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O enfermeiro no mercado de trabalho: inserção, competências e habilidades

RESUMO

Objetivo:

caracterizar enfermeiros egressos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), período de 2006 a 2012; verificar a inserção, as facilidades e dificuldades desses egressos no mercado de trabalho e apreender suas habilidades e competências no mundo do trabalho.

Método:

estudo exploratório, descritivo, de natureza quantitativa.

Resultados:

dos 505 egressos, 172 (34,1%) participaram da pesquisa. A inserção no mercado de trabalho se deu majoritariamente em instituições hospitalares públicas, na região Sudeste, na área da assistência. A maior parte permaneceu nos primeiros empregos de um a dois anos. A maioria concordou que foi preparada para o atendimento às necessidades de saúde da população, que foi estimulada a buscar aperfeiçoamento sistemático e contínuo, de forma crítica, reflexiva e criativa, aliando conhecimento técnico-científico e habilidades pessoais.

Conclusão:

os resultados evidenciam que a EEUSP vem preparando enfermeiros para atuar no mundo do trabalho, conforme preceitos das Diretrizes Curriculares Nacionais.

Descritores
Enfermagem; Estudantes de Enfermagem; Mercado de Trabalho; Emprego; Recursos Humanos.

ABSTRACT

Objective:

to characterize nurses graduated from the School of Nursing of the University of São Paulo, from 2006 to 2012; verify their entry, facilitating factors and difficulties of these graduates in the labor market and to consider their skills and competences in the world of work.

Method:

an exploratory, descriptive study with a qualitative approach.

Results:

out of 505 graduates, 172 (34.1%) participated in the research. Entry into the labor market was mainly via public hospital institutions, in the SE of Brazil, in the caregiving sectors. The greater part remained from one to two years in their first job. Most agreed that they were prepared to meet the health needs of the population. Furthermore, they had been encouraged to seek systematic and continuous improvement in a critical, reflexive and creative way, while combining technical-scientific knowledge and personal skills.

Conclusion:

the results show that the University of São Paulo has been preparing nurses for work in the labor market, in accordance with the provisions of the National Curricular Guidelines.

Descriptors
Nursing; Nursing Students; Labor Market; Employment; Human Resources.

RESUMEN

Objetivo:

caracterizar enfermeros egresos de la Escuela de Enfermería de la Universidade de São Paulo (EEUSP), período de 2006 a 2012; verificar la inserción, a las facilidades y dificultades de esos egresos en el mercado de trabajo y asimilar sus habilidades y competencias en el mundo del trabajo.

Método:

estudio exploratorio, descriptivo, de naturaleza cuantitativa.

Resultados:

de los 505 egresos, 172 (34,1%) participaron de la pesquisa. La inserción en el mercado de trabajo se dio mayoritariamente en instituciones hospitalarias públicas, en la región Sureste, en el área de asistencia. La mayor parte permaneció en los primeros empleos de uno a dos años. La mayoría concordó que fue preparada para el atendimiento a las necesidades de salud de la población, que fue estimulada a buscar perfeccionamiento sistemático y continuo, de forma crítica, reflexiva y creativa, aliando conocimiento técnico-científico y habilidades personales.

Conclusión:

los resultados evidencian que EEUSP viene preparando enfermeros para actuar en el mundo del trabajo, según preceptos de las Directrices Curriculares Nacionales.

Descriptores
Enfermería; Estudiantes de Enfermería; Mercado de Trabajo; Empleo; Recursos Humanos.

INTRODUÇÃO

As profundas transformações mundiais decorrentes do desenvolvimento científico, econômico, tecnológico têm provocado mudanças importantes nos hábitos, valores, prioridades e na própria visão do eu, do outro e do mundo(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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-22 Silva KL, Sena RR, Tavares TS, Wan ML. [Expansion of undergraduate nursing and the labor market: reproducing inequalities]? Rev Bras Enferm[Internet]. 2012[cited 2016 Feb14];65(3):406-13. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n3/v65n3a03.pdf Portuguese
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). Isso tem exigido novas regras de convivência social, novas práticas profissionais e nova educação permeada pela atualização contínua, bem como uma recusa à simplificação e fragmentação do saber(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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,33 Carbogim FC, Friedrich DBC, Püschel VAA, Oliveira LB, Nascimento HR. Paradigma da integralidade no currículo e nas estratégias de ensino em enfermagem: um enfoque histórico-cultural. Rev Enferm Centro O Min [Internet]. 2014 [cited 2016 Jan 23];4(1):961-70. Available from: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/426/571
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). Nesse contexto, são características e requisitos intelectuais necessários aos futuros profissionais: iniciativa, autonomia, capacidade de resolução de problemas, criatividade, domínio de informática e línguas(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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).

A tecnologia material acumulada, em consequência do desenvolvimento científico, tem sua ampla permeabilidade no mundo contemporâneo. Na área de saúde, não é diferente. Todavia, o cuidado humano exige muito mais que técnica e tecnologia, necessitando de escuta, sensibilidade e zelo. Tal aspecto tem provocado discussões na área, o que tem produzido reflexões e propostas de mudança nas políticas de formação em saúde, pressionando para transformações consonantes com as necessidades de saúde da população(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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,33 Carbogim FC, Friedrich DBC, Püschel VAA, Oliveira LB, Nascimento HR. Paradigma da integralidade no currículo e nas estratégias de ensino em enfermagem: um enfoque histórico-cultural. Rev Enferm Centro O Min [Internet]. 2014 [cited 2016 Jan 23];4(1):961-70. Available from: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/426/571
http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/re...
). Essas mudanças decorrem de elementos, tais como: as novas modalidades de organização do mundo do trabalho em saúde e das exigências no perfil de novos profissionais voltados para a integralidade, transdisciplinaridade, de forma a impactar efetivamente nos indicadores de saúde(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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,33 Carbogim FC, Friedrich DBC, Püschel VAA, Oliveira LB, Nascimento HR. Paradigma da integralidade no currículo e nas estratégias de ensino em enfermagem: um enfoque histórico-cultural. Rev Enferm Centro O Min [Internet]. 2014 [cited 2016 Jan 23];4(1):961-70. Available from: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/426/571
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,55 Chrizostimo MM, Brandão AAP. The training professional of nurses: ‘state of the art’. Enferm Global [Internet]. 2015 [cited 2016 Feb 12];40:430-45. Available from: http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFile/208841/181721
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).

Logo, há necessidade de induzir mudanças na formação dos profissionais, o que exige construção de novos Projetos Políticopedagógicos que preparem os profissionais para lidar com os desafios do exercício profissional em um mundo em constante transformação(55 Chrizostimo MM, Brandão AAP. The training professional of nurses: ‘state of the art’. Enferm Global [Internet]. 2015 [cited 2016 Feb 12];40:430-45. Available from: http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFile/208841/181721
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).

O ensino superior brasileiro, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), foi convocado à reestruturação de seus princípios filosóficos, políticos, metodológicos e conceituais, norteado por projetos pedagógicos que viabilizem o ensino vinculado ao mundo do trabalho e à realidade cotidiana das práticas sociais, permitindo o desenvolvimento de habilidades e competências enquanto produção multidisciplinar, cultural, científica e técnica(66 Brasil. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União 23 dez 1996;34(248)Seção 1:27.833-41.).

Destarte, seguindo as orientações da LDB(66 Brasil. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União 23 dez 1996;34(248)Seção 1:27.833-41.), foram aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Enfermagem (DCNs)(77 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília(DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001). Essas Diretrizes, além de firmarem o compromisso com a formação de enfermeiros para o Sistema Único de Saúde (SUS), estabeleceram como perfil do egresso um conhecimento ampliado, com abordagem integral, generalista, crítico-reflexiva, humanista, pautada no rigor científico, intelectual e embasada em princípios éticos(77 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília(DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001).

Pesquisadores(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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,33 Carbogim FC, Friedrich DBC, Püschel VAA, Oliveira LB, Nascimento HR. Paradigma da integralidade no currículo e nas estratégias de ensino em enfermagem: um enfoque histórico-cultural. Rev Enferm Centro O Min [Internet]. 2014 [cited 2016 Jan 23];4(1):961-70. Available from: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/426/571
http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/re...
,55 Chrizostimo MM, Brandão AAP. The training professional of nurses: ‘state of the art’. Enferm Global [Internet]. 2015 [cited 2016 Feb 12];40:430-45. Available from: http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFile/208841/181721
http://revistas.um.es/eglobal/article/vi...
,88 Jesus BH, Gomes DC, Spillere LBB, Prado ML, Canever BP. [Job market placement: professional trajectory of nursing graduates]. Esc. Anna Nery Rev Enferm[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];17(2):336-45. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ean/v17n2/v17n2a19.pdf Portuguese
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-99 Oliveira MAC, Veríssimo MDLOR, Püschel VAA, Riesco MLG. Challenges in nursing education in Brazil: baccalaureate curricular proposal of the School of Nursing of Sao Paulo University. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2007[cited 2016 Feb 14];41(spe):820-5. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20608384
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) têm revelado a preocupação acerca do objeto de ensino de enfermagem em estudos, expressando, em síntese, as relações entre a prática educativa, desenvolvida nas escolas, e a realidade do preparo do enfermeiro, para desempenhar o papel nos serviços de saúde.

Em meio a esses processos de mudanças, o atual Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) foi reestruturado e sua implantação ocorreu em 2010. O curso tem duração de quatro anos, com carga horária total de 4.170 horas, distribuídas em oito semestres, em período integral(1010 Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Projeto Político Pedagógico do Bacharelado em Enfermagem. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011 [cited 2016 Feb 14]. Available from: http://www.ee.usp.br/ensino/graduacao/Projeto%20Politico%20Pedag%C3%B3gico/Projeto_Politico_Pedagogico_do_Curso_de_Bacharelado_em_Enfermagem.PDF
http://www.ee.usp.br/ensino/graduacao/Pr...
).

O Eixo Central do currículo é o Cuidado de Enfermagem, em seus diferentes sentidos, significados e dimensões. A organização curricular estrutura-se em módulos que explicitam as articulações dos diferentes saberes, constituídos por conjuntos de disciplinas ou disciplinas individuais, com vistas a definir os conhecimentos essenciais à formação inicial da(o) enfermeira(o) generalista(1010 Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Projeto Político Pedagógico do Bacharelado em Enfermagem. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011 [cited 2016 Feb 14]. Available from: http://www.ee.usp.br/ensino/graduacao/Projeto%20Politico%20Pedag%C3%B3gico/Projeto_Politico_Pedagogico_do_Curso_de_Bacharelado_em_Enfermagem.PDF
http://www.ee.usp.br/ensino/graduacao/Pr...
).

Assim, considerando a importância da continuidade de um estudo com egressos da EEUSP do período de 2000 a 2005(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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), o destaque da instituição em formar enfermeiros, a reformulação de seu PPP e os 15 anos de publicação das DCNs(77 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília(DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001) para os Cursos de Enfermagem tornam-se relevantes investigações que busquem compreender o processo de formação, suas mudanças e impactos a partir da ótica dos egressos que se formaram no antigo currículo da EEUSP. Tal conhecimento fornece subsídios para futuras investigações com os egressos do novo currículo de modo a avaliar o perfil do egresso e a influência do currículo antigo e do atual na inserção no mercado de trabalho e na ação profissional com base nos preceitos das DCNs(77 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília(DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001).

Dessa forma, este trabalho teve como objetivos: Caracterizar enfermeiros egressos da EEUSP, período de 2006 a 2012; Verificar a inserção, as facilidades e dificuldades desses egressos no mercado de trabalho; e Apreender suas habilidades e competências no mundo do trabalho.

MÉTODO

Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da EEUSP. Os egressos que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Desenho, local do estudo e período

Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de abordagem quantitativa. Foi realizado o envio dos e-mails e instrumento de pesquisa pela EEUSP a egressos que lá se graduaram entre os anos 2006 a 2012.

Amostra, critérios de inclusão e exclusão

Foram identificados 505 egressos, formados na EEUSP entre 2006 e 2012, os quais receberam os instrumentos de coleta de dados através do endereço eletrônico identificado no Serviço de Graduação da instituição. Foram excluídos os que não responderam integralmente às perguntas.

Protocolo do estudo

Na coleta de dados foi utilizado um instrumento para caracterização dos egressos (idade, sexo, estado civil, religião, conhecimento de línguas, ano e tempo de conclusão do curso de graduação em Enfermagem, bem como realização de algum tipo de pós-graduação, tempo para a inserção no mercado de trabalho, onde trabalhou ou trabalha; como ingressou nos empregos, tempo de permanência nesses empregos, cargos e funções exercidos, além de vínculo empregatício na época da coleta de dados) e com perguntas sobre facilidades e dificuldades para a inserção no mercado de trabalho.

O segundo instrumento continha questões que versavam sobre as competências e habilidades adquiridas pelos egressos da EEUSP, segundo os preceitos das DCNs(77 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília(DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001). Esse instrumento foi construído no formato de escala tipo Likert, de 1 a 5, em que 1 se refere a discordo plenamente e 5 a concordo plenamente.

Os instrumentos foram enviados para endereços eletrônicos (e-mail) de todos os 505 egressos formados no período de 2006 a 2012, conforme cadastro obtido no Serviço de Graduação da EEUSP. Houve grande dificuldade para localização dos egressos, pela desatualização dos e-mails, sendo feita busca em sites de relacionamento e solicitado contatos de colegas aos que respondiam à pesquisa.

Análise dos resultados

A análise dos dados fora realizada pela frequência absoluta e frequência relativa das respostas aos instrumentos de pesquisa.

RESULTADOS

Caracterização dos egressos

Responderam integralmente ao instrumento 172 egressos, 34,1% dos que se formaram na EEUSP no período analisado, dos quais 20,4% concluíram o curso em 2010; 16,9%, em 2012; e 62,8%, entre 2006 e 2011. A maioria é do sexo feminino (92,4%), solteira (67,4%) e da religião católica (46%). A média de idade foi de 29 anos, residentes predominantemente na região Sudeste do Brasil (95,8%) e não possuíam filhos (91,8%).

Concluíram o curso em quatro anos, 152 egressos (88%); em cinco anos, 16 egressos (9%); e em seis anos, apenas 4 egressos (2%). Durante a graduação, 127 egressos (73,8%) não exerceram nenhuma atividade remunerada, 44 (25,6%) realizaram alguma atividade remunerada, tais como estágio remunerado extracurricular, atuação como técnico de enfermagem, monitoria na EEUSP, professor, garçonete, vendedora, e um não respondeu a questão (0,6%).

A maior parte dos participantes mencionou ter conhecimento avançado (37%), intermediário (41%) e básico (22%) do idioma inglês. Do idioma espanhol, 6% mencionaram ter nível avançado, 19% nível intermediário e 80% nível básico. Do idioma francês, 1% possui nível avançado e intermediário de conhecimento e 16% nível básico. Ainda, 10% dos participantes mencionaram terem conhecimento básico em outros idiomas, como japonês, italiano e mandarim.

Após a graduação, ocorreu grande procura por cursos de pós-graduação, em especial lato sensu, por 63,9% dos egressos, conforme dados da Tabela 1.

Tabela 1
Cursos de pós-graduação realizados pelos egressos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de 2006 a 2012, São Paulo, Brasil, 2015

A inserção no mercado de trabalho

Com relação ao tempo que os egressos da EEUSP levaram para se inserir no mercado de trabalho, 25,6% levaram menos de três meses; 27,3%, de três a seis meses; 26,7%, de seis meses a um ano; e 11,6%, um ano ou mais. Contudo, 8,7% referiu nunca ter trabalhado como enfermeiro. Dentre os motivos: ingresso no curso de mestrado, de residência ou de doutorado na EEUSP; realização de uma segunda graduação; baixos salários; e qualidade de vida incompatível com as expectativas.

Os egressos tiveram maior inserção em instituições hospitalares no primeiro, segundo e terceiro empregos (56,7%, 43%, 48%, respectivamente), como mostra a Tabela 2.

Tabela 2
Instituições de inserção no primeiro, segundo e terceiro empregos dos egressos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de 2006 a 2012, São Paulo, Brasil, 2015

A principal forma de ingresso nos três primeiros empregos foi o processo seletivo (47,1%, 58% e 57%, respectivamente), seguida pelo concurso público (24,1%, 26% e 29%, respectivamente). Uma terceira forma de ingresso no primeiro emprego ocorreu por meio de indicação dos colegas (11,4%).

Com relação ao tempo de permanência no primeiro, segundo e terceiro empregos, conforme dados da Tabela 3, no primeiro emprego houve variação de tempo de permanência de um a 90 meses; no segundo emprego, de um mês a 72 meses; e no terceiro emprego, de 12 dias a 60 meses.

Tabela 3
Tempo de permanência no primeiro, segundo e terceiro empregos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de 2000 a 2005, São Paulo, Brasil, 2015

A maior parte dos egressos (29,9%, 60,4%, 51,0%) teve a faixa salarial nos três primeiros empregos entre US$ 1.143,95 ou mais (Tabela 4).

Tabela 4
Salário/Renda mensal em dólares dos egressos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de 2006 a 2012, no primeiro, segundo e terceiro empregos, São Paulo, Brasil, 2015

Com relação ao cargo ou função exercidos pelos egressos no primeiro, segundo e terceiro empregos, verificou-se que o cargo de enfermeiro assistencial foi o mais ocupado pelos egressos nos três primeiros empregos (87,2%, 82,7%, 80,0%). A segunda função mais citada nos três primeiros empregos foi a de docente (5,76%, 12,5%, 12,2%).

Quanto à situação empregatícia dos egressos no período de coleta de dados, apenas 0,6% afirmou não estar inserido no mercado de trabalho no momento da coleta de dados. A instituição de maior inserção dos egressos no período da coleta de dados foi o hospital (50,3%), seguida pelas Unidades Básicas de Saúde (16,5%) e pelo setor de ensino superior e profissionalizante (12,7%).

Facilidades para a inserção dos egressos no mercado de trabalho

Das facilidades para a inserção dos egressos no mercado de trabalho, destacam-se: graduação na EEUSP e o reconhecimento que a universidade possui no mercado de trabalho (16,3%); o conhecimento teórico-prático, técnico e científico adquiridos na graduação (14,5%); a realização de cursos de especialização e de aprimoramento multiprofissional (14,5%); e a realização de cursos e estágios extracurriculares durante a graduação (10,4%). Na categoria de características pessoais destacam-se como facilidades: ter iniciativa, interesse, persistência e preparar-se bem para processos seletivos (5,2%); e apresentar bom desempenho nesses processos (2,32%).

Dificuldades para a inserção dos egressos no mercado de trabalho

Das dificuldades mencionadas para a inserção dos egressos no mercado de trabalho, destacam-se: dificuldades relacionadas à formação, ao mercado de trabalho e a características pessoais.

Em relação à formação, as dificuldades foram: exigência de pós-graduação e ou especialização na área (41,4%); curso em período integral (27,6%); falta de prática profissional na graduação (24,1%); ter realizado pós-graduação e ou especialização (6,9%). Quanto às dificuldades relacionadas ao mercado de trabalho, foram citadas: falta de experiência como recém-formado (83,5%); diminuição da oferta de emprego e remuneração (10,1%); e não ter contatos nem indicação (6,3%). No que se refere a características pessoais, foram mencionadas: dificuldades no processo seletivo (40%); jornada de trabalho (33,3%); idade (13,3%); imaturidade (6,7%); e ter filhos (6,7%).

Habilidades e competências do egresso da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo no mundo do trabalho

Considerando a escala de Likert aplicada, os estudantes responderam as questões relativas às competências e habilidades conforme perfil traçado pelas DCNs.

Em relação à articulação do curso em desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, 59 (34%) estudantes concordaram totalmente, 106 (62%) concordaram, 6 (3%) discordaram e nenhum discordou totalmente.

Dentre as competências gerais descritas nas DCNs, foi perguntado aos egressos se o curso os preparou para assumir posições de liderança. Quarenta e um (24%) entrevistados concordaram totalmente, 95 (55%) concordaram, 31 (18%) discordaram e 2 (1%) discordaram totalmente.

Foi perguntado aos egressos se o curso os havia preparado para fazer o gerenciamento e a administração tanto da força de trabalho como dos recursos físicos e materiais e de informação. Vinte e oito egressos (16%) concordaram totalmente, 97 (56%) concordaram, 41 (24%) discordaram e 2 (1%) discordaram totalmente.

Fora perguntado aos participantes se o curso os preparou para gerenciar o processo de trabalho em enfermagem com princípios de Ética e de Bioética. Das respostas, 51 (30%) concordaram totalmente, 102 (59%) concordaram, 17 (10%) discordaram e 1 (1%) discordou.

Foram questionados se o curso os preparou para planejar, implementar e participar dos programas de formação e qualificação contínua dos trabalhadores de enfermagem e de saúde. Dos que responderam, 28 (16%) concordaram totalmente, 104 (60%) concordaram, 36 (21%) discordaram e 2 (1%) discordaram totalmente.

Outra pergunta foi se o curso os preparou para educação e promoção à saúde, considerando a especificidade dos diferentes grupos sociais e dos distintos processos de vida, saúde, trabalho e adoecimento. Quarenta egressos (23%) concordaram totalmente, 109 (63%) concordaram, 19 (1%) discordaram e nenhum discordou totalmente.

Também foi perguntado se o curso os preparou para integrar as ações de enfermagem às ações multiprofissionais. Com a questão, 32 (19%) concordaram totalmente, 96 (56%) concordaram, 39 (23%) discordaram e 4 (2%) discordaram totalmente.

Em relação ao aprendizado contínuo, formação direcionada para responsabilidade e compromisso com a educação, ao serem questionados, 75 (44%) concordaram totalmente, 83 (48%) concordaram, 10 (6%) discordaram e nenhum discordou totalmente.

DISCUSSÃO

De acordo com a caracterização dos egressos, observou-se predomínio do sexo feminino, com média de idade de 29 anos, concluindo o curso, em sua maioria, antes do ano 2011. Durante a graduação, a maioria dedicou-se exclusivamente ao curso. Comparado ao estudo de egressos da EEUSP do período de 2000 a 2005(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
http://www.revistas.usp.br/reeusp/articl...
), observamos que os egressos do atual estudo apresentaram maior nível de conhecimento de idiomas, tanto em relação à proficiência quanto ao conhecimento de mais de uma língua.

As exigências para a inserção no mercado de trabalho têm aumentado, fazendo com que os egressos aspirem, principalmente, por cursos de especialização e residências que têm como foco a qualificação e aprimoramento das habilidades técnicas. Após a graduação a maioria referiu ter conseguido exercer a profissão, conquistando o primeiro emprego antes de completar um ano de formado.

Os resultados evidenciam que o hospital ainda é a instituição que mais absorve o profissional de enfermagem, assim como nos achados de estudo anterior com os egressos da EEUSP(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
http://www.revistas.usp.br/reeusp/articl...
).

O segundo maior campo de inserção dos egressos no primeiro e terceiro empregos foi em Unidade Básica de Saúde (UBS) (14,6% e 24%, respectivamente); já no segundo emprego a maioria dos egressos se inseriu em outras instituições (21%), como gerência e pesquisa. Esses dados corroboram com os achados de pesquisa com egressos de uma universidade do Paraná(1111 Colenci R, Berti HW. Professional development and entering the labor market: the perceptions of nursing graduates. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2012 [cited 2016 Feb 14];46(1):158-66. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/en_v46n1a22.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/en...
). Confrontando com os dados de outro estudo realizado com egressos da EEUSP(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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), é possível observar que houve mudanças, uma vez que, anteriormente, o segundo maior campo de inserção dos egressos no primeiro e segundo empregos era o ensino profissionalizante.

No primeiro, segundo e terceiro empregos houve maior inserção dos egressos no setor público (55,5%, 53% e 53%, respectivamente). Para as formas de ingresso nos empregos, destacam-se o processo seletivo, concurso público e indicação de colegas. Estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina(88 Jesus BH, Gomes DC, Spillere LBB, Prado ML, Canever BP. [Job market placement: professional trajectory of nursing graduates]. Esc. Anna Nery Rev Enferm[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];17(2):336-45. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ean/v17n2/v17n2a19.pdf Portuguese
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) também mostrou que a principal forma de inserção no mercado de trabalho ocorreu principalmente pelos respectivos meios.

Em relação ao tempo de permanência nos empregos, em sua grande maioria, os egressos relataram uma média entre seis meses e um ano. Esse achado pode estar relacionado às más condições de trabalho e de remuneração que envolvem a profissão de Enfermagem(1212 Griep RH, Fonseca MJM, Melo ECP, Portela LF, Rotenberg L. [Nurses of large public hospitals in Rio de Janeiro: socio demographic and work related characteristics]. Rev Bras Enferm[Internet]. 2013[cited 2016 Feb 14];66(spe):151-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v66nspe/v66nspea19.pdf Portuguese
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).

O salário mínimo vigente na época da coleta de dados era de R$ 788,00 (US$ 257,51) e o dólar comercial estava cotado em média a R$ 3,06. A segunda maior faixa de concentração salarial nos três primeiros empregos (20,3%, 12,5%, 16,3%) foi de US$ 490,35 a US$ 816,99. No primeiro emprego, a variação salarial foi de US$ 196,07 a US$ 2.287,58 mensais, tendo sido a renda de maior concentração desses egressos, em média, US$ 980,39/mês. No segundo emprego, a variação salarial foi de US$ 254,90 a US$ 3.267,97 mensais. Apenas 28% ingressaram em um terceiro emprego, sendo a variação salarial de US$ 653,59 a US$ 2.385,62 mensais.

Estudo com egressos da EEUSP(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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) apontou como prevalente a faixa salarial entre US$ 950,50 e US$ 1.520,00 mensais para os egressos do curso de enfermagem no primeiro, segundo e terceiro empregos (36%, 28,5%, 16,5%, respectivamente), seguidos da faixa entre US$ 570,50 e US$ 950,00 (26,8%, 14,2%, 10,2%). O valor do salário mínimo vigente na época correspondia a cerca de R$ 380,00 (US$ 190,00) e o dólar comercial estava cotado em média a R$ 2,00(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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). Cabe destacar que a principal atividade exercida por esses egressos foi o cargo de enfermeiro assistencial.

Em relação à situação empregatícia no momento da coleta de dados, a grande maioria estava inserida no mercado de trabalho, com uma grande demanda de enfermeiros na área assistencial (66%), administrativa (15%) e educacional (12%). Nota-se que a maioria dos egressos permanecia no primeiro e segundo empregos no período da coleta de dados. A faixa salarial com maior concentração estava entre US$ 980,55 e US$ 1.633,98 (46%), sendo a maior média salarial oferecida pelos hospitais, superada apenas pelos laboratórios. A menor média salarial foi encontrada no setor de ensino superior, dados equivalentes à pesquisa realizada anteriormente com egressos da EEUSP(44 Püschel VAA, Inacio MP, Pucci PPA. Insertion of USP nursing graduates into the job market: facilities and difficulties. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2009 [cited 2015 Jun 2015];43(3). Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/40389/43346
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).

No que diz respeito às habilidades e competências desejáveis ao egresso de enfermagem, segundo as DCN, acredita-se que o curso tem cumprido seu compromisso em formar profissionais qualificados, eficientes e resolutivos para intervir no SUS na perspectiva da promoção, prevenção e reabilitação, tendo em vista os processos de saúde e doença produzidos social e historicamente nas relações humanas. A partir dessa ótica, os resultados deste estudo permitem lançar um olhar ampliado acerca das necessidades atuais no processo de formação do enfermeiro, bem como das mudanças necessárias e impactos no cuidado em saúde.

Nesse sentido, as exigências destacadas no processo formativo do enfermeiro têm relação com uma variedade crescente de funções e atribuições desejáveis a um líder que em seu processo de trabalho garantirá uma assistência de qualidade aos clientes(1313 Meira MDD, Kurcgant P. Nursing education: training evaluation by graduates, employers and teachers. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016[cited 2016 Feb 14];69(1):16-22. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n1/en_0034-7167-reben-69-01-0016.pdf
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).

A liderança é concebida como a capacidade de conduzir e organizar o trabalho grupal com vistas ao alcance de metas, considerando a comunicação efetiva e tomada de decisões precisas. Em estudo(1414 Avila VC, Amestoy SC, Porto AR, Thofehrn MB, Trindade LL, Figueira AB. [The view of nursing students on the training of nurseleaders]. Cogitare Enferm[Internet]. 2012[cited 2016 Feb 14];17(4):621-7. Available from: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/cogitare/article/download/30357/19635+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk≷=br Portuguese
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) com docentes sobre a formação de enfermeiros líderes, identificou-se a liderança como inerente ao trabalho do enfermeiro, cabendo aos docentes facilitar o desenvolvimento dessa competência profissional. Para isso, os egressos devem ser estimulados desde a graduação a buscar aperfeiçoamento sistemático e contínuo, de forma crítica, reflexiva e criativa, aliando conhecimento técnico-científico e habilidades pessoais.

Os enfermeiros, no seu processo de gerenciamento, também executam atividades de controle de qualidade e desperdício, previsão e provisão de materiais, controle dos materiais de alto custo e orientação sobre a forma de utilização adequada dos materiais. Diante disso, há necessidade de o egresso ter domínio do controle e uso de materiais, intermediando os contatos necessários entre a equipe de enfermagem e de saúde, para previsão e compra de materiais, estando apto a definir os materiais mais adequados à prestação do cuidado(1515 Camelo SHH. Professional competences of nurse to work in Intensive Care Units: an integrative review. Rev Latino-Am Enfermagem[Internet]. 2012 [cited 2016 Feb 14];20(1):192-200. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n1/25.pdf
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).

No processo de trabalho do enfermeiro, o gerenciamento da equipe e do cuidado deve ser permeado pelos princípios da ética e bioética, como estabelecido no Código de Ética da profissão e nas DCNs. A grande maioria dos participantes no presente estudo concorda que o curso os preparou nesse sentido. Pesquisadores(1616 Couto FJCF, Souza FS, Silva SS, Yarid S, Sena ELS. Survey of bioethics teaching in Nursing Courses of Brazilian Federal Universities. Rev Bioét[Internet]. 2013[cited 2016 Feb 14];21(1):179-85. Available from: http://www.scielo.br/pdf/bioet/v21n1/a21v21n1.pdf
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) realizaram análise dos PPP dos cursos de graduação em Enfermagem de 16 universidades federais do Brasil e constataram que 93,75% dos cursos dedicaram ao menos um semestre a estudos nessa temática. Outro estudo(1717 Mascarenhas NB, Santa RDO. The teaching of Bioethics in the education of nurses: interface with the adopted literature. Acta Paul Enferm[Internet]. 2010[cited 2016 Feb 14];23(3):392-8. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n3/en_v23n3a13.pdf
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) descreve que a reflexão ética e bioética revela-se essencial para a formação de enfermeiros, considerando a necessidade constante desse profissional em manejar os conflitos cotidianos, bem como na tomada de decisões diante dos constantes dilemas de ordem ética.

Autores(1616 Couto FJCF, Souza FS, Silva SS, Yarid S, Sena ELS. Survey of bioethics teaching in Nursing Courses of Brazilian Federal Universities. Rev Bioét[Internet]. 2013[cited 2016 Feb 14];21(1):179-85. Available from: http://www.scielo.br/pdf/bioet/v21n1/a21v21n1.pdf
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) apontam que o ensino de ética e bioética durante a graduação é essencial; contudo, há necessidade da cultura de formação continuada, revendo e atualizando questões teóricas e práticas da enfermagem. Nesse sentido, os egressos em sua maioria responderam concordar que o curso os qualificou para o exercício de qualificação continuada. O processo de formação e qualificação continuada tende a ter êxito quando há possibilidade de uma intercessão entre a academia e o serviço. A partir de trocas de conhecimentos e colaboração consegue-se diminuir o distanciamento entre os mundos acadêmico e o da prestação dos serviços de saúde, alcançando resultados positivos(1818 Duarte MLC, Ferreira AM, Torres OM, Moreira CM, Bulhosa M. Work-Based Learning Program: an experience report on workers’ training. Cogitare Enferm[Internet] 2014 [cited 2016 Feb 14];19(1):168-71. Available from: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v19i1.35976
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).

Estudo transversal(1919 Ni C, Hua Y, Pei S, Gwenyth RW, Shasha X, Lu L. Continuing education among Chinese nurses: a general hospital-based study. Nurse Educ Today[Internet] 2014 [cited 2016 Feb 14];34(4):592-7. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0260691713002645
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) realizado com 2.727 trabalhadores de enfermagem em dez hospitais chineses revela que 97,3% dos enfermeiros participaram de atividades de formação e qualificação continuada nos últimos 12 meses que antecederam o estudo. Os principais fatores motivacionais foram: desejo de ampliar e atualizar os conhecimentos sobre novas tecnologias e procedimentos, aprimorar habilidades práticas e qualidades globais, bem como manter o status profissional e receber certificação.

Já em relação ao processo de educação em saúde para paciente/usuário, família e comunidade, houve prevalência da opção concordo, com destaque para a necessidade de articulação e vínculo. Estudo(11 Carbogim FC, Friedrich DBC, Soares TC, Castro EAB. Nursing education in Brazil: a look at holism in care. J Nurs Educ Pract[Internet]. 2013 [cited 2016 Feb 14];3(2):93-101. Available from: http://dx.doi.org/10.5430/jnep.v3n2p93
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) com estudantes e docentes de enfermagem mostrou que os participantes acreditam que a escola, juntamente com o serviço e usuários, pode construir caminhos por meio do vínculo, do diálogo, da valorização dos saberes diversos, da humanização, da promoção da saúde, da interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, possibilitando a transformação das ações e práticas de saúde.

Nesse sentido, o alcance de resultados positivos, também tem destaque o trabalho multiprofissional articulado. Os estudantes em sua maioria responderam que concordam terem sido preparados para integrar suas atividades ao âmbito multiprofissional. Estudo(2020 Adhikari R, Tocher J, Smith P, Corcoran J, MacArthur J. A multi-disciplinary approach to medication safety and the implication for nursing education and practice. Nurse Educ Today. [Internet] 2014 [cited 2016 Feb 14];34(2):185-90. Available from: http://www.nurseeducationtoday.com/article/S0260-6917(13)00384-5/pdf
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) aponta que a falta de integração multiprofissional no cuidado em saúde implica em intervenções incompletas ou mesmo fracassadas. O trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar eleva o padrão de qualidade e resultados eficazes em saúde. Contudo, percebe-se que a falta de integração multiprofissional tem relação com aspectos estruturais e históricos, principalmente entre médico e enfermeiro. A academia deve investir em reestruturações curriculares que possibilitem um ensino integrado e que promovam a formação interdisciplinar.

Além do processo interativo, há necessidade de preparar o estudante para aprender continuamente, ter responsabilidade e compromisso com a educação, não apenas transmitindo conhecimentos, mas proporcionando condições para que haja benefício entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços. Em relação à questão, a maioria concorda que durante a graduação esses aspectos foram trabalhados.

O conhecimento que possibilitará ao egresso uma atuação competente engloba uma série de atividades compartilhadas com uma comunidade profissional constituída por docentes, pesquisadores, profissionais da prática e estudantes, no contexto onde a prática clínica acontece(2121 Merighi MAB, Jesus MCP, Domingos SRF, Oliveira DM, Ito TN. Teaching and learning in the clinical field: perspective of teachers, nurses and nursing students. Rev Bras Enferm[Internet]. 2014[cited 2016 Feb 14];67(4):505-11. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v67n4/0034-7167-reben-67-04-0505.pdf
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). Acredita-se que um dos papéis da universidade é fomentar possibilidades, através do ensino, pesquisa e extensão, do aprender a aprender.

Pesquisa qualitativa(2121 Merighi MAB, Jesus MCP, Domingos SRF, Oliveira DM, Ito TN. Teaching and learning in the clinical field: perspective of teachers, nurses and nursing students. Rev Bras Enferm[Internet]. 2014[cited 2016 Feb 14];67(4):505-11. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v67n4/0034-7167-reben-67-04-0505.pdf
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) realizada em universidades públicas do Estado de São Paulo aponta que os estudantes entendem a importância de se perceber como um sujeito ativo na construção do seu próprio conhecimento. Logo, não cabe apenas exigir o ensino que espera, mas também se motivar na busca pelos recursos/possibilidades de aprendizado disponíveis.

Limitações do estudo

Como limitação desta pesquisa, destaca-se a dificuldade para localização dos egressos e retorno dos questionários respondidos abaixo do esperado.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

Os resultados deste estudo, decerto, podem também ser estendidos a outras realidades nacionais, orientando as necessidades formativas e as exigências estabelecidas ao egresso no mercado de trabalho, uma vez que apontam as facilidades e dificuldades de inserção dos profissionais enfermeiros no mercado de trabalho no contexto de uma grande metrópole e por destacarem as habilidades e competências exigidas ao enfermeiro formado com base nas DCNs.

CONCLUSÃO

A pesquisa possibilitou traçar o perfil de enfermeiros egressos da EEUSP, identificar a influência do processo de formação na inserção do mercado de trabalho e apreender, na perspectiva dos egressos, as habilidades e competências requeridas no mundo do trabalho, segundo os preceitos das DCNs. Dentre as últimas, destacam-se ações de prevenção, promoção, proteção, reabilitação, gerenciamento em saúde e ações multiprofissionais.

A maioria dos egressos concordou que foram preparados para o atendimento às necessidades de saúde da população, tendo em vista os processos de saúde e doença produzidos social e historicamente nas relações humanas; mencionaram que foram estimulados a buscar aperfeiçoamento sistemático e contínuo, de maneira crítica, reflexiva e criativa, aliando conhecimento técnico-científico e habilidades pessoais. A maior parte dos egressos encontra-se inserida no mercado de trabalho, majoritariamente em hospitais e unidades básicas de saúde, sendo estas as instituições que oferecem maior média salarial, ultrapassadas apenas por laboratórios.

As maiores facilidades para a inserção dos egressos no mercado de trabalho foram: a formação acadêmica no curso de graduação na EEUSP; o reconhecimento que a universidade possui no mercado de trabalho; o conhecimento adquirido e a busca por aprimoramento profissional; além da postura e do bom desempenho em processos seletivos. As maiores dificuldades para inserção no mercado de trabalho foram: exigência de pós-graduação e ou especialização na área, falta de experiência como recém-formado e dificuldades no processo seletivo. Esses aspectos representam resultados importantes deste estudo, uma vez que estimulam os enfermeiros recém-graduados a refletir a respeito das habilidades e competências que necessitam desenvolver ou aprimorar.

  • FOMENTO
    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
  • Errata
    No artigo “O enfermeiro no mercado de trabalho: inserção, competências e habilidades”, com número DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0061, publicado no periódico Revista Brasileira de Enfermagem, 2017;70(6):1220-6, na página 1294:
    Incluir antes das REFERÊNCIAS:
    FOMENTO
    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jan 2024
  • Data do Fascículo
    2017

Histórico

  • Recebido
    17 Nov 2016
  • Aceito
    18 Jan 2017
  • Corrigido
    19 Dez 2023
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