidade das unidades. As competências requeridas pelas organizações e o potencial de cada enfermeiro para desenvolvê-las podem ser estratégicos para harmonizar a carga de trabalho da unidade e o perfil do profissional, a fim de alcançar melhores resultados em termos de assistência(1111 Numminen O, Meretoja R, Isoaho H, Leino-Kilpi H. Professional competence of practising nurses. J Clin Nurs[Internet]. 2013[cited 2015 Jul 10];22(9-10):1411-23. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2702.2012.04334.x/epdf
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.11...
).

Frente ao exposto, pode-se afirmar que os profissionais avaliaram as competências desenvolvidas pelo enfermeiro como proativa, autônoma, criativa, humanizada, que sabem trabalhar em equipe, tomar decisões e administrar conflitos. Dessa forma, os profissionais consideraram o trabalho do enfermeiro competente e fundamental para o sucesso do transplante hepático; além disso, destacaram a organização do sistema mediante o gerenciamento administrativo, o desenvolvimento do ensino/pesquisa, viabilizando o crescimento, o reconhecimento e a divulgação do serviço, bem como sua participação ativa nas condutas com os profissionais de diferentes especialidades. Isso promove cuidado integrado, seguro e holístico ao cliente e familiar e contempla os aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais.

Diante de todo o contexto mencionado, pode-se atribuir, de forma sumarizada, conforme o Quadro 1, que os enfermeiros possuem conhecimentos, habilidades e atitudes ao exercer atividades no transplante hepático.

Quadro 1
Competências dos enfermeiros na percepção da equipe multiprofissional do transplante hepático, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2014

Limitações do estudo

Embora a pesquisa tenha sido realizada com um número reduzido de participantes, o que pode ser considerada uma limitação desta pesquisa, os resultados encontrados podem fundamentar a realização de outros estudos que ampliem a discussão acerca da percepção da equipe multiprofissional sobre as competências do enfermeiro não só no serviço de transplante hepático como também em outras áreas de atuação do enfermeiro.

Contribuições para a área de enfermagem, saúde ou política pública

O enfermeiro é tido como elemento-chave para o estabelecimento de um programa de transplante de sucesso. Para tanto, necessita desenvolver competências essenciais para atuar nas diferentes fases do período perioperatório. Assim, considera-se relevante conhecer a opinião dos outros profissionais envolvidos no cuidado, buscando oferecer subsídios para que os enfermeiros possam buscar o seu reconhecimento profissional diante da equipe multidisciplinar atuante na complexa área de transplante e dar maior visibilidade a sua prática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os discursos dos profissionais da equipe multidisciplinar revelaram respeito e reconhecimento da importância do trabalho dos enfermeiros, enfatizando o conhecimento das diretrizes, normas e rotinas do serviço. Além disso, relataram que os enfermeiros possuíam atitudes autônomas e efetivas no planejamento, execução e supervisão do plano de assistência terapêutica ao cliente. Apresentavam atitudes proativas, de liderança, de empatia, de relação interpessoal e adotavam a prestação do cuidado em conjunto com as demais categorias profissionais. Dessa maneira, contribuem para impactar diretamente a qualidade do atendimento em prol de uma assistência holística ao cliente.

O enfermeiro é visto como profissional que propicia a comunicação entre a equipe de saúde, facilitando o cuidado integral para atender as reais necessidades do cliente, principalmente porque está presente junto ao usuário e, assim, detecta com mais prontidão as necessidades apresentadas que requerem solução compartilhada com a equipe.

Evidenciou-se nos relatos dos sujeitos que o enfermeiro é um membro fundamental na equipe de transplante hepático, tanto na coordenação como na assistência direta ao cliente. No entanto, faz-se necessário que ele participe de mais estudos científicos no intuito de divulgar seu trabalho, o que vai permitir uma maior valorização e reconhecimento profissional no espaço perioperatório de transplante hepático.

A sobrecarga de trabalho e o cansaço físico e mental foram mencionados pelos participantes como fatores que poderiam interferir na qualidade da assistência de enfermagem. Diante dessas opiniões, faz-se necessário que os gestores elaborem estratégias de organização de trabalho compatíveis com a demanda do serviço, no sentido de prevenir eventos adversos, otimizando o desempenho dos enfermeiros e garantindo o cuidado seguro em saúde.

Por fim, os membros da equipe multiprofissional percebiam o enfermeiro como um profissional capaz de articular e integrar os saberes "conhecer, fazer, ser e conviver", possibilitando uma assistência com qualidade ao candidato e ao receptor de transplante hepático e também aos seus familiares e/ou cuidadores em todas as fases do perioperatório.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2017

Histórico

  • Recebido
    06 Jun 2016
  • Aceito
    02 Set 2016
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