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Tecnologia de gestão empreendedora para a enfermagem

RESUMO

Objetivos:

validar tecnologia de gestão empreendedora para a enfermagem.

Métodos:

estudo metodológico realizado com base no desenvolvimento de uma tecnologia de gestão empreendedora, pautando-se na revisão de literatura e, posterior, validação de conteúdo por 11 experts, reconhecidos pelos seus pares como empreendedores. O processo de validação ocorreu por conferência Delphi, entre junho e setembro de 2018.

Resultados:

obteve-se, com a segunda rodada Delphi, pelo menos 90% de concordância em todos os itens. Além disso, todos os itens foram validados como pertinentes e considerados prospectivos e indutores de um novo pensar e agir entre os profissionais de enfermagem que desejam empreender e explorar oportunidades, bens e serviços na área.

Considerações Finais:

denotou-se que os experts, em geral, apresentaram boa adesão à iniciativa e facilidade na validação da dimensão teórico-conceitual e da dimensão “Qualidades pessoais/profissionais necessárias ao desempenho da gestão empreendedora”, contudo apresentaram dificuldade na validação dos passos metodológicos.

Descritores:
Tecnologia; Gestão de Mudança; Enfermagem; Autonomia Profissional; Estudos de Validação.

ABSTRACT

Objectives:

to validate entrepreneurial management technology for the nursing practice.

Methods:

methodological study, carried out based on the development of an entrepreneurial management technology, based on literature review and, later, content validation by 11 experts, recognized by their peers as entrepreneurs. The validation process took place through Delphi conferences, between June and September 2018.

Results:

on the second round of Delphi conferences, at least 90% agreement was obtained on all items. In addition, all items were validated as pertinent and considered prospective and inducing of new thinking and acting among nursing professionals who wish to undertake and explore opportunities, goods, and services in the area.

Final Considerations:

it was noted that the experts, in general, showed good adherence to the initiative and ease in validating the theoretical-conceptual dimension and the dimension of “Personal/professional qualities necessary for the performance of entrepreneurial management”; however, they had difficulty in validating the methodological steps.

Descriptors:
Technology; Change Management; Nursing; Professional Autonomy; Validation Studies.

RESUMEN

Objetivos:

validar tecnología de gestión emprendedora para la enfermería.

Métodos:

estudio metodológico basado en desarrollo de una tecnología de gestión emprendedora, pautado en revisión de literatura y, posterior, validez de contenido por 11 expertos, reconocidos por sus pares como emprendedores. Proceso de validación ocurrió por conferencia Delphi, entre junio y septiembre de 2018.

Resultados:

pbtuvo, con la segunda rodada Delphi, por lo menos 90% de concordancia en todos ítems. Además, todos los ítems validaron como pertinentes y considerados prospectivos e inductores de un nuevo pensar y actuar entre los profesionales de enfermería que deseen emprender y explorar oportunidades, bienes y servicios en la área.

Consideraciones Finales:

denotó que los expertos, en general, presentaron buena adhesión a la iniciativa y facilidad en la validación de la dimensión teórico-conceptual y de la dimensión “Calidades personales/profesionales necesarias al desempeño de la gestión emprendedora”, pero presentaron dificultad en la validación de los pasos metodológicos.

Descriptores:
Tecnología; Gestión de Cambio; Enfermería; Autonomía Profesional; Estudios de Validación.

INTRODUÇÃO

O empreendedorismo tornou-se, atualmente, um dos temas mais discutidos e difundidos nas diferentes áreas do conhecimento e com importantes avanços teórico-práticos no campo da gestão. Além de ampliar possibilidades de emprego, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, a gestão empreendedora proporciona o desenvolvimento econômico e qualifica os padrões de vida social e individual pelo aproveitamento de oportunidades11 Turan N, Kaya N, Aydin GO. Strategies for the involvement of nurses as entrepreneurs in healthcare. PAP-WCTIE-V.4. 2017;(6):39-42. https://doi.org/10.17261/Pressacademia.2017.514
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Na literatura, o empreendedorismo é empregado para definir um trabalho autônomo ou iniciar um novo processo. Definições adicionais referem-se à inovação e/ou efeito de (re)criar, avaliar e explorar oportunidades, bens e serviços. Nessa direção prospectiva, a gestão empreendedora passou a associar-se à produtividade, a novos investimentos e à capacidade de sair do lugar comum11 Turan N, Kaya N, Aydin GO. Strategies for the involvement of nurses as entrepreneurs in healthcare. PAP-WCTIE-V.4. 2017;(6):39-42. https://doi.org/10.17261/Pressacademia.2017.514
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-22 Andrade AC, Ben LWD, Sanna MC. Entrepreneurship in Nursing: overview of companies in the State of São Paulo. Rev Bras Enferm. 2015;68(1):40-4. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680106p
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Uma abordagem mais abrangente define o empreendedor pela sua capacidade de criar novos empreendimentos a partir de algo praticamente inexistente. Traduz-se, em outras palavras, em iniciar, fazer, alcançar e construir novos processos em vez de assistir, analisar ou descrever algo já existente. Significa ser protagonista de um novo jeito de perceber, conceber e concretizar oportunidades onde outros veem apenas a desordem e o caos33 Markiewicz VJA, Ljzerman MJ. Medical devices early assessment methods: systematic literature review. Int J Technol Assess Health Care. 2014;30(2):137-46. https://doi.org/10.1017/S0266462314000026
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Embora não haja consenso em relação à definição de empreendedorismo, uma das descrições comumente citadas é a do economista Schumpeter, que utilizou o modelo econômico para explicar o processo empreendedor. O autor mencionado defende cinco cenários/espaços em que o empreendedorismo pode ocorrer: na introdução de um novo bem ou de uma nova qualidade do bem; na introdução de um novo método de produção; na abertura de um novo mercado; na conquista de uma nova fonte de abastecimento de matéria-prima; e na realização de uma nova organização/gestão/empreendimento em qualquer espaço44 Kovalainen A, Österberg-högstedt J. Entrepreneurship within social and health care: a question of identity, gender and professionalism. Int J Gender Entrepreneurship. 2013;5(1):17-35. https://doi.org/10.1108/17566261311305193
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Com base nessa construção teórica sobre a temática, estudo sugere mudar o foco da análise do fenômeno do empreendedorismo e dos atributos do indivíduo (empreendedor) para as características de um modo de gestão empreendedora, ou seja, como um modo de gerir negócios e explorar novas oportunidades. Caracteriza-se o modo de gestão empreendedora, portanto, em três dimensões: capacidade de inovação; capacidade de assumir riscos; e capacidade de agir proativamente enquanto disposição de antecipar as necessidades do mercado e sobrepujar seus competidores55 Castanhar JC. Desenvolvimento de um Modelo Empreendedor de Gestão. Est Adm Soc. 2017;2(1):42-66. https://doi.org/10.22409/eas.v2i1.31
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Já, no campo da saúde, de forma mais incipiente, o empreendedorismo se constitui em nova tendência de agregar valor social e de saúde, tanto no setor público quanto no privado. A terceira revolução industrial - baseada na difusão de novas tecnologias, como a microeletrônica, a robótica e a informática, bem como a de novos modelos de produção e gestão - fornece a compreensão para as mudanças no mundo contemporâneo. Tais mudanças, na gestão de recursos humanos, superaram a lógica mecanicista e formularam teorias centradas na subjetividade do trabalho, considerando variáveis como a motivação, a liderança, as relações interpessoais e a gestão empreendedora. Nessa lógica, o setor de saúde está se tornando mais flexível às demandas do usuário, bem como menos direcionado e, por sua vez, mais aberto às possibilidades empreendedoras55 Castanhar JC. Desenvolvimento de um Modelo Empreendedor de Gestão. Est Adm Soc. 2017;2(1):42-66. https://doi.org/10.22409/eas.v2i1.31
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-66 Dakoumi AH, Abdelwahed Y. Is entrepreneurship for you? effects of storytelling on entrepreneurial intention. Int J Bus Manag. 2014;9(9):176-92. https://doi.org/10.5539/ijbm.v9n9p176
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Os profissionais de enfermagem/saúde necessitam, apoiando-se nessa compreensão, não apenas criar novos empreendimentos/tecnologias, mas prospectar projetos sustentáveis, ancorados na gestão empreendedora, compreendida pela disposição para conceber, desenvolver e gerenciar um produto, serviço ou negócio, por meio de abordagens interativas e associativas com os diversos setores da sociedade. Significa, portanto, transpor o pensamento linear verticalizado e investir em processos horizontalizados e sistêmicos no sentido de despertar possibilidades e sinergizar talentos individuais e coletivos77 Backes DS, Zamberlan C, Colomé J, Souza MT, Marchiori MT, Erdmann AL, et al. Interatividade sistémica entre os conceitos interdependentes de cuidado de enfermagem. Aquichán. 2016;16(1):24-31. https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.1.4
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-88 Schaefer RM, Italo F. Educação empreendedora: premissas, objetivos e metodologias. Rev Pens Contemp Adm. 2016;6(5):60-81. https://doi.org/10.12712/rpca.v10i3.816
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Superar modelos tradicionais vigentes e protagonizar novas abordagens teóricometodológicas de gestão na área de enfermagem requer que os profissionais sejam capazes de criar o seu próprio futuro com base em princípios éticos e valores humanos e sociais. Além disso, o cenário global exige o exercício da liderança proativa e da flexibilidade às contínuas mudanças. Demanda, também, equipes multiprofissionais dinâmicas e focadas no aprendizado ao longo da vida99 Franco MMS, Hashimoto M. Liderança empreendedora e práticas de RH: um estudo sobre a eficácia na promoção do empreendedorismo corporativo. Rev Emp Gestão Peq Emp. 2014;3(3):104-28. https://doi.org/10.14211/regepe.v3i3.121
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Assim, no âmbito das instigações prospectivas da cultura, do mercado e das organizações emergentes, os estudos sobre gestão empreendedora encontram lugar de destaque nas diferentes áreas do conhecimento. Apesar do número significativo de trabalhos acerca desse tema, ainda existem lacunas conceituais sobre a gestão empreendedora na área da saúde, bem como escassez de estudos validados relativos a tecnologias de gestão empreendedora para a enfermagem, ou seja, tecnologias capazes de articular o saber acadêmico e o saber da prática empreendedora.

OBJETIVOS

Validar tecnologia de gestão empreendedora para a enfermagem.

MÉTODOS

Aspectos éticos

Seguiram-se as recomendações da Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional. Os experts que participaram deste estudo foram esclarecidos quanto ao objetivo e natureza do estudo. Aqueles que concordaram com a participação assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Referencial teórico-metodológico

Como referencial teórico, foram utilizados os pressupostos do empreendedorismo social; e como metodológico, a pesquisa metodológica. Defende-se, que o enfermeiro assume, na perspectiva do empreendedorismo social, um papel decisivo e proativo no que se refere à identificação das necessidades de cuidado da população e demandas da sociedade. Ainda, argumenta-se que o profissional de enfermagem se move como agente social proativo, por meio de processos dialógicos e complementares, capazes de transcender o modelo biomédico e prospectar novos saberes e práticas, além de novas possibilidades de gestão empreendedora77 Backes DS, Zamberlan C, Colomé J, Souza MT, Marchiori MT, Erdmann AL, et al. Interatividade sistémica entre os conceitos interdependentes de cuidado de enfermagem. Aquichán. 2016;16(1):24-31. https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.1.4
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Tipo de estudo

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter metodológico, desenvolvida tendo por alicerce a estruturação conceitual; definição dos objetivos e população; construção dos itens e da escala de resposta; seleção e organização dos itens; estruturação do instrumento; opinião de experts; e validade de conteúdo. A sua abordagem possui significados que permitem ampliar percepções, perspectivas e comportamentos não reduzíveis a variáveis lineares1010 Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo: Hucitec; 2014.. Estruturou-se e conduziu-se a presente investigação com base nos Critérios de Consolidação para Relatórios de Pesquisa Qualitativa (COREQ)1111 Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int J Qual Health Care. 2007;19(6):349-57. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzm042
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Procedimento metodológico

Cenário do estudo

O estudo não possui um cenário específico, considerando que os experts que participaram do processo de validação da tecnologia foram selecionados pelo método “bola de neve”.

Participaram do estudo 11 experts (10 enfermeiros e 1 gestora universitária da área de educação). Foram selecionados, por julgamento, aqueles que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: apresentar ampla experiência teórico-prática na gestão e empreendedorismo, além de perfil empreendedor reconhecido pelos seus pares, conforme adotado, também, por estudos anteriormente realizados1212 Oliveira SC, Lopes MVO, Fernandes AFC. Development and validation of an educational booklet for healthy eating during pregnancy. Rev Latino-Am Enfermagem. 2014;22(4):611-20. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3313.2459
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-1313 Scarparo AF, Laus AM, Azevedo ALCS, Freitas MRI, Gabriel CS, Chaves LDP. Reflexões sobre o uso da técnica Delphi em pesquisas na enfermagem. Rev Rene[Internet]. 2015 [cited 2019 Jul 10];13(1):242-51. Available from: https://www.researchgate.net/publication/281497981_Reflexoes_sobre_o_uso_da_tecnica_Delphi_em_pesquisas_na_enfermagem
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, além de artigo publicado em periódico indexado na área de interesse do estudo. Foram excluídos os experts que não responderam ao convite de participação do estudo.

Para a identificação dos profissionais, além da técnica de indicação “bola de neve”, procedeuse à busca do Currículo Lattes e/ou Vitae, no intuito de analisar o seu enquadramento de acordo com critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. Nesse processo, foram identificados 14 experts, dos quais 11 aceitaram participar do estudo.

Fonte de dados

Para a construção da tecnologia, foi realizada uma busca nas bases da Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Bases de Dados de Enfermagem (BDENF), entre abril e junho de 2018. Utilizaramse, nesse processo, os descritores “Empreendedorismo” e “Enfermagem”, sem um período de busca previamente definido, em razão do número limitado de publicações nessa área.

Dentre os artigos selecionados, 16 foram localizados na LILACS, 13 na SciELO e 9 na BDENF. Fez-se, na sequência, a leitura completa dos 38 estudos, a fim de identificar aqueles que respondiam satisfatoriamente à temática proposta. Obteve-se, como resultado desse percurso, uma amostra de 19 artigos, os quais foram analisados e discutidos criteriosamente para compor o corpus deste estudo.

Na fase seguinte, realizada entre junho e julho de 2018, elaborou-se o esboço teóricometodológico, ou seja, o instrumento preliminar de validação com as dimensões: Teóricoconceitual; Qualidades empreendedoras; e o Percurso metodológico (Passo a passo empreendedor) - bem como os seus respectivos itens.

Coleta e organização dos dados

Realizou-se, por fim, a validação de conteúdo das dimensões e dos itens do instrumento, com base nos critérios previamente estabelecidos. Os experts foram convidados, mediante carta-convite orientadora, enviada por e-mail, contendo: a matriz de análise, o objetivo e a metodologia do estudo, a descrição do instrumento e o motivo de sua escolha profissional como avaliador, conforme sugerido em outro estudo1414 Valladares PSDA, Vasconcellos MA, DI Serio LC. Capacidade de inovação: revisão sistemática da literatura. RAC. 2014;18(5):598-626. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20141210
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. É importante que se considerem, na análise de validação de conteúdo, a clareza e a compreensão das dimensões e dos itens, o grau de relevância do conteúdo da tecnologia teóricometodológica, dentre outros aspectos1212 Oliveira SC, Lopes MVO, Fernandes AFC. Development and validation of an educational booklet for healthy eating during pregnancy. Rev Latino-Am Enfermagem. 2014;22(4):611-20. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3313.2459
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. Os experts avaliaram cada um dos itens, das três dimensões, com base em valores numéricos: (1) Não importante; (2) Pouco importante; (3) Relativamente importante; (4) Importante; (5) Muito importante - conforme a escala psicométrica tipo Likert. Possibilitou-se, no instrumento, espaço para que eles sinalizassem sugestões ou alterações necessárias, as quais foram incorporadas na versão final.

Para a criação do layout e design da tecnologia teórico-metodológica, contou-se com profissionais competentes da área do design. Após uma primeira construção, o esboço foi enviado para os pesquisadores que integram o Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem, os quais, por meio de conferência Delphi, validaram a sua apresentação final.

Análise dos dados

Com base na escala psicométrica tipo Likert, o escore do índice foi calculado por meio da soma de concordância dos itens assinalados como “4” ou “5”, pelos experts (considerados como relevantes), divididos pelo número total de respostas. Considerou-se, na análise qualitativa da validade de conteúdo, o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e, após a conferência Delphi, o percentual de concordância de 80% como critério de decisão sobre a pertinência ou modificação de cada um dos itens do instrumento.

RESULTADOS

Participaram da validação de conteúdo da tecnologia de gestão empreendedora à luz do empreendedorismo social 11 experts, dos quais 10 enfermeiros entre 50 e 60 anos (5/45,45%), exclusivamente mulheres e uma gestora universitária, com 68 anos de idade. O tempo de formação dos profissionais de enfermagem variou de 20 a 30 anos, e o da gestora universitária era de 21 anos nessa referida função. Dos dez enfermeiros, cinco possuem empreendimentos autônomos e cinco atuam na docência e pesquisa, sendo que os últimos possuem titulação em nível de doutorado. Dos 11 experts, 7 são brasileiros, de cinco diferentes estados, e 4 são estrangeiros, sendo 1 do Chile, 1 da Colômbia, 1 da Suíça e 1 da Escócia. Todos foram selecionados por meio da técnica de indicação “bola de neve”, e o perfil empreendedor de cada um foi confirmado pelo Currículo Lattes e/ou Vitae.

Para a escolha dos dois primeiros experts que, na sequência, indicaram os próximos participantes, considerou-se o perfil empreendedor com base nas seguintes características: enfermeiros que iniciaram empreendimento autônomo de prestação de cuidados de enfermagem; enfermeiros com empreendimento autônomo certificado por organização estrangeira; e enfermeiros com alguma publicação na área do empreendedorismo, identificada mediante busca no Currículo Lattes e/ou Vitae.

A tecnologia de gestão para a enfermagem à luz do empreendedorismo social foi composta por 3 dimensões e 17 itens, os quais foram organizados de forma complementar e prospectiva. Intuiuse, sob esse enfoque, que o enfermeiro com desejo de empreender e explorar novas oportunidades, bens e serviços na área, tenha instrumentos de gestão cientificamente validados para nortear o seu percurso empreendedor, na prática.

A primeira dimensão (teórico-conceitual) constitui-se de cinco itens que sinalizam percepções teóricas sobre a gestão empreendedora. A segunda dimensão descreve, em oito itens, as qualidades pessoais/profissionais necessárias ao desempenho da gestão empreendedora. Já a terceira dimensão sistematiza, em seis itens, os passos metodológicos a serem considerados por aquele profissional que deseja protagonizar novas tecnologias/empreendimentos/modos de cuidar.

Dos 17 itens validados pelos experts, 4 tiveram assinaladas a opção “Importante”; e 13, a opção “Muito importante”. Obteve-se, com a segunda rodada Delphi, pelo menos 90% de concordância em todos os itens. Ademais, todos os itens foram validados como pertinentes e considerados prospectivos para os profissionais de enfermagem que desejam investir em novos espaços/empreendimentos profissionais.

Embora os itens tenham sido descritos em linguagem clara e objetiva, de modo a possibilitar a compreensão do conteúdo entre os experts, alguns termos geraram dúvidas e demandaram adequações: por exemplo, a expressão “endomarketing afirmativo”, a qual foi integrada ao item “Plano estratégico empreendedor com metas em curto, médio e longo prazo”. Da mesma forma, a expressão “Paixão inabalável” foi alterada para “Persistência e criatividade para superar os riscos calculáveis e as implicações do cenário competitivo”; e a expressão “Networking colaborativo” foi modificada para “Gestão do conhecimento teórico-prático por meio de redes interativas e colaborativas”. As principais alterações estavam associadas à dimensão “Percurso metodológico”, considerando que, dos dez itens da primeira rodada, resultaram apenas seis itens após a análise da segunda rodada Delphi, tendo em vista que os experts sugeriram integralizações e/ou supressões significativas.

Na dimensão “percurso metodológico”, eles fizeram observações em relação aos itens: “Validação do caráter inovador da ideia empreendedora com base em evidências científicas e nas tendências do mercado consumidor” e “Gestão do conhecimento teórico-prático por meio de redes interativas e colaborativas”. Esses itens foram questionados, mais especificamente, pelos experts empreendedores autônomos, os quais alegaram conhecimento teórico-científico insuficiente para sustentar ambas as ideias.

Figura 1
Tecnologia de gestão empreendedora para a enfermagem

Os experts, em geral, demonstraram pronta adesão à proposta de validação e, num intervalo de dez dias, deram o seu retorno afirmativo. O objeto de investigação foi apreciado por todos, embora alguns demonstrassem questionamentos no que se refere a algumas expressões teóricas, as quais não eram de seu domínio conceitual, em especial para os profissionais autônomos, sem vinculação à academia.

Apresenta-se, na sequência, a tecnologia de gestão empreendedora para a enfermagem validada pelos experts.

DISCUSSÃO

O estudo do empreendedorismo, no âmbito da gestão, tem crescido em dimensão e profundidade, constituindo-se em importante e consistente eixo de investigação nas diferentes áreas do conhecimento. Embora sendo um dos temas que mais tem despertado o interesse de pesquisadores e profissionais autônomos, a exclusividade de tecnologias teórico-metodológicas na área da administração e economia apresenta-se como limitação neste estudo. Outra limitação está relacionada à escassez de estudos acerca da construção e validação de tecnologias de gestão empreendedora para a área de enfermagem/saúde, no sentido de favorecer a comparação e a ampliação das discussões teórico-práticas no tocante ao objetivo sob investigação.

A análise do processo de validação permite considerar que existe certo acúmulo de conhecimento técnico, sobretudo, em relação aos empreendimentos autônomos, mas frequentemente superficial e focado apenas em habilidades empreendedoras técnicas e, em menor número, no campo da gestão empreendedora. Para além das habilidades técnicas, pressupostos teóricoconceituais e delineamento de um percurso de gestão empreendedora prospectiva, é preciso que sejam levadas em consideração as demandas da sociedade.

Nessa direção, estudo demonstra que não é suficiente acumular ou estocar conhecimentos técnico-científicos, mas que é preciso buscar e explorar oportunidades de crescimento e mudança pela superação de processos tradicionais de intervenção. É necessário que as informações sejam discutidas, assimiladas e orientadas para a disseminação e protagonismo de novas ideias, espaços, tecnologias e empreendimentos empreendedores11 Turan N, Kaya N, Aydin GO. Strategies for the involvement of nurses as entrepreneurs in healthcare. PAP-WCTIE-V.4. 2017;(6):39-42. https://doi.org/10.17261/Pressacademia.2017.514
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,44 Kovalainen A, Österberg-högstedt J. Entrepreneurship within social and health care: a question of identity, gender and professionalism. Int J Gender Entrepreneurship. 2013;5(1):17-35. https://doi.org/10.1108/17566261311305193
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. Outro estudo denota que deve ser transcendidas as habilidades técnicas da gestão empreendedora, pelo alcance de atitudes prospectivas de autogestão, de liderança, de trabalho em equipe e compromisso com a transformação social1515 Heinze KL, Banaszak-Holl J, Babiak K. Social entrepreneurship in communities. Nonprofit Manag Leadersh [Internet]. 2016 [cited 2019 Jan 05];26(7):313-30. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/nml.21198
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Ainda, nessa mesma direção, estudo reconhece que a maneira como ocorre o processo de gestão empreendedora pode determinar o sucesso e/ou fracasso de um empreendimento. Recomenda-se que o empreendedor tenha, além habilidades técnicas e experiência prática, potencialidades associativas para estabelecer as conexões necessárias, bem como liderança para gerir o empreendimento com talento e, assim, gerar crescimento saudável e desenvolvimento sustentável1616 Backes DS, Weissheimer AS, Halberstadt BMK, Megier ER, Machado R. Socially entrepreneurial activities in nursing: contributions to health/healthy living. Esc Anna Nery. 2016;20(1)77-82. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20160011
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-1717 Altman M, Brinker D. Nursing social entrepreneurship leads to positive change. Nurs Manag [Internet]. 2016 [cited 2018 Dec 08];47(7):28-32. Available from: https://journals.lww.com/nursingmanagement/fulltext/2016/07000/Nursing_social_entrepreneurship_leads_to_positive.9.aspx
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O investimento na formação de empreendedores se constitui, portanto, em importante estratégia para a ampliação das possibilidades interativas e sistêmicas, bem como em estímulo ao desenvolvimento de atitudes proativas alinhadas às demandas da sociedade. As universidades, nesse campo de discussões, ocupam um papel importante por meio do ensino, da pesquisa e da curricularização da extensão, ou seja, enquanto formadoras de opinião pela capitalização do conhecimento voltado às necessidades da sociedade1818 Lomba MLLF, Toson M, Weissheimer AS, Backes TSB, Büscher A, Backes DS. Social entrepreneurship: translation of knowledge and practices in Brazilian nursing students. Rev Enferm Ref. 2018;4(19):107-16. https://doi.org/10.12707/RIV18064
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O empreendedorismo não se configura, sob esse pensar, como disciplina acadêmica com o sentido que se atribui, habitualmente, à administração, economia ou a qualquer outra disciplina já consolidada. O empreendedor se desenvolve pela busca do autoconhecimento e pela atitude de abertura às novas experiências e paradigmas. O empreendedorismo é um processo que deve ser concebido e protagonizado ao longo da vida, por meio de abordagens significativas e prospectivas de ensino e aprendizagem1717 Altman M, Brinker D. Nursing social entrepreneurship leads to positive change. Nurs Manag [Internet]. 2016 [cited 2018 Dec 08];47(7):28-32. Available from: https://journals.lww.com/nursingmanagement/fulltext/2016/07000/Nursing_social_entrepreneurship_leads_to_positive.9.aspx
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Em relação à compreensão teórica, os itens validados sobre “gestão empreendedora” corroboram a ideia de que o empreendedorismo é um artifício que transcende conceitos lineares e pontuais ou ideias que podem ser reproduzidas no âmbito da gestão. Trata-se, por conseguinte, de um processo indutor de novas possibilidades, capaz de propiciar algo novo e transformador, baseando-se em muito pouco ou quase nada. Na enfermagem, em especial, a gestão empreendedora é uma ferramenta estratégica para a definição de metas relacionadas tanto à organização e dinamização do processo de trabalho quanto à promoção do viver saudável de indivíduos, famílias e comunidades77 Backes DS, Zamberlan C, Colomé J, Souza MT, Marchiori MT, Erdmann AL, et al. Interatividade sistémica entre os conceitos interdependentes de cuidado de enfermagem. Aquichán. 2016;16(1):24-31. https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.1.4
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,1818 Lomba MLLF, Toson M, Weissheimer AS, Backes TSB, Büscher A, Backes DS. Social entrepreneurship: translation of knowledge and practices in Brazilian nursing students. Rev Enferm Ref. 2018;4(19):107-16. https://doi.org/10.12707/RIV18064
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Na busca pela compreensão ampliada e empreendedora do cuidado de enfermagem e no sentido de possibilitar mecanismos efetivos para intervir na dinâmica do viver saudável - entendido, aqui, como processo singular, circular e interativo, dinamizado por meio de vivências de ordem e de desordem77 Backes DS, Zamberlan C, Colomé J, Souza MT, Marchiori MT, Erdmann AL, et al. Interatividade sistémica entre os conceitos interdependentes de cuidado de enfermagem. Aquichán. 2016;16(1):24-31. https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.1.4
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- o enfermeiro vem se projetando como protagonista de um novo pensar e agir. Ao conceber a enfermagem como a ciência de promover o cuidado de enfermagem ao ser humano em sua singularidade e multidimensionalidade, articulada com os demais profissionais da saúde, admite-se que somente um pensar ampliado e prospectivo de cuidar/cuidado é capaz de dar conta dos movimentos paradoxais do ser - ser em contínuo processo de auto-organização e viver saudável77 Backes DS, Zamberlan C, Colomé J, Souza MT, Marchiori MT, Erdmann AL, et al. Interatividade sistémica entre os conceitos interdependentes de cuidado de enfermagem. Aquichán. 2016;16(1):24-31. https://doi.org/10.5294/aqui.2016.16.1.4
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,1717 Altman M, Brinker D. Nursing social entrepreneurship leads to positive change. Nurs Manag [Internet]. 2016 [cited 2018 Dec 08];47(7):28-32. Available from: https://journals.lww.com/nursingmanagement/fulltext/2016/07000/Nursing_social_entrepreneurship_leads_to_positive.9.aspx
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Já em relação às qualidades empreendedoras, os componentes comuns descritos pela maioria dos estudos denotam conotações similares. Destacam-se, nesse processo: iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; aproveitamento dos recursos disponíveis de forma criativa, no sentido de transformar o ambiente social e econômico real; aceitação de riscos e a possibilidade de fracassar e formular conhecimentos necessários para suportar as contínuas decisões estratégicas11 Turan N, Kaya N, Aydin GO. Strategies for the involvement of nurses as entrepreneurs in healthcare. PAP-WCTIE-V.4. 2017;(6):39-42. https://doi.org/10.17261/Pressacademia.2017.514
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,66 Dakoumi AH, Abdelwahed Y. Is entrepreneurship for you? effects of storytelling on entrepreneurial intention. Int J Bus Manag. 2014;9(9):176-92. https://doi.org/10.5539/ijbm.v9n9p176
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Embora estudos tenham apresentado quatro fases de gestão empreendedora - identificar e avaliar a oportunidade; desenvolver o plano de negócios; determinar e captar os recursos necessários; gerenciar a organização criada22 Andrade AC, Ben LWD, Sanna MC. Entrepreneurship in Nursing: overview of companies in the State of São Paulo. Rev Bras Enferm. 2015;68(1):40-4. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680106p
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,99 Franco MMS, Hashimoto M. Liderança empreendedora e práticas de RH: um estudo sobre a eficácia na promoção do empreendedorismo corporativo. Rev Emp Gestão Peq Emp. 2014;3(3):104-28. https://doi.org/10.14211/regepe.v3i3.121
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-, o presente estudo validou um prospecto próprio, de seis etapas, no sentido de ampliar e aprofundar a percepção teórico-metodológica, a saber: Imersão na realidade e reconhecimento da ideia empreendedora; Análise do ambiente interno e das implicações do meio externo; Validação do caráter inovador da ideia empreendedora com base em evidências científicas e nas tendências do mercado consumidor; Plano estratégico empreendedor com metas em curto, médio e longo prazo; Gestão do conhecimento teórico-prático por meio de redes interativas e colaborativas; e Acompanhamento e avaliação sistemática do impacto interno e externo do plano empreendedor.

Assim, necessita-se, para além das quatro ou seis fases do processo de gestão empreendedora, que o profissional (neste caso, o enfermeiro) se concentre no desenvolvimento de melhores práticas que contribuam para o desenvolvimento humano e social. Estudos enfatizam, sob esse enfoque, a importância de se disseminar uma cultura formativa voltada ao empreendedorismo social, capaz de subordinar o econômico ao humano, o individual ao coletivo e o sonho de solucionar problemas sociais66 Dakoumi AH, Abdelwahed Y. Is entrepreneurship for you? effects of storytelling on entrepreneurial intention. Int J Bus Manag. 2014;9(9):176-92. https://doi.org/10.5539/ijbm.v9n9p176
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,1919 Brochier RCR, Capellari VG. Processo empreendedor: estudo de caso na empresa ADM LOG Transportes rodoviários Ltda. Rev Empreend Inov Tecnol. 2014;1(2):20-30. https://doi.org/10.18256/2359-3539/reit-imed.v1n2p20-30
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. É importante, para tanto, que as universidades e os diferentes espaços formativos invistam no desenvolvimento de projetos pedagógicos empreendedores, a fim de fomentar o protagonismo social nas diferentes áreas do conhecimento e, dessa forma, possibilitar as transformações necessárias.

Limitações do estudo

Como limitação deste estudo, consideram-se os poucos e atuais estudos temáticos acerca de gestão empreendedora, bem como de processos teórico-metodológicos validados sobre o tema, na área da enfermagem/saúde. Desse modo, a discussão dos resultados necessitou levar em conta, quase que exclusivamente, pesquisas de áreas das ciências econômicas e sociais.

Contribuições para a área da enfermagem

A tecnologia teórico-metodológica sobre gestão empreendedora, validada por experts, pode ser utilizada em ambientes de formação, em espaços de assistência à saúde e, principalmente, pelos profissionais que desejam protagonizar novos saberes e práticas no âmbito da organização e gestão. A tecnologia contribuirá, ainda, para a ampliação das discussões sobre os pressupostos do empreendedorismo e para a articulação entre saberes da academia e da prática empreendedora, pela integração de percepções teóricas e vivências práticas bem-sucedidas na área do empreendedorismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Denotou-se que os experts, em geral, apresentaram boa adesão à iniciativa e facilidade na validação da dimensão teórico-conceitual e da dimensão “Qualidades pessoais/profissionais necessárias ao desempenho da gestão empreendedora”. Apresentaram certa dificuldade, no entanto, na validação dos passos metodológicos a serem considerados por aqueles profissionais com desejo de protagonizar novas possibilidades empreendedoras, o que pode estar relacionado aos poucos estudos sobre a temática na área de enfermagem.

Obteve-se, por meio da conferência Delphi, pelo menos 90% de concordância em todos os itens de validação da tecnologia. Além disso, todos os itens foram validados, pelos experts, como pertinentes e considerados prospectivos e indutores de um novo pensar e agir entre os profissionais de enfermagem que desejam empreender e explorar oportunidades, bens e serviços na área.

O estudo contribuirá para a ampliação das discussões sobre os pressupostos do empreendedorismo e sobre sua articulação com a gestão, especialmente na área de enfermagem/saúde. Ajudará, também, no processo de articulação entre saberes da academia e da prática empreendedora, pela integração de percepções teóricas e vivências práticas bem-sucedidas na área do empreendedorismo. Sugere-se, em suma, que novos estudos sejam realizados para validar de forma ampliada, com base em evidências científicas nacionais e internacionais, as fases/etapas relacionadas ao processo empreendedor na enfermagem/saúde.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Maria Elisabete Salvador

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Ago 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    10 Dez 2019
  • Aceito
    28 Dez 2020
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