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Avaliação da cultura de segurança do paciente em hospitais brasileiros através do HSOPSC: scoping review

RESUMO

Objetivos:

descrever, a partir da literatura, as características da cultura de segurança do paciente nos hospitais brasileiros que aplicaram o Hospital Survey on Patient Safety Culture.

Métodos:

trata-se de uma scoping review. Foi realizada busca nas bases de dados LILACS, PuBMed, SciELO, CINAHL, Web of Science, Scopus e no Banco de Dissertações e Teses da CAPES, em setembro e outubro de 2020.

Resultados:

foram identificados 36 estudos. Nove estudos identificaram áreas fortalecidas como: “trabalho em equipe dentro das unidades”, “expectativas do supervisor/chefe e ações promotoras da segurança”, “aprendizado organizacional”, “apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente” e “frequência da notificação de eventos”. Como área crítica, a dimensão “resposta não punitiva ao erro” foi evidenciada em 30 dos 36 estudos.

Conclusões:

a identificação de áreas de força e áreas críticas da cultura de segurança é relevante para incitar a melhoria de problemas de segurança do paciente em uma instituição.

Descritores:
Segurança do Paciente; Cultura Organizacional; Qualidade da Assistência à Saúde; Hospitais; Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde

ABSTRACT

Objectives:

to describe, from literature, the characteristics of patient safety culture in Brazilian hospitals that applied the Hospital Survey on Patient Safety Culture.

Methods:

this is a scoping review. A search was performed in the databases LILACS, PubMed, SciELO, CINAHL, Web of Science, Scopus and in the CAPES Dissertations and Theses Database in September and October 2020.

Results:

thirty-six studies were identified. Nine studies identified strengthened areas such as: “teamwork within the units”, “expectations of supervisor/boss and actions promoting safety”, “organizational learning”, “support of hospital management for patient safety” and “frequency of report of events”. As a critical area, the dimension “non-punitive response to error” was evidenced in 30 of 36 studies.

Conclusions:

the identification of areas of strength and critical areas of safety culture is relevant to encourage improvement of patient safety problems in an institution.

Descriptors:
Patient Safety; Organizational Culture; Quality of Health Care; Hospitals; Quality Indicators Health Care

RESUMEN

Objetivos:

describir, a partir de la literatura, las características de la cultura de seguridad del paciente en los hospitales brasileños que aplicaron el Hospital Survey on Patient Safety Culture.

Métodos:

esta es una revisión de alcance. Se realizaron búsquedas en las bases de datos LILACS, PuBMed, SciELO, CINAHL, Web of Science, Scopus y el Banco de Disertaciones y Tesis CAPES en septiembre y octubre de 2020.

Resultados:

se identificaron 36 estudios. Nueve estudios identificaron áreas fortalecidas como: “trabajo en equipo dentro de las unidades”, “expectativas del supervisor/jefe y acciones que promuevan la seguridade”, “aprendizaje organizacional”, “apoyo a la gestión hospitalaria para la seguridad del paciente” y “frecuencia de notificación de eventos”. Como área crítica, la dimensión “respuesta no punitiva al error” se evidenció en 30 de los 36 estudios.

Conclusiones:

la identificación de áreas de fortaleza y áreas críticas de la cultura de seguridad es relevante para incentivar la mejora de los problemas de seguridad del paciente en una institución.

Descriptores:
Seguridad del Paciente; Cultura Organizacional; Calidad de la Atención de Salud; Hospitales; Indicadores de Calidad de la Atención de Salud

INTRODUÇÃO

A cultura de segurança do paciente é um dos indicadores que permite compreender como uma organização lida rotineiramente com as diversas questões e abordagens relacionadas à segurança do paciente. Conhecer até que ponto os profissionais de saúde percebem a segurança do paciente é um passo importante para compreender a visão geral da organização de saúde sobre esse tema(11 Khoshakhlagh AH, Khatooni E, Akbarzadeh I, Yazdanirad S, Sheidaei A. Analysis of affecting factors on patient safety culture in public and private hospitals in Iran. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):1009. https://doi.org/10.1186/s12913-019-4863-x
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).

A cultura de segurança tem um conceito multidimensional e se destaca ao refletir o comprometimento dos profissionais de uma organização com a contínua promoção de um ambiente terapêutico seguro. Esse comprometimento influencia comportamentos e resultados de segurança, não só para os pacientes, mas também para os profissionais e para as próprias organizações(22 Reis CT. Cultura em segurança do paciente. In: Sousa P, Mendes W, (Orgs.). Segurança do Paciente: criando organizações de saúde seguras. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2014:75-99. https://doi.org/10.7476/9788575416426
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).

De forma geral, ao avaliar a cultura de segurança, é possível obter uma visão clara dos aspectos da segurança do paciente que precisam de adequações e requerem mais atenção. Tal avaliação ajuda na identificação e mensuração das condições organizacionais que levam a eventos adversos, além de incitar o desenvolvimento e a avaliação das intervenções de melhoria da segurança do paciente nas organizações de saúde(11 Khoshakhlagh AH, Khatooni E, Akbarzadeh I, Yazdanirad S, Sheidaei A. Analysis of affecting factors on patient safety culture in public and private hospitals in Iran. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):1009. https://doi.org/10.1186/s12913-019-4863-x
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,33 Nieva VF, Sorra J. Safety culture assessment: a tool for improving patient safety in healthcare organizations. Qual Saf Health Care [Internet]. 2003[cited 2020 Nov 25];12(Suppl 2):17-23. Available from: https://qualitysafety.bmj.com/content/12/suppl_2/ii17
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).

As ferramentas de avaliação da cultura de segurança fornecem um caminho para entender uma cultura, confrontá-la, para, então transformá-la, uma vez que a avaliação da cultura de segurança fornece à organização um entendimento básico das percepções e atitudes relacionadas à segurança a partir da visão dos colaboradores de uma instituição(33 Nieva VF, Sorra J. Safety culture assessment: a tool for improving patient safety in healthcare organizations. Qual Saf Health Care [Internet]. 2003[cited 2020 Nov 25];12(Suppl 2):17-23. Available from: https://qualitysafety.bmj.com/content/12/suppl_2/ii17
https://qualitysafety.bmj.com/content/12...
).

Atualmente, há disponíveis dois instrumentos validados para avaliar a cultura de segurança do paciente no contexto brasileiro: o Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC) e o Safety Attitudes Questionnaire (SAQ). Ambos os instrumentos são confiáveis, porém o HSOPSC foi escolhido neste estudo por abordar questões que o SAQ não aborda, como a frequência de eventos relatados e a percepção geral da segurança do paciente(44 Etchegaray JM, Thomas EJ. Comparing two safety culture surveys: Safety Attitudes Questionnaire and Hospital Survey on Patient Safety. BMJ Qual Saf. 2012;21:490-8. https://doi.org/10.1136/bmjqs-2011-000449
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).

O HSOPSC é um método quantitativo de análise da cultura de segurança hospitalar. Foi originalmente desenvolvido pela Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) em 2004, traduzido e validado no Brasil em 2012. Tal questionário é mundialmente aplicado em instituições hospitalares para mensurar a cultura de segurança do paciente e suas implicações(55 Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese] [Internet]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2013[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14358
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-66 Okuyama JHH, Galvao TF, Silva MT. Healthcare professional's perception of patient safety measured by the hospital survey on patient safety culture: a systematic review and meta-analysis. Scien World J. 2018;2018:9156301. https://doi.org/10.1155/2018/9156301
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). O HSOPSC permite identificar áreas cuja cultura necessita melhoria; avaliar a efetividade de ações implementadas para a melhoria de segurança ao longo do tempo; realizar benchmarking interno e externo auxiliando a organização a identificar como sua cultura de segurança difere da cultura de outras organizações e priorizar esforços de fortalecimento da cultura ao identificar suas fragilidades(33 Nieva VF, Sorra J. Safety culture assessment: a tool for improving patient safety in healthcare organizations. Qual Saf Health Care [Internet]. 2003[cited 2020 Nov 25];12(Suppl 2):17-23. Available from: https://qualitysafety.bmj.com/content/12/suppl_2/ii17
https://qualitysafety.bmj.com/content/12...
).

Através de questionamentos a respeito dos pontos primordiais relacionados à segurança do paciente, o HSOPSC avalia as múltiplas dimensões da cultura presentes na instituição de saúde. Tais dimensões incluem os valores, as crenças e as normas da organização de saúde, bem como os processos de comunicação, liderança e gestão da organização que se relacionam direta e indiretamente com a segurança do paciente e com a assistência prestada(55 Reis CT. A cultura de segurança do paciente: validação de um instrumento de mensuração para o contexto hospitalar brasileiro [Tese] [Internet]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2013[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14358
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict...
).

OBJETIVOS

Descrever, a partir da literatura, as características da cultura de segurança do paciente nos hospitais brasileiros que aplicaram o Hospital Survey on Patient Safety Culture.

MÉTODOS

Aspectos éticos

Este estudo não foi submetido à apreciação ética, por se tratar de uma revisão que utiliza dados de domínio público; esses dados tiveram seus aspectos éticos assegurados em seus estudos originais(77 Melo JMA, Oliveira PP, Souza RS, Fonseca DF, Gontijo TF, Rodrigues AB. Prevenção e conduta frente ao Extravasamento de agentes antineoplásicos: scoping review. Rev Bras Enferm. 2020;73(4):e20190008. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0008
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).

Tipo de estudo

Trata-se de um estudo utilizando o referencial proposto pelo Joanna Briggs Institute (JBI), por meio de uma scoping review, cujo método permite mapear os principais conceitos e identificar lacunas do conhecimento do tema estudado. Para isso, esta revisão seguiu os passos recomendados pelo JBI: identificação da pergunta de pesquisa, identificação de estudos relevantes, seleção dos estudos, análise dos dados e relato dos resultados(88 Joanna Briggs Institute. Reviewer’s manual: 2015 edition/supplement [Internet]. The University of Adelaide, Austrália: JBI; 2015[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/Scoping-.pdf
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).

A pergunta de pesquisa foi construída considerando a estratégia PCC, que é uma mnemônica para: Population (P), Concept (C) e Context (C)(88 Joanna Briggs Institute. Reviewer’s manual: 2015 edition/supplement [Internet]. The University of Adelaide, Austrália: JBI; 2015[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/Scoping-.pdf
https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/Revi...
) . Neste estudo o PCC foi definido como: P - hospitais brasileiros, C - cultura de segurança do paciente e C - HSOPSC. Com base nessa estratégia, esta revisão foi guiada pela seguinte questão: como tem sido avaliada a cultura de segurança do paciente em hospitais brasileiros utilizando o HSOPSC?

Fonte de dados e estratégia de busca

A busca dos estudos foi realizada de acordo com os critérios do JBI(88 Joanna Briggs Institute. Reviewer’s manual: 2015 edition/supplement [Internet]. The University of Adelaide, Austrália: JBI; 2015[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/Scoping-.pdf
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). Dois revisores selecionaram e avaliaram, independentemente, cada estudo e, quando necessário, um terceiro revisor foi consultado. A busca ocorreu entre os meses de setembro e outubro de 2020 nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online(SciELO), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Web of Science, Scopus. O acesso a essas bases de dados foi realizado por meio da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) através do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Também foi realizada busca no Banco de Dissertações e Teses da CAPES do Ministério da Educação do Brasil através de seu site próprio.

Para cada base de dados, foi estabelecida uma estratégia de busca utilizando descritores e/ou seus sinônimos, considerando os termos do Medical Subject Headings (MeSH) e dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), para todos os itens definidos na estratégia.

Os descritores utilizados para a busca foram: “segurança do paciente”, “cultura organizacional”, “qualidade da assistência à saúde”, “patient safety”, “organizational culture”, “quality of health care,Brazil”, associados aos operadores booleanos AND e OR.

Os critérios de seleção foram artigos disponíveis na íntegra nos idiomas português, inglês e espanhol, que abordassem o tema avaliação da cultura de segurança do paciente, através do HSOPSC em instituições de saúde brasileiras. Não foram incluídos os artigos em idiomas diferentes dos estabelecidos, publicações de opiniões, consensos, retrações, editoriais, websites e propagandas veiculadas em mídias. Também foram excluídos os estudos que não tinham sua divulgação autorizada e que não estavam disponíveis na íntegra.

Não foi definido marco temporal. Apesar de a metodologia proposta pelo JBI não se limitar a exploração de apenas estudos quantitativos e considerar artigos de diferentes critérios metodológicos como potenciais fontes de dados, foram excluídos os estudos de revisão ou de validação e adaptação transcultural do instrumento HSOPSC.

A seleção preliminar dos artigos foi realizada através da leitura e análise dos títulos e resumos. Artigos duplicados e que não contemplaram o tema e/ou os critérios de inclusão foram descartados. Posteriormente, foi realizada a leitura na íntegra dos artigo, bem como a extração dos dados para construção dos resultados, considerando a estratégia proposta pelo JBI.

Tal estratégia orienta a extração dos seguintes dados, de forma a descrever sucintamente as principais informações: autor, ano de publicação, país de condução publicação do estudo, objetivo, população e tamanho da amostra, tipo e duração da intervenção, resultados e principais descobertas relacionadas à questão de pesquisa(88 Joanna Briggs Institute. Reviewer’s manual: 2015 edition/supplement [Internet]. The University of Adelaide, Austrália: JBI; 2015[cited 2020 Nov 25]. Available from: https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/Scoping-.pdf
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).

Também foi utilizado um instrumento construído pela própria autora para análise diferenciada das informações que o instrumento HSOPSC pode fornecer, como taxa de resposta do instrumento de pesquisa, unidade avaliada, profissionais participantes, nota de segurança do paciente, áreas de força, áreas neutras e áreas críticas.

Foi utilizado um diagrama de fluxo, para representar o processo de inclusão e exclusão dos estudos, evidenciado na Figura 1, de acordo com a metodologia PRISMA(99 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097
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).

Figure 1
Fluxograma do processo de seleção e inclusão dos estudos. Adaptado do modelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) diagram flow(9)

RESULTADOS

Foram selecionados 36 estudos. Dos estudos selecionados, 11 eram dissertações e 25 eram artigos. Apenas três estudos foram publicados originalmente em inglês.

Os estudos incluídos foram categorizados de acordo com o título, ano, população/amostra, intervenções, desfechos e estão elencados no Quadro 1.

Quadro 1
Identificação dos estudos conforme metodologia proposta pelo Joanna Briggs Institute

Todos os estudos tiveram abordagem quantitativa, devido à própria característica do HSOPSC. Em relação ao ano de publicação, um estudo foi publicado no ano de 2013, um em 2014, quatro em 2015, seis em 2016, seis em 2017, cinco em 2018, oito em 2019 e cinco em 2020.

De acordo com as bases de dados, 12 estudos foram encontrados na LILACS, 11 no SciELO, três na CINAHL, um na Web of Science e nove no Banco de dissertações e teses da CAPES. Os artigos encontrados na PubMed e na Scopus eram todos repetidos, sendo, dessa forma, não incluídos na pesquisa.

Os estudos encontrados foram publicados em 12 periódicos distintos. Onze estudos não foram publicados em periódicos e se tratam de 10 dissertações e uma tese. Desses 11 estudos, dois foram encontrados na base de dados LILACS e os demais (nove estudos) foram encontradas no Banco de Dissertações e Teses da CAPES.

Quinze estudos avaliaram a cultura de segurança em todos os setores do hospital. As demais áreas avaliadas foram: unidades cirúrgicas (avaliada em seis estudos), maternidade e centros obstétricos (avaliados em quatro estudos), UTIs (avaliadas em três estudos), UTIs Neonatais (avaliadas em três estudos), unidades de urgência e emergência (avaliadas em dois estudos), unidades de internação (avaliadas em um estudo) e unidades pediátricas (avaliadas em um estudo). Um estudo avaliou a cultura de segurança em três setores: unidades de internação, UTI e unidades cirúrgicas.

Em relação aos participantes envolvidos nos estudos, 18 estudos envolveram toda a equipe de saúde do hospital (equipe médica, de enfermagem e equipe multiprofissional que presta assistência direta e indireta ao paciente). Dez estudos envolveram a equipe de enfermagem. Os demais estudos envolveram somente enfermeiros (quatro estudos), médicos e enfermeiros (um estudo), equipe médica e equipe de enfermagem (um estudo). Apenas dois estudos envolveram profissionais de todas as áreas assistenciais e não assistenciais do hospital, como áreas administrativas e de apoio.

Dos estudos avaliados, 27 não apresentaram dimensões da cultura de segurança do paciente consideradas como fortalecidas. Dos estudos que apresentaram áreas fortalecidas, as dimensões que apresentaram maior percentual de respostas positivas, ou seja, acima de 75%, foram: “trabalho em equipe dentro das unidades”, “expectativas do supervisor/chefe e ações promotoras da segurança”, “aprendizado organizacional”, “apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente” e “frequência da notificação de eventos”.

As dimensões que mais foram consideradas neutras foram “expectativas do supervisor/chefe e ações promotoras da segurança”, “aprendizado organizacional”, “trabalho em equipe dentro das unidades” e “abertura da comunicação”. Essas dimensões foram identificadas na maioria dos estudos com percentual de respostas positivas entre 50 e 75%.

Trinta estudos apontaram como área crítica “resposta não punitiva ao erro”. Outras dimensões como “percepção geral da segurança”, “adequação de profissionais”, “apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente”, “mudanças de turno e transições entre unidades e serviços”, “trabalho em equipe entre as unidades”, “feedback e comunicação sobre os erros”, “frequência de notificação de eventos” também foram identificadas como áreas críticas.

DISCUSSÃO

Os estudos de avaliação da cultura de segurança do paciente utilizando o HSOPSC começaram a ser publicados no Brasil, em 2013, logo após sua tradução e adaptação transcultural no ano de 2012. Isso demonstra que, nas instituições hospitalares, a segurança do paciente é uma preocupação constante e cada vez mais são realizados estudos que possam expressar a cultura de segurança do paciente na instituição, de forma a melhorar e adequar as estratégias institucionais para a melhoria da segurança do paciente(4646 Toso GL, Golle L, Magnago TSBS, Herr GEG, Loro MM, Aozane F, et al . Cultura de segurança do paciente em instituições hospitalares na perspectiva da enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2016;37(4):e58662. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.04.58662
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).

O HSOPSC avalia 12 dimensões da cultura de segurança do paciente. A medida para avaliar a cultura de segurança é o percentual de respostas positivas obtidas nas dimensões da cultura. O percentual de respostas positivas maior ou igual a 75% na dimensão indica uma cultura de segurança fortalecida. O percentual de respostas positivas menor ou igual a 50% na dimensão indica uma cultura fragilizada. São consideras neutras as dimensões que apresentam percentual de respostas positivas entre 50 e 75%.

Diferentes percepções e comportamentos relacionados à cultura de segurança são encontrados em instituições diferentes ou até mesmo na própria instituição. Estudos comparando diferentes serviços apresentam diferenças de percentual de respostas positivas em várias dimensões, o que demonstra que a percepção da cultura de segurança do paciente é variável de acordo com cada serviço/setor/hospital(2323 Fassarella CS, Silva LD, Camerini FG, Figueiredo MCAB. Cultura de segurança dos enfermeiros entre os serviços de um hospital universitário. Rev Bras Enferm. 2019;72(3):767-73. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0376
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,2828 Andrade LEL, Lopes JM, Souza FMCM, Vieira JRF, Farias LPC, Santos CCM, et al . Cultura de segurança do paciente em três hospitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):161-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.24392015
https://doi.org/10.1590/1413-81232018231...
,3131 Carmo JMA, Mendoza IYQ, Goveia VR, Souza KV, Manzo BF, Guimarães GL. Cultura de segurança do paciente em unidades hospitalares de ginecologia e obstetrícia: estudo transversal. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190576. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0576
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0...
). Nos ambientes de saúde, comportamentos e atitudes moldam a cultura de cada organização(66 Okuyama JHH, Galvao TF, Silva MT. Healthcare professional's perception of patient safety measured by the hospital survey on patient safety culture: a systematic review and meta-analysis. Scien World J. 2018;2018:9156301. https://doi.org/10.1155/2018/9156301
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,4747 Kaufman G, McCaughan D. The effect of organizational culture on patient safety. Nurs Stand. 2013;27(43):50-6. https://doi.org/10.7748/ns2013.06.27.43.50.e7280
https://doi.org/10.7748/ns2013.06.27.43....
).

Estudo que realizou comparações entre categorias profissionais verificou diferença do número de respostas positivas do HSOPSC, nota de segurança e número de eventos comunicados, conforme as características profissionais. Houve diferença significava do menor tempo de trabalho no hospital e tempo de trabalho na unidade com maior número de respostas positivas; maior tempo de trabalho na profissão representou melhores notas e menos eventos comunicados(1919 Tomazoni A, Rocha PK, Souza S, Anders JC, Malfussi HFC. Cultura de segurança do paciente em unidades de terapia intensiva neonatal: perspectivas da equipe de enfermagem e médica. Rev Latino-Am Enfermagem. 2014;22(5):755-63. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3624.2477
https://doi.org/10.1590/0104-1169.3624.2...
). Em outro estudo, foi observada uma melhor cultura de segurança entre funcionários mais experientes, enfermeiros e funcionários com menor escolaridade(3333 Okuyama JHH, Galvão TF, Crozatti MTL, Silva MT. Health professionals’ perception of patient safety culture in a university hospital in São Paulo: a cross-sectional study applying the Hospital Survey on Patient Safety Culture. Sao Paulo Med J. 2019;137(3):216-22. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2018.0430140319
https://doi.org/10.1590/1516-3180.2018.0...
). Foi observado, em um estudo, que o tipo de gestão, unidade do serviço, o cargo e a quantidade de notificações de incidentes influenciam diretamente a cultura de segurança do paciente(2828 Andrade LEL, Lopes JM, Souza FMCM, Vieira JRF, Farias LPC, Santos CCM, et al . Cultura de segurança do paciente em três hospitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):161-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.24392015
https://doi.org/10.1590/1413-81232018231...
).

A maioria dos estudos, ao avaliar a cultura de segurança dos hospitais, buscou identificar áreas de força e áreas críticas das dimensões da cultura de segurança. Entretanto, alguns estudos utilizaram o HSOPSC para outros fins distintos ou não evidenciaram as áreas de força ou as áreas críticas da cultura de segurança. Isso acontece devido ao fato de o instrumento permitir análises de várias maneiras, o que varia com o objetivo de cada estudo. Alguns estudos focaram somente nas áreas de força(1212 Schuh LX, Krug SBF, Possuelo L. Cultura de segurança do paciente em unidades de urgência/emergência. Rev Pesqui: Cuid Fundam [Internet]. 2020[cited 2020 Nov 25];12:616-21. Available from: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1097372
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/reso...
) e outros analisaram somente algumas dimensões específicas(1111 Kawamoto AM, Oliveira JLC, Tonini NS, Nicola AL. Liderança e cultura de segurança do paciente: percepções de profissionais em um hospital universitário. Rev Pesqui: Cuid Fundam. 2016;8(2):4387-98. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v8i2.4387-4398
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v...
,3030 Batista J, Cruz EDA, Alpendre FT, Paixão DPSS, Gaspari AP, Mauricio AB. Cultura de segurança e comunicação sobre erros cirúrgicos na perspectiva da equipe de saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40(spe):e20180192. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180192
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
).

É possível, com o HSOPSC, fazer comparações entre categorias profissionais diferentes, setores do mesmo hospital e entre diferentes instituições hospitalares. Também é possível analisar cada dimensão separadamente, o que foi o foco de alguns artigos selecionados. Muitas vezes, a análise somente de uma ou parte das dimensões impossibilita a análise da cultura de segurança de modo geral, uma vez que, avaliando somente uma dimensão, não é possível diagnosticar a cultura de segurança com o objetivo de identificar áreas de melhoria e as áreas fortalecidas(44 Etchegaray JM, Thomas EJ. Comparing two safety culture surveys: Safety Attitudes Questionnaire and Hospital Survey on Patient Safety. BMJ Qual Saf. 2012;21:490-8. https://doi.org/10.1136/bmjqs-2011-000449
https://doi.org/10.1136/bmjqs-2011-00044...
).

As dimensões classificadas como fortalecidas podem ser utilizadas como apoio para o processo de melhoria da segurança do paciente, visto que elas exercem uma força positiva na percepção de segurança dos profissionais como um todo(2828 Andrade LEL, Lopes JM, Souza FMCM, Vieira JRF, Farias LPC, Santos CCM, et al . Cultura de segurança do paciente em três hospitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):161-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.24392015
https://doi.org/10.1590/1413-81232018231...
,4848 Wagner C, Smits M, Sorra J, Huang CC. Assessing patient safety culture in hospitals across countries. Int J Qual Health Care. 2013;25(3):213-21. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzt024
https://doi.org/10.1093/intqhc/mzt024...
).

As áreas classificadas como neutras e frágeis apresentam potencial para se fortalecerem, uma vez que há dimensões com percentuais positivos em alguns dos itens que as compõem. Para isso, é necessário que os líderes hospitalares reconheçam essas dimensões visando construir uma cultura organizacional voltada para a segurança do paciente(3737 Corona ARPD. Avaliação da cultura de segurança do paciente em hospital público de ensino de Mato Grosso do Sul[Tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2017.).

Hospitais que possuem gestão privada apresentaram melhores percentuais de respostas positivas em algumas dimensões, apresentando inclusive áreas consideradas fortalecidas. Apesar de também apresentarem dimensões que apresentam fragilidades, percebe-se que hospitais com gestão privada e/ou acreditados estão em um patamar acima diante da percepção da segurança do paciente em relação a hospitais públicos e não acreditados(1717 Lopez ECMS, Cruz EDA, Alpendre FT, Batista J. Cultura de segurança do paciente em unidades cirúrgicas de hospitais de ensino. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2020[cited 2020 Nov 25];24:e-1298. Available from: https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/e1298.pdf
https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org....
,2828 Andrade LEL, Lopes JM, Souza FMCM, Vieira JRF, Farias LPC, Santos CCM, et al . Cultura de segurança do paciente em três hospitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):161-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.24392015
https://doi.org/10.1590/1413-81232018231...
). Em um estudo que realizou comparações entre hospitais municipais, estaduais e federais, o hospital federal apresentou áreas fortalecidas da cultura de segurança do paciente, enquanto os outros hospitais não apresentaram áreas consideradas fortalecidas(4040 Rocha RC. Cultura de segurança do paciente em centro cirúrgico: perspectiva da equipe de enfermagem [Dissertação]. Teresina: Universidade Federal do Piauí; 2017.).

O envolvimento e a atuação dos líderes e gestores são fundamentais para incentivar a equipe a olhar de forma diferenciada ao cuidado, tornando-o seguro. Ao perceber que a gestão se preocupa em melhorar a segurança do paciente, é possível incentivar a equipe a aprender com os erros ocorridos e comunicados(1616 Serrano ACFF, Santos DF, Matos SS, Goveia VR, Mendoza IYQ, Lessa AC. Avaliação da cultura de segurança do paciente em um hospital filantrópico REME Rev Min Enferm [Internet]. 2019[cited 2020 Nov 25];23:e-1183. Available from: https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/e1183.pdf
https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org....
,2222 Moretão DIC. A cultura de segurança do paciente em unidades cirúrgicas de um hospital de ensino da rede pública de saúde[Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2019.). Vivenciam-se, nos erros, oportunidades de melhoria do cuidado prestado ao paciente. Nesse interim, os movimentos de educação continuada que, habitualmente, fazem parte da dinâmica organizacional principalmente da enfermagem, fortalecem o aprendizado a partir das necessidades e circunstâncias vivenciadas pela organização e pela equipe(2929 Santiago THR, Turrini RNT. Cultura e clima organizacional para segurança do paciente em Unidades de Terapia Intensiva. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(Spe):123-30. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000700018
https://doi.org/10.1590/S0080-6234201500...
).

Por outro lado, a falta de apoio dos lideres e gestores pode ser uma ameaça à segurança do paciente, uma vez que esse comportamento pode desestimular a equipe de saúde no tocante a um maior envolvimento e responsabilidade na qualificação do cuidado(2727 Pedroni VS, Gouveia HG, Vieira LB, Wegner W, Oliveira ACS, Santos MC, et al . Cultura de segurança do paciente na área materno-infantil de hospital universitário. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41(spe):e20190171. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190171
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.2...
,3232 Abreu IM, Rocha RC, Avelino FVSD, Guimarães DBO, Nogueira LT, Madeira MZA. Cultura de segurança do paciente em centro cirúrgico: visão da enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40(Spe):e20180198. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180198
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
).

A dimensão “trabalho em equipe nas unidades” foi bem avaliada na maioria dos estudos. Essa dimensão é caracterizada pelo apoio e respeito entre os funcionários e o trabalho em equipe no mesmo setor/unidade. Estudos demonstram que a força do trabalho em equipe está justamente em aliar o conhecimento e as habilidades de diversas pessoas em prol de um objetivo comum, no caso, o cuidado ao paciente(2222 Moretão DIC. A cultura de segurança do paciente em unidades cirúrgicas de um hospital de ensino da rede pública de saúde[Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2019.). Dessa forma, concluir as tarefas trabalhando juntos, inclusive em situações de sobrecarga de trabalho, consistiu em algo positivo dentro das unidades(1010 Notaro KAM, Corrêa AR, Tomazoni A, Rocha PK, Manzo BF. Cultura de segurança da equipe multiprofissional em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal de hospitais públicos. Rev Latino-Am Enfermagem. 2019;27:e3167. https://doi.org/10.1590/1518-8345.2849.3167
https://doi.org/10.1590/1518-8345.2849.3...
,1616 Serrano ACFF, Santos DF, Matos SS, Goveia VR, Mendoza IYQ, Lessa AC. Avaliação da cultura de segurança do paciente em um hospital filantrópico REME Rev Min Enferm [Internet]. 2019[cited 2020 Nov 25];23:e-1183. Available from: https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/e1183.pdf
https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org....
).

A mesma situação não foi evidenciada na dimensão “trabalho em equipe entre as unidades”, que foi considerada fragilizada em muitos estudos. Tal situação pode ser decorrente do senso de proteção e equipe que o colaborador tenha com seu setor atual. Como o trabalho em equipe requer a interação entre os profissionais, a comunicação, a empatia e o apoio, é fundamental que todos os profissionais compreendam a integralidade do cuidado e que o objetivo final do cuidado seja o mesmo em todos os setores da instituição(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
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).

A dimensão “cultura não punitiva ao erro” foi, sem dúvida, a que chamou mais atenção como área crítica na maioria dos estudos. A cultura punitiva atribui ao profissional a responsabilidade sobre o erro, culpando-o por este. Nessa situação o profissional se sente coibido, o que impede a identificação de problemas nos processos de trabalho. Dessa forma, sem identificar os erros e analisar os motivos de sua ocorrência, o processo de melhoria dos processos fica prejudicado e a ocorrência dos erros pode se tornar frequente. Uma cultura punitiva desencoraja os relatos de incidentes através das notificações e atravanca o aprendizado organizacional. Os erros necessitam de uma abordagem sistêmica, com vistas a melhorar os processos através do aprendizado a partir dos incidentes. Assumindo essa postura não punitiva ao erro, a instituição enfatiza a segurança do paciente como uma prioridade institucional(11 Khoshakhlagh AH, Khatooni E, Akbarzadeh I, Yazdanirad S, Sheidaei A. Analysis of affecting factors on patient safety culture in public and private hospitals in Iran. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):1009. https://doi.org/10.1186/s12913-019-4863-x
https://doi.org/10.1186/s12913-019-4863-...
-22 Reis CT. Cultura em segurança do paciente. In: Sousa P, Mendes W, (Orgs.). Segurança do Paciente: criando organizações de saúde seguras. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2014:75-99. https://doi.org/10.7476/9788575416426
https://doi.org/10.7476/9788575416426...
,2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0...
).

Um dos impactos da cultura punitiva ao erro é a baixa notificação de eventos enfatizada em vários estudos como área fragilizada. A ideia errônea de que somente o enfermeiro pode notificar um incidente e a sobrecarga de trabalho da equipe também reduz a notificação de eventos. A subnotificação pode impedir a identificação de falhas e a consequente melhoria dos processos. Faz-se necessário ressaltar o caráter anônimo da notificação, e é indicado que o instrumento de notificação fique disponível em um local de fácil acesso, para que o profissional realize a notificação(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0...
,4949 Furini ACA, Nunes AA, Dallora MELV. Notificação de eventos adversos: caracterização dos eventos ocorridos em um complexo hospitalar. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40(n-esp):e20180317. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180317
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
).

A dimensão “adequação de profissionais” também foi elencada como fragilizada em vários estudos. A carga excessiva de trabalho, a insuficiência de recursos humanos, uma jornada desgastante, além do trabalho sob muita pressão e responsabilidade, pode indicar a insatisfação com as condições de trabalho incidindo na fragilidade dessa dimensão(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
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,2828 Andrade LEL, Lopes JM, Souza FMCM, Vieira JRF, Farias LPC, Santos CCM, et al . Cultura de segurança do paciente em três hospitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):161-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.24392015
https://doi.org/10.1590/1413-81232018231...
).

Muitos profissionais da área de saúde atuam em condições consideradas inadequadas devido ao ambiente de trabalho e às atividades exercidas. Esse ambiente, permeado pelo desgaste físico e psíquico, pela falta de reconhecimento profissional e desmotivação, pela falta de materiais, pela remuneração inadequada, pela necessidade de dupla jornada de trabalho, pelo dimensionamento incorreto dos profissionais e pelo trabalho noturno, reflete na insatisfação dos profissionais, principalmente dos que compõem a equipe de enfermagem(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
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,5050 Amaral JF, Ribeiro JP, Paixão DX. Qualidade de vida no trabalho dos profissionais de enfermagem em ambiente hospitalar: uma revisão integrativa. Rev Espaço Saúde. 2015;16(1):66-74 https://doi.org/10.22421/1517-7130.2015v16n1p66
https://doi.org/10.22421/1517-7130.2015v...
).

Todos esses fatores impactam a segurança do paciente, o que faz com que a melhoria das condições de trabalho do profissional seja fundamental para o fortalecimento da cultura de segurança(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0...
).

A dimensão “mudanças de turno/passagem de plantão e transições entre unidades e serviços” também foi considerada fragilizada em vários estudos. A passagem de plantão é um momento crucial da prática das equipes, pois é nesse instante que são repassadas as informações mais relevantes relativas ao cuidado do paciente e que garantem sua continuidade(1515 Cruz EDA, Rocha DJM, Mauricio AB, Ulbrich FS, Batista J, Maziero EC. Cultura de segurança entre profissionais de saúde em hospital de ensino. Cogitare Enfermagem. 2018;23(1) https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.50717
https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.50717...
). Nesse momento, é possível visualizar a condição do paciente e todas as suas particularidades, podendo inclusive preparar estratégias que possam prevenir possíveis falhas(2727 Pedroni VS, Gouveia HG, Vieira LB, Wegner W, Oliveira ACS, Santos MC, et al . Cultura de segurança do paciente na área materno-infantil de hospital universitário. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41(spe):e20190171. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190171
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.2...
). Problemas relacionados à passagem de plantão podem interferir diretamente no cuidado ao paciente e no bom andamento da assistência, impactando negativamente na segurança do paciente(1414 Silva ACAS, Santa Rosa DO. Cultura de segurança do paciente em organização hospitalar. Cogitare Enferm. 2016;21(N.esp): 01-10. https://doi.org/10.5380/ce.v21i5.45583
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-1515 Cruz EDA, Rocha DJM, Mauricio AB, Ulbrich FS, Batista J, Maziero EC. Cultura de segurança entre profissionais de saúde em hospital de ensino. Cogitare Enfermagem. 2018;23(1) https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.50717
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). A comunicação efetiva durante a passagem de plantão possibilita manter a continuidade do cuidado. Para garantir a segurança do paciente neste processo, algumas estratégias de comunicação podem ser utilizadas como checklists e outros instrumentos padronizados de acordo com a necessidade dos setores(2424 Sanchis DZ, Haddad MCFL, Girotto E, Silva AMR. Cultura de segurança do paciente: percepção de profissionais de enfermagem em instituições de alta complexidade. Rev Bras Enferm. 2020;73(5):e20190174. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0174
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).

Além de avaliar as dimensões, um estudo coletou recomendações sugeridas pela equipe para melhorar cada uma das doze dimensões avaliada pelo HSOPSC. Segundo os autores, tais recomendações representam fragilidades passíveis de melhorias de alguns aspectos da cultura de segurança. Dentre as recomendações, destacam-se a necessidade de capacitações, melhoria dos processos de trabalho, incluindo o desenvolvimento e a implantação de protocolos, disponibilização de equipamentos e materiais em quantidade suficiente e boa qualidade, assim como melhor dimensionamento de profissionais para que possam suprir as demandas do setor(3434 Mello JF, Barbosa SFF. Cultura de segurança do paciente em terapia intensiva: recomendações da enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2013;22(4):1124-33. https://doi.org/10.1590/S0104-07072013000400031
https://doi.org/10.1590/S0104-0707201300...
).

Limitações do estudo

A presente scoping review não considerou analisar a literatura que avaliou a cultura de segurança de hospitais fora do contexto brasileiro.

Contribuições para a área da enfermagem

Acredita-se que esta revisão, ao permitir uma análise geral da situação da cultura de segurança em hospitais brasileiros, estimule as instituições a olharem de forma diferenciada às questões de segurança do paciente na busca de estratégias efetivas para melhoria da qualidade da assistência.

CONCLUSÕES

O reconhecimento da cultura de segurança do paciente, na tentativa de conhecer os entraves relacionados à segurança do paciente a partir da percepção dos prestadores de cuidados, é crucial para a instituição compreender e refletir sobre como pode melhorar a cultura de segurança da instituição.

A partir do conhecimento adquirido na avaliação da cultura de segurança do paciente, pode-se pensar em estratégias para melhorar o processo assistencial, priorizando áreas críticas e reforçando as melhores condições encontradas na avaliação.

MATERIAL SUPLEMENTAR

Esse manuscrito é um dos resultados de dissertação publicada no repositório da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), disponível através do link https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/13907.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Alexandre Balsanelli

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Ago 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    06 Jan 2021
  • Aceito
    16 Mar 2021
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